Rainbow City

Capítulo 68

Rainbow City

Provavelmente tinham os mesmos pensamentos. Os 151 dias sem se verem foram agonizantes. As estações mudaram, e nem ao certo podiam garantir que um estivesse vivo. "Lembra da promessa que fizemos na Rússia? Se não podermos nos encontrar, vem onde estavam os veados-musk de lá. Sobrevivamos, a qualquer custo." Foi uma mensagem de Seokhwa, entregue por Joowoon. Kwak Soohwan foi para a Rússia apenas com esse papel como guia. Se Seokhwa não estivesse lá, planejava procurar em todos os lugares por onde tinham passado juntos. Se Seokhwa não existisse, Kwak Soohwan não via razão para continuar vivendo. Decidiu economizar uma bala, qualquer que fosse. Seokhwa empurrou a cadeira rangendo e se levantou. Em vez de se aproximar, foi até a pia, ligou o fogão e de repente se agachou no chão. Levantou uma tábua de madeira do piso e tirou uma lata de salsichas escondida por baixo. Os ladrões que invadiram o lugar não tinham encontrado. Kwak Soohwan saiu rapidamente da cama e se aproximou de Seokhwa. Seokhwa despejou as salsichas em uma panela amassada. Kwak Soohwan queria forçar Seokhwa a olhá-lo. Soltou a mão que estava prestes a colocar no ombro dele e, ao invés disso, envolveu a cintura de Seokhwa, sem perceber, apertando mais forte.

"Olhe para mim." Seokhwa apenas mexia as salsichas com hashi enquanto elas começavam a estourar. Uma gota de umidade caiu sobre o antebraço de Kwak Soohwan. O corpo de Seokhwa começou a tremer intermitentemente, e sua temperatura aumentava. Kwak Soohwan enterrava o queixo no ombro de Seokhwa e pressionava sua bochecha contra a orelha quente dele. Não chore. No primeiro dia, ele chorou como uma criança, e Seokhwa tinha consolado. Lentamente, virou Seokhwa de frente, e viu que seu rosto estava uma tristeza só, encharcado de lágrimas. Mesmo após limpar as bochechas com ambas as mãos, elas não secavam. Kwak Soohwan puxou Seokhwa para um abraço apertado. Ainda parecia irreal, então segurou na pele fina de Seokhwa e nos ombros trêmulos, como se fossem se fundir em um só.

"Por que você está tão magro? Eu preparei muita comida. Onde tudo foi parar?" "...Foi roubado." Apesar de ainda ser o dia em que Kwak Soohwan chegou, Seokhwa não tinha mencionado nada. "Quem fez isso? Eu resolvo isso." Ouvir algo tão típico dele fez Seokhwa acreditar na sua realidade. Seokhwa também envolveu os braços ao redor das costas de Kwak Soohwan com força. Sob a camisa fina, havia partes incomuns e salientes que ele nunca tinha sentido antes. Percebendo que eram cicatrizes de tiros, ele pressionou ainda mais o rosto contra o peito de Kwak Soohwan. "Se continuar chorando assim, vai deixar marcas na minha camisa. Quer ver?" Quando tentou afastar Seokhwa, haviam manchas de lágrimas onde ele tinha enterrado o rosto. A água da panela tinha fervido e agora cheirava a queimado. Kwak Soohwan estendeu uma mão para desligar o fogo e puxou a alça da panela. Colocou a panela na mesa, mantendo Seokhwa ao seu lado, sem querer se afastar sequer por um instante. Seokhwa, que sempre fora mais magro que ele, tinha emagrecido ainda mais durante o tempo separados. Agora, Seokhwa precisava comer aquelas salsichas mais do que ele. Enquanto estavam no abrigo, Kwak Soohwan comeu muito mais do que o normal, não se importando com o sabor, apenas querendo fortalecer o corpo. Durante 151 dias, tudo tinha o mesmo gosto. Talvez fosse assim para Seokhwa também. Com cuidado, Kwak Soohwan enxugou o rosto de Seokhwa com uma toalha seca e o colocou na mesa. Colocou três das cinco salsichas na tigela de Seokhwa e o restante na sua frente. Como não tinha arroz instantâneo, as salsichas eram o que restava para comer. Quando se levantou, Seokhwa também se levantou.

"Vou verificar o Jeep." "Vamos juntos." Seokhwa rapidamente envolveu-se numa coberta. Ao vê-lo calçando botas de peles, Kwak Soohwan ficou por um momento confuso, mas depois sorriu levemente. Ele também percebeu que a temperatura de Seokhwa, que antes estava alta, tinha caído um pouco, mas ainda assim mais quente que a maioria das pessoas. Sem roupa extra, Kwak Soohwan vestiu seu sobretudo de uniforme novamente. Lá fora, flocos de neve caíam ao vento. Não tinha chapéu, então segurou a mão de Seokhwa e atravessou a camada fina de neve. Antes, sempre deixava apenas um pé, mas agora eram dois pegando o mesmo caminho. Seokhwa continuava olhando para trás, atento à trilha que haviam feito. O Jeep não podia chegar até a cabana porque tinha ficado sem combustível. Estacionado a dez minutos a pé, na metade da montanha. Não tinha marcas de Rainbow City no veículo. Enquanto circulava ao redor do carro, fez uma espécie de desculpa:

"Eu não roubei. Apenas usei um abandonado." Em vez de pegar a rota terrestre, Kwak Soohwan preferiu a rota marítima. Dirigiu o Jeep até um porto no Mar do Leste, e daí pegou um barco. Abriu o porta-malas e puxou uma prancha larga, com lâmina, como um trenó. Carregou cuidadosamente os suprimentos, incluindo comida e água, do porta-malas para a prancha. No frio da Rússia, um trenó era mais prático que um carrinho com rodas. Kwak Soohwan não trouxe o trenó de Rainbow City. Embora as provisões fossem da cidade, provavelmente ele roubou o Jeep daqui. "Eu não roubei, juro." - De alguma forma, sabendo no que ele pensava, Kwak Soohwan beijou a testa de Seokhwa. Seokhwa tocou a testa, saboreando o contato dos lábios de Kwak Soohwan, sabendo que ninguém mais conseguiria reproduzir aquela sensação. Kwak Soohwan amarrou os itens carregados com cordas e colocou a alça no ombro. Seokhwa ficou atrás, pronto para ajudar a empurrar. "Você já andou de trenó?" "Não." "Então sobe." Kwak Soohwan apontou para a tábua onde empilhou as caixas de forma organizada. "Ajude-me subindo aí", pediu. "Eu ajudo pelo lado de trás", respondeu Seokhwa. "Subir já ajuda", insistiu Kwak Soohwan. Seokhwa hesitou. "Não estou mais tão fraco assim..." "Só quero te dar uma carona", disse Kwak Soohwan com delicadeza. "Faz tempo que não sinto seu peso, Dr. Seok." Sem mais hesitar, Seokhwa se acomodou na tábua, sentado sobre as caixas, agarrando a corda ligada ao ombro de Kwak Soohwan para não cair. "Então, vamos lá, Kwaku, o Husky," anunciou brincando Kwak Soohwan. Seokhwa não entendeu bem, mas respondeu: "Vamos." Kwak Soohwan começou a puxar lentamente o trenó pela trilha coberta de neve, tomando cuidado para não deixar Seokhwa tombar para frente. "Você achou que eu tinha morrido?" perguntou de repente Seokhwa. Kwak Soohwan se assustou, mas continuou andando. O hálito dele virou nuvens brancas que se misturavam com os flocos de neve. "Você achou que eu tinha morrido?" repetiu, com a voz embargada. Seokhwa segurou com força a corda tensa. Enquanto arrumava seu uniforme na noite anterior, tinha encontrado uma pistola com uma bala só. O peso daquela bala parecia o peso da própria morte. Não conseguiu dizer a Kwak Soohwan para não segui-lo na morte, conhecendo bem a dor de ficar para trás. Seokhwa expirou devagar, soltando uma longa respiração no ar frio. Preocupado, Kwak Soohwan olhou para trás, mas só viu o rosto corado de Seokhwa. O som do trenó deslizando na neve era reconfortante. Num mundo aparentemente sem vida, só existiam eles dois agora. Para Seokhwa, Paraíso não era um lugar, mas uma pessoa — Kwak Soohwan. A neve se acumulava no cabelo enquanto se deslocavam. As costas de Kwak Soohwan, de uniforme, pareciam tão firmes quanto no dia em que se encontraram pela primeira vez em Jeju. "Major", disse Seokhwa suavemente. "Hoje sou general de divisão", corrigiu Kwak Soohwan. "Que promoção, hein?" respondeu Seokhwa, surpreso com a subida de cinco patentes. "Deixei as insígnias pra trás. Pode me chamar só de Kwak Soohwan", disse. "Então, eu sou só Seokhwa", respondeu Seokhwa. "Andei ouvindo bastante o rádio." Na verdade, ele esperava ouvir notícias de Kwak Soohwan. "Disseram que as coisas se estabilizaram", comentou Seokhwa. "Você também estava na cidade", respondeu Kwak Soohwan. "Não sei exatamente como estão lá. Não me importei. Só pensava em vir até você." Essa saudade era clara até pelas costas dele. Longos cinco meses tinham se passado. As marcas de tiros nas costas dele falavam muito sobre as batalhas que Kwak Soohwan enfrentara, tornando difícil manter a esperança de que ainda estivesse vivo. "...E o vírus", Seokhwa começou a perguntar. "Chegamos", interrompeu Kwak Soohwan, apontando para a cabana. Sorriu de uma forma tão ampla que Seokhwa não conseguiu deixar de sorrir também, mesmo que de forma tímida. Começaram a descarregar os suprimentos, Seokhwa carregando itens mais leves como os galões de gás butano. Pelo menos um mês de comida e itens essenciais foram empilhados ao lado da pia. Kwak Soohwan tirou a neve do cabelo de Seokhwa e fez sinal para que ele se sentasse na mesa. Ferveu água, preparou arroz instantâneo e uma embalagem de sopa de algas do centro urbano. O pacote mostrava uma sopa robusta, com bastante carne e algas. "É propaganda enganosa", murmurou Kwak Soohwan, mas a sopa real era bem reforçada. Entregou o arroz a Seokhwa, que teve a boca salivando ao ver comida de verdade após meses de enlatados. Kwak Soohwan se arrependeu de não ter trazido kimchi. Quando tudo ficou pronto, Seokhwa misturou metade do arroz na sopa e comeu devagar, saboreando cada mordida. "Está delicioso", disse. Kwak Soohwan empurrou mais um pouco do conteúdo da sopa para o prato de Seokhwa. "Primeiro, precisa engordar", insistiu. Seokhwa mastigou com cuidado, evitando comer rápido demais. Kwak Soohwan o observava, sentindo uma mistura de tristeza e orgulho. Imaginando as dificuldades que Seokhwa enfrentou sozinho durante cinco meses, a garganta apertou. Sem perceber, tocou a garganta com a mão. Seokhwa, com o cabelo cortado por ele, tinha que baixar a cabeça, impedido pelas pontas do cabelo que mal cobriam os olhos. Após terminar de comer, Kwak Soohwan planejava aparar o cabelo dele de verdade. Relutante, comeu metade da salsicha que Seokhwa aquecera antes, achando sem gosto e seca. "…Está bom?" perguntou Seokhwa. "Sim, está bom", mentiu Kwak Soohwan, enfiando mais um pedaço na boca. "Não está bom", disse Seokhwa baixinho. "Por que escondeu?" "Porque dura mais tempo", respondeu Seokhwa. Kwak Soohwan suspirou dramaticamente, parecendo tirar uma maçã da garganta. "Dr. Seok, fiquei bem emocionado, mas agora tudo parece tão injusto." Seokhwa trouxe uma colher grande de arroz com sopa de algas até a boca de Kwak Soohwan. "Eu reservei pra você. Sei que gosta de carne." "Isso aqui não é carne", disse, mas engoliu a salsicha e comeu o arroz de sopa que Seokhwa lhe ofereceu. "Está salgado demais. Acho que esquentou demais." "Ainda está bom." O estalo da lenha no fogo assustou Seokhwa, que se virou rápido. "Continue comendo", disse ele. Seokhwa deixou a colher de lado, levantou-se e saiu rapidamente. Abriu a porta e foi até o deck de madeira, onde removeu uma lona. Kwak Soohwan o seguiu, sem entender o que ele fazia, sem poder ajudar. Observou Seokhwa retornar com um tronco de lenha seca. "Se o fogo apagar, fica difícil de reacender." Dentro, Seokhwa jogou duas lenhas na lareira, mexendo o fogo para misturar as recém-acolhidas com as antigas. Também pegou água de um balde cheio de um riacho, deixando a água gelada aquecer até uma temperatura mais confortável. Kwak Soohwan só conseguia segui-lo como um cachorrinho esperando seu dono. De volta à mesa, Seokhwa pegou a colher novamente. Seu ritmo de comer era lento, e os grãos de arroz já haviam inchado. Kwak Soohwan trocou o arroz da sopa de algas que não tinha sido comida pelas sobras de arroz instantâneo, terminando antes que pudesse falar. Na cabana, havia alguns casacos velhos e latas de óleo que parecem ter origem russa. "Você vendeu as ervas?" perguntou Kwak Soohwan. "Aquelas com pomadas e para febre. Aqui ainda falta material médico adequado." "Ninguém te machucou, né?" Seokhwa entendeu a preocupação. Colocou a arma que sempre carregava na cintura na mesa. Agora que Kwak Soohwan estava aqui, não precisava mais carregá-la o tempo todo, mas velhos hábitos são difíceis de perder. "A arma me protegeu. Os lobos cuidaram de mim à noite." "Queria ter vindo antes." "Sei. Sei que foi difícil pra você." "Nada é difícil pra mim. Nada." Conhecendo seu jeito valente, Seokhwa não discutiu e continuou comendo. Kwak Soohwan observava Seokhwa comer, apoiando o queixo na mão, com um sorriso triste. "Sou um filho da puta." "Por quê?" "Só, tenho ciúmes de como você passou tempo com outras pessoas. Você tinha razão sobre mim. Sou um maldito." Seokhwa riu, com um sorriso tão incomum que parecia uma expressão duradoura. "Não conversei com ninguém. Você é a primeira pessoa com quem falo desde que chegou." Ele tinha vivido como uma ilha isolada antes de Kwak Soohwan chegar. "Se você está com ciúmes, não saia mais." Kwak Soohwan ficou sem palavras, vendo Seokhwa comer em silêncio. Para Kwak Soohwan, Seokhwa era um irmão mais velho, mas também alguém que queria proteger. No entanto, foi Seokhwa quem salvou Rainbow City e a própria vida dele. Sem a vontade desesperada de sobreviver por causa de Seokhwa, Kwak Soohwan teria morrido naquele dia. A força de vontade de Seokhwa talvez fosse baixa, mas sua determinação era forte, permitindo que resistisse neste ambiente russo hostil. O Seokhwa dos últimos 151 dias, desconhecido por Kwak Soohwan, ainda estava aqui. E o Seokhwa que ele conhecia também. "Te amo pra caramba." Será que ele consegue colocar esses sentimentos em palavras? Kwak Soohwan falou com uma paixão áspera, porém profunda. "Eu ouvi isso naquela noite também." Seokhwa se referia à despedida na Bamseom, em Yeouido. ‘Bebê! Você sabe que te amo pra caramba, né?’, assim tinha sido a frase. "Eu também respondi, mas você não ouviu, né?" "O que você disse?" Seokhwa segurou a tigela com as mãos e bebeu o restante da sopa. "Me conta." Kwak Soohwan segurou o pulso de Seokhwa. "Não." - Assim era Seokhwa.*** Pela primeira vez, eles não apagaram as luzes ao anoitecer. Kwak Soohwan acendeu velas por toda a cabana, criando uma luminosidade aconchegante. Embora isso pudesse atrair animais selvagens, Seokhwa se sentiu mais tranquilo com Kwak Soohwan por perto. De fato, lobos começaram a circular ao redor da cabana. Um se aproximou da janela, GUINCHANDO ao cortar a pata no vidro quebrado incrustado na moldura, e depois lambeu a ferida. "Era disso que se tratava." O vidro embutido no isopor tinha a função de manter os animais afastados. Ver Seokhwa sobrevivero partiu o coração de Kwak Soohwan. A solidão tinha sido sua única companhia. Para mostrar aos lobos, Kwak Soohwan cortou o cabelo de Seokhwa na janela. Só aparou a franja um pouco, mas cortou mais de trás, que Seokhwa não tinha conseguido fazer sozinho. Seokhwa, sem saber como seu cabelo estava sendo cortado, fechou os olhos, completamente indefeso, o que despertou uma vontade brincalhona em Kwak Soohwan. Ele colocou as mãos no cabelo de Seokhwa, sacudiu as pontas cortadas e pressionou o couro cabeludo. Sentindo-se bem, Seokhwa soltou um suspiro sensual com a boca entreaberta. "Tão sério, como é que você fica excitado só com o couro cabeludo?" O prazer quase chegou ao orgasmo. Seokhwa sentiu uma pontada de arrependimento quando Kwak Soohwan retirou as mãos. Não havia instalações para jogar água na cabana. Toda a água vinha do riacho, e a água do balde perto da lareira, na melhor das hipóteses, estava morna. Enquanto Seokhwa varria os cabelos cortados, Kwak Soohwan aquecia a água várias vezes. Só preparou o suficiente para Seokhwa, pois ele mesmo podia lavar com água fria. "O que você está fazendo?" "Preparando banho." "Não precisa ser quente. A água do balde basta." "Tô aqui agora. Não aguento te ver assim quando estou por perto." O único lugar da cabana com teto de cimento tinha chuveiro pendurado na parede. Desde que a água parou de chegar, ele não era usado, e o chuveiro enferrujado. Kwak Soohwan colocou uma banheira de madeira seca no chão de cimento. Enxaguou a banheira, encheu de água quente. Mesmo vivendo aqui antes, preparar banho sempre foi função dele. A água do riacho coletada durante o dia foi colocando na banheira. Depois de testar a temperatura com a mão, Kwak Soohwan tirou a camisa de Seokhwa. Apesar do fogo persiste, a pele de Seokhwa arrepiou ao ser tocada pelo ar frio. Kwak Soohwan despediu-se rapidamente, tirando a roupa toda e colocando-o na banheira antes que começasse a tremer. Mesmo Seokhwa, que poderia se lavar sozinho e vinha fazendo isso com água fria, hoje deixou Kwak Soohwan fazer. Enquanto mergulhava na água morna, os olhos de Seokhwa relaxaram. Ele até se divertiu brincando com a água, feliz. "Entra." "Se eu entrar, a banheira quebrou." A banheira parecia pequena demais para os dois. "Vai sujar a água." "De jeito nenhum. Eu tomo banho todo dia." Seokhwa retrucou, encolhendo-se e mergulhando até o pescoço. E se pegasse resfriado por banho diário? Kwak Soohwan lavou os ombros de Seokhwa, fez ele apoiar a cabeça na borda da banheira. "Vou lavar seu cabelo." Ele trouxe todo o balde de água do fogão, molhou o cabelo de Seokhwa, colocou um sabão forte e massageou o couro cabeludo. Era incrível pensar que aquele cérebro nesse crânio redondo criava vacinas e medicamentos. "Gosta?" "...Sim." "Quanto?" Kwak Soohwan se gabou, mexendo na cabeça de Seokhwa. "Tanto que queria fazer em você também." O rosto dele ficou vermelho, de uma expressão difícil de descrever. Kwak Soohwan aproveitou alguns instantes, observando a expressão relaxada de Seokhwa, antes de enxaguar o cabelo com uma concha. Com o corpo quente e a cabeça fria, não era de se surpreender se ele dormisse ali mesmo. Kwak Soohwan mergulhou a mão na água, lavando os braços, peito e períneo de Seokhwa. Quando tocou na coxa macia, seu pénis duro roçou no pulso. Fingindo não perceber, foi lavar as costas. "Por que finge não notar?" "Notar o quê?" "Estou duro." Kwak Soohwan deu uma mordida suave no pescoço de Seokhwa, como uma tentação perigosa. "Sei. Tô tentando ser bonzinho porque vou te deixar duro. Tenho que te conquistar primeiro." Seokhwa segurou o pulso dele, guiando-o para baixo, e esfregou, fazendo as veias do braço ficarem salientes. "Ainda não te ganhei de vez, e tudo por sua culpa, doktô Seok." Kwak Soohwan tirou a camisa com uma mão, jogou água do balde sobre si mesmo, e parecia que o calor vinha dele, mas na verdade vinha da banheira. Fez espuma com sabonete, e limpou Seokhwa com as mãos cheias de espuma. "Você sabe o quanto eu quis te tocar?" "...Eu também." Seokhwa o abraçou, com os mamilos duros contra o peito ensaboeado de Kwak Soohwan. Seokhwa, incapaz de se conter, desabotoou a calça. A cueca interna parecia incrivelmente apertada. Por causa do sabonete, a calça e a cueca escorregaram facilmente. Seu pênis saltou, batendo com força na bochecha de Seokhwa. Kwak Soohwan sempre dizia que era insaciável, e Seokhwa não contestava. Ao tocá-lo com a mão ensaboada, ele cresceu ainda mais. Kwak Soohwan riu ao ver a mão de Seokhwa escorregando entre as coxas para tocar nos testículos. "Quer tocar minha bola, né?" Ele levantou Seokhwa e o beijou nos lábios. "Sabia que até predadores não se mexem se pegarem suas bolas? Se um urso atacar, vai pra lá." "...Impossível." Seokhwa segurou seus testículos frios. "Ugh, mesmo sem isso, já estou a seu favor, doutor Seok." Kwak Soohwan, como uma besta dominada, que tinha seu ponto fraco agarrado, jogou água suavemente na parte coberta de Seokhwa. Espuma escorregou pelos tornozelos deles. A água quente deixou as mãos de Kwak Soohwan quentinhas, dissipando qualquer frio. O rosto de Seokhwa molhado, com gotas escorrendo do cabelo, eram sensuais. Os lábios molhados se encontraram, fazendo um som úmido. O gosto na boca era doce. Quando as línguas se tocaram, a saliva escorreu, e a sede ardente só podia ser aplacada um pelo outro. Sem perceber, Seokhwa esfregou os mamilos contra o peito firme de Kwak Soohwan. "Você tá me enlouquecendo." Kwak Soohwan envolveu a cintura de Seokhwa com firmeza. Sua outra mão, passando pela lateral graciosa dele, segurou seu mamilo. "Ha-ut!" Braçou a protuberância rígida entre o polegar e o indicador, apertando, elevando-a. A sensação aguda era mais que dor. Seokhwa envolveu os braços ao redor do pescoço dele e aprofundou o beijo. O corpo todo, aquecido pelo banho, ainda se sentia quente. Quando jogaram água um no outro novamente, não sobraram mais espumas. Kwak Soohwan cobre Seokhwa com uma toalha grande, macia, com uma marca de pinguim. Tinha levado aquela toalha especificamente para secar o corpo de Seokhwa, sabendo que, se ele percevesse, reagiria indiferente, perguntando por que carregava algo que ocupava espaço. Mas, na verdade, Seokhwa parecia gostar da textura suave, passando as mãos na toalha. Ele tinha usado toalhas gastas e ásperas por muito tempo, por uso excessivo. Antes mesmo de preparar o banho, Kwak Soohwan foi meticuloso. Colocou Seokhwa sobre lençóis novos, ainda mais macios que a toalha. Começou a beijar dos lábios ao pescoço, removendo a toalha lentamente, como se descascasse uma casca. Separou a toalha que cobria a clavícula de Seokhwa, lambeu a carne por dentro, depois passou a língua pelo mamilo inflamado, mais inchado que o outro por causa das ações anteriores. Lambia com jeito, pedindo desculpas pelo que fez. Com a língua, pressionou de novo, sugando o mamilo totalmente. "Ah!" Seokhwa se agarrou mais forte, com medo de que seu peito caísse. Era uma ação dele, de um homem que achava que nunca mais ia experimentar aquilo. "Sabia de uma coisa? Nunca ejaculei sozinho." A voz baixa dele espalhou-se pelo peito molhado de Seokhwa, enquanto sugava o mamilo de novo. "Você também?" O homem que olhava para cima, com queixo apoiado no peito de Seokhwa, era de uma beleza impressionante. Seokhwa cobriu os olhos com a mão, com frio. "Tentei... mas chorei, aí parei." "Que besteira. Não pode chorar enquanto segura isso." Sua mão subiu por baixo, agarrando o pênis sob a toalha. "Não há nada de feio no nosso Seokhwa hyung. Até o pênis dele é bonito, e as coxas são deliciosas." Ele desceu e mordiscou a coxa de Seokhwa sob a toalha. O choque repentino fez Seokhwa estremecer. A coxa mordida e sugada ficou vermelha bem rápido. Kwak Soohwan, que queria devorar Seokhwa por completo, não se preocupou com mais nada. Esperou tanto por esse momento. Raspando a bochecha na perna de Seokhwa, levou a glande volumosa à boca. A parte mais macia e delicada do corpo de Seokhwa derreteu na boca dele. Começou a chupar, endurecendo, e até engoliu o pré-cum, deslizando a mão para o períneo de Seokhwa. O gemido exaltado era erótico. Kwak Soohwan, enquanto segurava seu próprio ereção, sugou o pênis de Seokhwa com mais força. "Vou gozar." Isso não podia acontecer. Kwak Soohwan soltou com um "pop", fazendo as pernas de Seokhwa estremecerem. Seokhwa olhou para ele com um olhar de reproche leve. Murmurando sobre economia de energia, Kwak Soohwan totalmente despiu a toalha ao redor da cintura. O corpo de Seokhwa, já marcado por mordidas e marcas de sucção, ficou avermelhado. As sombras do velas que piscavam dançavam no corpo de Seokhwa. Mesmo sem brisa, pareciam acariciar sua nudez. Seokhwa, enciumado até nisso, deve estar quase fora de si. O corpo dele ficava mais quente sob o olhar de Kwak Soohwan. Quando tinha aquela expressão intensa, porém contida, Seokhwa sentia uma dissonância estranha. Parecia superficial, mas escondia um fogo frio, como um controlador. Mas, independentemente de sua verdadeira essência, ele era o Kwak Soohwan de Seokhwa. Assim que segurou o pênis ereto de Kwak Soohwan com a mão, a boca dele ficou grudenta. Como se estivesse em transe, Seokhwa abriu os lábios e se inclinou, lambendo o pré-cum. Kwak Soohwan pegou seu antebraço, jogando a cabeça dele para baixo. Com um olho semicerrado, Kwak Soohwan abriu a boca também, como se estivesse sugerindo que fosse chupar. Sem hesitar, Seokhwa subiu por cima dele, oferecendo as costas. Quando Kwak Soohwan se recostou na cabeceira, o quadril de Seokhwa foi elevado. Lambendo a glande à sua frente, sentiu o pré-cum grudado. Seokhwa esperou com a ponta do próprio pênis na boca, na esperança de que Kwak Soohwan o engolisse quente. "Hu-it..." De repente, Kwak Soohwan lambeu até o períneo, segurando levemente o pênis e deslizando a língua pela fenda. A sensação há muito tempo sentida era nova. "Vai segurar na boca só?" Ele sentia Kwak Soohwan rindo. Seokhwa fechou os olhos e empurrou o pênis mais fundo na boca. Ele tinha aprendido a abrir a garganta e a chupar antes, mas agora não foi fácil. Ao engasgar, teve que respirar e tentar de novo. Toda vez que a cabeça do pênis raspa o céu da boca, ele se contorcia por baixo. A boca dele parecia outro órgão sexual. Com a boca mais aberta, aceitou o pênis, mas o de Kwak Soohwan pressionava contra sua garganta, resistindo ao refrão. A sensação de suas coxas endurecendo pelo que fazia era satisfatória. Seokhwa pensou que não aguentava mais. Kwak Soohwan, respirando pesadamente, rosnou como um lobo. De repente, seus dedos penetraram Seokhwa com força. Como alguém à beira de se afogar, Seokhwa se afastou. Demorou tanto para sair quanto para entrar. "Ah, dói." Com a intenção óbvia de alargá-lo, Kwak Soohwan mordeu e sugou seus glúteos enquanto seus dedos não paravam. Sua mão, que explorava o interior desde o começo, foi sem hesitar. Apesar disso, Seokhwa continuava a tratar o pênis na mão como um grande doce, rolando na boca. Caramba, sério. Com um movimento de quadril, o pênis escorregou mais fundo na boca de Seokhwa. Engasgando, seus olhos arregalaram, e o peito arfou descontroladamente. Assustado, Kwak Soohwan levantou o tronco para verificar Seokhwa. "Você tá bem?" "Sim... tosse." - Interrompendo-se, tossiu. Kwak Soohwan se colocou por cima do corpo de Seokhwa, dando tapinhas nas costas. Felizmente, seus pênis eretos continuaram firmes. Quando começou a mover o quadril, a tosse de Seokhwa diminuiu. Seus pênis roçaram um no outro, pressionando a barriga de Seokhwa. Ele se movimentava devagar, no ritmo. "Vou devagar, então acompanha meu ritmo, ok?" Eu posso mais rápido... Seokhwa ficou frustrado por não conseguir acompanhar Kwak Soohwan. "Eu consigo." Kwak Soohwan bateu de novo nas costas de Seokhwa e deitou-o de bruços na cama. Seokhwa se apoiou nos braços e virou o rosto para trás. Kwak Soohwan beijou suas costas de forma tranquilizadora. Ouviu o som molhado de Kwak Soohwan chupando seus dedos, que escorriam pelas nádegas. Seokhwa segurou as cobertas enquanto os dedos inseriam-se novamente. Com a boca aberta, só conseguiu gemer. Kwak Soohwan já tinha achado o ponto sensível. Flexionando e estendendo os dedos, massageou a próstata de Seokhwa, fazendo as estrelas explodirem na visão dele. "Ah, ah." As sensações conflitantes de prazer e desejo de escapar fizeram Seokhwa instintivamente puxar para trás. Mordiscou a bunda novamente em repreensão, e Kwak Soohwan envolveu suas pernas às dele, penetrando até fazer um som de sucção. "Ah! Ah, não. Ah."