
Capítulo 110
Minha irmãzinha vampira
Olá, meus queridos leitores. Escrevo esta mensagem para pedir uma semana de pausa na escrita desta história. Peço desculpas por fazer isso, especialmente no meio de um livro, mas preciso passar por uma pequena cirurgia e tirar um tempo para me recuperar. De 10 a 16 de outubro, não haverá novas postagens de “Minha Irmã Vampira”. Os capítulos voltam a sair no dia 17 de outubro.
Mais uma vez, desculpem pela surpresa repentina, mas nos vemos em breve! Espero que gostem do capítulo!
Rosalyn havia me aprisionado.
Não sei como ou por quê ela fez isso, mas o fato é que estava coberto por vinhas restritivas. Meu corpo estava extremamente cansado, e mal conseguia manter meus olhos abertos. O mais impactante, sentia minha energia mágica sendo sugada a cada segundo, o que me deixava incapaz de usar magia.
Com meu estado físico e mágico gravemente comprometido, tudo o que pude fazer foi me deitar de bruços, enquanto Rosalyn fazia o que bem entendia.
Repetidamente tentei me libertar ou, pelo menos, entender o comportamento de Rosalyn. No entanto, nenhuma das minhas ações deu resultado.
Da próxima vez que tentava quebrar as vinhas, elas se mexiam como se tivessem vontades próprias. Por algum motivo misterioso, minha energia mágica estava sendo sugada de modo exponencial. Meu estado físico também não era melhor, já que estava em um estado constantemente induzido por drogas, impossibilitado de forçar uma saída.
Era como se estivesse sendo controlado por um computador. Havia energia mágica suficiente só para minha sobrevivência, mas tudo mais era completamente eliminado.
Quanto a Rosalyn, ela não ajudava.
Além de me alimentar com o mínimo do seu sangue, ela nunca respondeu às minhas perguntas. Ainda pior era seu rosto sem expressão, que daria inveja a qualquer jogador de pôquer.
Ela frequentemente repetia as mesmas palavras.
"Estaremos juntos para sempre", ou "Lá fora... Perigoso..."
Não fazia ideia de por que ela agia assim ou por que me aprisionou sem motivo algum, e, por isso, só pude aceitar meu destino de prisioneiro.
Mas isso não significava que eu não fosse agir.
Enquanto minha força era continuamente sugada, minha mente lentamente se tornava mais clara. Ainda assim, consegui manter grande parte da consciência, mesmo com as vinhas de Rosalyn sugando minha energia mágica. Com o tempo, percebi algo importante.
Rosalyn não ficava do meu lado vinte e quatro horas por dia.
Sim, por doze horas seguidas, ela passava grande parte do tempo comigo. Seja me olhando como se eu fosse uma obra de arte valiosa, ou me alimentando com seu próprio sangue, ou... Bem, outras atividades mais adultas.
Ela, no máximo, ficava doze horas ou meio dia comigo.
Nas outras doze horas, ela desaparecia após me colocar em um estado de transe. Não sabia o que ela fazia naquele tempo, e minha capacidade mental nem me permitia acompanhar seus movimentos. E, claro, minha energia mágica era extraída num ritmo cada vez mais rápido.
Nem conseguia dizer quantos dias tinham passado desde que comecei a viver assim.
Sem luz do sol, não havia como acompanhar a passagem da noite, nem relógios para marcar as datas. Na verdade, a única razão pela qual sabia que doze horas haviam passado era porque contava os minutos mentalmente.
Me lembrava dos tempos em que estava incapacitado, praticamente um vegetal na cama de um hospital. Só que, dessa vez, estava dopado e fisicamente exausto para impedir uma fuga.
O reencontro com Rosalyn virou um inferno mental, algo que ia além do que eu poderia imaginar. Estranhamente, porém, não conseguia sentir ódio pela garota que me colocou ali.
Será que era a conexão que tínhamos? Será que nossas almas evitavam qualquer sentimento de ódio? Ou será que nosso relacionamento passado sobrepunha-se às emoções de raiva? Eu não conseguia te-lo certeza.
A única esperança que tinha eram os sonhos que me visitavam nessas horas tensas.
Sonhos de um garoto e quatro garotas. Não, acho melhor chamar as coisas pelo nome. As lembranças do meu passado estavam lentamente se desvendando diante de mim. Talvez fosse por causa da ligação atual com minhas quatro amantes. As memórias que tinham sido seladas quando machuquei minha alma começavam a retornar lentamente.
Os dias em que treinávamos juntos na natureza, ainda crianças. Os momentos preciosos de inocência que compartilhamos. E, mais importante, os sentimentos de jovens apaixonados.
Estavam todos ressoando dentro do meu coração.
Curiosamente, ainda não tinha devolvido a alma de Rosalyn. Pelo que Irina me explicou, a melhor forma de devolvê-la era estar conectado de corpo, mente e alma.
Ambas as nossas almas estavam há muito tempo ligadas, nossos corpos entrelaçados como cobras por dias a fio. Ainda assim, a alma dela permanecia dentro da minha, segurando os últimos fragmentos da minha memória e impedindo que meu Aspecto de Vampiro se manifestasse plenamente.
O que significava... A única razão de eu ainda não ter devolvido a alma de Rosalyn era porque nossas mentes ainda não estavam sincronizadas.
Mesmo após alguns dias conviveendo com ela, ainda não entendia completamente Rosalyn. Nem sei por que ela me sequestrou e prendeu, muito menos compreendo seu estado mental!
Foi a pior situação que vivi desde que me tornei Vampiro. Apesar disso, uma coisa mudou na minha vida…
"Sora… Você aí?"
"Estou sempre aqui, Jin!"
Ainda meio grogue, murmurei algumas palavras no vazio, como um doente de um hospital psiquiátrico. Porém, ao contrário daqueles que falavam com um vazio absoluto, uma voz alegre respondeu às minhas palavras pesadas.
Uma fada, ou melhor, para ser mais exato, uma fada-elfo voadora, apareceu do nada. Ela vestia um vestido de elfo branco, que parecia luxuoso para uma simples fada, e suas quatro asas de borboleta translúcidas brilhavam com um tom esmeralda. Embora eu não conseguisse medir exatamente seu tamanho, parecia ser um pouco maior que quinze centímetros.
O que era estranho, considerando que ela tinha uma voz extremamente alta para seu tamanho.
"Sora… Você não consegue fazer nada sobre essas restrições?"
"Bzzzzt! Bzzzzt! Sorry, não posso ajudar nisso! Não sou coisa física, lembra?"
A fada colocou a língua para fora e colocou a mão na minha testa. Porém, ao invés de sentir o calor de uma criatura viva, tudo o que percebi foi uma frieza, como se sua mão tivesse passado por minha pele como se ela não existisse.
"Você é mesmo inútil… Sabe disso?"
"Ei! Apesar de ser a verdade, não é legal ouvir isso!"
A fada colocou as mãos na cintura e fez bico, como um ursinho de pelúcia adorável.
Para pensar, tivemos uma conversa bem parecida quando nos conhecemos. Foi alguns dias atrás, quando percebi que Rosalyn desaparecia por meia manhã ou mais. Durante essas doze horas em que fiquei sozinho, tentei recuperar a consciência, procurando uma forma de escapar.
A magia não funcionava, e também não tinha força física suficiente para me libertar. A única coisa que mantinha minha sanidade viva era a força de vontade que cultivei após quinze anos como inválido.
Porém, apesar das minhas tentativas, as amarras de Rosalyn eram misteriosas demais. Sua habilidade de drenar magia era algo que nunca tinha experimentado antes, e as restrições físicas eram tão fortes que poderiam prender mil elefantes juntos, se fosse preciso. Para completar, ela me alimentou com uma droga que me deixava paralisado o tempo todo.
Senti que ficava em transe na maior parte do tempo. E, justo quando achei que tinha perdido a cabeça…
Surge Sora de repente.
Ela se chama Espírito, uma entidade que parece ser a personificação de toda criatura viva. Espírito, alma, ego… Eles têm muitos nomes. Mas os Elfos e quem vive na Floresta dos Elfos os conhecem por um só nome.
Espíritos.
Segundo Sora, a maioria dos Espíritos é composta por blocos de energia vital, que só existem no simples ato de existir. Estão em todo lugar e podem aparecer a qualquer momento. Em campos de grama, desertos áridos, no fundo do oceano… Enquanto houver vida, haverá Espíritos. E, em alguns casos raros, esses Espíritos podem ganhar uma consciência capaz de igualar a de um humano comum.
Quanto a Sora…
"Como você está se sentindo, Jin? Ainda cansado?"
"Você acha?"
Reprendi a fada ignorante por afirmar o óbvio. Não contente com minha resposta, Sora inflou as bochechas e chutou o ar com os pés.
"Não saberia! Não sou você!"
"Qualquer um perceberia só pela minha expressão…"
"Você não pode esperar que eu saiba! A única pessoa com quem me interesso é a Rosa, e você nem chega a chamá-la de vibrante ou cheia de expressões…"
Sora virou os olhos e repreendeu mentalmente a beleza ausente. Em suas palavras, Sora era contratada de Rosalyn e a Espírito responsável por protegê-la. Em termos mais simples, Sora era apenas a empregada ou servente de Rosalyn, fazendo suas tarefas enquanto a garota estivesse ocupada.
E, nesta vez… Seu trabalho era monitorar meus movimentos enquanto a garota estivesse ausente.
"Sabem… Essa é a primeira vez que alguém além da Rosa consegue me ver. Claro que, exceto ela!"
"Isso é surpreendente… Você disse que vive aqui há milhares de anos, né? Tenho certeza de que já viu um ou outro Elfo por aí."
"Sim, vejo todos os dias! Mas eles não podem me ver! Eu praticamente vivia sozinha até Rosa me contratar…" A fada parecia angustiada, suas asas pararam de bater, e ela abaixou a cabeça tristemente. Mas logo se recuperou.
"Por isso fiquei feliz que outra pessoa pudesse me ver também! Agora tenho dois amigos, ao invés de um!"
Huh… Então, Sora é uma Espírito que nem mesmo os Elfos conseguem ver, hein? Para ela contratar um Espírito de tão alta qualidade… Aliás, por que Rosalyn vive na Floresta dos Elfos e não na Sede do Jardim das Sombras?
"Jin… Você está triste?" Notando meu silêncio, a fada gentil flutuou até meu rosto tentando animar-me. "Por favor, não culpe a Rosa por isso, tá? Ela tem suas dificuldades… Se você aguentar mais alguns anos, tenho certeza de que ela vai te liberar."
"E quantos anos seriam esses?"
"Hmmmm… Talvez uns mil, mais ou menos?"
Pois é… Com certeza não posso esperar tanto tempo. Essa fada cabeça de vento… Será que ela acha que um milênio passa em um instante?! Não, preciso agir se quero sair desse inferno.
"Ei… Sora, a gente é amiga agora, né?"
"Claro!"
"E amiga conta tudo, né?"
"Você acha? Então, se você diz, eu vou confiar em você!"
"Então…"
Com o pouco que ainda tinha de força, sorri de forma sinistra e sussurrei:
"Me conte tudo que você sabe sobre Rosa…”