Minha irmãzinha vampira

Capítulo 109

Minha irmãzinha vampira

"Jin... Cansado?"

"Hmm? Não, estou bem."

Duas figuras sentadas sob o céu iluminado pela lua, completamente desprendidas do mundo ao seu redor. Como se fossem as únicas duas pessoas no mundo, as duas crianças deitavam lado a lado, observando o movimento das estrelas enquanto o mundo passava por elas.

A mais jovem das duas virou-se para encarar seu amigo, que tinha os joelhos encolhidos em uma posição ajoelhada. Como uma irmã mais velha, a garota tentou puxar a cabeça do menino para seu colo, aparentemente querendo aliviar a fadiga do garoto com seu calor corporal.

"Rosa... você está cansada? Você vem nos observando o dia todo."

"Assistindo Jin... Não estou cansada..."

"Está brincando," o menino sorriu sem esperança. "Nem acho que você tenha dormido uma vez! Você fica acordada quando vou dormir e acordada quando acordo. Vampiros não costumam gostar de dormir, né?"

"Dormir... Não é divertido."

"Não é divertido? O que quer dizer com isso?"

"Dormir... Assusta..."

"Ah? Você tem medo do escuro?"

"Escuro? Sim... Talvez... A escuridão é... assustadora."

A menina de cabelo verde apoiou as mãos nos cotovelos e se encolheu. Como um urso de pelúcia congelado, a garota pré-adolescente tremia com os olhos fechados; Deus sabe quais pensamentos passavam por sua cabeça. Vendo sua reação, o jovem abriu a mandíbula e demorou a formar palavras nos primeiros segundos. Contudo, ele se recompôs rapidamente e disse:

"Pensando bem, mesmo sendo a mais velha entre vocês quatro, você ainda é uma menina de onze anos."

Ignorando o fato de que o menino tinha, na verdade, um ano a menos que ela, ele se moveu por trás da menina tremendo e a apertou nos braços com ternura.

A súbita onda de calor de sua pele deixou a pele pálida da jovem completamente corada, enquanto seus olhos de Lapis brilhavam com uma mistura de alegria e satisfação. Como um gato ronronando, ela encostou o rosto mais fundo no peito do garoto e aproveitou seu abraço firme.

"Jin... Quente..."

"Vai dormir, Rosa. Eu vou te proteger."

"Rosa... me chame... Rosa..."

"Haha, você gosta mesmo de ser paparicada." O garoto acariciou seus ricos cabelos verdes e sorriu feliz. "Certo, Rosa. Vá dormir. Eu te acorde quando for hora."

"Fique comigo... para sempre?"

O menino ficou surpreso por um momento, mas só uma olhadela nos olhos sinceros de Lapis da garota foi suficiente para que suas faculdades mentais se desmanchassem. Apoiado no pescoço dela, ele sussurrou suavemente com uma determinação firme.

"Claro que sim! Ficarei com você para sempre, Rosa!"

"Jin... Nós vamos ficar juntos... para sempre..."

Com as palavras do menino ecoando em sua mente, a garota de cabelo verde finalmente relaxou todo o corpo enquanto sua consciência se entregava ao Jardim de Hipnos, sem uma única preocupação no mundo. Ela confiou tudo ao menino, que aceitou com um sorriso alegre.

Adormecendo nos braços um do outro, as duas crianças pareciam um par de patos-mergulhos que se grudam na cinturas. Era uma imagem doce e encantadora de duas crianças inocentes que transformavam seus sentimentos em algo mais do que uma simples paixão infantil.

Era...

❖❖❖

"Rosa..."

Eu acordei com o nome escapando na ponta da minha boca.

Em um estado de sonolência, mal consegui decidir se estava acordado ou sonhando. Se a luz que passava pelas minhas pálpebras era a realidade ou uma alucinação. Minha cabeça pesava, e eu mal sentia meu corpo. Parecia que eu estava preso em uma espécie de simulação, com a mente e o corpo separados.

Porém, com a pouca consciência que ainda tinha, abri os olhos para observar o ambiente.

O que notei de imediato foi o excesso de verde no ambiente. Sobre as raízes da terra, haviam diversos acessórios, como luminárias, prateleiras e até um incensário. Embora eu tenha chamado de quarto, era mais uma cabana simples, cavada fundo dentro de uma árvore grande. A minha suposição era que eu tinha sido levado ao loft de um Elfo, escondido entre as árvores, sem janelas para ver o exterior.

À medida que minha consciência voltava em ondas, consegui perceber melhor meu entorno. Não estava numa prisão ou numa enfermaria; estava no quarto privado de alguém. E, pelo colchão macio que cobria minhas costas, parecia uma moradia bem luxuosa.

Pisquei tentando acordar de vez do torpor em que estava. No entanto, a primeira coisa que senti foi uma forte restrição nos meus quatro membros. Principalmente, meus pulsos e tornozelos estavam presos, e toda vez que tentava me mover, uma dor ardente me enviava choques elétricos por todo o sistema nervoso, paralisando meus movimentos instantaneamente.

Engolindo toda a força que me restava, não consegui mover nenhum membro. Felizmente, consegui manter a consciência, o que me permitiu descobrir a causa dessas amarras.

Quatro trepadeiras espinhosas, mais grossas que minhas coxas, estavam enroscadas ao redor dos meus membros. Pareciam quatro serpentes mortais emaranhadas em mim, prontas para me devorar a qualquer momento. Mas, antes que eu pudesse entender como essas vinhas me seguravam, notei algo estranho no meu corpo.

Eu estava nu.

Não, completamente exposto ao mundo. E não só isso, meu órgão masculino estava incomumente ereto, duro como diamantes. Sem falar na umidade familiar que cobria aquele falo grosso.

Isso não era uma ereção matinal comum.

O sangue na minha virilha, além do aroma distinto de virgindade sendo perdida... a dor na parte inferior do corpo... E aquele cheiro conhecido de um homem e uma mulher entrelaçados em prazer.

Eu tinha feito algo com alguém... E, o melhor, enquanto eu dormia!

Jamais na vida pensei que fosse ser estuprado!

E... não precisei esperar muito para descobrir a identidade do meu algoz.

"Jin... Acordado?"

Uma voz doce e preguiçosa soou do canto do quarto. Mesmo que essa não fosse uma voz que eu ouvira há muito tempo, sabia com absoluta certeza quem era aquela mulher.

Devagar, movi minha cabeça para a direita, e então...

Fui recebido por uma beleza incomparável.

Envolta apenas por uma toalha de banho, a mulher deslumbrante era de tirar o fôlego. Sua aparência exótica era algo que eu nunca tinha visto antes. Olhos grandes, arredondados, que escondiam duas luas de Lapis de cores vibrantes, brilhavam com pura magnificência, fazendo-a parecer ainda mais artificial do que realmente era.

Suas sobrancelhas finíssimas cobrindo seus olhos grandes, e seu rosto em formato de diamante pareciam ter saído de um trabalho de um cirurgião plástico. Seus cabelos verdes, sedosos e reluzentes, caíam até as coxas, sugerindo que ela não cortava seus cabelos que caíam de forma contínua. Mesmo parecendo perfeita, seu cabelo não parecia desalinhado em momento algum.

Pelo contrário, estava tão bem cuidado que parecia uma cachoeira de esmeraldas escorrendo por seus fios. Além disso, ela estava toda molhada, como se tivesse saído do banho recentemente.

Embora não fosse tão alta quanto Ysabelle, ela facilmente passava de 1,80 metro. Suas pernas longas, sedosas, eram tão apetitosas quanto seu pescoço irresistível, e seus seios volumosos eram capazes de fazer qualquer um salivar.

E aquela fragrância de orvalho de outono vicejava intensamente...

Como descrevê-la?

Parecia que personificava a própria Mãe Natureza diante dos meus olhos.

Se não estivesse amarrado, certamente teria saído correndo para perto dela e dado um abraço apertado.

Aliás…

"Rosa? É você, né?"

"Jin... Você me reconhece?"

Havia um traço de surpresa nos olhos da jovem. Mas essa mudança foi extremamente sutil. Rosa costuma ser uma pessoa sem emoções aparentes, muitas vezes sonolenta e mal-humorada. Então, a mudança na expressão dela era bem discreta. Não demorou para que seu rosto sem emoções voltasse ao normal enquanto ela respondia à própria pergunta.

"Bobo... Jin não vai esquecer de mim... Claro que não..."

Tinha tantas perguntas na minha cabeça.

Onde eu estava? Por que ela me prendeu? O que eram essas vinhas que pareciam sugar minha energia, me deixando cansado e incapaz de resistir? O que ela fez com as outras meninas? Por que estou completamente nu e qual o sangue na minha virilha?

Era muita coisa para perguntar, mas as primeiras palavras que saiu da minha boca foi...

"Rosa... Quanto tempo."

"Jin..."

A garota sem expressão não se moveu um milímetro, mas, de alguma forma, eu senti a felicidade pulsando por ela. Suas emoções pesadas foram transmitidas através do nosso vínculo, e de alguma maneira, pude sentir todas as emoções represadas que ela carregava, transbordando em mim.

Anseio... Felicidade... E, mais dolorosamente, Solidão.

Nosso pequeno reencontro tinha sido construído ao longo de quinze anos, e Rosa tinha temido cada segundo desses quinze anos.

E agora que estamos juntos novamente...

"Jin... Nós vamos ficar... Para sempre..."