
Capítulo 159
(Hum, desculpe) Eu Reencarnei!
147 – O que é Natal? (Primeira Parte)
Publicado em 21 de janeiro de 2018 por crazypumkin
*Sem edições
Isso aconteceu quando eu ainda tinha só 3 anos de idade.
Ah, na verdade, eu tinha apenas 8 anos agora!
Sim, eu sei, ainda era bem uma criança nesta fase!
E então, vamos voltar 5 anos no tempo.
Em uma rua estreita, eu achava que todos aqueles casais de mãos dadas deviam terminar logo de uma vez.
Em público, pensava que todos aqueles casais que trocavam palavras românticas deveriam simplesmente explodir.
No pátio da estação, queria que os casais relutantes em se despedir, que se beijavam na hora da despedida, embarcassem em trens diferentes e nunca mais se encontrassem.
Com olhares de louco, eu rapidamente bati as claras de ovo. *swish swish swish* No silêncio da cozinha, só se ouvia o som do batedor. Apesar de ser apenas batendo as claras, uma tempestade de palavras de maldição se formava dentro de mim. Morra, realidade.
"Pra quê..."
Minha voz ecoou pela cozinha vazia. Junto com minha raiva, algo me deixava confuso também. Vocês, que têm a idade igual ao número de anos sem uma metade... tch tch. Meu querido parceiro de crime, eu tinha certeza de que você estava pensando na mesma pergunta que eu. Sim.
...De alguma forma, neste mundo alternativo, o Natal existe!!
" Está chegando o Natal."
Enquanto eu estudava sobre política nacional com muita dedicação, fui trazido de volta à realidade por essa frase.
"Sensei John. O que foi que você acabou de dizer?"
" Está chegando o Natal."
Fiquei sem palavras. O som dessa palavra simplesmente soou como uma má previsão.
" Pode ser... que você acabou de falar 'Natal'?"
Perguntei hesitante. Porque eu nunca quis ouvir essa palavra. Mas o Sensei John respondeu sem hesitar:
"Sim, foi isso mesmo. Por quê?"
E ele me olhou com uma expressão de dúvida. Ah, isso foi perigoso. Quase gritei alto. O que há de errado? Tudo está errado! Quero dizer, é Natal, sabe?!
Naquele Natal! Se eu não estiver enganado, foi o evento que parecia o inferno, certo?
Natal.
Embora tenha origem na religião na Europa, deixando essa parte de lado, para a maioria dos japoneses, 'Natal' era aquele homem de barba branca, vestido de vermelho, puxando um trenó com renas enquanto viajava pelo mundo entregando presentes, o 'Papai Noel'.
E graças a esse cenário, também era quando os pais presenteavam seus filhos.
Infelizmente, só descobri tudo isso pesquisando, já que na minha idade inocente, eu nunca recebi presentes. Mas vamos deixar essa parte de lado.
Sim, no mundo, 'Natal' era um evento onde os casais davam um show de romance.
Relembrando, foi quando estava na sétima série. Era um dia quente que lembrava o outono, quando na verdade era inverno. As árvores na rua estavam decoradas com luzes de fada, brilhando no escuro, enquanto eu, puro e inocente, olhava tudo admirado.
Mas naquele dia, eu vi.
Sob as árvores iluminadas, a figura de um menino e uma menina da minha classe se beijando. E aquele eu, puro e fofo, percebeu pela primeira vez. Que eu tinha a possibilidade de ter uma namorada.
Não, quero dizer, que estávamos na idade de começar a namorar. E quando olhei ao redor, vi casais espalhados por todo lado. Mesmo sendo uma escola pequena no interior, normalmente, não havia ninguém nesta hora.
Depois, foi o inverno do meu primeiro ano de ensino médio. Foi um dia especial em que nevou, formando um 'Natal branco'.
Claro que eu estava no meu trabalho de meio período, trabalhando, já que não tenho namorada. E, como de costume, em um restaurante. Observando do interior da cozinha, todos estavam em casais. Quando eu passava como garçom, ouvia comentários como " Trabalhar em um dia desses..." com olhares piedosos das meninas e os meninos me encarando com mau humor.
E a pior tortura veio na volta para casa.
As pessoas na rua estavam todas em pares, exceto por mim. Sim, todos formaram um casal. Naquele dia, tinha certeza de que as ruas do Japão estavam dominadas por uma seita.
Foi um pesadelo. Os danos foram enormes.
Eu recebia os mesmos olhares onde quer que fosse, por isso me apressei em voltar. Não estava correndo nem fugindo. Era uma retirada estratégica. Os ataques dos pares eram demais para mim.
Resumindo, o Natal no Japão era um inferno para mim. Estava no mesmo nível do Dia dos Namorados, como eventos que eu mais odiava. Por que a maioria dos eventos era feita para casais? Seja por estratégia de negócios ou por casais que aproveitavam, isso era irritante.
Pensar nos outros, pelo amor de Deus!
... Eu sei, isso é o que vocês chamam de 'complexo de inferioridade'! Mas! Você sabe, né?! Não acha que aqueles casais na rua eram só enjoativos?
Então, é isso. 'Natal' era simplesmente uma palavra assustadora. É só isso.
"A, ah, não, eu não sabia nada sobre 'Natal'."
Disse com uma faísca de esperança. Talvez, só talvez, o 'Natal' neste mundo fosse diferente. Mas essa esperança foi logo destruída pelo Sensei John.
"Entendi. Desculpe. 'Natal' é uma época em que um deus chamado 'Papai Noel' entrega presentes às crianças boazinhas. Há registros na história de crianças que vivem em favelas ou até rua, que receberam presentes dele. Ah, mas na verdade é um dia para agradecer a Deus por tudo que fez, só que quando as pessoas começaram a festejar demais, evoluiu para um evento.
...Especialmente para os casais. ... Droga, tem casais por toda parte na rua...»
John-Sensei murmurou a última frase em um sussurro. Sim, minhas lágrimas não conseguiram segurar. Minhas orelhas ouviram tudo claramente. Ai, a audição de uma criança realmente assustava.
A realidade é cruel. Pensei que não precisaria passar pelo inferno neste mundo alternativo. Não havia Deus. Hm, sim, tinha um (com barba)...
"Sensei tem alguma coisa planejada para esse dia?"
Perguntei enquanto ele sorria.
"Fu fu fu. Sim, tenho sim."
Ah, ok. Entendi. A agenda desse sorriso do Sensei estava cheia de experimentos e pesquisas. De alguma forma, comecei a me sentir melhor.
Enquanto pensava em tudo que aconteceu de manhã, continuei batendo. Tenho que incorporar ar na mistura. Querida clara de ovo, pelo bem do meu futuro, por favor, inflame-se com mais ar! Quanto mais crescer, mais popular eu será. Quanto mais crescer, mais alto ficarei. Era assim que eu pensava.
Por favor, cuide de mim.
Minha mente estava assim, pensando nas palavras do Sensei, sobre seus 'planos para o Natal'. Realmente, ter amigos fazia diferença... mesmo que isso não resolvesse nada. Todos éramos vítimas disso, por isso criamos grupos.
...Não era?
"O que há de errado?"
Como se o Sensei John tivesse ouvido meus pensamentos, ele perguntou. Ah, ele estava ali, usando o método de 'experimentar' para ver minha culinária.
"Não é nada. Só estava pensando que a mistura não estava crescendo."
"Deixa comigo. Acho que posso tentar também, já que é um experimento."
Disse o Sensei, com os olhos brilhando. É realmente só tentar uma forma diferente de cozinhar... mesmo que ele insista que é um 'experimento'. É bem diferente dos experimentos dele com círculos mágicos.
"Sensei, não é só um 'experimento' de cozinhar?"
Ele pode gostar da palavra 'experimento', mas deveria admitir que é só cozinhar mesmo.
"Ainda assim, cozinhar é cozinhar. Comida cura o coração. O desenvolvimento da comida é o desenvolvimento da cultura. O desenvolvimento da cultura é o desenvolvimento das técnicas. Acima de tudo, um experimento é um experimento, seja qual for."
Sensei John respondeu com uma expressão séria. As palavras dele eram tão impressionantes. Parecia tão estiloso! Droga... exploda, ikemen!
Mas a comida...
Fiquei pensando se neste mundo a comida é vista como uma cultura importante. Na Terra... no Japão, damos grande valor à comida. Não tenho tanta certeza quanto à Europa. Ah, sim, temos aquele provérbio…
"『Quem conhece os modos, também conhece a comida』, né?"
Sim, sim, esse mesmo... EH?!? Olhei para quem falou. Quem foi aquela pessoa? Apesar de só estarmos os dois agora.
"Isso foi...? "
Contendo o tremor na voz, dei meu sorriso de sempre, mesmo com as mãos não parando. Roda rápida. Tenho uma pegada firme. A elegância da física... não, não é isso! Como o Sensei sabia desse provérbio? Será que também existe um provérbio equivalente neste mundo?
Ou será que o Sensei é igual a mim (reencarnado)?
"Deixou pelo primeiro fundador. É um provérbio. Realmente toca o coração, né?"
Pensei que tinha errado... Sensei sorriu. Claro que eu estava errado. A maioria dos reencarnados perceberia que sou um também. Além disso, nem precisariam pesquisar tanto sobre círculos mágicos. Eu entenderia se pensasse um pouco mais.
"O Primeiro Fundador..."
O nome dele deve ser Elzmu Tera Olo... ou algo assim. Era ridiculamente longo para eu lembrar de tudo. Talvez fosse esse mesmo... Queria acreditar que sim. Havia tantas leis e detalhes que se pareciam com o mundo anterior, tinha altas expectativas nele.
"O Primeiro Fundador foi magnífico. Só que parece que ele odiava deixar registros sobre si mesmo, então não há muito na história."
Entendi... Por um momento, fiquei feliz pensando que, se eu procurasse, descobriria a verdade. Talvez isso estivesse estampado na minha cara, pois o Sensei John riu.
"Você também admira o Primeiro Fundador, né... agora que lembrei, o Will só tem 3 anos. É só nesses momentos que você age como uma criança..."
De algum modo, olharam pra mim com uma compreensão calorosa.
Hm.
Parece que fui mal interpretado. Recebi o mesmo olhar de alguém que vejo do meu pai. Aquele olhar de adulto encarando uma criança animada, sorrindo por estar ao lado do seu herói em uma foto.
"N-não é isso. Eu..."
"Ah, Will. As claras de ovo cresceram bastante. Assim está bom, né?"
Eu, que tinha acabado de falar para esclarecer o mal-entendido, fiquei em silêncio quando o sorridente Sensei John falou. Parecia uma desculpa. Bem... eu realmente pareceria uma criança fazendo birra aqui.
Hm? Sou uma criança? Não, não, não. Meu corpo é pequeno, mas por dentro ainda sou um cavalheiro. Um cavalheiro mesmo.
E assim, o cavalheiro que tinha dentro de mim desistiu de explicar e foi verificar as claras de ovo. Sim, sim. O merengue ficou bem batido, firme e consistente.
"Está perfeito, Sensei!"
Felizmente, coloquei o merengue em outra tigela e misturei tudo. Os ingredientes dessa tigela eram gemas, manteiga e açúcar mascavo. Vocês já sabem o que estou planejando fazer, né?
"Então, Will, o que você vai fazer?"
Sensei perguntou. Dei um sorriso.
"Um bolo de chiffon, Sensei!"