
Capítulo 160
(Hum, desculpe) Eu Reencarnei!
148 – O que é Natal? (Segunda Parte)
Publicado em 28 de janeiro de 2018 por crazypumkin
*Não revisado
"Um bolo chiffon, Sensei!"
"...Chi...ffon cake?"
Sensei John repetiu minhas palavras, tendo um pouco de dificuldade na pronúncia.
Chiffon. É um tipo de tecido que era fino e leve. E, aparentemente, como o bolo era assim também, recebeu esse nome. Não era um bolo grosso e muito pesado no sabor, mas sim, tinha uma doçura leve e era tão aerado que dava a sensação de morder o ar. O bolo chiffon era uma das sobremesas que eu amava.
E como eu já tinha feito esse bolo várias vezes na minha vida anterior, decidi prepará-lo aqui também. O Natal aqui era confirmado como um dia abominável, amplamente comemorado por casais, mas isso não significava que solteiros como nós não pudessem aproveitá-lo também.
E qual a melhor forma de aproveitar o Natal para os solteiros?
Bolo, frango, espumante etc etc. Sim, comida. A comida de Natal sempre era algo para se esperar ansiosamente. ...Embora aquele vazio que vinha depois de comer até não aguentar fosse meio...
"É o nome do bolo."
Pousei a mistura na forma de ferro. Este mundo tinha feito alguns avanços incríveis, mas por que a parte de comida parecia estar parada no tempo? Ah, pratos ocidentais e japoneses normais estavam sendo feitos aqui, mas sobremesas e doces simplesmente não existiam. Aqueles alimentos que precisavam de um pouco de trabalho para serem feitos simplesmente não estavam disponíveis aqui. Sabe, comidas que mostravam 'poder feminino'.
Que modo desconexo de administrar este mundo?
As únicas sobremesas que tinham alguma lembrança do meu mundo anterior eram 'Gelatina'. Bem, meu amigo, o Primeiro Fundador, deveria ter desenvolvido o cardápio aqui, mas talvez por ser homem, não gostava muito de doces, por isso essa parte do menu estava ausente. Como sobremesas são bastante complicadas, ninguém faria se nunca tivesse mexido nisso de verdade.
"Nunca ouvi falar disso antes."
Sensei John comentou, inclinando a cabeça confuso.
"Sério?"
"Sim. Na verdade, eu tenho um pouco de deficiência por doces. Todas as lojas de sobremesas na capital já estão sob meu comando, mas nunca vi ou ouvi falar de algo assim antes."
A dominação da capital…! Isso definitivamente não era só 'um pouco'! Para ser sincero, fiquei surpreso. Esse cara sério, com óculos, tipo o personagem S de histórias de mangá erótico, tinha um gosto por doces! Será que era isso que chamam de 'lacuna'? Aquela coisa de 'gap moe'[1] que eles falam na Terra encaixava perfeitamente com ele, com aquele visual impecável.
Embora, na verdade, eu não sentisse 'moe' por ele. Se um shota fosse 'moe' por um rapaz de 26 anos, aí a coisa ficaria séria.
E, vamos deixar tudo isso de lado.
"Heh, hei, é por isso que estou experimentando. Essa aqui é uma nova receita que pensei."
Dizia, com orgulho no rosto. Bem, sim, essa receita não foi criada por mim, mas por uma empresa americana que a desenvolveu, e eu só adaptei. Foi mais fácil, já que não consegui explicar a parte da 'América'.
Durante esse período, bati repetidamente a forma contra a mesa. Não era raiva ou algo assim, mas sim para tirar o ar da mistura. Se eu esquecesse esse passo, o bolo chiffon teria buracos grandes no meio.
"Oh, meu Deus!"
Os olhos de Sensei brilharam ao ouvirem minhas palavras. A expressão radiante dele, ao se aproximar, fez eu recuar um passo.
"Eh, er, hã…?"
Mas Sensei já tinha se aproximado. Com minha voz trêmula, ele olhou para mim, ficou um pouco envergonhado, e então riu, pedindo desculpas.
"Ah, desculpe, me empolguei demais. Sempre achei que não tinha nada de feliz no Natal, mas parece que este ano vai ser diferente."
Disse, com os olhos brilhando.
Hum, que ótimo. Fico feliz que ele estivesse contente. Mas mesmo assim, a intensidade do quanto ele gostava de doces… finalmente pude descobrir seu lado oculto.
Ah, Natal.
Eu costumava monopolizar o bolo e o peru. Não era ótimo? Olhe só como os outros cortaram o bolo de tronco em pedacinhos pequenos para todo mundo. Sim, era assim que os solteiros tentavam se manter sãos. Caso contrário, começariam a lançar maldições por aí.
...Hum. Parecia que eu não tinha mudado muito desde a minha vida anterior. Ainda ficava brava quando batia nos ovos. Isso fica enraizado.
"Tenho vontade de experimentar como fica."
Sensei deu uma espiada na ferramenta mágica que chamei de 'Forno', depois de colocar a forma para assar. Ele parecia ansioso. Eu não posso falhar, posso?
Mas acho que não vou falhar mesmo. Além da praticidade da ferramenta mágica. A que temos aqui mede igual às do mundo de onde eu vim, e pode até ser mais prática. Essa criança aqui funciona como forno e micro-ondas ao mesmo tempo. Suspeito profundamente que o Primeiro Líder de Beryl seja uma pessoa que reencarnou como eu, ou talvez tenha sido o Primeiro Fundador quem a fez.
Maravilhoso.
Mesmo os nobles, se tivessem esses objetos práticos por perto, dariam tudo de si pelo seu país.
"Que emocionante! Hum, está cheirando muito bem!"
Enquanto esses pensamentos aleatórios passavam pela minha cabeça, Sensei John continuava espiando o forno, atento.
Você é uma criança?!
Contendo aquela tentação de fazer uma brincadeira, sorri e me virei para olhar para o forno.
"Está crescendo bem."
A massa dentro do forno tinha crescido acima da forma. Parece que a merengue ficou perfeita. Se tivesse passado do ponto na parte do merengue, o bolo não teria crescido assim. E, como Sensei disse, um aroma doce leve de chiffon começou a sair.
Meu nariz começou a farejar sozinho.
Faz quanto tempo que não faço um bolo chiffon? Desde que nasci. Foram três anos. Hum, foi cedo ou tarde demais? Considerando minha idade, acho que foi cedo, mas como uma pessoa que ama sobremesas, ficar três anos sem elas foi difícil.
Bem, de todas as web novels que li, geralmente o protagonista que reencarnou nem era permitido entrar na cozinha por ser muito jovem. Ou, às vezes, o filho de um nobre desprezava cozinhar e o protagonista, furioso, entrava em batalha com ele/ela.
...Gostaria de entender por que esses clichês não acontecem aqui de jeito nenhum. Fico feliz, mas também um pouco decepcionado.
Bem, pelo menos é melhor que estar em um mundo com comida ruim! Apesar da falta de doces e junk food, o nível de comida aqui era semelhante ao do Japão.
"O—"
Estava prestes a dizer algo quando uma campainha tocou do forno.
"Pronto!"
Sensei John quase pulou em cima do bolo. Com certeza dava para imaginar o sabor só pelo cheiro, e um chiffon macio e aerado ficou pronto. Os olhos de Sensei estavam em mim o tempo todo que tirei a massa. A mensagem foi clara.
Posso comer agora?
Ele parecia ansioso, com várias expressões diferentes, mesmo normalmente tendo uma expressão neutra. Será que ele realmente estava com tanta vontade de comer assim?
*Sorriso malicioso*
Não consegui segurar uma risada. Sensei John parecia um cachorro agora mesmo. Hoje, realmente, o personagem dele desandou. Com um sorriso irônico no rosto, então eu disse:
"...Ainda precisamos deixar esfriar primeiro. Se não, não vai desmanchar bem na forma."
A expressão de desespero de Sensei caiu, e ele abaixou a cabeça.
◆
Ahh, que bênção.
Fechei os olhos enquanto mordia. Aos poucos, o bolo era destruído pelos meus dentes. Era aerado e leve, mas ainda tinha uma textura agradável. E, como diminui a quantidade de açúcar, uma doçura suave e macia penetrava na boca. O aroma era simples, mas irresistível. Fiz um ótimo trabalho.
Um bolo chiffon depois de tanto tempo era o melhor.
Sensei John tinha uma expressão de felicidade enquanto também mastigava devagar, aproveitando o sabor do chiffon. E, enquanto indulgia nesse êxtase, lembrei de uma coisa.
"Sensei, o Natal é um dia para casais, não é?"
"Sim, isso mesmo. É o pior."
Daquela cara de felicidade, Sensei imediatamente virou uma expressão de nojo ao me responder. Bem, eu concordo com ele, mas acabei percebendo uma coisa agora.
"Mesmo na minha idade?"
Se fosse mesmo assim, eu preferiria morrer. Sensei suspirou suavemente, e imediatamente retomou seu rosto sério, me olhando. Parecia que ele também percebeu isso!
"Não… Para crianças como você, é só um dia em que comemos, fazemos uma festa, nos divertimos e ficamos na dúvida se o Papai Noel virá ou não."
"Ah, entendi."
Quem foi mesmo que ensinou que o Natal era um dia só para casais? Tra-la-la-la-la, la-la-la-la. Sim! Você acertou! Foi ninguém mais, ninguém menos que Sensei John!
Ensinar aos alunos coisas erradas por causa de preconceito não é uma boa prática.
Sim, e parece que Sensei também concordou comigo, olhou para mim com olhos de agradecimento. Assim, aos três anos, aprendi que o Natal aqui era um evento bem chato.
Por quê, por quê… Por que o Natal foi se degradando a esse ponto também neste mundo? Eu tinha certeza de que você entenderia que eu realmente queria agarrar aquele velhote de barba e dizer como me sentia.