
Capítulo 158
(Hum, desculpe) Eu Reencarnei!
146 – Uma Dama Nunca Será Derrotada
Publicado em 13 de janeiro de 2018 por crazypumkin
*Não editado
TN: Bem, os resultados saíram e, como vocês podem ver, vou traduzir exatamente como o Autor escreveu!
O Festival de Fogos de Artifício organizado por Will terminou em alta.
No dia seguinte.
Will estava em excelente humor, pois Zen e Selphy iam ficar um pouco mais tempo após o evento, mas ao contrário dele…
Isto era ruim.
A cauda de Chiffon se enroscou em uma bola enquanto suas orelhas mexiam inquietas. Will-Sama tinha apenas 8 anos. Era normal para um menino da idade dele passar mais tempo com os amigos do que se apaixonar.
Mas ainda assim, isso era ruim se continuasse assim.
E se, durante esse período em que ele ainda não demonstrava interesse por amor, seus sentimentos pela amiga se fortalecessem e algo florescesse entre eles? Chiffon estava preocupada por não entrar nem um pouco no campo visual dele.
Ser sua criada pessoal era, de certa forma, retribuir uma dívida de gratidão, mas era mais pelo sentimento de querer estar ao lado dele. E, se surgisse uma oportunidade de algo acontecer quando estivessem juntos…
Nos romances que lia para pesquisa, muitas histórias narravam como Nobres colocariam as mãos nas suas criadas. No final, as criadas ficavam grávidas e eram então unidas em casamento como esposas.
Ah, que maravilha!
No frio do inverno, Chiffon tentava ao máximo limpar as janelas, quando de repente, uma mão aquecida tocou nela. Quando ela se virou surpresa, viu Will, sorrindo para ela… Chiffon rapidamente interrompeu seu devaneio com pressa. Não podia deixar escorrer sangue do nariz no meio do trabalho.
Ela podia ser considerada uma pervertida pela sociedade, considerando a idade de Will.
Mas tudo bem, se isso significasse que ela poderia ficar ao lado de Will para sempre. Era o quanto ela o amava, que sentia felicidade só por estar ao lado dele.
Mas então…
"Existe uma rival forte…"
Chiffon suspirou. Ela esperava que Will fizesse amigos na escola e até imaginava que ele seria admirado por muitos. Tanto que não seria estranho que ele tivesse até um clube de fãs.
Embora as expectativas de Chiffon estivessem totalmente corretas.
Por isso, ela se preparou para enfrentar sua rival quando soube que Will traria amigos ao voltar.
Mas…
Provou-se que ela estava completamente enganada. O maior inimigo estava bem ao seu lado! Claro, a amiga de Will, Selphy, mostrava descaradamente sua atração por ele, e Chiffon ficou surpresa com a cabeçada comandada por Will diante disso. Mas!
Sim, nele! Seu maior inimigo!
John! O tutor particular de Will e seu melhor amigo, o único, JOHN!
Embora Chiffon estivesse ciente de que eles não viam assim. No entanto, eles eram tão próximos que não sobrou espaço para ela se encaixar. Ela queria evitar a situação em que só John pudesse captar a atenção de Will, enquanto ela sempre estivesse de fora.
Ela respirou fundo, segurando com força o pano em suas mãos. Ela tinha a tarde livre hoje. Como Will estava brincando com Zen e Selphy, essa era a única chance.
"Hora de atacar!"
[TN: Ataque da Chiffon]
◆
Graças a Will e seus amigos, a residência estava cheia de energia animada. Ah, embora a maioria ainda estivesse se recuperando do entusiasmo do 'Festival de Fogos de Artifício' que Will planejou.
Foi uma experiência quase mágica para Chiffon também.
Quando os olhos de Will encontraram os dela bem antes dos fogos de artifício e ele sorriu, Chiffon achou que seu coração ia explodir de tanto sentimento guardado. Se aquele incidente não tivesse acontecido, ela talvez ainda estivesse mergulhada na felicidade. Frustrada, Chiffon mordeu o lenço.
Todos os lugares movimentados eram os que trabalhavam ao máximo, como a cozinha ou o quarto de roupas. Mas naquele momento, o corredor por onde Chiffon caminhava não se encaixava em nenhum desses exemplos, pois ela ativou sua habilidade de apagar sua presença — uma habilidade que tinha desde que ainda era uma [Sombra].
O motivo disso era porque essa área era onde todos os serviçais, como criadas, jardineiros e até cozinheiros, dormiam. Essa região, localizada na parte norte da mansão, ainda permanecia um pouco escura, mesmo sendo à tarde. Aliás, a porta da mansão voltada para o sul fazia com que essa parte da casa ficasse na parte mais traseira.
Parece que foram os próprios servos da primeira geração quem insistiram em colocar os aposentos aqui. O chefe da primeira geração queria construí-los em um morro onde o sol brilhava forte e perto tanto da rua quanto da mansão.
No entanto, houve objeções, dizendo que era um desperdício e que não tinha sentido se não fosse mais próximo da casa.
Assim como Gion e Will, cada chefe dos Beryl’s se autogerenciava, e os serviçais não tinham chance de interferir. Provavelmente, eles tinham medo de acabar não fazendo nada se suas moradias fossem mais distantes.
Por alguma razão, cada chefe dos Beryl’s tinha especificações altas demais, tanto que os servos ao redor pareciam idiotas completos. Quem não gostaria de ser a mão ou a perna direita de seu mestre?
E assim, muitos acabaram trabalhando nos bastidores e carregando o orgulho de apoiar o magnífico chefe em tudo que ele fizesse. E graças a isso, os aposentos dos serviçais foram construídos na ala norte.
Foi o que estava escrito no grosso livro [O Coração do Servo] que Mary-San lhe entregou.
Chiffon lembrou-se do livro espesso com cansaço. Isso porque, embora fosse leal à família Beryl, ele tinha uma visão um pouco diferente. O livro continha o conhecimento e os sentimentos dos servos ao longo de 200 anos. Apesar de gostar dos Beryl’s também, ela se cansava um pouco de ter que suportar e continuar a história dos antecessores.
Chiffon se recompôs, fazendo suas orelhas e cauda erguem-se.
Embora fosse óbvio que não se devia fazer barulho na área de moradia, a maioria das pessoas que ficava aqui estava trabalhando neste horário. Além disso, prefeririam ir ao matsuri se tivessem tempo.
Diferente dos outros setores da mansão, aqui era silencioso. Mas, se Chiffon focasse suas orelhas…
"Ouço o barulho de uma caneta riscando."
Chiffon murmurou para si mesma, sorrindo. parecia que seu alvo estava na sala. Era o John de quem ela falava. Ele sempre ficava em seu quarto até ser chamado. Ultimamente, ele esteve no laboratório de pesquisa no castelo, mas na maior parte do tempo fazia alguma coisa dentro de seu quarto. John era popular entre as meninas novatas, mas evitado pelas que já estavam há mais tempo aqui.
Seu visual era bom, mas como amante…
Disse uma colega de Chiffon. Apesar de serem adolescentes, todas tinham uma visão bem realista. Mas isso não tinha nada a ver com 'somente Will' para Chiffon.
Respirando fundo, Chiffon bateu na porta.
◆
"Tenho perguntas!"
Chiffon entrou na sala e falou imediatamente. Devido ao tom ameaçador, John não pôde evitar recuar um passo e ficar na defensiva.
Para o John que ficou parado, Chiffon entrou em seu quarto sem restrições ou vergonha. Embora não fosse adequado para uma garota agir assim, ela não se importava naquele momento. Apontou com o dedo para o John surpreso enquanto a ponta da sua cauda se eriçava e ela gritou:
"Primeiro, primeiro, você voltou a dormir com Will-Sama, não foi?! Por que fez isso?! É um absurdo!"
John piscou surpreso com a acusação repentina.
"Não, eu…"
John ficou boquiaberto. Will era apenas um menino e, além disso, todos eram do sexo masculino. Para Chiffon, que invadiu abruptamente, ela só parecia uma mulher estranha, e ele desviou o olhar. Isso fez crescer sua má interpretação.
John fez algo errado, por isso olhou para o lado. Sua raiva aumentou.
"Como eu esperava! Você é um shota-con!"
Chiffon já estava quase rosnando nesse ponto, e John ficou muito assustado com isso. Para completar, ela o acusava de ser um 'Shota-con', uma palavra que ele, como estudioso, nunca tinha ouvido antes. Ele tentou recuar, pensando 'Se eu conseguir um médico para dar uma olhada nela…'
"O que… é 'shota-con'?"
A pergunta que ele conseguiu fazer foi respondida com algo inacreditável.
"Não sei! Will-Sama disse que quando viu um tio puxando a mão de um garoto enquanto sorria! Você é parecido com aquele tio!"
"Tio…!? "
Até John ficou abalado com isso. Will tinha acabado de expressar suas preocupações sobre sua vida amorosa ontem. Será que era realmente tão sério assim? John não pôde deixar de começar a se preocupar consigo mesmo.
"De qualquer forma, eu só estava fazendo um experimento com Will…"
"E qual foi esse experimento? Inapropriado!"
"Não, isso…"
John tentou explicar, com a voz tremendo, mas Chiffon não ouvia suas palavras.
"E além disso! Por que é 'Will'? Isso é um desrespeito a quem você serve! Você devia demonstrar respeito! Que ariscada!"
"Você disse tudo isso, mas deve estar com ciúmes…"
"E ainda? Seguir Will-Sama até a capital! Você é um stalker?! Que nojento! Que ariscada!"
"Noj…"
John ficou sem palavras diante dos insultos. Precisava se recompor. Discutir emocionalmente nunca era bom. Ele precisava agir de forma prática.
"…Digo, fui ordenado pelo Mestre a retornar ao castelo para continuar minha pesquisa."
Aliás, essa ordem foi dada porque o Rei (Kesamu) insistiu que o Mestre (Gion) chorava por não avançar na pesquisa.
Na verdade, John era um dos poucos capazes de acompanhar o conhecimento 'louco' de outro mundo de Will, considerado um gênio entre os estudiosos do reino. Sua saída foi um golpe sério para a pesquisa deles.
John sabia que tinha dado a explicação perfeita, e justo quando se sentia vitorioso…
"Hic…suspiro…wahhhhhh."
Com as emoções à flor da pele, Chiffon começou a chorar. No fundo, ela entendia de onde John vinha, mas seus sentimentos simplesmente não conseguiam acompanhar. Para uma garota preocupada com sua vida amorosa, teoria nenhuma substituía a realidade. Para ser franca, ela sentia uma inveja enorme do relacionamento de John e Will.
E isso, por si só, era suspeito.
Ao ver Chiffon chorando descontrolada, a expressão de John desabou, entrando em pânico. Se Will visse aquela cena, ele certamente diria algo.
"Mas… mas… cheira a alguma coisa… hic…"
Na verdade, essa era a opinião geral de toda a mansão.
Fujoshis, com seus corações podres, engoliram esse isca com alegria, mas até mesmo as mulheres de coração puro coraram com o quão próximas elas eram.
Elas estavam tão próximas que podiam brincar, discutir, mostrar um sorriso diferente ao de outros, e por vezes, havia relatos de quem espionava suas portas e os via segurando as mãos e olhando nos olhos um do outro.
Era normal também que Will passasse a noite no quarto de John, e quando um criado ia trocar os lençóis, via eles dormindo na mesma cama…
Na verdade, o relacionamento entre John e Will era uma conexão estranha — eles nunca tiveram namorada antes — e como podiam pensar e saber o que o outro pensava, tratavam-se como grandes amigos inseparáveis.
Quanto ao motivo de segurarem as mãos e se encararem, Will estava ensinando John técnicas de controle e manipulação de mana. Como pesquisadores, eles frequentemente faziam experimentos até altas horas, sem se preocupar em dormir juntos, tratando isso como um acampamento.
Por mais que cada época e local tenham suas particularidades, dois homens de boa aparência juntos sempre serão um chamariz. Primeiro, aquelas irmãs mais velhas, com corações podres, que se aproveitariam disso — e aí começava o desastre.
Essas irmãs espalhariam suas ilusões para todos, que se espalhariam para outros que mal interpretariam ou que não ligariam no começo, mas começariam a desconfiar.
Depois de pensar nisso, isso ficava sempre na sua cabeça. Era uma arma de distração, e as irmãs podres a usavam sem perceber.
Não… Todos sabem, bem no fundo, que tudo não passa de ilusão. Mas os humanos são seres que pensam e fantasiam, e assim, quem caía nessa armadilha era essa menininha inocente apaixonada.
Ou seja, Chiffon.
Ela foi abusada pelo orfanato desde pequena e foi salva por Will, quando trabalhava como [Sombra]. Claro, ela não tinha experiência em amor, e Will foi seu primeiro amor. Diferente da admiração que suas colegas sentiam, ela realmente gostava de Will.
Sem imunidade ao amor, ela não podia evitar de pensar em John toda vez que pensava em Will e naquelas mãos entrelaçadas…
Chiffon, que sempre se controlava ao imaginar isso, explodiu ontem. Conseguiu se segurar na frente dos convidados, mas à noite, deitada na cama, não parava de se preocupar.
Foi no fim da tarde.
Num quarto com pouca iluminação, os dois olhavam nos olhos um do outro e, mais ainda! John tinha um sorriso feliz enquanto dizia a um Will visivelmente surpresa:
"Tudo bem. Porque encontrei um amante melhor que a pesquisa… e esse é você, Will."
Aquilo selou tudo. Será que era uma confissão de amor? Chiffon ficou vermelha como um tomate ao lembrar e começou a chorar. Will negou, mas e John??
"D… dizer palavras tão melosas… que horro…! Que horror! Que feio!"
"Hã? Espera, o que você está dizendo agora?"
"John-Sama, eu, Chiffon, não vou perder para vocêeeeeee!!!"
O quarto de John virou um caos.
◆◆◆
TN: Muahahahahaha. Foi hilário traduzir isso. Ahhh, Chiffon, garota maravilhosa.
Aliás, essa frase que John disse apareceu no capítulo 126 – Pare com isso.