
Capítulo 199
Poder das Runas
Capítulo 199: Arena Estrelato
“Antes de ir lutar contra ele, lute comigo primeiro. Eu vou te derrotar. E depois disso, nunca mais mencione isso de novo.”
Mais uma bomba foi jogada, deixando a tensão ainda mais insuportável. Sentia-se como se a atmosfera inteira tivesse ficado pesada, pressionando o peito de todos.
“Pare, Elysia. Você acabou de se recuperar. Não pode lutar.” Grace avançou rapidamente, segurando firmemente o ombro dela, a voz carregada de pânico e preocupação.
“Sim, você não deve agir impulsivamente. Não tome decisões precipitadas.” Lyra também falou de trás, aconselhando gentilmente, tentando puxá-la de volta de uma ação irreversível.
Mas o rosto de Elysia continuava sério. Sua expressão nem sequer vacilou. Antes que pudesse responder, Ray, que já tinha parado ao ouvir suas palavras, lentamente se virou e a encarou. Seu rosto estava rígido, mas a raiva que transparecia por baixo era claramente visível.
Ele tentou se controlar, tentar parecer calmo e impassível. Mas foi em vão. As emoções dele já começavam a transbordar através do olhar, das mãos cerradas e do queixo levemente trêmulo.
“Quer lutar comigo?” perguntou Ray, com a voz baixa, porém carregada de peso.
“Sim,” respondeu Elysia firmemente, com um tom inabalável.
“Por quê?” Ray franziu profundamente a testa, tentando entender.
“Você realmente está perguntando por quê? Não estava quase desafiando Ash para um duelo? E agora que estou fazendo o mesmo, você tem a coragem de me perguntar por quê?” A voz de Elysia ficou fria, incomum até. Um gelo percorreu suas palavras, algo que antes não estava lá.
Há poucos momentos, ela tinha entrado em pânico por ter sido pega de surpresa pela declaração repentina de duelo de Ray.
Mas agora…? ...agora ela estava perfeitamente calma. Até ela achava estranho como sua condição mudou tão rapidamente. No entanto, no fundo, ela entendia que essa calma ousada não era inteiramente dela própria.
Ela vinha da influência de energia demoníaca que há muito tempo tinha uma conexão profunda com sua força vital. Apesar de estar longa removida, sua influência era sutil, mas enraizada em suas emoções, tornando-a mais decidida, mais audaciosa e mais obcecada.
“Isso e aquilo são coisas diferentes,” disse Ray. Sua voz agora estava um pouco mais baixa, mas seu olhar não vacilava. Seus punhos permaneciam cerrados, e seu coração ainda parecia apertado por dentro.
Elysia deu um passo à frente e ficou bem na sua frente. Erguendo a cabeça, olhou diretamente nos olhos dele, com os olhos vermelhos como sangue, sem piscar, afiados.
“Como isso e aquilo são diferentes, Ray? Você estava quase desafiando Ash para um duelo... só porque eu te rejeitei. E agora estou te desafiando por causa disso... Então me diga, exatamente, como isso é diferente?”
Suas palavras tinham peso, carregadas de verdade e dor não filtrada.
“O que você está tentando provar lutando contra ele? Que você é poderoso? Que é melhor que Ash? E mesmo que seja... e daí?”
“Mesmo se você vencê-lo... Mesmo que fique acima de todos os outros... Eu ainda não vou gostar de você, Ray. Isso não vai mudar. Nunca vai.”
Silêncio.
O ar ficou pesado, carregado de emoções não ditas, enquanto Ray, quase se segurando para não explodir, cerrava os punhos e apertava as palavras, sua voz tremendo,
“Eu… entendi… mas você sabe o que acabou de dizer, né? Você mesma disse… que Ash é mais forte do que eu. E se essa é realmente a sua opinião, então quero testar isso. Quero enfrentá-lo, quero ver se ele é realmente mais forte do que eu, como você disse.”
Ele fez uma pausa, sua voz ficando mais tensa, misturando desespero e frustração.
“E mesmo que você nunca passe a gostar de mim, quero provar uma coisa — aquele que você admira tanto, aquele fraco… não é quem realmente está melhor para você. Ele tem potencial baixo, e no fundo, você sabe disso também. Ele vai continuar fraco, sempre ficando para trás. Ele não merece—”
Antes que suas palavras pudessem terminar, Elysia interrompeu. Sua voz cortou a tensão como um relâmpago.
“E quem você acha que é para decidir quem é melhor para mim, hein? JUSTO QUEM te deu esse direito, Ray Dawson? Não atravesse a linha. Nem ouse tentar escolher por mim.”
Ela avançou, olhos fixos nos dele, não com medo ou hesitação, mas com desafiante inabalável.
“Ou você está hesitando em lutar comigo porque tem medo de perder?” A voz dela era fria, mas firme.
“Se você está preocupado que vai acabar me machucando, deixa eu te tranquilizar. Já estou totalmente recuperada. Meu corpo está em forma, e mesmo que minha força não tenha aumentado desde alguns meses atrás, tanto faz. Quero que você entenda bem uma coisa... Vou mostrar que força não é tudo. Mesmo que eu perca, nunca mais vou deixar que você menospreze o Ash.”
A voz de Elysia ficou fria, aguda e precisa. Ela queria amaldiçoar, gritar cada palavra amarga que ardia dentro de si... mas não o fez. Algo em sua cabeça a segurou, apertando seus pensamentos antes que eles escapassem.
Será que essa é realmente a mesma Elysia que eu conhecia?
Era o pensamento ecoando na mente de Grace e Lyra, e na verdade, não eram só elas. Todos que assistiam tinham uma reação semelhante.
Como ela mudou tanto assim? Sempre foi tão ousada e atrevida?
Mas, no meio desses pensamentos, algo mais pulsou dentro dela.
Como ela tem coragem de falar besteiras sobre o Ash?
Ash... um fraco? Eu vou matar esse problema. Juro que vou acabar com esse idiota, despedaçá-lo...
Mate-o. Mate-o. Mate-o.
Esses pensamentos homicidas quase explodiram como uma tempestade em sua mente, mas novamente, ela parou—engasgada por aquela mesma força estranha e familiar que puxava sua raiva para dentro, como correntes invisíveis envolvendo seu furor.
Então, ela se acalmou.
“Tudo bem, vamos lutar.”
Ray finalmente pronunciou as palavras, com a voz fria, sem o desespero de antes. Sua cabeça ficou por um momento, e naquele breve instante, algo dentro dele mudou.
Sua aura inteira se transformou, como se uma máscara caísse. O desespero se esgotou, substituído por uma calma inquietante.
E então, aquele som familiar do sistema ecoou dentro de sua mente.
[Habilidade: Mente Nula foi adquirida com sucesso.]
[Deduzindo 180.000 pontos do sistema...]
[Pontos restantes: 533.432]
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Nome da habilidade: Mente Nula
Classificação da habilidade: Lendária (S)
Descrição: Apaga todo feedback emocional, colocando a mente em um estado de calma e silêncio perfeitos. Nesse estado, o usuário é imune às emoções, permitindo pensamentos claros, agudos em qualquer situação. A tomada de decisão torna-se mais rápida e precisa, e a percepção do ambiente é significativamente ampliada.
- Consome mana enquanto ativada.
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Enquanto isso, Melissia vinha ouvindo silenciosamente desde o começo, captando cada palavra sobre como Elysia gostava de Ash e como ele talvez gostasse dela também.
Apesar de tudo isso, não havia expressão visível em seu rosto. Ela apenas permanecia ali, imóvel e silenciosa, com uma expressão vazia.
Mas seus olhos, estranhamente, continuavam fixos em Elysia. Como se tentassem ler algo escondido lá dentro dela.
Porém, sua mente não estava tão calma. Por dentro, era uma bagunça—uma tempestade de pensamentos se chocando, deixando-a em uma confusão que não sabia como lidar.
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[Arena Estrelato]
“Você tem certeza de que quer lutar?” perguntou o instrutor Leonard, com um tom incomummente sério.
Para sua pergunta, tanto Elysia quanto Ray responderam ao mesmo tempo: “Sim.”
Leonard observou-os por um longo momento. Então, finalmente, soltou um suspiro profundo.
Quando Amelia correu para contar que um combate sério estava prestes a acontecer, ele não perdeu tempo e foi imediatamente ao local.
Como ela havia dito, o ar ao redor dos dois estudantes estava carregado de tensão, como se uma palavra errada pudesse desencadear uma explosão. Honestamente, ele tinha certeza de que já estariam trocando golpes se não tivesse chegado a tempo.
Porém, como ainda não haviam trocado ataques, tecnicamente, ele não podia puni-los por algo que ainda não tinha acontecido.
Por isso, eles estavam agora dentro da zona de batalha oficial da Academia—uma arena especialmente projetada para duelos estudantis, onde a segurança era prioridade máxima e medidas de proteção já estavam implementadas.
Ouvi dizer que Ash e essa garota Elysia voltaram hoje… Planejava verificar o progresso do Ash, talvez avaliar se ele vinha negligenciando o treinamento físico próximo ou não. Mas, ao invés disso, acabei supervisionando um duelo alimentado por paixão… Ah, meus ossos velhos mesmo não estavam prontos para esse tipo de drama…
Mais do que tudo, o que mais o surpreendia era a razão por trás do duelo. Normalmente, os duelos aconteciam durante provas, motivados por rivalidade, ciúmes ou, às vezes, orgulho puro. Era comum os estudantes desafiarem uns aos outros para testar força ou resolver desavenças.
Mas isso?
Provavelmente, era a primeira vez na vida que via dois estudantes entrarem em campo por causa de amor.
Nunca imaginei que fosse viver tempo suficiente para presenciar algo assim… Talvez me aposentar não fosse uma ideia tão ruim, afinal.
Ele desviou o olhar de Ray e Elysia e pensou consigo mesmo: Os jovens de hoje são realmente estranhos e imprudentes…
“Então, tudo bem,” finalmente disse Leonard, sua voz caindo num tom mais formal.
“Fiquem na risca do centro da arena. Usarão apenas as armas padrão fornecidas pela Academia. Armas pessoais não são permitidas. O duelo termina somente quando um dos dois ficar incapaz de continuar ou alguém admitir derrota e se render. Matar, no entanto, é estritamente proibido. Se alguém ousar matar o outro… eu mesmo vou encerrar o killer.”
Sua voz ficou fria e cortante, enviando um aviso assustador por toda a arena. Todos que ouviram sentiram os corpos ficarem rígidos.
“Vocês lutam por sua própria conta e risco. Se as coisas não saírem como esperam, não venham chorar depois dizendo que as regras foram injustas.”
“Sim, Instrutor.”
“Certo, Instrutor.”
Both Elysia and Ray responded in unison, with calm yet firm voices. A Arena Estrelato era enorme—semelhante a um coliseu na estrutura. Estendia-se quase do tamanho de dois campos de futebol, talvez mais. Dentro dela, várias plataformas de duelo estavam dispostas em intervalos iguais e com o mesmo design. Mas, enquanto a partida se preparava, essas plataformas pequenas lentamente afundaram-se no chão. No lugar delas, do centro do campo, uma plataforma muito maior começou a subir—era o palco principal do duelo. Embora a arena tivesse capacidade para centenas de espectadores, não eram apenas alunos da turma 1-S que tinham vindo para testemunhar esse duelo estranho e quente. Estudantes de outras turmas também começaram a chegar, suas conversas curiosas enchendo as arquibancadas. Sussurros como faíscas voavam no ar. O que começara como um boato tornou-se um espetáculo. Até alguns instrutores tinham chegado, conversando em voz baixa com Leonard. Pela expressão irritada deles, provavelmente eram professores cujas aulas haviam sido interrompidas pois seus alunos foram assistir a essa confusão.***