Poder das Runas

Capítulo 183

Poder das Runas

Capítulo 183: Fronte a Frente com o Sussurrador

AVISO: Atualização importante!!

Olá, pessoal, quero avisar que houve algumas pequenas mudanças no capítulo anterior, relacionadas à classificação de Ray e aos pontos do sistema. Se vocês estão atentos a esses detalhes, recomendo conferir mais uma vez.

Para quem não está lendo no NovelBin, não se preocupem — as alterações não são grandes. Para esclarecer, a classificação de Ray foi corrigida de Adepte para Especialista, e seus pontos no sistema, que estavam listados como 143.895, agora são 713.432.

Basicamente é isso.

Além disso, atualizei o Capítulo de Anúncio para deixar as coisas mais claras — especialmente a parte sobre as faixas de atributos e o que elas significam. Espero que ajude a esclarecer qualquer dúvida.

Desculpem o transtorno e, como sempre, obrigado por lerem e apoiarem a história. Significa muito para mim.

****

"Fornalha de Cinzas..?"

"Sim, sou eu."

Que diabos… como ele mudou tanto…?

A Ash que ela conhecia antes era mais baixa, de constituição razoável e rosto afiado, que mostrava potencial. Mas a pessoa na sua frente agora parecia completamente diferente. Difícil acreditar que fosse a mesma garoto.

Ele tinha ficado visivelmente mais alto. A pele, que já era clara, parecia agora emitir um brilho pálido suave. Os cabelos prateados haviam ficado completamente brancos, perdendo aquele brilho anterior, mas, de forma estranha, agora combinavam melhor com ele, transmitindo uma aura quase sagrada. Seu corpo tinha se desenvolvido, não musculoso em excesso, mas tonificado, demonstrando que passara por um crescimento físico intenso e treinamento.

Porém, o que mais a impressionava não eram só as mudanças físicas. Era a presença que o cercava. Uma pressão silenciosa no ar, um certo carisma e peso em sua postura que dificultava desviar o olhar. Não era só que ele parecesse mais forte — ele se sentia diferente.

Ela ainda assim era uma Santa. Respirou fundo e se recompôs rapidamente. Sua surpresa não durou muito.

"Olhar pra você agora, dá pra perceber que você mudou bastante. Então, me diga, conseguiu fazer aquilo que desapareceu por aí?" ela perguntou, mantendo a voz calma, embora por dentro suas ideias estivessem em confusão.

Como ele conseguiu passar completamente despercebido? Eu tinha toda a área sob vigilância… e agora, parece que ele simplesmente teleportou pra dentro da sala. Mas ele nunca teve afinidade com espaço antes…

"Sim. É exatamente por isso que voltei", disse Ash de forma simples. "Tenho que levar a Elysia. A Árvore do Mundo vai curá-la."

"O QUE?!"

A Santa Alice não conseguiu segurar a voz dessa vez. O choque foi demais. Ela pensou que o Rei dos Elfos ou algum dos anciãos curandeiros poderiam estar envolvidos — mas a própria Árvore do Mundo?

O que ele fez para fazer a própria Árvore do Mundo intervir pessoalmente? Como isso é possível?

Ela tinha inúmeras perguntas surgindo dentro dela, mas no final, nada falou. No começo, ela nem acreditava que ele fosse sobreviver. Tinha se preparado para o pior. E, mesmo assim, ele voltava com uma notícia que parecia impossível.

O Mestre tinha razão… esse garoto de verdade é algo fora do comum. Tem algo nele que ainda não entendemos.

"Espere! O que você está fazendo?" ela questionou com firmeza ao ver Ash tentando alcançar Elysia.

"Tô levando ela pra Árvore do Mundo. Não foi o que eu acabei de falar?" respondeu Ash, com tom sério e calmo, como antes.

Ele realmente não mudou tanto por dentro. Mesma voz, mesmo rosto impassível… Mas se eu deixar ele sair agora, o que exatamente vou dizer pro Mestre?

"Espere. Primeiro, preciso informar o Diretor. Depois, você pode levá-la. Não vai demorar, prometo."

Alice falou apressada, com a voz um pouco trêmula, sem querer desobedecer às ordens do Sussurrador. Ela sabia bem que tinha sido mandada a não machucar Ash e a tratá-lo com cautela e respeito.

Aash parou por um momento, claramente considerando sua solicitação.

Será que devo voltar pra academia ou não? Acho melhor não… ficar distante talvez seja mais seguro por agora, já que quanto mais esconder minha classe, mais atenção ela vai atrair…

Enquanto seus pensamentos começavam a divagar, seu olhar se voltou para Elysia. Por um instante, suas contas pararam. Ela precisava de treinamento adequado e orientação, e embora pudesse ajudá-la até certo ponto, não era alguém que soubesse de tudo. Ela merecia os recursos e instruções que a academia poderia oferecer.

Talvez… não seja uma má ideia pra mim também. Ainda tenho coisas pra aprender.

"Tudo bem. Chame ele. Eu espero aqui."

A Ash concordou em encontrar-se com o Diretor antes de partir. Se pretendia ficar na academia por enquanto, manter um relacionamento cooperativo com os superiores só iria ajudá-lo mais tarde.

A Santa Alice soltou um suspiro de alívio silencioso. Era uma mudança bem-vinda após a última vez. Ash não estava agindo de forma difícil ou teimosa dessa vez.

Ela ativou imediatamente seu artefato de comunicação e enviou uma mensagem direta tanto ao Diretor Nichole quanto ao Seu Mestre. Menos de um minuto depois, um forte knocking ecoou na porta.

***

KNOCK!!

O forte bater na porta ressoou suavemente pelo cômodo e logo a porta se abriu. A diretora Nichole entrou, seguida de perto pelo velho.

Surpreendentemente, a expressão no rosto do velho não era de severidade ou suspeita — ele parecia especialmente satisfeito, como se tivesse encontrado algo que buscava há muito tempo.

Assim que ambos entraram na sala, seus olhares imediatamente se dirigiram a Ash, que estava de pé silenciosamente ao lado da cama de Elysia.

A reação de Nichole foi quase instantânea — seus olhos se arregalaram de choque, refletindo claramente o que a Santa Alice tinha sentido antes. A transformação de Ash era grande demais para passar despercebida. Mas o choque do velho foi de outro tipo.

Enquanto Nichole ficava impressionado com as mudanças físicas e o charme de Ash, o Sussurrador via algo muito além do que olhos comuns poderiam perceber.

Com uma visão dotada de insight do destino, ele via inúmeras linhas de destino e causalidade entrelaçadas e girando ao redor do corpo de Ash como teias caóticas. Havia uma quantidade esmagadora de causalidade ligada a esse garoto.

Como ele ainda consegue estar bem? pensou silenciosamente o velho. Será isso o que significa ser uma Anomalia? Estar intocado pelo peso do destino e causalidade, como se essas regras não se aplicassem a ele de jeito nenhum…?

O peso do destino que envolvia Ash era suficiente para fazer até anjos ajoelharem — e mesmo assim ele permanecia calmo, imune.

Ash, notando a chegada deles, cumprimentou o Diretor com um simples aceno. Seu tom era casual, sua expressão tranquila. Ele nem olhou para o velho com atenção.

Vale notar que Ash nem sequer fez reverência à própria Árvore do Mundo durante sua estadia no Continente dos Elfos.

Pelo contrário, sua indiferença calma se destacava ainda mais. Talvez fosse o sangue de dragão nele, que sutilmente mudava seu comportamento, aumentando seu orgulho inato sem que ele percebesse.

Curiosamente, ninguém na sala parecia ofendido pela sua falta de formalidades. Seja por choque ou pela estranha charisma que o cercava, já que ele não usava a Cegueira Absoluta.

Uma pesada atmosfera de silêncio tomou conta do ambiente. Ninguém sabia como começar, como se todas as palavras certas tivessem escapado deles.

Então, Ash quebrou o silêncio com uma voz clara e direta.

"Como eu disse antes, preciso levar a Elysia à Árvore do Mundo. A Árvore do Mundo vai curá-la."

Ele falou como se estivesse pedindo emprestado um livro de um vizinho, como se a Árvore do Mundo fosse alguém próximo que ele conhecia. Tanto Nichole quanto o Sussurrador o olharam com expressões que dificilmente refletiam sua calma.

"O que você acabou de dizer...?"

Nichole foi direto, repetindo a reação de Alice de antes.

O diretor parecia completamente perplexo, tentando entender o que tinha acabado de ouvir. A ideia de que a própria Árvore do Mundo fosse curar alguém pessoalmente era além do que ele esperava.

Por outro lado, o velho manteve o silêncio. Observou Ash sem piscar, como se estivesse enxergando além das camadas da existência dele.

Ash, por sua vez, também fixava os olhos no Sussurrador. Seus instintos o alertavam a ser cauteloso com esse velho estranho.

Ele não se lembrava de ter lido uma descrição detalhada do Sussurrador no romance original, então não tinha como descobrir quem ele realmente era. Ainda assim, por ora, decidiu não escalar a situação. Concentrava-se na tarefa à sua frente.

Mantinha a mão de Elysia firmemente segurada e já ativara o Omni Thought, preparado para teletransportar-se caso algo desse errado.

Nunca baixou a guarda. Sua política era simples — nunca confiar completamente em ninguém, e sempre estar preparado para o pior.

Justo quando o Diretor Nichole ia falar, o velho levantou a mão e falou pela primeira vez.

"Gostaria de falar com ele sozinho."

Sua voz era calma, mas carregava uma autoridade inabalável.

A Santa Alice e Nichole trocaram olhares, mas não protestaram. Sem dizer uma palavra, se ergueram e saíram silenciosamente da sala.

Quando saíram, uma energia estranha preencheu o espaço — silenciosa, mas inquestionavelmente poderosa. Ela isolou completamente a sala, bloqueando sons e presença do lado de fora.

Ash imediatamente se tornou mais cauteloso. Permaneceu sentado ao lado de Elysia, sem deixar a guarda baixar por um instante. Seu foco permanecia fixo no velho, cada músculo preparado para proteger Elysia ao menor sinal de perigo.

"Não se assuste, criança," disse o Sussurrador com voz tranquila. "Só bloqueei o som para sair da sala. Não tenho intenção de te machucar."

Aash estreitou os olhos e respondeu frio, "Nem sei quem você é, velho. O que você quer comigo? E mais importante, quem exatamente é você? Nunca te vi antes, e ninguém falou de você por aqui também."

O Sussurrador soltou uma risada baixa, divertida, com tom leve, mas carregado de algo difícil de interpretar.

"Pra alguém que afirma não me conhecer, você certamente usou bem meu nome pra seu próprio benefício."

***