
Capítulo 63
Poder das Runas
A/N: Então, decidi reescrever todo esse capítulo 😅 Muita gente comentou que estava ficando meio complicado — e, honestamente, eu também senti isso. Como autora, tinha umas 2–3 ideias diferentes para uma mesma cena, e... é, escolhi a errada na primeira vez. Não faço ideia do que me deu 💀
Dessa vez, optei pela versão que realmente fazia sentido (e que, espero, funcionou melhor emocionalmente também). Me diga como ficou comparado com a antiga!
Quer ouvir um segredo? Aquele capítulo ficou todo bagunçado porque, na real, eu escrevi meio sem vontade. Foi mal 💀, mas agora estamos de volta ao ritmo!
Ash respirou fundo, silenciosamente, ao finalmente se afastar de Amelia.
Foi assustador... ela parecia uma stalker de filme de suspense. E, de algum modo, acabei entrando na mira dela.
Sério, preciso ter mais cuidado no futuro...
Pensou enquanto caminhava em direção à biblioteca,
O som dos seus passos ecoava pelos corredores vazios como o ritmo de um tambor.
Já faz um mês... os demônios devem atacar a academia em breve.
O pensamento entrou de fininho, como um vento frio passando pela espinha dele, mas antes que pudesse se fixar, ele parou abruptamente.
Porra.
Ele virou-se para fugir ou se afastar do lugar, mas antes que pudesse se mover,
Uma voz, fria o suficiente para cortar aço, atravessou o silêncio como uma lâmina.
"Se você se mexer um centímetro, eu te mato."
O tom de Elysia não deixava espaço para dúvidas. Ela estava no fim do corredor, com os braços cruzados firmemente, a túnica da academia lhe caía como feita sob medida para confronto — tecido preto destacado pelo acabamento dourado, que refletia o sol entrando pelas janelas do corredor.
Ash congelou.
Estava tão concentrado na Amelia que... nem percebera ela. Droga.
Ele respirou lentamente, tentando acalmar a tempestade que crescia no peito, e se virou com cuidado preciso.
Ela estava mais perto do que esperava — longe demais.
Seu coração acelerou.
Nenhuma das partes falou.
Ficaram ali, sem dizer nada, apenas se encarando — como se o mundo tivesse parado, segurando a respiração.
O olhar dela não era só para ele. Era mais profundo, como se estivesse vendo através dele, nos pensamentos que ele não tinha dito em voz alta.
Ash sentiu a mente começar a acelerar, mas manteve a expressão calma, postura controlada.
[Ponto de vista de Elysia]
"Se você se mexer um centímetro, eu te mato", disse Elysia para Ash após vê-lo tentando escapar, como fazia sempre.
Acho que tenho que usar... vale a pena.
Pensou Elysia enquanto se aproximava de Ash, abrindo sua janela de status.
Status
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[STATUS]
Nome – Elysia Moonglow
Raça – Humana
Idade – 12 anos
Classe – Dançarina de Lâmina
Ranking – Aprendiz (Nível E) – (10%)
Afinidade – Água, Lua
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[ATRIBUTOS]
Força – 124
Agilidade – 140
Vitalidade – 90
Inteligência – 79
Resistência – 101
Charme – 67
Mana – 110
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[TRAITS]
- Bênção da Lua (Nível Mítico)
- Fragmento do Passado (Desconhecido) (Uso único)
***
Ignorando os demais detalhes, ela focou na única coisa que importava naquele momento — seu traço de uso único, [Fragmento do Passado].
Com respiração firme, ela abriu sua descrição.
**
Nome do traço: Fragmento do Passado
Nível: Desconhecido (Uso Único)
Descrição:
Um privilégio misterioso concedido à alma rara que atravessou o limiar da morte e retornou — renascida no presente a partir de uma vida agora perdida.
Este traço ativa-se apenas uma vez, oferecendo um presente singular, não influenciado por combate ou poder convencional. Seu efeito é imprevisível, seu propósito oculto. Uma réstia do passado permanece dentro dela, aguardando o momento de ser usada.
**
Desde sua reativação, nenhum de seus traços tinha respondido — nem uma vez. Por mais que tentasse, permaneciam dormentes, silenciosos. Mas tudo mudou após o Teste de Afinidade.
Quando soube que ela carregava a Bênção da Lua, a postura da academia em relação a ela mudou. E, com isso, vieram oportunidades inesperadas.
Vice-diretora Elva entregou-lhe uma pequena pedra de lua — nada mais que um fragmento de cristal, que brilhava fracamente sob a luz. Mas, no momento em que seus dedos tocaram sua superfície, algo dentro dela se agitou. A bênção respondeu, florescendo como uma flor beijada pela luz do luar.
Só depois ela percebeu que aquilo não era a única mudança que experimentou.
Pela primeira vez, ela conseguiu perceber seu segundo traço.
Primeiro, eu fiquei estupefata... Não esperava ser agraciada com um privilégio assim.
O pensamento permaneceu enquanto ela se aproximava de Ash, com passos silenciosos, coração firme.
Mas o que mais me surpreendeu foi o potencial que ele tinha —
A oportunidade de ganhar uma habilidade.
Ela passou dias refletindo, pensando em cada resultado possível.
O que poderia ajudá-la no futuro?
Porém, por causa da presença de Ash, sua prioridade mudou, e ela pensou..
O que poderia ajudá-la a entender por trás da máscara de indiferença dele?
No final, a resposta tinha ficado clara.
Usar [Fragmento do Passado], ela sussurrou em seus pensamentos, e me conceda o poder de ler mentes.
E ao chegar na frente de Ash, seu traço brilhou uma vez — e desapareceu de sua janela de status.
No seu lugar, surgiu uma nova habilidade:
{Leitor de Mentes}
A curiosidade acendeu no seu peito. Ela abriu a descrição.
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Habilidade: Leitor de Mentes
Descrição:
- Habilidade Básica: Permite ler a mente de qualquer pessoa de nível inferior ao seu.
- Limitações:
- Você não consegue ler a mente de alguém de nível superior ao seu.
- Se a habilidade for bloqueada (por magias ou defesas mentais), não consegue ouvir os pensamentos da pessoa.
- Nota: Mesmo bloqueada, consegue perceber se a pessoa está dizendo a verdade ou mentindo.
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Os efeitos são poderosos... agora vamos ver dentro da sua cabeça, Ash Burn.
Ela fixou o olhar nele, querendo ativar a habilidade.
[Habilidade Leitor de Mentes Bloqueada]
[Ativando efeito de fallback]
[Agora é possível discernir verdade de mentira.]
Seu coração pulou uma batida.
Bloqueada?
Será que ele é de nível superior ao meu?
Não... isso não fazia sentido. Se fosse, o efeito de fallback não teria disparado. Isso só podia significar uma coisa: ele tinha uma resistência mental absurdamente alta.
Mas isso não podia ser possível...
O que ela não sabia era que a Runa do Conhecimento escondida na alma de Ash tornava impossível a leitura de mentes.
Mesmo assim, Elysia não vacilou.
Certo... só preciso fazer as perguntas certas então.
"Por que você está me evitando?" ela perguntou, mas cada palavra carregava peso. Seus olhos vermelhos como sangue buscavam resposta.
Ash a encarou e respondeu: "Não entendi o que você quer dizer."
A habilidade respondeu instantaneamente.
[Falso]
Seu queixo se fechou.
"Seu...—" ela siseou, mas se segurou na metade da fala. Fechou os olhos e expirou, tentando acalmar a respiração.
Calma, calma... Não é de mim ficar brava...
Ela respirou fundo.
"Huuuu…"
"Você acha que sou cega?" ela perguntou, com a voz mais aguda agora, "Toda vez que me aproximo de você, você foge como se tivesse visto um fantasma."
As palavras ecoaram nas paredes de pedra do corredor abandonado, pairando entre eles como fumaça.
"Por quê?"
Ash não respondeu.
Apenas ficou ali, olhando para ela.
Mas Elysia estava bastante frustrada agora, então ela explodiu:
"Que diabos você está olhando? Responde!"
"É por causa do Ray", ele finalmente falou, de repente, as palavras saíram quase sem querer. "Não quis me envolver com alguém que ele gostava. Tinha medo de me arrastar para algo que não quero."
[Falso]
A mentira cortou o ar como uma lâmina.
"Entendi..." ela murmurou, com a voz mais fria que antes. "Então você me evitou... porque não queria se tornar inimigo do Ray?"
"Exato."
[Falso]
Essa dói mais.
A voz dele era monótona, quase mecânica. Como alguém que já praticou a mentira várias vezes.
Sua expressão escureceu e suas mãos tremeram.
Esse... esse covarde mentiroso...
Seus dedos se cerraram em punhos ao lado do corpo, ela tentava se conter para não espancá-lo, mas era inútil.
Então, sua mão se movimentou.
LAÇAAAA!!!
O som cortou o hall como um trovão.
Ash não reagiu. Nem de primeira.
Ficou ali, atônito, com a mão lentamente levantando para tocar o lado do rosto. Sua bochecha queimava, a pele avermelhada sob o impacto. Parecia alguém que tinha acabado de ser arrancado de um sonho e não tinha decidido se acordava ou não.
O silêncio que seguiu foi mais alto do que a própria bofetada.
Elysia balançou o pulso e deixou escapar uma respiração lenta, calma. Sua voz saiu suave, mas com o peso de vidro rachando sob pressão.
"Isso foi bom."
Ela virou-se e disse: "Me segue."
E, assim, começou a caminhar — deixando-o ali, com a única consequência do toque da mão dela e a verdade que ele se recusava a falar.
Ash piscou.
Depois piscou de novo.
Ela só me deu um tapa.
E agora ela está se afastando como se nada tivesse acontecido... Deus, isso é tão ela.
Uma pontada surda na bochecha, mas o pior era o peso no peito — o peito doía mais.
Já faz tempo que não sentia algo assim…
Uma dor que não era de ferida. Era só emoção pura, bruta. Dá uma saudade... parece que estou humano de novo.
Ainda atordoado pelo impacto, ele a seguiu sem pensar, como um cachorrinho chutado que não sabe pra onde ir.
Passaram por alguns estudantes pelo corredor. Alguns olharam para cima, curiosos, mas ninguém disse nada.
Finalmente, chegaram a um café escondido nos fundos do jardim da academia. Estava quase vazio, o sol filtrando pelas trepadeiras acima, lançando sombras longas e pontilhadas no chão de pedra.
Elysia escolheu uma mesa no canto mais distante, numa sombra sólida. Sua expressão era difícil de interpretar, mas o ar ao redor dela vibrava com algo elétrico.
Ash seguiu.
Ele se sentou diante dela.
Ash não teve coragem de falar primeiro. E Elysia? Ela apenas o encarou com um olhar indecifrável.