
Capítulo 47
Poder das Runas
Ele ativou a habilidade.
[Overclock ativado.]
O ar ao redor chiarava. A mana espiralava como uma tempestade furiosa, formando um redemoinho ao redor de sua lâmina. A pedra sob seus pés estilhaçou-se sob a pressão de sua aura.
O cavaleiro mudou de posição mesmo enquanto lutava com outros, seus olhos brilhantes se estreitaram como se reconhecesse a mudança.
Os lábios de Ray se curvaram em um sorriso afiado.
Poder explodiu por suas veias, bruto e avassalador. Sua visão se aguçou — cada movimento da postura do cavaleiro, o leve zumbido da mana no ar, as rachaduras se formando sob seus pés — tudo isso, cristalino.
Seu coração pulsava forte, como um tambor de guerra alimentando seus movimentos. Cada fibra do seu ser ardia, mas era uma chama que ele abraçava.
Uma tela azul translúcida piscou diante de seus olhos:
**
Força- 200
Agilidade- 200
Vitalidade- 200
Inteligência- 200
Stamina- 200
Mana- 200
Cativar- 200
**
Ray rangeou a língua.
"Tsk. Nem habilidades conseguem ultrapassar a regra de aumentar os atributos além do limite de patente."
Mesmo assim, isso era melhor.
Anteriormente, formar uma Lâmina de Aura imbuída do elemento Espaço tinha sido quase impossível por causa de suas reservas de mana baixas.
Mas agora?
Agora, ele tinha força suficiente para fazer acontecer.
Ele não perdeu tempo.
[Passo Pisca-Pisca]
Ray desapareceu em um lampejo de luz.
E um chute devastador, revestido de chamas, acertou o capacete do cavaleiro, fazendo a armadura voar pelos ares.
Mas o cavaleiro torceu-se no ar, assumindo controle quase instantaneamente. Uma aura negra explodiu para fora.
Ele revidou.
Uma onda crescente de energia negativa cortou em direção a Ray.
Ele mal teve tempo de reagir.
CLANG!
Usou sua espada, absorvendo a força do ataque, mas ela foi o suficiente para fazê-lo escorregar para trás, suas botas cavando profundas covas no chão.
Os braços de Ray tremeram com o impacto, mas o mais importante, uma pequena rachadura cruzava sua espada.
Droga, foi um presente do mestre,
Seu estômago se torceu. Aquela espada não era apenas uma arma — era um símbolo da confiança do seu mestre.
Mas ele não hesitou em usá-la, que sentido teria uma espada se ele morresse?
Ray fechou os olhos e lembrou-se do único movimento de espada que seu mestre lhe mostrou.
Ele é muito útil para confundir o inimigo, vou mostrar uma única vez, observe com atenção.
Ray ainda se lembrava de suas palavras, de sua postura, de seus movimentos. Ele havia imitado o movimento que seu mestre lhe ensinara na época.
[Lâmina de Aura: Espaço]
Sua espada se dividiu em imagens após, cada golpe vindo de uma direção diferente.
O cavaleiro bloqueou o primeiro.
O segundo.
Mas o terceiro —
CORTOU!!!
Uma ferida profunda rasgou sua armadura, o metal negro se quebrando em pedaços.
Ray impulsionou o ataque.
Ele torceu sua lâmina, mana se formando ao seu redor enquanto o próprio espaço começava a se deformar.
Um arco violeta de energia rasgou o ar —
EXPLOSÃO!!
O ataque acertou, fazendo o cavaleiro empurrar-se para trás.
Mas ele não desistiu.
O cavaleiro fincou sua espada no chão, parando seu impulso. Uma ameaçadora vocalização abafada ecoou de dentro de seu capacete.
Então—
O cavaleiro desapareceu.
Os olhos de Ray se arregalaram.
Que?!
Seus instintos gritaram para ele se mover.
Ele mal teve tempo de torcer o corpo para interceptar o ataque com sua espada antes—
CORTADO!!!
A dor explodiu em seus músculos enquanto segurava a espada.
Seu corpo foi arremessado, quebrando uma coluna.
Sua visão piscou. Sua respiração ficou presa na garganta. Sangue escorria de seus lábios.
Droga...!
O cavaleiro avançou, com sua espada levantada.
Ray se forçou a se mover.
Sua mana se inflamou.
[Passo Pisca-Pisca]
Ele desapareceu e reapareceu ao lado do cavaleiro. Sua espada, ardendo com distorção espacial, avançou para frente.
ESTOQUE!!
A lâmina perfurou o lado do cavaleiro.
Ele rugiu, sua aura pulsando violentamente.
Ray não soltou.
Ele cerrava os dentes, torcendo a lâmina ainda mais fundo.
Mas então—
Um punho metálico lhe acertou o estômago.
CRACK!!!
Suas costelas quebraram.
Ray tossiu. Seu corpo foi lançado para trás, rolando pelo hall destruído.
Sua visão ficou turva. Sua respiração travou. Sangue escorria de seus lábios.
Droga...!
O cavaleiro deu um passo à frente, com sua espada levantada.
Sua lâmina, envolta em um brilho frio e mortal, pairava acima de Ray como a forca de um carrasco.
O ar ao redor da espada se torcia, distorcendo-se como se a própria realidade estivesse rejeitando sua existência.
O coração de Ray acelerou.
Ele podia ver seu próprio reflexo no aço escuro da lâmina descendente.
Peso demais—
Força demais—
Demais—
BOOM!!!
Uma lança, brilhando como uma estrela cadente, atingiu o peito do cavaleiro.
CRAC!!!
Antes que o cavaleiro pudesse reagir, um segundo ataque — uma flecha carregada de mana — atravessou seu ombro, prendendo-o ao chão.
Depois veio o terceiro.
Uma bola de fogo rugente, de tom carmesim e fervente, engoliu o cavaleiro numa tempestade de chamas.
BOOM!
A força abalou todo o hall, fazendo rachaduras se espalharem pelas paredes de pedra.
Mesmo assim, não acabou.
Uma esfera de luz cegante, pulsando com energia destrutiva pura, disparou à frente como um mini sol, colidindo contra a forma em chamas do cavaleiro.
O golpe final veio — uma chuva de punhais afiados, cada um revestido de mana concentrada e densa.
Eles assobiaram pelo ar antes de se cravarem profundamente na armadura carbonizada do cavaleiro.
A espada dele escorregou de suas mãos, girando pelo ar e batendo no chão de pedra.
E então—
Foi lançado para trás, quebrando detritos antes de colidir contra a parede oposta com força suficiente para fazer a estrutura tremer.
Poeira e escombros caíram ao redor de sua forma imóvel.
Apreensando firme sua espada, Ray virou-se para seus companheiros.
Nathealien ficou de pé, sem sua lança. Seu rosto transpiritava. Ele zombou. "Que diabos você tá olhando, pirralho?"
Vince, ainda segurando seu arco, rolou os olhos. "Tch. Agora não vem ficar sentimental com a gente."
Irene limpou o sangue dos lábios, exausta. "Todos nós tínhamos cartas na manga."
Selene sorriu de lado, girando uma adaga entre os dedos, mesmo com o cansaço pesado. "Usar cedo não foi ideal, mas olha—" ela deu de ombros, "—senão vocês morriam."
Lucien disse com um leve sorriso, "Agora, isso foi bom."
Ray exalou, então soltou uma risada sem fôlego.
Mas a mente dele já trabalhava; ele não era de perder oportunidade.
Ele rangeu os dentes, forçando toda a mana restante em seu corpo machucado.
A mana se espalhou para fora.
Seu coração pulsava como um tambor de guerra.
[Passo Pisca-Pisca]
Seu corpo piscarou —
Mas não foi suficiente.
A distância ainda era grande demais, entre ele e o cavaleiro. Seu corpo estava lento demais.
Os olhos de Ray se agudizaram.
Ele tinha uma única opção restante.
Uma opção arriscada, imprudente, idiota.
Sua mana mudou, fluindo para suas pernas.
Em vez de movimento —
Ela virou fogo.
Chamas explodiram sob seus pés.
E então—
"Explodir."
Uma onda de choque se propagou, impulsionando-o para frente.
O cavaleiro se mexeu, seu corpo emergindo dos escombros.
"Explodir."
Ray se deu conta, sua forma cortando o ar através da fumaça.
A cabeça do cavaleiro se ergueu abruptamente, seus olhos de esmeralda flamejantes o encontrando.
"Explosão."
Ray fechou a distância, sua espada brilhando com mana que distorcia o espaço ao redor.
A recarga havia terminado.
[Passo Pisca-Pisca] x [Lâmina de Aura: Espaço]
O mundo ao seu redor se distorceu enquanto seu corpo piscava —
E então—
A lâmina perfurou o olho brilhante do cavaleiro.
Um grito silencioso ecoou pelo campo de batalha.
O corpo do cavaleiro convulsionou, uma névoa negra jorrando da ferida. A armadura tremia, rachando de tanta força do ataque.
Ray rangeu os dentes e torceu a lâmina.
Ainda não.
O corpo do cavaleiro avançou, um grito sobrenatural reverberando no ar. Seu olho restante ardia com fúria pura.
Ele não estava morto.
Ainda não.
Os instintos de Ray se acenderam.
O soco do cavaleiro disparou na direção de sua cabeça.
Ray recuou bruscamente, escapando de um golpe esmagador por pouco, mas sua grip na espada escorregou.
A mão do cavaleiro apertou a espada encravada no seu crânio.
Com um rugido desumano—
Arrancou a espada.
Energia negra explodiu do seu globo ocular, inundando o campo de batalha.
Ray recuou cambaleando, sua mente acelerada.
Ele devia estar morto!
Mas o cavaleiro permaneceu de pé.
Inseguro, quebrado — mas ainda em pé.
Um calafrio percorreu a espinha de Ray.
Então, o ar mudou.
Uma pressão esmagadora despencou, sufocante e antinatural. A forma mutilada do cavaleiro começou a se regenerar, as rachaduras na armadura se selando.
Droga.
Ray mal teve tempo de pensar antes—
BOOM!!!!
O cavaleiro explodiu adiante, com as mãos envoltas em chamas verdes crepitantes.
Ray desviou—
Mas não foi rápido o suficiente.
Um punho em chamas lhe acertou o ventre, levantando-o do chão.
Suas costelas estalaram. O sangue subiu pela garganta.
Antes que pudesse reagir, um segundo golpe o arremessou pelo ar.
CRASH!!~
Ray se chocou contra uma coluna, tossindo violentamente.
Seus membros gritavam de dor.
Sua cabeça girava—
Mas não havia tempo para parar.
O cavaleiro avançou de novo.
Ray rangeu os dentes, lembrando-se das palavras do Mestre.
[Escute, Ray, vou te mostrar um golpe de espada, mas você promete que só vai usá-lo quando estiver diante da morte, entendeu?]
[Prometo, mestre.]
O mestre parecia que eu precisava usá-lo...
A mana inundou seu corpo, queimando suas veias como um fogo flamboante.
[Lembre-se, seu corpo ainda não é forte o suficiente, então pode sofrer retaliação. No máximo, ficará incapacitado por uma semana... ou, no pior caso, poderá ficar aleijado.]
Seus dedos tremeram—depois fecharam-se ao redor do cabo de sua espada parcialmente rachada.
[Mas confio no seu talento de que você não ficará aleijado.]
[Corte do Vácuo]
Sua lâmina pulsou com espaço distorcido.
Um único corte — que apagaria tudo em seu caminho.
O cavaleiro avançou—
Ray balançou a espada.
SHIIING!!~
Um arco crescente de energia do vazio rasgou o torso do cavaleiro.
Por um momento, nem o ar se moveu.
Então—
O Cavaleiro Negro congelou no meio da investida.
O cavaleiro cambaleou, sua forma tremente como uma marionete com os fios cortados. O brilho no olho restante tremeluziu, escurecendo-se, e depois voltou a brilhar — uma última rajada de resistência. Ele deu um passo lento e pesado, depois outro.
Porém—
O terceiro passo nunca aconteceu.
Um gemido oco, metálico, ecoou enquanto os joelhos do cavaleiro se dobravam.
Depois—
A sua estrutura se partiu, abrindo-se na ferida que Ray havia causado. Névoa negra jorrou da ferida como almas escapando, girando e se torcendo até desaparecerem no nada.
O salão caiu em silêncio de tirar o fôlego.
Por um momento, ninguém falou.
Ray ficou de pé sobre o cavaleiro, respirando com dificuldade.
Ele observou enquanto os últimos vestígios do Cavaleiro Negro se dissolviam em nada.
Nathaniel caiu no chão, seus dedos tremiam enquanto olhava para Ray, olhos arregalados de admiração ou inquietação. "Ele... realmente o matou", murmurou, mas sua voz não tinha certeza.
Selene enxugou o suor da testa, forçando uma risada trêmula. "Hahaha... sobrevivemos", falou, mas o modo como segurava o braço de Irene mostrava que ela não tinha tanta certeza de que isso era algo bom.
Irene apertou o cabo de sua bengala até as juntas ficarem brancas. Engoliu em seco, a garganta seca. "O que... foi aquele ataque?" ela sussurrou. "Isso não foi normal."
Vince deu um suspiro forte, balançando a cabeça. "Não," disse. "Foi algo diferente." Seus olhos pairaram em Ray, mas pela primeira vez havia hesitação no olhar dele.
O corpo de Ray ainda estava de pé, provavelmente porque a habilidade Overclock ainda estava ativa.
Ele verificou o temporizador da habilidade,
[2:32]
Venceu em metade do tempo.
Finalmente acabou.
Ou pelo menos, achava que sim.
Pois no instante em que o corpo do cavaleiro desapareceu—
Um sussurro gelado deslizou pelo ar, quase um murmúrio, mas pesado o suficiente para tremer as ruínas. A temperatura despencou, e o chão sob os pés de Ray tremeu.
"Muito bem, Ray."
A voz não era alta. Não precisava ser. Carregava um peso sobrenatural, uma presença que se enrolava ao redor de sua espinha como um abraço de fantasma.
"Fiquei feliz por ter esperado."
A respiração de Ray ficou presa. Seus instintos gritavam—perigo.