Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar

Capítulo 117

Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar

O grupo imediatamente se entreolhou.

Os três universitários trocaram olhares rápidos entre si.

Se juntassem as fitas, eles tinham a maior quantidade.

“Espera, agora a gente tem que comprar fitas uns dos outros?”

“Estou apenas explicando as regras. Não é obrigatório. Vocês são livres para negociar suas próprias condições de troca, como acharem melhor. A ordem, afinal, é importante.”

“……”

Um silêncio tenso e significativo pairou entre eles.

“Devo preparar os quartos, então? Tem quartos adequados lá em cima.”

“Ah, sim.”

“Parece bom. Vamos organizar os quartos primeiro...”

“Com licença, espera um pouco.”

A voz de Baek Saheon cortou o grupo.

“Pode ser que eu precise sair por um assunto urgente. Podem me mostrar a saída?”

“Claro.”

Mas aquilo não aconteceu.

Um momento depois—

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Os participantes inevitavelmente se encontram isolados no local do desastre por vários motivos.

O mais comum é devido a condições climáticas anormais, como tufões, nevascas intensas ou deslizamentos de terra.

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“Uma chuva torrencial causou um deslizamento de terra do lado de fora, bloqueando as estradas. Felizmente, a eletricidade permanece funcionando, então a estadia de vocês não será afetada.”

“……”

Baek Saheon me olhou com uma expressão que gritava praticamente ‘Estamos ferrados’.

‘Exatamente.’

Encolhi os ombros.

Agora que as coisas tinham chegado a esse ponto, ninguém conseguiria sair até que tudo o que tinha que acontecer acontecesse.

‘Enquanto isso, estou quebrando a cabeça tentando descobrir como sobreviver a isso sem perder o juízo.’

Pelo menos, havia um conforto pequeno: não haveria fantasmas...

‘…Só um assassino em série.’

E isso não era óbvio?

Todo filme de terror e romance policial ama usar esse tipo de reviravolta, e histórias de fantasmas não são diferentes.

O assassino...

Um dos participantes vai assumir um papel especial na narrativa, incorporando o arquétipo do predador—

…está entre nós.

—e esse indivíduo é frequentemente chamado de assassino em série.

Tenho que encontrar e evitar a pessoa que se tornará o assassino.

Esse indivíduo vai acreditar firmemente que está herdando o legado do lendário homicida e passará por uma transformação mental e física.

‘Hum.’

A não ser que... eu pudesse tentar uma abordagem um pouco diferente.

Enquanto coçava o queixo, percebi o funcionário público saindo silenciosamente do grupo.

“Vou sair para checar o tempo.”

“Pode ir.”

Segui o funcionário público até a varanda.

O vento e a chuva aumentavam, escurecendo o ambiente e respingando o suficiente para molhar nossas roupas. A enxurrada parecia forte o bastante para abafar qualquer conversa.

Cobri cuidadosamente meu caderno da chuva e mostrei uma mensagem para ele.

[Com licença, você é a pessoa que comprou os biscoitos? Estou pensando se posso ter confundido você com outra pessoa.]

Felizmente, o funcionário público não fingiu não saber.

“Sim, sou eu.”

Mas ele me avaliou da cabeça aos pés, como se estivesse me analisando.

Hum.

Olhei ao redor, fingindo verificar a área, e verifiquei se ninguém estava nos observando antes de escrever outra nota, agora com uma expressão tensa.

[Desculpe, mas isso é... algum tipo de situação estranha?]

“……”

[É estranho só terem se perdido aqui pessoas carregando fitas cassete.]

[Você acha que é... um fantasma... ou algo assim?]

Considerando que ele já sabia que eu tinha experiência com fenômenos paranormais — afinal, eu havia vendido comida atrelada a histórias de fantasmas — esse tipo de questionamento não deveria parecer fora do lugar.

‘O verdadeiro problema é se ele acha que eu entrei aqui de propósito.’

Preferia ser tratado como um civil inocente. Dependendo da resposta, decidira como me posicionar dali em diante.

‘Honestamente, ele provavelmente vai dar uma resposta segura, tipo “ainda não tenho certeza”.’

“Você está correto.”

……??

Tão direto assim?

O funcionário público hesitou brevemente antes de me perguntar,

“Como você conseguiu a fita cassete?”

[Na verdade, eu nem tenho uma... É meu colega que tem uma. Isso me deu um mau pressentimento, então disse a ele para jogar fora, mas mesmo assim acabamos aqui depois de pegar o ônibus.]

“……”

Ele apoiou a mão no queixo e ficou em silêncio por um momento.

“Você costuma se meter em situações assim?”

Forcei um sorriso meio sem jeito, fingindo estar constrangido.

[Às vezes?]

“Entendi.”

Após outro momento de hesitação, continuou,

“Eu sou... bem, algo como um agente do governo.”

Ele está me contando isso tudo?

[Sério? Tipo um 007 que caça fantasmas?]

“...Sim.”

[Uau!]

A expressão no rosto dele dizia claramente ‘Este não é momento para ficar impressionado.’

“De qualquer forma, isto é realmente um fenômeno sobrenatural. Tenha cuidado. Na medida do possível, fique perto de mim, ou ande em grupos de pelo menos três, se não der para evitar.”

Espera.

‘Ele está me tratando como um civil ainda mais inofensivo do que eu esperava.’

Não sabia por quê, mas isso era bom. Respondi rápido.

[Obrigado. Mas... e os outros?]

O funcionário público respondeu firmemente.

“Você não precisa se preocupar com eles.”

Hum.

[Posso avisar meu colega—]

“Não.”

Caramba.

Olhando em direção à sala de estar, o funcionário público abaixou a voz e falou suavemente, como se fosse revelar um segredo enorme.

“Na verdade.”

Na verdade?

“...Tem um assassino entre nós.”

Ah.

É.

Eu já sabia, claro... mas não podia demonstrar.

Fingindo choque, escrevi apressadamente outra nota.

[Um assassino? Como o senhor sabe disso??]

“Esta cabana na montanha não é um lugar comum. Nunca foi divulgada oficialmente, mas incidentes semelhantes aconteceram várias vezes aqui. Hóspedes foram assassinados por um assassino.”

– Ah, um local lendário e repleto de histórias antigas de pesadelos que se repetem... Realmente uma preferência refinada.

Agora não é hora, Sr. Anfitrião.

“Não importa o quão próximo você seja de alguém, não confie. E em hipótese alguma abra a porta enquanto estiver sozinho no seu quarto.”

‘Normalmente, não é a pessoa que se tranca no quarto quem acaba morrendo primeiro...?’

De qualquer forma, senti que tinha confirmado alguns fatos importantes sobre o funcionário público e essa história de fantasmas.

[Obrigado.]

Depois de agradecer e desejar boa noite, saí da varanda.

Me senti um pouco mais tranquilo ao caminhar até o quarto que me foi designado.

Já tinha decidido o que fazer.

“Huu.”

Comecei a inspecionar o quarto.

Procurava algo específico.

– Uma arma, claro.

Ao abrir o guarda-roupa, encontrei dois machados de mão razoavelmente grandes pendurados como peça decorativa.

“……”

Era terrível e cansativo carregar, mas não tinha escolha.

– Ah, isso vai ser muito divertido!

Agora que as coisas tinham chegado a esse ponto...

‘Então é melhor eu atacar primeiro.’

Segurando um dos machados, tomei minha decisão.

Assassino em série? Beleza. Deixa comigo.