
Capítulo 113
Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar
“Foi um dia produtivo.”
Quarenta milhões de won em renda extra — uma decisão realmente excelente.
“Parece que montei um bico discreto, mas constante.”
Várias ideias sobre como gastar os quarenta milhões de won de hoje passaram pela minha cabeça, especialmente considerando as áreas recém-abertas na empresa depois da minha promoção.
E, claro, o boneco de pelúcia, que atento percebeu meus ganhos, já começava a mostrar seus próprios desejos de forma sutil.
– Ufa, depois de tanto sair, estou todo travado. Queria muito um banho…
Nem pensar. Não posso simplesmente pegar uma bolsa de sangue no hospital, né?
– Claro que consigo aguentar. Afinal, sou um amigo muito bom…
Hmm, se um banho de sangue é impossível, talvez eu consiga pelo menos lavar o boneco de pelúcia na mão, quem sabe.
Era esse tipo de conversa fiada que eu planejava ter com o Braun para passar a noite — até alguém invadir meu quarto.
“Você aí!!”
“……!”
Era Baek Saheon.
Espera, o cara que nunca saía do próprio quarto tinha acabado de entrar no meu sem nem bater?
Antes que eu pudesse chamá-lo de mal-educado, percebi algo.
Ele estava praticamente em pânico.
“O que isso significa…! Em que encrenca você me meteu?”
Na mão dele, um smartphone exibia minha mensagem.
[Kim Soleum: cuidado com assassinos em série]
Eu a enviei mais cedo como alerta.
Mas, sério —
“Eu não te meti em nada.”
“……”
“Você deve ter feito a escolha errada.”
– Senhor Cervo, seu “colega de trabalho” pegou um item e agora vai morrer de forma brutal!
O rosto de Baek Saheon ficou pálido.
‘Parece que algo aconteceu justamente quando minha mensagem chegou.’
Ele ainda não tinha morrido, então podia contactar a empresa e resolver isso, certo?
Enquanto eu começava a sair para não me envolver nessa confusão —
– Oh, senhor, está ouvindo isso?
– Parece que o tempo do seu colega está quase no fim, senhor Cervo.
“……”
O quê?
Hmm, hmm-hmm, hmmmm, hmm-hmm-hmm.
Um zumbido suave começou a preencher o ar.
A fonte era claramente Baek Saheon.
Mas seus lábios não se mexiam nem um pouco.
…O que só podia significar uma coisa.
“Você pegou algo que não devia, não foi?”
“……”
Com o rosto pálido, Baek Saheon enfiou a mão no bolso e tirou algo.
Um toca-fitas.
O corpo antigo, de marfim, estava sujo, e havia marcas de um rótulo sendo apagado às pressas com caneta.
Hmm, hmm-hmm, hmmmm, hmm-hmm-hmm.
O zumbido aumentava, vindo da fita.
Um sinal inconfundível e sinistro…
– Chegou a hora.
Hora de correr.
Levantei na hora e saí disparado do dormitório.
O problema é que Baek Saheon correu atrás de mim!
“Joga a fita fora primeiro!”
“Já joguei! Pela janela!”
Então para de me seguir!
– Já é tarde demais.
– Ah, senhor Cervo… Você viu o item também. Agora faz parte da história. Virou parte do processo de seleção dos sacrifícios.
– Mas, como um convidado talentoso e divertido, você acabaria se envolvendo, cedo ou tarde!
Hah.
‘Por que esse idiota não resolve a própria confusão sem me arrastar junto…!’
Eu já tinha dado vários avisos! Ele não deveria ser um funcionário nomeado da empresa de histórias de fantasmas?!
A frustração crescia no meu peito, mas não havia tempo para reclamar. Só corri mais rápido.
‘Primeiro, vamos colocar uma distância física entre a gente.’
Enquanto eu não tivesse caído totalmente na armadilha da creepypasta, criar algum espaço poderia ajudar.
Corri o mais longe possível do dormitório da empresa, indo em direção ao ponto de ônibus.
Assim que o ônibus chegou, entrei.
Beep.
O som do meu cartão de transporte sendo passado no validador foi seguido de outro beep atrás de mim.
Baek Saheon.
‘Por que esse louco está me seguindo?’
Ele não tem um pingo de consciência para deixar a pessoa que avisou evitar ser arrastada nessa?
Na verdade, não. Ele é um sociopata completo.
De qualquer forma, as portas do ônibus se fecharam e partimos sem problemas.
“Ha.”
“Ha…”
O zumbido havia desaparecido.
Fui até o fundo do ônibus e me sentei ao lado do martelo de emergência para quebrar vidro — só por precaução.
Baek Saheon hesitou antes de se sentar perto.
“……”
“……”
Não era horário de pico, nem hora do almoço, então havia poucos passageiros — dois ou três sentados na frente.
Depois de olhar nervoso em volta, Baek Saheon baixou a voz e perguntou, claramente inquieto:
“Ei, você… como sabia que devia enviar essas mensagens—”
“‘Você’?”
“…A gente combinou de abandonar as formalidades… Não, quer dizer… Certo, Supervisor. Como é que o senhor soube, afinal?”
“Como eu sei não é o ponto aqui.”
Contendo a frustração, respondi enquanto observava a expressão nervosa de Baek Saheon.
“O que importa é como você acabou com aquilo.”
“……”
Se ele ficasse calado, eu planejava descer no próximo ponto, pegar um táxi e me livrar dele. Talvez até jogá-lo para fora do carro para garantir que não me seguisse.
Mas, como se percebesse minha irritação, Baek Saheon finalmente falou.
“…Era algo que eu tinha em casa.”
Em casa?
“Me foi passado por um parente. Disseram para usar se quisesse reverter uma situação desesperadora, então vinha carregando comigo…”
– Ah, aquele velho truque clássico! Uma herança que supostamente simboliza proteção, mas que se revela um item amaldiçoado… Verdadeiramente um clichê de filme de terror, não é?
Exato.
Nem estava tentando criticá-lo — só estava curioso mesmo.
“Você trabalha numa empresa que dá nota para histórias de fantasmas, e nunca pensou em mandar inspecionar isso?”
“…Se a empresa achasse útil, poderia pegar e não devolver! Pensei nisso, senhor.”
“Não, não pensou.”
“……”
“Na próxima vez, pense antes de agir, ok?”
“…Ah, sim, senhor.”
Baek Saheon ficou vermelho, e seus lábios se contorceram num sorriso forçado, quase escondendo a frustração.
Esse cara era um livro aberto — agia como um sociopata num momento e, assustado, se transformava numa figura desesperadamente educada.
Suspirei e tentei entender o que estava acontecendo.
Era um exemplo clássico de como as pessoas se envolvem em histórias de fantasmas.
“Por enquanto, vamos até o ponto final e, de lá, entro em contato com a equipe de Segurança da empresa —”
“……”
“……”
“…P-por que está me olhando assim, Supervisor?”
Algo estava errado.
Paradas de ônibus na cidade normalmente ficam no máximo a três minutos uma da outra.
Mas esse ônibus…
Por que continuava rodando sem parar?
– Droga, ele nos alcançou.