Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar

Capítulo 90

Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar

Uma duto de ventilação escuro dentro de um creepypasta.

Uma situação em que tive que prender a respiração para escapar do terror.

E para piorar, eu acabara de salvar a vida de Baek Saheon.

‘Por que você, de todas as pessoas?’

Para piorar, ele agora evitava desesperadamente encarar meus olhos.

"……?"

Isso não era nada a sua cara…

‘Espera aí.’

Uma súbita realização me atingiu.

Cuidado com os serial killers –

Seria porque eu o mandava alertas diários sobre assassinos em série como uma “lembrancinha amigável”?

Ele parecia um pouco intimidado.

Ora, justíssimo. É, hum, assustador mesmo.

‘Na verdade, isso até funciona.’

Na verdade, era meio que de propósito. Eu nem me importava em mandar aquelas mensagens anonimamente justamente para conseguir esse efeito.

Parece meio doido, né? Exatamente. Fica na tua, parceiro.

Considerando a personalidade de Baek Saheon, que era forte contra os fracos e fraco contra os fortes, ele certamente preferiria me evitar do que usar a chance para acabar comigo.

‘Isso me serve muito bem.’

…O único problema era que, por enquanto, estávamos presos juntos naquele duto.

Prendi a respiração. Felizmente, Baek Saheon estava tão quieto quanto um rato.

Lá fora, sombras das pessoas que não conseguiram escapar tremeluziam suavemente na luz das velas, encobertas pela Escuridão.

Creeeeeeak, thud.

A máquina parou.

Diante das sombras das pessoas encurraladas no beco sem saída, algo fino emergiu de repente.

A silhueta de algo parecido com pernas de aranha.

E então—silêncio.

"……"

"……"

Somente um estranho ruído mecânico ecoava.

Quemsh.

A silhueta semelhante a uma aranha se abriu diante dos humanos.

Hiiieeeek!!

Entre as sombras tremeluzentes, oito apêndices afiados e delicados agarravam o torso de uma pessoa.

Me salve, por favor me salve… AAAHHHHH!!!

Thwack.

Uma das pernas de aranha perfurou uma abertura na cabeça do humano.

Então, com um *plop*, puxou algo de dentro da cabeça.

"……"

Eu já sabia o que havia sido retirado.

‘…Um globo ocular.’

Era isso.

Por isso essa exposição se chamava ‘Mansão dos Cegos’.

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Muitos visitantes testemunharam aos recepcionistas que perderam partes do corpo, geralmente os olhos, como a primeira coisa a desaparecer.

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O ‘recepcionista’.

Encontrar aquela coisa ali significava que seus olhos seriam arrancados.

Se você o encontrasse de novo, perderia um membro, talvez a língua ou as orelhas.

Eventualmente, você ficaria cego, mudo e rastejando sem forças pela sala escura da exposição — uma existência lamentável, parecida com um molusco.

O que tornava tudo ainda mais brutal era o fato de não acontecer tudo de uma vez.

Ironia do destino, era porque a exposição era ‘considerada’.

Tanto que oferecia ‘conveniência’ sem que você precisasse pedir.

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Para sua conveniência, dispositivos de aprimoramento sensorial estão disponíveis para empréstimo gratuito.

(Dispositivos atualmente suportados: visual, olfativo, auditivo, tátil, gustativo, sexto sentido, visão panorâmica)

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Creak, creeeeak.

Uma silhueta parecida com uma perna de aranha aproximava-se de forma elegante e delicada da pessoa sem olhos.

A forma presa na ponta da perna foi brevemente iluminada pela luz da vela, projetando uma sombra afiada.

Um fio fino e uma agulha.

‘Maldição.’

Prendi a respiração e esperei todo aquele barulho acabar.

Suor frio escorria pelo meu corpo.

Um momento depois.

Thuk, thuk, thuk…

O som da máquina se afastava.

A pessoa que acabara de perder os olhos começou a cambalear, seus passos irregulares.

Vamos doer, mas no pior lugar possível — em direção a este duto, seu rosto ensanguentado surgiu brevemente antes de desaparecer de vista.

Seus olhos haviam sido substituídos por lentes de câmeras.

"……!"

Baek Saheon, agachado ao meu lado, murmurou uma praga em silêncio.

Não era difícil entender.

‘Com essas lentes, pode ser que ele veja por algumas horas, talvez no máximo um ou dois dias.’

Mas, como era um aparelho alugado, a funcionalidade iria se degradar gradualmente, mergulhando-o em um terror ainda maior.

E na próxima vez que ele encontrasse o recepcionista, aquele dispositivo também seria ‘recolhido’.

Afinal, era um aluguel.

‘Vou enlouquecer.’

Era como um prelúdio do que viria, ainda mais terrível, e eu instinctivamente fechei os olhos.

‘Mas não posso demonstrar medo. Não posso deixar que ele veja.’

Consciente da presença de Baek Saheon ao meu lado, esperei tudo ficar silencioso antes de subir para fora do duto.

‘Não podemos ficar aqui.’

Precisávamos agir rápido e escapar. Eu organizaria os registros da exploração e o manual depois de me separar de Baek Saheon…

"Hum."

Hm?

"Obrigado, senhor."

De repente, Baek Saheon falou comigo educadamente.

Como se fosse normal, ele assentiu levemente numa cortesia, como da primeira vez que nos encontramos no metrô.

E então, sutilmente, começou a se afastar, claramente planejando fugir.

"Então, vou indo..."

"Espera."

Baek Saheon parou.

Perguntei,

"Quanto tempo faz que você entrou?"

"……"

"Não quer responder?"

"…Acho que umas duas horas."

Ele tinha entrado bem antes de mim.

Como esse creepypasta não distorcia a percepção de tempo, significava que o novato Baek Saheon havia sido convocado cedo pela manhã, como eu.

‘Então meus superiores do esquadrão D me deixaram de fora de propósito!’

Por um momento, me senti tocado.

A ideia de encontrar meus colegas rápido e sair dali me motivava.

‘O Chefe Lagarto provavelmente estaria entre os últimos sete sobreviventes mesmo assim.’

Mas eu precisava encontrar os outros membros do esquadrão D logo.

…Embora, para ser sincero, sair do duto e olhar o corredor me fizesse querer soltar um suspiro…

‘Caramba, vou ter que vasculhar o lugar inteiro sozinho?’

Vou ter que passar por cada canto desta mansão maldita, desviando daquele monstro recepcionista e procurando pistas?

Sem dúvida fizeram um jogo de terror baseado nessa Escuridão. Nunca joguei, mas vi vídeos no WeTube…

…escondendo metade da tela com a mão.

"……"

Hum. Por mais que eu não quisesse admitir, ir com alguém… mesmo que ele tenha um problema de personalidade… parecia a melhor escolha.

Me virei para olhar Baek Saheon.

* * *

No escuro—

Baek Saheon engoliu em seco ao lado de Kim Soleum.

‘Maldita hora.’

De todas as pessoas, por que tinha que ser esse lunático?