
Capítulo 72
Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar
Nota da tradutora:
Obrigado pelo feedback de todos! Decidi continuar usando Soleum como nome do nosso protagonista. Como algumas pessoas disseram, já estabelecemos uma familiaridade com essa grafia e pronúncia em inglês, e no fim das contas, tradução não é só transliteração, mas também localização.
Além disso, embora o nome dele esteja tecnicamente mais próximo de Soreum devido à assimilação consonantal, gostei de como o “Sol” da grafia original em coreano (sol – eum) é preservado. Eu já vinha chamando nosso ~raio de sol brilhante~ de Sol-ah na minha cabeça o tempo todo kkk (ok, ainda é Sor-ah, mas deu para entender)
Mais uma vez, agradeço e, se tiverem mais sugestões ou dúvidas sobre a história e minha tradução, é só mandar nos comentários! Estou sempre aberta e grata pela crítica construtiva.
Vamos recapitular.
Eu estava procurando por uma pessoa desaparecida, encontrei uns fenômenos bizarros e assustadores, e acabei sendo sugado para algum lugar.
Resumindo:
Agora, eu também sou um desaparecido.
Engolido por um creepypasta.
“E-Excuse me, senhor, você é um policial...?”
E talvez essas crianças também sejam.
Eram cinco ou seis deles, todos com uniformes de colégio, me olhando com uma mistura de esperança e medo.
Ver seus rostos de alguma forma dissipou meu choque inicial, me trazendo de volta à realidade.
‘Primeiro de tudo.’
Eu precisava entender a situação...!
“Eu não sou policial.”
Mostrei o logo da <Daydream Inc.> bordado na frente do meu uniforme de segurança.
“Trabalho para uma empresa de segurança particular.”
“Ahh...”
Pareceu que eles tinham confundido o uniforme de segurança com o de policial.
Os rostos começaram a se encher de resignação e medo, então acrescentei rapidamente,
“Ainda posso registrar um boletim e iniciar os procedimentos de segurança. Então, por favor, calma e me expliquem o que está acontecendo, tudo bem?”
“E-eu... sim...!”
A primeira estudante que falou, uma garota de cabelo curto, engoliu o nervosismo antes de começar, com a voz trêmula.
“A gente... a gente estava em uma excursão escolar.”
Eles eram alunos do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola em Seul, em uma viagem para Gyeongju.
Os professores dividiram o grupo em times para facilitar a organização, e esse grupo, o Grupo 3, parecia especialmente animado e curioso.
“D-Do lado de trás do nosso alojamento tem uma montanha... e vimos algo parecido com um quiosque lá no alto, então... decidimos fazer uma brincadeira de coragem e ver o que tinha lá.”
Eles tinham decidido fugir à noite e subir até o “quiosque” sozinhos.
‘Huu...’
Normalmente, teriam sido pegos por um professor, levados na bronca e mandados de volta, ou só teriam olhado por cima, rido e voltado sãos e salvos.
Mas...
“Tinha uma pintura pendurada naquele quiosque.”
Mas este é o mundo dos creepypastas.
“E-era uma pintura de algo que parecia... com uma casa estranha...”
A estudante engoliu em seco outra vez.
“E alguém estava nos observando daquela casa.”
“……”
“Então, a gente se desafiou a chegar mais perto e...”
“Vocês tocaram nela.”
“……”
A garota acenou com a cabeça e começou a chorar.
“D-De repente, uma voz da pintura disse: ‘Bom trabalho, bom trabalho’, rindo, e então... algo estranho saiu dela—”
“E quando a gente acordou, já estávamos nesta casa abandonada assustadora.”
“A gente ouve barulhos estranhos do lado de fora da janela e, mesmo de dia, o nevoeiro está tão denso que não conseguimos ver... não conseguimos sair...”
Até um garoto no fundo, com cara de malandro, estava fungando. Todos pareciam à beira do pânico.
‘Argh...’
Mantive a voz calma de propósito enquanto perguntava,
“Por acaso essa pintura era um pergaminho?”
“Hiiic, fungada, um pergaminho?”
“Sabe, algo que você enrola — um pergaminho vertical.”
“Ah... acho que não... era mais como, hum, uma pintura tradicional? Uma que fosse feita com aquele pincel antigo...”
“...Uma pintura em tinta oriental?”
“Sim!!”
A estudante balançou a cabeça vigorosamente.
Então... poderia ser esse o ponto em comum que atrai as pessoas para dentro desse creepypasta?
Pergaminhos geralmente são objetos antigos.
‘O pergaminho que o Chefe de Seção Lee tinha também era provavelmente uma pintura tradicional em tinta oriental.’
E aquele líquido vermelho escuro e assustador (argh) que girava no banheiro... provavelmente também era tinta.
Resumindo...
É um creepypasta onde uma pintura estranha feita com tinta prende qualquer pessoa que a toque, sugando-a para um lugar aterrorizante.
‘...Parece que devem ser cinco ou seis deles.’
Estou finalmente conseguindo entender. Mas o problema é que nenhuma dessas trevas que conheço nesse tipo de história é fácil de lidar.
‘É um clássico creepypasta tradicional...’
Do tipo de história que nasce do medo supersticioso que aperta sua garganta.
Um conto assustador com um toque de folclore xamanístico, algo que arrepia os ossos.
“……”
Isso é muito ruim. Eu já sou meio medroso para fantasmas...
‘Isso parece muito mais pesado do que aquele fantasma da loja de conveniência...’
Desesperado, comecei a contar cabeças. Geralmente, ter mais pessoas por perto deixa as coisas menos assustadoras!
Tem mais alguém aqui?
A propósito, onde foi parar o sargento de segurança? Ele deveria estar enrolado nessa confusão comigo, mas não aparece em lugar nenhum.
Ter ele por perto me deixaria mais tranquilo... e não posso contar muito com essas crianças também.
‘Isso é um pesadelo.’
Mantive o tom firme e perguntei,
“Deve ter sido bem assustador. Quanto tempo vocês estão aqui?”
“U-um dia...? Não tenho certeza...”
“Vocês não estão com fome?”
“Trouxemos alguns lanchinhos, meio que... então comemos isso.”
“Entendo.”
‘Esses garotos devem estar no limite.’
Crianças que mal saíram do ensino fundamental, presas aqui sozinhas?
Eles provavelmente ainda estão alerta porque estão apavorados, o que os impede de sentir cansaço, mas logo vão desabar duro.
“A-gente está com muito medo, e os celulares não funcionam, então...”
“Entendi. Vou procurar uma saída, então, enquanto isso, não toquem em mais nada...”
Espere.
“Então, só tem vocês aqui? Não tem mais adultos?”
“Um adulto! Tem um! Tem um, mas...”
Então, naquele exato momento.
...Um grito ecoou ao longe.
AAAAHHHH!
“……”
“Ele vem gritando... sozinho... aquele tio está nos assustando.”
“...Eu também estou com medo...”
‘Mas eu não posso simplesmente arrastar todos vocês junto comigo...’
Nesse momento, ter um bichinho de pelúcia que conforta (de verdade) é uma mão na roda.
‘Braun.’
Chamei o “Bom Amigo” que estava no meu bolso.
Agora que penso, ele estava bem quietinho.
– Senhor Veado.
Uma voz levemente desapontada respondeu.
– Perdão. Foi só porque você foi a um lugar tão sujo e sem higiene para me trazer um presente...
Parecia que ele estava se sentindo culpado. Dei uma risadinha.
‘Está tudo bem. A gente vai sair daqui.’
Na verdade, não está nada bem.
Mas ficar bravo agora não vai me fazer desistir no meio do caminho também... Isso só deixaria meu pelúcia rancoroso e com vontade de matar.
– Você é realmente corajoso! Isso é uma habilidade admirável, até para um artista!
Não, eu é que estou apavorado de verdade.
Então, estou contando contigo para um socorro sério.
‘Você pode me ajudar a encontrar uma saída?’
– O que precisar? É só falar que eu, Braun, vou providenciar...
Hmm. Isso é ótimo — nesse ritmo, mesmo que eu não consiga levantar os cinquenta milhões inteiros, nossa amizade não vai correr risco.
Depois de dar umas batidinhas de agradecimento no bolso para Braun, entrei mais fundo na casa abandonada.
...Em direção à origem do grito.