Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar

Capítulo 25

Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar

Eu estava prestes a fazer uma pergunta de quiz para o Supervisor Park.

[Você está pronto! Ótimo…]

Ele estava perto.

‘…Nesse caso!’

Escondi minha mão trêmula sob o púlpito. Então, abaixei o corpo levemente e puxei dois itens do bolso interno do meu paletó.

Um adesivo barato com um emoticon sorridente e uma lata com a inscrição “Beba-me”.

‘Anda logo.’

Abri a lata.

Depois, colei o adesivo sorridente na lata.

Rápido,

rápido,

pelo amor de Deus.

“...Ah. Posso falar algo para os espectadores antes de responder?”

[Ah, claro!]

O Supervisor Park olhou para a câmera, fingindo que se dirigia a ela, mas na verdade olhando para mim e para o Assistente Eun.

Ele estava mirando nos púlpitos onde estávamos.

“...Tenho um parente no hospital. Gostaria que alguém pudesse visitá-la depois dessa gravação. Se possível.”

[Nossa, que comovente!]

[Então, qual é sua resposta?]

O Supervisor Park deu um sorriso nervoso, suando em bicas.

“Eu não sei...”

“Espere um instante.”

Levantei a mão esquerda.

“Senhor apresentador.”

Enquanto chamava sua atenção…

Estendi a mão direita e rapidamente colei vários adesivos molhados sorridentes embaixo da TV esférica que formava a cabeça do apresentador.

“……”

Ploc.

Uma gota d’água caiu no chão.

Será que as câmeras flagraram? Alguém percebeu?

Não, se tivessem percebido, minha cabeça já teria explodido.

[Ah, senhor Cervo! Quer dizer algo?]

Não perceberam.

Engoli em seco.

Quando olhei para o Supervisor Park, ele me encarava chocado.

Parecia surpreso por eu não ter sido incinerado por interromper o andamento e falar fora da hora.

Definitivamente, era um risco.

‘Mas eu tenho um motivo.’

O apresentador não disse isso antes?

– É uma gravação, não ao vivo, então vai ser ainda mais fácil que da última vez! Haha!

Ou seja, não era uma transmissão ao vivo.

‘Então, desde que eu não estrague tudo ou pareça conspirador, talvez isso não conte como atrapalhar a transmissão.’

Simplesmente levantar a mão e fazer um comentário pessoal não causaria problema algum!

[Senhor Cervo?]

Deixaram passar.

“Sim.”

Olhei para a área sob a TV do apresentador, onde a água havia pingado.

Então, baixei a voz o suficiente para que só o apresentador ouvisse, e disse,

“Minha cabeça está muito tonta. Posso... descansar um pouco?”

[……]

O que eu tinha acabado de fazer foi…

O ‘Adesivo Sorridente’ — um item que induz uma leve sensação de simpatia quando colado em um ser senciente.

E o ‘Kit Picnic Alice / bebida enlatada’ — um item que potencializa esse efeito.

Mergulhei o adesivo na lata e colei no apresentador.

...Claro, isso ainda era discutível.

— Podemos considerar o apresentador um ser senciente?

Ele claramente não era humano.

Mas deveria ter algum tipo de inteligência, certo?

Não, tem que ter. Estou apostando minha vida nisso.

E agora, não tem mais volta.

E se eu for incinerado por atrapalhar a transmissão? Bem, se for morrer mesmo, que seja de um jeito um pouco mais tranquilo.

A camisa grudada nas minhas costas estava encharcada de suor frio.

O apresentador fez um som…

[Caramba!]

“……”

[Será que a empolgação com a gravação passou do limite? Sim, eu entendo isso... Hum. Senhor Cervo, você se esforçou.]

[Então…]

O monitor da cabeça do apresentador ficou preto.

Ele levantou a mão direita…

[Corta! Vamos fazer uma pausa rápida!]

A música parou.

A equipe começou a cochichar.

[Haha, desculpa aí, minha tela deu problema. Vai rolar uma maquiagem!]

As luzes das câmeras foram desligadas rapidamente.

[Limpe com cuidado, por favor. Ah, ótimo!]

Um membro da equipe, sem rosto, carregando ferramentas de maquiagem, correu para limpar vigorosamente a tela antiga da TV.

E assim que o apresentador terminou sua tarefa, agarrou o maquiador pelo braço e apontou para mim.

[Ah, no caminho, pode levar esse participante para a sala de espera? Era para terem me trazido água.]

Então, o apresentador piscou o olho emoticon da tela da TV para mim, exibindo e apagando brevemente um texto.

[Descanse e tome um pouco de água!]

“...Obrigado.”

Tinha conseguido.

‘Pelo menos por enquanto.’

Mesmo com a gravação pausada, o sinistro e grotesco maestro de cabeça de porco permanecia no centro do palco, balançando sua batuta sem se mover.

As horripilantes bandejas prateadas continuavam a emitir canções assustadoras das cabeças humanas.

‘Segura firme.’

Não olhe.

Com as pernas bambas, cruzei o centro do palco…

[A gravação vai recomeçar em 30 minutos!]

Enquanto passava pelo púlpito do outro lado, a Assistente Eun deslizou algo na minha mão.

“……!”

Olhei rapidamente para ela.

Consegui ler seus lábios.

– Confere isso. Sozinho.

O que seria?

* * *

Fui guiado até a porta nos fundos do palco.

Lá dentro havia uma sala de espera típica, no estilo velho Hollywood.

Exceto pela quantidade assustadora de cartazes em preto e branco da transmissão, colados por toda parte como talismãs.

“Obrigado.”

O maquiador assentiu silenciosamente e desapareceu num piscar de olhos.

Click.

("Huu.")

...Estou vivo.

Por 30 minutos, pelo menos, tinha adiado minha morte marcada.

‘Preciso fazer algo nesse tempo.’

E eu tinha uma nova pista.

Abri a mão imediatamente para checar o que a Assistente Eun tinha me passado.

O item que eles tinham conseguido me entregar naquela situação desesperadora era…

“...Um botão?”

Era um botão, daqueles que você coloca na roupa.

Mas também um botão no sentido de algo que você pode apertar.

Parecia ter um mecanismo dentro que acionaria alguma coisa ao ser pressionado.

“……”

Só havia uma forma de descobrir, e eu não tinha muito tempo.

‘Eles me deram isso pensando que ajudaria.’

Apertei o botão imediatamente.

Beep beep beep…

......

Click.

[Aqui é Lee Jaheon.]

“……!”

[Quem fala? Esse é o botão de chamada da Assistente Eun Haje, porém.]

Chefe de Seção Lee Jaheon.

O líder da Equipe D, do Time de Exploração de Campo, que deveria estar em missão externa, havia atendido pelo botão.