
Volume 6 - Capítulo 1151
The Evolution of a Goblin to the Peak
『 Tradutor: Crimson 』
Notícias já haviam se espalhado pelo mundo sobre as forças do Monstro Relâmpago de Sangue, supostamente escondido em uma terra discreta conhecida como Planícies das Águas Altas.
As Planícies das Águas Altas eram um território remoto, sem nenhuma facção ou reino importante. Sua força mais poderosa, a Associação Verdejante, era liderada por um especialista que havia alcançado apenas o Reino da Solidificação — um rank S, na melhor das hipóteses.
Mesmo assim, as planícies se estendiam vastas, com quase dez mil quilômetros de diâmetro.
Ao ouvir os rumores, várias potências imediatamente enviaram batedores para confirmar a verdade. Nada havia sido verificado ainda, então continuaram a busca por vestígios nas Planícies das Águas Altas.
…
Fortaleza Guardiã
Torkez estava diante do portal com vários especialistas da Astros reunidos ao seu lado.
O portal pulsou com luz antes que várias figuras familiares passassem por ele: Alice, Vashno, Amanda, Eztein e Franklin.
“Como está?” Torkez perguntou imediatamente.
“Está feito”, respondeu Alice antes de continuar: “O povo de Ekatoe está em segurança na Floresta Involin. Nossos guerreiros de lá também estão preparados para lutar a qualquer momento.”
O grupo conversava enquanto caminhava pelos corredores, chegando finalmente ao convés. Alice fez uma pausa, seu olhar percorrendo o ambiente desconhecido.
“Algumas pessoas já descobriram nossa localização, então estamos nos afastando lentamente”, explicou Torkez.
Alice permaneceu em silêncio, com os olhos fixos no mundo exterior.
O plano original era manter a fortaleza escondida e usar o portal como passagem. Mas Souta rejeitou a ideia imediatamente — os demônios já estavam no encalço deles, e ele sabia que acabariam por alcançá-los.
Então um novo plano foi posto em ação.
Na Floresta Involin, o Ancião Hanmi, do Clã das Bruxas, liderava a evacuação dos civis. Em breve, apenas os especialistas da Astros permaneceriam lá, prontos para defender.
Então Alice sentiu algo. Seu olhar se voltou bruscamente para o chão.
Hum?
Ela avistou várias figuras escondidas abaixo, olhando para a fortaleza flutuante.
“Em no máximo uma hora, estaremos enfrentando um grupo deles…” Alice disse pesadamente.
“Está dentro do plano”, respondeu Torkez com firmeza e disse: “Então, iniciarei o salto espacial.”
Ele se virou e deu o comando.
A Fortaleza Guardiã estremeceu, e uma luz ofuscante envolveu toda a sua estrutura. No instante seguinte, tanto a fortaleza quanto a luz desapareceram.
As pessoas escondidas abaixo ficaram em choque, com os olhos arregalados diante do súbito desaparecimento da colossal fortaleza.
–Ohm!!
A várias dezenas de quilômetros de distância, a Fortaleza Guardiã reapareceu no alto do céu. Graças às modificações do Império, sua capacidade de salto espacial havia sido aprimorada, permitindo saltos muito maiores do que antes.
A fortaleza parou por apenas um minuto antes de retomar seu voo constante e estrondoso.
“Isso deve nos dar algum tempo antes que possamos tentar outro salto espacial”, disse Torkez, com um tom calmo, mas com o olhar aguçado.
Era preciso cautela. Eles não podiam se dar ao luxo de estender demais o portal — o alcance do portal era limitado e, se a fortaleza se afastasse demais, a ligação entraria em colapso. Somente um portal de alto nível, forjado com materiais raros e poderosos, poderia transpor tais distâncias, e não tinham esse luxo.
“É melhor aumentar nossa força, mesmo que seja só um pouco”, acrescentou Vashno, em voz baixa, antes de se virar e desaparecer nos corredores escuros da fortaleza.
Lá dentro, a Fortaleza Guardiã fervilhava de movimento. O ar vibrava levemente com o zumbido dos motores de mana, enquanto passos e vozes apressadas ecoavam pelos corredores de aço. Guardas patrulhavam cada canto, suas armaduras fazendo barulho a cada mudança de postura. Runas gravadas nas paredes pulsavam fracamente, um lembrete constante dos encantamentos defensivos da fortaleza.
Os preparativos consumiam a todos. Trabalhadores carregavam caixotes de suprimentos, ferreiros martelavam nas forjas e batedores entravam e saíam correndo dos corredores de comunicação, carregando relatórios urgentes. O lugar inteiro parecia um coração batendo forte antes da guerra.
O tempo passou rápido.
Sob o comando de Torkez, a fortaleza executou vários outros saltos espaciais, cada um sacudindo os salões com um ohm ressonante antes que a luz engolisse a fortaleza e a lançasse pelos céus. Eles já haviam viajado milhares de quilômetros, embora sempre em arcos calculados dentro do alcance do portal.
Enquanto isso, os superiores da Astros se isolavam em câmaras repletas de energia, esforçando-se para elevar sua força ainda mais. Todos sabiam o que os esperava: um oceano de especialistas, cada batalha potencialmente a última.
Em outro lugar, Isabella trabalhava com concentração total, o aroma forte da alquimia impregnando sua oficina. Frascos tilintavam enquanto poções ferviam em chamas ardentes, cada uma delas uma tábua em alto mar que ela esperava que mantivesse seus guerreiros vivos. Gragas martelava fundo na forja, o tilintar do aço ecoando pelos corredores enquanto ele reforjava armaduras e armas, faíscas se espalhando como pequenas estrelas na escuridão.
A Fortaleza Guardiã os levou adiante, uma cidadela em movimento tremendo sob o peso da guerra iminente.
Quase todos os guerreiros da Astros agora usavam equipamentos de Grau Roxo — apenas um nível abaixo do cobiçado Grau Laranja.
Dentro de uma câmara espaçosa, Alice estava sentada em posição de lótus, com os olhos fechados em profunda concentração. A energia circulava por seu corpo, fazendo com que sua figura brilhasse fracamente com uma luz azul-escura.
‘Meu poder elemental já atingiu o ápice do Estágio da Integração, para avançar ainda mais, preciso chegar a Sétima Algema… mas isso levará tempo. Acabei de completar meu último avanço.’ pensou ela consigo mesma.
Sua mente percorreu possíveis caminhos a seguir.
Seu Arquétipo, [Lança Dourada: Lenda da Vitória], era uma herança do próprio Rei dos Cavaleiros — uma fonte de imenso poder que ela jamais questionou. Dominar a primeira postura com mais profundidade aprimoraria ainda mais sua destreza em combate.
E havia também o seu [Poder dos Sonhos I]. Se ela conseguisse elevá-lo ao próximo nível, sua versatilidade em batalha aumentaria. No entanto, esse caminho carregava seu próprio obstáculo: sua falta de proficiência. O poder dos sonhos era evasivo, escorregadio, e manejá-lo nunca lhe foi natural.
“Eu poderia tentar…” Alice murmurou suavemente, sua voz quase um sussurro.
A aura azulada ao redor dela cintilava como uma chama inquieta enquanto ela se abria para as possibilidades, equilibrando-se no limite entre a hesitação e a determinação.
Na guerra, inúmeras emoções irrompiam no campo de batalha — medo, raiva, desespero e esperança. Para Alice, esses não eram apenas sentimentos passageiros; eram combustível. Cada um deles podia ser absorvido, fortalecendo seu poder dso sonhos e aguçando sua presença.
Além disso, ela possuía em seu arsenal diversas técnicas demoníacas secretas. Como os demônios já sabiam de sua existência, havia pouca razão para manter sua herança oculta por mais tempo. Se a batalha se tornasse desesperadora, ela poderia até revelar sua verdadeira forma. Afinal, já se espalhavam rumores de um demônio lutando sob o Monstro Relâmpago de Sangue.
“Eu sei o que fazer”, sussurrou Alice, sua determinação se firmando ao abrir os olhos. Erguendo-se graciosamente, ela deixou sua aura se acomodar novamente em seu corpo.
Ela caminhou pelos corredores da fortaleza até chegar à câmara onde Souta estava treinando. No entanto, ao ampliar seus sentidos, sentiu várias outras presenças já reunidas ali dentro. Parecia que ela não era a única se preparando.
Todos tinham a mesma ideia: entrar na consciência interior de Saya e treinar no fluxo acelerado do tempo. Dentro daquele reino oculto, horas se transformariam em dias, e dias em semanas. Era o cadinho perfeito para aguçar suas forças antes que a tempestade caísse sobre eles.
…
A dezenas de quilômetros da Fortaleza Guardiã.
Cem figuras pairavam no ar, seus olhares percorrendo a vasta terra abaixo. O vento uivava naquela altura, carregando consigo a tênue pulsação de energia remanescente.
“Há uma flutuação espacial aqui”, disse um homem, estreitando os olhos enquanto aguçava os sentidos e explicava: “Se realmente pertence ao Monstro Relâmpago de Sangue, então devemos persegui-lo imediatamente…”
“Eu consigo rastreá-lo”, respondeu outro. O poder emanava de seu corpo como ondas quebrando contra a própria realidade.
“Eles não estarão longe. O tecido espacial se tornou mais denso ultimamente — as técnicas espaciais estão mais restritas do que antes.”
Uma voz zombeteira cortou o ar.
“Ora, ora… Sussurrador Espacial. Eu não esperava que você se rebaixasse a ponto de perseguir a cauda do Monstro Relâmpago de Sangue.”
O alvo — o Sussurrador Espacial — virou a cabeça lentamente. Um segundo grupo se aproximava, em formação coesa e disciplinada. À frente, um homem alto, que irradiava uma confiança feroz.
“Ray Borg…” Murmurou sombriamente o homem ao lado do Sussurrador Espacial.
Os dois grupos pararam no ar, encarando-se com uma cautela aguçada. A atmosfera se adensou instantaneamente; o choque de suas auras fez o próprio ar tremer, como se a violência pudesse explodir a qualquer momento.
Os olhos penetrantes de Ray Borg percorreram o flanco do Sussurrador Espacial antes que um sorriso cruel se formasse em seus lábios.
“Então… já está cansado de fingir para o Exército da Gula? Dizem que você sofreu uma derrota lamentável no País de Selnes.”
O olhar do Sussurrador Espacial era indecifrável. Sua voz permaneceu inexpressiva.
“Se é uma luta que você quer, eu te atenderei mais tarde. Por enquanto, minha prioridade é localizar o Monstro Relâmpago de Sangue.”
Ray Borg riu baixinho e levantou a mão, sinalizando para seus homens recuarem um pouco. Seu sorriso se alargou.
“Então vá em frente. Encontre-o… para mim.”
O Sussurrador Espacial o estudou por um longo momento, lembrando-se da última vez em que se enfrentaram. Ele conhecia bem aquele homem — Ray Borg, um temido especialista de um dos Grandes Países. Um guerreiro capaz de neutralizar habilidades espaciais. Alguém que não deveria ser subestimado.
Sem dizer mais nada, o Sussurrador Espacial se virou, gesticulando para que seu povo o seguisse. Suas figuras se dissiparam na distância, a tensão no ar pairando como uma tempestade que ainda não havia desabado.
…
Planícies das Águas Altas.
Esta era a terra onde vestígios do Monstro Relâmpago de Sangue e seu povo foram avistados.
Agora, inúmeros especialistas chegavam à região a cada hora. As planícies outrora tranquilas, governadas apenas por seitas modestas e cultivadores solitários, haviam se tornado um ponto de encontro para poderes além da compreensão.
As facções locais das Planícies de Águas Altas não sabiam o que fazer. Seus mais fortes estavam apenas no rank S — meras formigas em comparação com as auras avassaladoras que agora desciam sobre suas terras. Cada vez que um novo grupo chegava, os céus tremiam e o chão parecia tremer sob sua presença.
Os moradores locais cochichavam entre si, com os rostos pálidos. Pequenas cidades fecharam seus portões, famílias fugiram para as florestas e comerciantes abandonaram suas caravanas na beira da estrada. Boatos se espalharam como fogo.
“O Monstro Relâmpago de Sangue está aqui…”
“Eles estão dizendo que ele matou um Monstro de Quinta Evolução.”
“Por que trazer o ressentimento deles para cá?! Seremos todos arrastados para isso!”
Acima, a atmosfera se condensava com intenção assassina. Dezenas de especialistas pairavam no céu, suas energias pressionando como lâminas invisíveis, sufocando qualquer pessoa comum abaixo.
“O Monstro Relâmpago de Sangue está aqui!” Uma voz rugiu, ecoando pela planície.
“Ele está usando técnicas espaciais para fugir!”, respondeu outro.
“Então ele não pode estar longe. Ainda podemos alcançá-lo.”
Grupos de guerreiros trocavam palavras, com vozes ásperas e inquietas. Alguns falavam em tom baixo e calculista, enquanto outros cuspiam veneno, com os rostos contorcidos de ódio. Para muitos, o Monstro Relâmpago de Sangue não era uma lenda abstrata — ele era a sombra por trás de sua dor, a tempestade que havia roubado seus companheiros, suas famílias.
As Planícies das Águas Altas, outrora uma terra discreta de rios caudalosos e ventos suaves, tornaram-se o olho de uma tempestade iminente. Os fracos só podiam assistir à descida dos gigantes, rezando para não serem esmagados quando os céus finalmente se abrissem.