Capítulo 62

『 Tradutor: MrRody 』

— Vamos nos mover rapidamente.

Partimos apressadamente. Depois de passar por todo aquele trabalho para caçar um Canivaro em cinco minutos, não havia tempo para descansar.

— Então, você está bem agora?

— Agora que consegui descansar um pouco, me sinto melhorrr. Obrigada. Mas quanto tempo eu dormi?

— Provavelmente cerca de três horas. — Era uma mentira. Na realidade, não podia ter sido mais do que uma.

— T-Tanto assim? Não é de se estranhar… — Em termos técnicos, isso era chamado de efeito placebo. Pensar que ela dormiu mais tempo seria mais benéfico para sua saúde mental e física. Embora eu estivesse começando a me tornar o problema agora. — Bjorrrn, você não parece bem.

Tendo dormido, Missha não estava mais ficando para trás. No entanto, minha velocidade estava bastante lenta agora. Isso era de se esperar. Só porque minha taxa natural de recuperação era alta, não significava que minha fadiga desapareceria.

— Eu vou te carregar. Por que você não descansa?

“Quer dizer… obrigado pela oferta, mas como isso faz sentido?”

— Está tudo bem, eu aguento. — Claro, eu estava cansado. Provavelmente desmaiaria em um segundo se fosse deitar agora. Mas… — Vamos acelerar um pouco mais.

Novamente, não havia outra escolha. Uma análise cuidadosa da minha condição atual me dizia que, mesmo que me esforçasse ao máximo, só tinha algumas horas restantes em mim. Depois disso, com ou sem fortitude mental, meu corpo não aguentaria mais.

— Acelerar?

— Sim, é a única maneira.

Precisávamos encontrar um lugar seguro enquanto eu ainda tinha energia. Esses lugares eram gerados aleatoriamente na Floresta da Bruxa em intervalos regulares e existiam por oito horas. Os efeitos do campo eram anulados lá e nenhum monstro aparecia. Em outras palavras, era possível dormir em segurança.

— Mas e se não encontrarmos?

“Bem, então as coisas vão ficar muito piores.”

A última vez que encontramos a zona segura foi há dois dias. Neste ponto, era provável que aparecesse novamente.

“Não sei sobre mim, mas ela parece ter alguma sorte do lado dela…”

Veja só a última vez que encontramos uma zona segura. Estávamos descansando porque ela estava reclamando que a perna doía quando uma zona segura apareceu bem ao nosso lado.

— A partir de agora, você lidera.

— E-Eu?!

— Apenas vá para onde quiser. Não conhecemos este lugar de qualquer maneira.

Não que eu fosse supersticioso, mas coloquei Missha na frente, apenas por precaução. Movemo-nos rapidamente, destruindo apenas os monstros proativos que encontramos.

Quanto tempo passou?

— Hein? Bjorrrn! Olhe ali! Não é aquela ali?

— …Parece que sim.

Algumas pessoas pareciam ter toda a sorte. Para nossa surpresa, em menos de trinta minutos, encontramos uma árvore incomum. Parecia semelhante às outras árvores ao redor, mas um brilho roxo suave irradiava da casca. Era um sinal de que este era um conduíte que nos levaria ao lugar seguro.

— Bom trabalho, Missha.

— Hehe! Você pode me elogiarrr mais!

O que ela estava dizendo? Depois de bagunçar seu cabelo para indicar que ela fez um bom trabalho, me aproximei da árvore e, junto com a Missha, coloquei as mãos na casca.

No momento em que colocamos as mãos na árvore, uma névoa roxa nos envolveu. Em pouco tempo, um vento quente reminiscente de uma brisa de primavera soprou para dispersar a névoa que cobria nossos arredores.

Shaaa!

Eventualmente, quando toda a névoa desapareceu, a sombria floresta não estava mais à vista. O chão abaixo de nós era um gramado florido em toda sua exuberância. Os finos espinhos cobertos com vinhas podres tinham sido substituídos por uma abundância de folhas.

— Bjorrrn! Olhe para isso! As flores não são bonitas?

“Sim, claro. Mas já percebi isso da última vez…”

— Não faça nada desnecessário e entre para descansar.

— Hnng, você, seu bárbaro insensível!

Insensível? Isso é apenas para pessoas com liberdade para serem românticas. Ser romântico enquanto você está à beira de morrer de fome só faz você parecer uma pessoa pobre que está mentindo para si mesma.

Creek…

Deixando Missha, que estava estranhamente enérgica, abri a porta da cabana central. Havia uma estante de livros, uma mesa de jantar, um tapete e um fogão. Apesar do fato de ser chamada de Cabana da Bruxa, não havia nada de especial no interior. Era uma cabana comum que qualquer um poderia imaginar.

“Ainda assim, acho que Raven ou Dwalkie teriam gostado.”

Os magos adoravam espaços incomuns como este. Havia também livros na estante, então eles teriam os verificado assim que chegassem.

Mas eu era um bárbaro, e um muito exausto, por sinal.

Ploft.

Então fui direto para a cama e desmoronei nela. Então enterrei meu rosto no travesseiro e murmurei. — Desta vez, você dorme na cadeira.

Chegando ao meu limite físico, enviei Missha para a cadeira de balanço em que dormi da última vez.

— T-Tudo bem! Você deve estarrr exausto, então descanse.

Crep, crep, crep.

Enquanto fechava os olhos, ouvi o som da madeira começando a queimar na lareira. Missha parecia ter sentado também, pois pude ouvir o som de rangidos em intervalos regulares.

Creak, creak.

— …Boa noite, Bjorrrn.

Minha consciência gradualmente desapareceu.

Será que era porque eu estava exausto? Estava sonhando pela primeira vez em um tempo.

Como sempre, eu estava no trabalho. Estava trabalhando em coisas administrativas e, quando terminei, minha ex-namorada veio me cumprimentar.

…Vestida com meias pretas.

De qualquer forma, voltamos para o meu apê e pedimos frango, cada um fazendo sua própria coisa. Eu jogava e ela lia um livro quietinha no canto. Seguiu-se um silêncio pacífico. Quando chegou a hora de dormir, nos aconchegamos naturalmente um no outro e fomos dormir.

Isso foi tudo o que aconteceu no sonho.

Assim que percebi que tudo aquilo era apenas um sonho, fui lançado de volta à realidade. Um pequeno barraco que encontramos enquanto vagávamos pela Floresta da Bruxa… uma cama velha lá dentro… e um grande corpo de bárbaro ocupando-a. Uma vez que aquele bárbaro acordasse de seu sono, ele arrastaria seu corpo monstruoso para enfrentar monstros a fim de sobreviver. Esta era a minha realidade.

“…Então vamos fazer o que temos que fazer.”

Não parecia que eu conseguiria voltar a dormir, então virei minha cabeça para a lareira. O fogo que estava brilhando antes de eu adormecer tinha perdido sua força e estava quase se apagando. Isso significava que a cabana estava prestes a fechar. Verifiquei meu relógio para ver quanto tempo havia dormido.

“Ainda assim, dormi quase sete horas.”

Era bastante fascinante que meu corpo tivesse acordado na hora certa, sem nem precisar de um alarme. Forcei meus olhos a se abrirem e olhei para o teto. À medida que eu acordava lentamente, uma forte enxaqueca irrompeu da parte de trás da minha cabeça, como se meu cérebro estivesse reclamando que precisava de mais sono.

Eu sabia que se eu me entregasse a tal sentimento de fraqueza, não haveria fim. E então eu me sentei.

“Quando ela chegou aqui?”

Eu não sabia o porquê, mas Missha estava dormindo com o corpo sobre o meu, usando meu torso como travesseiro. E ainda babava. Ela parecia bem confortável, porque até ronronava a cada respiração.

“A cadeira estava desconfortável?”

Levantei a cabeça dela e a movi para o lado, então me levantei da cama. Acordá-la cedo ajudaria a melhorar sua condição física antes de ser hora de sair, mas decidi deixá-la dormir por enquanto.

Crack!

Estiquei meu corpo rígido, então saí da cabana para tomar um pouco de sol. Para ser honesto, meu humor melhorou muito.

…Será que é por isso que Missha gosta de olhar para as flores?

Quando pensei dessa maneira, pude entender como Missha se sentia, mas ainda era um sentimento difícil para mim de simpatizar. Não que estivesse errado. Mas era apenas uma questão de preferência. Se expor ao sol pelo menos fazia você sentir que talvez estivesse recebendo um pouco de vitamina D. Olhar para flores nem era hipnótico, era menos eficaz como placebo.