Sobrevivendo no Jogo como um Bárbaro

Capítulo 63

Sobrevivendo no Jogo como um Bárbaro


『 Tradutor: MrRody 』


Era nosso oitavo dia perdidos.

Enquanto vagávamos pela Floresta da Bruxa sem rumo definido, surpreendentemente, não havíamos encontrado nenhum aventureiro. Dado o terreno aqui, provavelmente deveríamos ter encontrado pelo menos um, mas, na verdade, isso não era estranho de forma alguma.

Primeiro, a Floresta da Bruxa era enorme. Segundo, como não era usada como principal área de caça, a população de pessoas que residiam aqui era pequena. Terceiro, estávamos vagando sem rumo em vez de nos dirigirmos para o centro. Como resultado, as chances de encontrarmos alguém eram menores.

“Além disso, neste ponto, aqueles que passariam por este lugar já o teriam passado.”

Ainda assim, eu pensei que quando o terceiro andar fechasse, alguns aventureiros passariam por aqui para subir para o quarto andar, já que era comum querer ter uma ideia de um andar antes de subir durante sua próxima exploração.

“Então essas pessoas querem subir para o quarto andar?”

Isso parecia muito provável. Claro, isso não significava que podíamos confiar neles.

— Um bárbaro e uma terian? São apenas vocês dois? — Assim como eu os julguei no momento em que os vi, eles também nos avaliaram. Para ser justo, deve ter parecido estranho. Um duo, não nos dois primeiros andares, mas no terceiro, e na Floresta da Bruxa, ainda por cima.

O homem, que parecia ser o líder da equipe de cinco pessoas, chegou a uma conclusão. — Vocês dois… foram separados do seu time?

— Isso mesmo. — Eu admiti prontamente. Era bom blefar, mas havia um momento e lugar para isso. Se eu tentasse negar enquanto parecia um mendigo assim, apenas pareceríamos suspeitos. E o que ganharíamos insistindo em negar? Claro, eu ainda deveria ter cuidado.

— Ahh! Bjorrrn! Estamos salvos agora?

— Fique quieta. — Eu empurrei Missha, que já estava ficando animada, bloqueei a frente e levantei lentamente meu escudo.

— Não fique tão acuado. Não somos pessoas más. — Uma humana de meia-idade do lado do homem sorriu calorosamente para nós. — Eu tenho um filho e uma filha da idade de vocês na cidade. Eu sei por que vocês estão preocupados, mas vocês devem estar exaustos, então ve-

— Não, obrigado.

Um filho e uma filha? O quê? Ao invés disso, isso os fazia parecer ainda mais perigosos para mim. Ter filhos para sustentar significava que suas motivações para ganhar dinheiro eram ainda mais aparentes.

— B-Bjorrrn, por que você está fazendo isso? Eles podem nos ajudar…

— Fique quieta.

Como deveria reagir se encontrássemos um aventureiro? Eu pensei muito sobre isso ao longo de nossas viagens. A conclusão que eu havia chegado era pedir ajuda primeiro. Prometer uma compensação considerável em troca de nos tirarem da floresta seria um bom negócio para eles também. Exceto, para fazer tal acordo, tínhamos que descobrir que tipo de pessoas eles eram. A verificação vinha primeiro.

— Eu sou Bjorn, filho de Yandel.

Quando revelei meu nome, o líder do outro lado respondeu da mesma forma. — Você é um amigo muito cauteloso. Eu sou Hans Staub. Eu desempenho o papel de batedor nesta equipe.

Mas o problema era… — Seu nome… é Hans?

— Haha, é um nome bem comum.

— Exatamente.

Por que havia tantos Hans no mundo? Eu descontei um ponto por causa de seu nome sombrio.

— Meu nome é Anuman Beit. Na cidade, meu marido e eu temos uma loja geral…

Cortei a mulher antes que ela começasse a recitar suas informações pessoais para mim. — Não há necessidade disso.

Não havia como confirmar se aquela declaração era verdadeira no labirinto, e não tínhamos muito tempo. Aceitaríamos a ajuda deles ou não? Qualquer que fosse a opção que escolhêssemos, tínhamos que tomar uma decisão rápida.

“Dois guerreiros, dois arqueiros, um batedor.”

Varri rapidamente meus olhos sobre eles e avaliei seu poder de combate, rostos, expressões, tons de voz e vibrações. Claro, não era necessário examinar de perto cada um. Às vezes, a intuição levava a decisões mais precisas. A experiência e os dados eram acumulados no subconsciente.

— Missha. — Logo, tomei minha decisão. Não havia garantia de que essa era a resposta correta, mas… — Você vai concordar com minha decisão?

Não eram necessárias explicações detalhadas aqui. Como tal, Missha deu uma resposta curta e sucinta à minha pergunta, uma que também omitia muitas coisas. — Claro.

Ótimo. Agora que eu tinha seu consentimento… — Isso é o suficiente de apresentações. Estaremos indo embora agora.

— Ir embora? Vocês não precisavam da nossa ajuda?

“Sim, mas por algum motivo, meus instintos estão gritando que vocês são perigosos.”

— Pensando bem, acho que não precisamos. Missha, vamos embora.

— O-Okey!

— Hmm, tudo bem então — disse Hans. — Não há razão para impedirmos vocês. Adeus.

Ok. Agora que consegui fazê-los concordar, recuei lentamente com os olhos ainda no grupo, cobrindo meu corpo com meu escudo.

Esse foi o momento em que ouvi o som familiar de algo rasgando o ar.

Whip!

Antes que meu cérebro pudesse entender o que estava acontecendo, meu corpo reagiu.

Whip!

Enquanto meu pescoço se curvava para o lado, uma flecha passou bem ao lado da minha orelha. Droga, como eles fizeram isso? Voou de trás de mim. Os bastardos que atiraram a flecha estavam definitivamente na minha frente…

— Sra. Beit, o que você está fazendo! — Um membro do grupo gritou algo para a senhora arqueira. Isso não tinha sido decidido mutuamente?

A mulher que disse que possuía um filho e uma filha da nossa idade já não falava em um tom gentil. — Seus idiotas! Vocês não viram os equipamentos dele? É feito de lithinum! Vocês sabem quanto isso vale?

— M-Mas eles ainda são aventureiros…

— Se você não consegue fazer isso, fique de fora, moleque. Tá vendo aquela mochila ali? É uma mochila expansível. Algo que vocês não conseguiriam comprar mesmo que passassem um ano inteiro no labirinto.

Talvez fosse verdade que ela tinha uma loja geral com o marido. Essa mulher tinha um bom olho, embora eu não fosse ousado o suficiente para elogiá-la por isso.

— E-Eu, não, não posso.

— Então quem quiser sair pode sair.

— Eu vou participar. Esta não é a primeira vez para mim. Não estou em uma situação para recusar dinheiro fácil.

Originalmente aventureiros, um acordo foi rapidamente alcançado entre eles. Eu observei a troca atentamente.

Missha agarrou ansiosamente minha camisa. — B-Bjorrrn… não devemos fugir?

— Espere.

Eles tinham um batedor do lado deles. Se fugíssemos agora, não iríamos muito longe.

“Deve estar aqui por agora…”

— Eu… vou… matar… vocês…

“Lá.”

Sorri de forma afiada.

Essa era a única razão pela qual eu tinha tentado tomar uma decisão rápida, seja ela qual fosse. Quando o Carnivaro emergiu da escuridão, o grupo de aventureiros que nos tinha como alvo ficou assustado.

— Um C-Carnivaro?

— Por que há dois deles?

Isso porque este era nosso oitavo dia como ‘náufragos’. Eles podem ter acabado de entrar na floresta, mas nós já tínhamos alcançado o nível dez do Olho da Bruxa.

— Missha, agora. — Eu puxei Missha com uma mão e, com o escudo na outra, corri para frente em vez de para trás.

【Carnivaro lançou Flecha Perseguidora.】

【Carnivaro lançou Flecha Perseguidora.】

À nossa direita, um Carnivaro encaixou uma flecha em seu arco. Quando o avistei, corri ainda mais rápido.

Whiiip!

Eventualmente, minha perspicácia bárbara dinâmica reconheceu que as duas flechas foram disparadas simultaneamente, mas não havia necessidade de se preocupar em proteger minhas costas. Agora eu tinha algo mais para bloqueá-las.

— A-Ahh! Pare-os!

— Q-Que diabos são essas coisas?!

No momento em que empurrei e me enfiei no grupo oposto com a força bruta de um bárbaro, ouvi um grito. Era o garoto que havia dito que queria desistir. — Aaagh!

“Hmm, então a flecha te atingiu. Sim, geralmente são os mocinhos que vão primeiro.”

Bang!

— Agh! Caralho, meu pé!

Uma explosão soou na direção do Carnivaro. Quando olhei para trás, parecia que Hans D, que havia sido surpreendido pela minha corrida para frente, tentou se dispersar e acabou pisando em uma mina de mana.

— Senhor Staub!

Ok. Neste ponto, parecia que o ‘aggro’ tinha mudado completamente para o lado deles.

— Missha, você corre a partir de agora.

— O-Okey.

Coloquei a Missha de volta no chão e depois corri para frente sem olhar para trás.

— O que vocês estão fazendo! Não olhem para eles, cuidem dos monstros!

Eles não seriam capazes de nos seguir por um tempo.


Dungeon and Stone era um jogo roguelike. Uma vez que você morria, já era. O personagem desaparecia. Claro, no final do dia, era apenas um jogo. Um personagem poderia ser criado novamente e um novo equipamento poderia ser adquirido. No fim das contas, o principal ponto deste jogo era avançar para o próximo andar com as informações que você reunia da tentativa anterior.

Em Dungeon and Stone, a morte se tornava parte da vida cotidiana. Mas e se o mundo do jogo se tornasse a vida real? Reconstruir um personagem não era possível. Tudo o que você via, ouvia ou aprendia nesta vida perdia o significado no momento em que você morria.

E, nesse sentido, eu tive sorte desta vez.

— Mas Bjorrrn, como diabos você sabia que essas pessoas agiriam assim?

— Foi um palpite. — Eu estava certo em seguir a decisão rápida que meu subconsciente havia tomado.

Quando Missha descobriu a verdade, ela não pôde deixar de ficar atordoada. — …Um palpite? — Não admira que ela tenha concordado em me obedecer sem fazer perguntas. Ela parecia assumir que eu tinha que ter uma lógica real por trás das minhas ações.

— O nome do líder deles era Hans.

— Desculpa?

— Eu odeio esse nome.

Missha apenas olhou.

— De qualquer forma, graças a isso, escapamos com segurança, o que é tudo o que importa.

— Sim, mas… — Missha parou com uma expressão ligeiramente preocupada no rosto e mudou de assunto. — De qualquer forma, nunca pensei que aquela mulherrr gentil se viraria tão rapidamente contra a gente…

Missha tremia ligeiramente, talvez pensando na velha que tinha nos encarado e gritado com todo fôlego. Sua rápida mudança de comportamento parecia ter sido um grande choque.

Eu não sabia se seria um consolo, mas dei meu ponto de vista. — Ela poderia realmente ser uma pessoa muito gentil.

— Hm? O que você qu-

— Se nós não parecessemos tão fracos.

E se não tivéssemos coisas caras. Se não tivéssemos nos encontrado no labirinto, mas na cidade, aquela mulher poderia ser lembrada como uma pessoa gentil. No entanto, em vez disso, ela encaixou a flecha no arco e a puxou mais rápido do que qualquer outra pessoa.

— Eu não entendo… ela deixou de ser amigável conosco prrrque parecíamos fracos?

— Missha, por que você entrou no labirinto?

— Prrrque eu tenho que ganhar dinheiro…

— Aqueles cinco eram iguais.

O dinheiro era um meio de se proteger, especialmente em um mundo onde deixar de pagar impostos era punível com a morte. Provavelmente havia muitos outros interesses que a mulher estava tentando proteger além de sua própria vida.

— … Acho que aprendi muito com esta expedição.

— Então se mexa mais rápido. Eles podem vir atrás de nós.

Aceleramos um pouco mais.

Quanto tempo havia passado? Apesar das minhas preocupações, eles não reapareceram mesmo mais de uma hora depois.

“Os monstros podem tê-los atacado primeiro, mas tenho certeza de que dois Carnivaros não os teriam eliminado. Poderia ter havido outro problema?”

Hmm, isso parecia fazer mais sentido. Pode ter sido Hans pisando em uma mina de mana. Se o batedor tivesse sido ferido, isso poderia ter interrompido a perseguição deles. Qualquer que fosse o motivo, significava que uma crise tinha sido evitada com sucesso.

“Por favor, espero que isso termine assim.”

Mesmo enquanto pensava nisso, porém, me forcei a permanecer vigilante. Prometi não relaxar até o fim. Como sempre, as coisas mais fodidas sempre aconteciam quando baixávamos a guarda.


Dia onze de estar perdido, e dia treze de estar no labirinto. Eram 19h, exatamente cinquenta e três horas antes do labirinto fechar.

— Bjorrrn. Eu achei!

Encontramos uma árvore que levava a uma cabana. Vendo que a luz irradiando dela tinha diminuído ligeiramente, parecia que já havia passado bastante tempo desde que a entrada se formara, mas cavalo dado não se olha os dentes.

“Acabou.”

O pior havia sido evitado de alguma forma. Mesmo que pudéssemos descansar apenas por quatro horas, poderíamos sobreviver aos dois dias restantes apenas com força de vontade. Em outras palavras, as chances de voltarmos com segurança aumentaram drasticamente.

【Você entrou na Cabana da Bruxa】

Porque cada minuto de descanso era precioso, imediatamente coloquei minhas mãos na árvore e entrei na área. A paisagem além do portal era a mesma de antes: o cheiro de grama e flores, o canto ocioso dos gafanhotos, o som do vento soprando entre as folhas.

“Só pode ser sacanagem…”

Infelizmente, no meio da pacífica dimensão, havia algo estranho.

【Número atual de visitantes: 5. A entrada está agora fechada】

Ocupantes anteriores. Em outras palavras, pessoas que descobriram a cabana antes de nós.

— Bjorrrn.

— Shh.

Cobri a boca de Missha, examinando a área o mais rápido possível.

“Um na cama, um na cadeira e um no gramado.”

Olhando pela janela, havia lugares que eu não podia ver deste ângulo, mas seria lógico presumir que houvesse três pessoas no total, já que a cabana tinha capacidade para cinco pessoas.

“Que dor de cabeça.”

Me aproximei lentamente do homem que estava dormindo na grama. Naquele momento, rolando enquanto dormia, o homem virou de costas e ficou de frente para nós.

Eu recuei. Surpreendentemente, o rosto que eu estava olhando era familiar.

“Eu não esperava encontrar você aqui…”