Sobrevivendo no Jogo como um Bárbaro

Capítulo 64

Sobrevivendo no Jogo como um Bárbaro


『 Tradutor: MrRody 』


Desde que fomos deixados na Floresta da Bruxa, eu pensei sobre isso de vez em quando: não estariam os outros vagando pela floresta procurando por nós também? Se sim, não seria possível nos reunirmos com eles por coincidência? Em resumo, tinha sido uma ilusão inútil.

“Não consigo acreditar.”

Expectativas e realidade nunca estavam alinhadas. Quando vi que o número de ocupantes era três, tive minhas esperanças, mas sorri amargamente. Milagres não eram meu estilo, afinal de contas. Eu estava mais inclinado à tragédia.

— …Bjorrrn — sussurrou Missha muito suavemente em meu ouvido, subindo em minhas costas. — O que vamos fazer agora?

“Bem. Estou pensando. Também nunca pensei que encontraria esses bastardos aqui. Seu nome era… Davis?”

Enquanto me preparava para esmagar sua cabeça com minha maça a qualquer momento, inspecionei de perto o homem dormindo, Davis. O fanático religioso tinha um colar, pulseira e botões todos cobertos com símbolos da religião Reatlas. Simplesmente falando, ele era o líder do grupo de aventureiros que nos atacou graças ao esquema de Elisa dias atrás.

“Por que diabos esse bastardo está aqui?”

Quanto mais eu olhava para o rosto desse cara, mais minhas suspeitas se aprofundavam. Por que ele estava descansando aqui? O que diabos ele fez com Elisa para que só restassem três deles? E por que diabos ele estava tão desgastado quanto nós?

Depois de colocar minhas suspeitas de lado, olhei novamente para a cabana através da janela. Felizmente, os outros dois ainda estavam dormindo. Como eu sabia que eram seus companheiros de equipe, pude inferir suas identidades com base na cor do cabelo e no tipo físico.

“Devem ser o cara do arco e o da espada.”

O guerreiro com o grande escudo e o arqueiro ruivo não estavam à vista.

“… Será que eles também foram separados de seu grupo?”

O pensamento veio à mente de repente, mas eu não podia ter certeza. Caramba. O que devo fazer? Isso estava me deixando ansioso. Devo apenas esmagar a cabeça dele enquanto ele dorme?

Enquanto eu estava contemplando isso, Missha sussurrou para mim: — Bjorrrn, talvez até possamos descobrir o que aconteceu com Hikurod e os outros.

Hmm, isso é verdade. Parecia que uma conversa era necessária. Antes disso, porém, precisávamos criar o ambiente apropriado para uma conversa.

— Vamos nocauteá-los primeiro e depois amarrá-los com cordas.

— Boa ideia.

Após concordarmos, escoltei Missha até a cabana para que, se eles acordassem, eu pudesse subjulgá-los antes que recobrassem os sentidos. Uma vez que os preparativos estavam completos, troquei olhares com Missha pela janela e assenti. Então, levantando a maça no ar, a golpeei em sua cabeça com metade da minha força.

Smack!

Como esperado, o fanático religioso caiu sem sequer fazer um som. Soltei um longo suspiro, limpando o sangue e os pedaços de carne das minhas roupas.

“Ufa, um a menos.”

Agora era hora de atordoar o próximo.

Quando entrei sorrateiramente na cabana, encontrei os outros dois completamente desacordados devido à jornada árdua e perdidos em seus respectivos sonhos. Qual deles devo cuidar primeiro? Depois de pensar por um tempo, percebi um deles se revirando.

— Ugh…

Sim, esse cara deve servir. Assim que estava prestes a golpear com a maça, Missha agarrou apressadamente meu braço e falou em um sussurro rouco: — Você disse que só ia nocauteá-lo!

Eu inclinei a cabeça, então percebi tardiamente o que ela queria dizer e assenti. — Não se preocupe. — Mesmo em jogos de luta, golpes de baixo dano eram minha especialidade. Eu estava confiante em minha capacidade de controlar minha força. E, bem, se ele morresse, era apenas má sorte. Assim funcionava o mundo. Concordaria?

Smack!

No momento em que a maça atingiu, o homem que estava descansando na cadeira de balanço desabou. Ao mesmo tempo, o homem na cama ouviu o som e levantou o tronco do colchão.

— Q-Quem…?

Claro, isso não era problema para mim. Seja acordado ou dormindo, minha maça era uma arma de igualdade de oportunidades.

Smack!

Sem precisar me aproximar sorrateiramente, avancei e apresentei a maça meio aquecida ao rosto dele. Como meu objetivo era nocauteá-lo, nomeei essa habilidade 【Bash】. Isso soava bem.

O primeiro passo foi completado com uma Bash bem-sucedida. — O que você está fazendo? — eu disse a Missha. — Amarre-os.

Missha olhou para os três corpos ensanguentados e respondeu: — Isso é necessário…?

“Uh, bem… Melhor prevenir do que remediar.”

Não havia nada a perder sendo minucioso. Esse era meu lema.


— Uau, eles realmente estão vivos…

Apesar de serem atingidos pela maça um por um, os três sortudos sobreviveram.

— Eu te disse para não se preocupar…

— Mas acho que eles vão morrer em breve.

Vendo que a respiração deles estava ficando mais superficial e irregular, parecia que de fato encontrariam seu fim em breve. O que tinha sido atingido no rosto estava em pior estado de todos. Mas enquanto estivessem vivos, não deveria haver problema. Afinal, não era este um mundo de fantasia?

— Encontrei. — Peguei uma das bolsas no chão e tirei uma garrafa de poção. Em seguida, despejei a poção em cima de suas cabeças inconscientes.

“Não podemos deixá-los muito animados, então apenas um pouco.”

Czzzzzz!

As reações vieram em intervalos diferentes.

— Ahh! Aaah!

— Ahhh!

Os ferimentos começaram a se curar lentamente e os três deles se contorciam no chão como peixes vivos. Puxei a cadeira de balanço, sentei-me e esperei que recuperassem os sentidos.

— Bárrrbaro Cabeçudo…— Missha notou e me repreendeu, mas o que eu poderia fazer? Eles podem ter sido enganados por Elisa, mas ainda tentaram nos matar uma vez. O coração de Bjorn, o bárbaro, não sentia simpatia pelo inimigo de jeito nenhum.

— Vocês…

— É aquele bárbaro!

— Foi um mal-entendido! Um mal-entendido! Não somos seus inimigos!

À medida que o tempo passava, os três recobraram os sentidos. Como todos estavam gritando ao mesmo tempo, as coisas ficaram um pouco caóticas.

— Um de cada vez — resmunguei enquanto limpava o sangue da minha maça, o que silenciou o quarto.

Os três, amarrados como uma linha de peixes, se olharam e chegaram a um acordo com apenas um olhar.

— Olhem, tudo isso é um grande mal-entendido. É apenas um mal-entendido. — Foi o líder e fanático religioso quem acabou sendo selecionado como representante. — Vou explicar tudo, então, por favor…

— Uh-huh, e qual é o mal-entendido?

Davis continuou falando como se eu fosse o injusto. — Aquela vagabunda! Ela nos usou. Não tínhamos ideia de que ela era uma escrava do amaldiçoado Karui!

“Ah, então vocês perceberam isso agora?”

Definitivamente aconteceu algo com eles.

— Então, por que vocês não nos deixam ir e podemos conversar sobre isso em mais detalhes?

— Pare de pedir isso. — O que importava agora não era o quão injustas as coisas eram ou o quão difícil foi para eles. — Me conte desde o início, o que diabos aconteceu depois que fugimos? — Uma confirmação do que havia acontecido. Essa era a única razão pela qual eu tinha usado 【Bash】 em vez de 【Smash】.

—Uh, aquele dia…

— Nem pense em mentir.

— T-Tudo bem. No final, foi nossa culpa por confiar nela, mas vou contar a verdade.

— Cabe a mim decidir se é verdade ou não.

O fanático religioso engoliu em seco. Então ele vomitou a parte da história que eu não sabia. — Quando caímos nos planos da transgressora desviada e alcançamos seu grupo, por algum motivo só havia três de vocês.

Sim. Isso foi logo depois de sermos deixados para trás.

Crunch! ###TAG###1###TAG###

Sério, isso foi arrepiante. Que tipo de timing maldito é esse?

— Devo continuar…? — perguntou Davis.

— Claro. Continue.

— Pensamos que seria difícil para nós se vocês continuassem fugindo, então atacamos e ferimos primeiro o homem que parecia ser o batedor.

— V-Você está falando do Rrrotmiller?

— Não sei o nome dele. Mas não se preocupe. Com um ferimento daqueles, ele ainda estará vivo.

De qualquer forma, juntando as peças da história restante, foi assim que aconteceu. O ataque surpresa incapacitou Brown, deixando nosso grupo em uma situação verdadeiramente desesperada. O anão teria determinado isso. Eles teriam que derrotar o batedor inimigo para poderem escapar com segurança.

— Não sei o que foi, mas assim como da primeira vez que nos encontramos, houve uma explosão de luz que nos empurrou para trás. Quando acordei, Anderson tinha sido perfurado na cabeça por uma lança de gelo. Ah, Anderson é o nome do nosso batedor. Ele não era do tipo que seria atingido por algo assim… Talvez tenha sido porque tínhamos a vantagem numérica do nosso lado, mas não fomos capazes de evitar o ataque porque não estávamos suficientemente vigilantes.

Sejam quais forem os detalhes, no momento em que o anão conseguiu ganhar algum tempo, Dwalkie derrotou o batedor inimigo. Então, sem olhar para trás, eles fugiram com Brown ferido.

Assim que ouvimos isso, Missha me deu um tapinha nas costas. — Como eu pensava, foi tudo graças a Hikurod! Hikurod matou o batedorrr deles para nós!

Bem, eu não sabia o que o anão estava pensando na época, mas não podia negar que era graças a ele que ainda estávamos vivos. De qualquer forma, voltando ao ponto principal da história.

— A morte de Anderson nos deixou vagando pela floresta também. Não pudemos perseguir ninguém.

O fanático religioso e sua equipe estavam ansiosamente nos perseguindo, mas quando seu batedor faleceu, eles ficaram em uma situação semelhante à nossa. Claro, eles ainda estavam em melhor situação do que nós. Tinham cinco pessoas do lado deles e até uma sacerdotisa. Mas…

— Foi cerca de dois dias depois que nos perdemos…

Enquanto eles revezavam a vigília noturna para recuperar sua energia, a vagabunda Elisa revelou sua verdadeira natureza e matou um deles.

— Quando o vi murchando e secando, soube imediatamente. Que ela era adoradora do maldito Karui!

— Ok, então por que aquela vagabunda matou seu amigo? — perguntei.

— Eu também não sei… Mas de qualquer forma, no momento em que testemunhamos aquela visão horrível, nós três percebemos que não tínhamos escolha a não ser sair e informar ao público.

“Mentira. Vocês apenas fugiram e abandonaram seu colega de equipe para sobreviver.”

De qualquer forma, eles apenas pularam o resto da história depois disso. Exceto pelo fato de serem três, não foi diferente do que Missha e eu passamos.

— Então, agora que o mal-entendido foi esclarecido…

— Eu acho que já te disse para não trazer isso à tona? — Suspirei com o terceiro pedido de liberdade.

— Bjorrrn, o que você vai fazer agora?

— Ahem. Parece que vocês estão em uma situação semelhante à nossa — disse Davis. — Por que não trabalhamos juntos?

— Feche a boca.

Havia mais a considerar. Claro, eu não tinha a menor intenção de aceitar a proposta desse sujeito e me unir a eles pelos dois dias restantes.

— C-Com licença, ainda não me desculpei! Deixe-me pedir desculpas! Fomos estúpidos o suficiente para cair nas armadilhas daquela vagabunda. Me desculpe!

No entanto, havia espaço para aceitar aquele pedido de desculpas. Eu realmente poderia julgar esses caras? Claro, muito do nosso sofrimento nos últimos dias foi causado por esses bastardos, mas ninguém morreu como resultado. Parecia que o anão e os outros ainda estavam vivos também.

— C-Claro, nós vamos compensá-los pelos danos que causamos também!

E eles estavam até oferecendo compensação material. Eu ainda tinha que matá-los?

— Bjorrrn, eu farei o que você mandar.

Já tinha matado várias pessoas até agora, mas minha vida estava em jogo naqueles momentos. E aquelas pessoas eram lixo, sem chance de redenção. Mas esses caras? Era complicado. Sim, como eu disse antes, havia espaço para consideração. Minha mente moderna, a mente de alguém que ainda não havia aprendido os caminhos desse mundo, estava adiando a decisão.

— No que você está pensando tão intensamente! E-Eu me enganei! Nunca imaginei que uma sacerdotisa mentiria…

— Fique quieto. Continue falando e posso acabar esmagando seu crânio por acidente.

Davis fechou a boca.

Respondi asperamente para não ser visto como fraco, mas internamente, continuei a me preocupar. “Era certo matá-los? Finalmente me perguntei.”

O guerreiro bárbaro Bjorn Yandel me respondeu. “Importa se é certo ou errado? É mais fácil apenas matá-los, então por que deixar espaço para incerteza?”

Uma resposta verdadeiramente ridícula. O sul-coreano de vinte e nove anos, Hansu Lee, também falou. “Idiota, o que é que há para pensar? Claro que matar alguém por cometer um erro é um absurdo. Mas…”

Por uma vez, suas opiniões se alinharam.

“Mas isso é quando estamos em nosso mundo”, Hansu terminou.

Matar alguém por cometer um único erro seria completamente irracional… se eu ainda estivesse no lugar onde nasci e fui criado.

Grrp.

Peguei a maça. No entanto, ainda não conseguia tomar uma decisão. — Missha, o que você acha? — Perguntei impulsivamente.

Missha, que nasceu e cresceu nesse mundo, respondeu: — Não consigo confiarrr nesses caras.

— E?

— Erro ou não, eles tentaram nos matarrr. Em situações como essas… meu pai me ensinou a nunca perdoar as pessoas.

“Hmm, entendi. Então isso é normal nesse mundo.”

Como uma névoa se dissipando, minha mente se tornou mais clara. “Quando em Roma, faça como os romanos”. O motivo para isso era simples: caso contrário, você poderia acabar morto.

Swip.

Levantei a maça.

— E-Eu disse que foi um erro! — O fanático religioso gritou do chão.

Eu assenti. — Erro, huh?

“Pode realmente ter sido um erro, mas por alguma razão, tinha a sensação de que você cometeria o mesmo erro no futuro.”

Crunch!


Então eu desferi a maça com toda a força, como se quisesse eliminar toda hesitação.

Crunch!

Sucessivamente.

Depois de três golpes, o entorno ficou quieto.

【Conquista Desbloqueada】

【Condições: Alcance uma contagem de mortes de 10.】

【Recompensa: Aumenta permanentemente o seu atributo de Espírito em +1.】

Eu não tinha intenção de justificar minhas ações. Se quisesse fazer isso, teria armado uma armadilha e esperado que cometessem um erro. Quanto pior o bastardo que eu matava agisse, melhor para minha saúde mental.

“Mas agora é hora de jogar tudo isso fora.”

Desde o momento em que acordei neste corpo, sabia.

“Bjorn Yandel.”

Doravante, eu tinha que viver por este nome. Não. Não apenas o nome, mas eu tinha que ser verdadeiramente esse selvagem. Era a única maneira de sobreviver aqui.

Tec, tec.

O sangue e a carne pingavam da maça.

— Bjorrrn… você está bem? Suas mãos estão tremendo.

Se você fosse fraco, morria. Se cometesse um erro, morria. Neste mundo, você morreria se não tivesse sorte.

— Não se preocupe. Não é nada. — Logo, minhas mãos pararam de tremer. Tirei a armadura do fanático religioso, depois arrastei o corpo, vestido apenas com roupas íntimas, para dentro da cabana.

— E-Ei? O que você vai fazer com ele?! — Missha perguntou, enojada.

— O que deve ser feito — respondi.

Era algo que eu tinha que fazer mesmo que não quisesse. Sem hesitação, joguei o corpo na fogueira meio apagada.

Whoosh!

O fogo voltou à vida instantaneamente. Ao mesmo tempo, um cheiro desagradável invadiu o ambiente. Na verdade, era apenas o que eu pensava. Esse corpo bárbaro prático não conseguia distinguir a diferença entre esse cheiro e o cheiro de carne.

Whoosh!

Enquanto eu olhava para o fogo queimando, soltei um suspiro. Parecia que isso também era o mesmo que no jogo.

【Um novo sacrifício foi feito. A duração da Cabana da Bruxa aumentou em 8 horas.】

Como ainda haviam dois pedaços de lenha, meus cálculos me diziam que poderíamos descansar na cabana por pelo menos mais vinte e quatro horas.

— O que você está fazendo? Vá descansar. — Assim que as palavras saíram da minha boca, deitei-me na cama. Missha disse algo em resposta, mas honestamente, eu não conseguia ouvir. — …Que confortável.

Fechei os olhos e comecei a contar de forma irrelevante. Meu corpo cansado adormeceu lentamente como se tivesse acabado de descobrir o que era descanso.

Crep, crep, crep.

O som da fogueira queimando gradualmente se afastou da minha consciência.

“Afinal, uma pessoa tem que dormir em uma cama.”

Não era nem mesmo irônico mais. Neste mundo, eu tinha perdido a consciência da modernidade… quanto mais eu fazia, mais humano eu me tornava.

  1. N.T. Aparentemente, uma lenha quebrou ou caiu na fogueira[###TAG###]###TAG###