Capítulo 14

『 Tradutor: MrRody 』

No momento em que Erwen nervosamente pegou uma flecha, eu a empurrei para frente.

— Eh?

Erwen, que foi repentinamente empurrada por trás, tropeçou para a frente, e no processo, a essência flutuando no ar entrou em contato com sua pele.

Shaaa…!

A essência emitiu uma luz e se enrolou no corpo de Erwen.

— Seu louco!

Então, era disso que aqueles bastardos estavam atrás.

— Eu disse, não se mexam!

Logo, o grupo de quatro aventureiros chegou a cerca de dez metros de nós. Mas, olhe. A essência já havia sido absorvida por esta elfa. Eu escondi meus nervos e dei um passo intimidador à frente.

— Por que eu deveria ouvir vocês?

— Aquela essência era nossa!

Imaginei um cenário diferente se desenrolando, onde eu não tivesse dado a essência para Erwen. Provavelmente nos forçariam a entregá-la em razões ridículas. Provavelmente alegariam que haviam derrubado o monstro sozinhos com uma flecha de longa distância ou qualquer desculpa que planejassem usar.

— Se vocês querem lutar, fiquem à vontade. Vou lutar com vocês o quanto quiserem.

Quatro contra dois. Embora estivéssemos em menor número, eu mantive firme minha posição. Para mim, isso era semelhante a quando cães pequenos latiam alto para evitar lutar o máximo possível. Humanos eram como animais nesse sentido: quando alguém os menospreza, eles mordiam.

O ruivo, que parecia ser o líder do grupo, cerrava os dentes em silêncio.

Eu estava certo de que eles tinham inteligência suficiente para pensar nisso. Não era como se a essência ainda estivesse flutuando no ar. Seu dono já havia sido decidido, então não havia nada a ganhar em nos enfrentar.

Então seria sábio desistir e voltar…

— Eu exijo compensação.

…Ou optar por resmungar.

Ver a essência desaparecer diante de seus olhos deve ter sido uma grande decepção. Não havia motivo para eu me importar com isso, porém.

— Nós pegamos a essência que ganhamos. Que compensação você está pedindo?

— Há alguma evidência? Aquele goblin era nosso.

Não me dei ao trabalho de perguntar, “E você tem alguma prova disso?” Era óbvio que não havia tal coisa. Não havia câmeras de segurança no labirinto. No final, as palavras do homem com mais poder se tornavam lei.

— Novamente, se vocês querem lutar, fiquem à vontade. Eu não vou fugir. — respondi teimosamente, não deixando espaço para debate.

“Se você vai atacar, vá em frente. Se você vai apenas falar, não pressione e dê o fora.”

Eu nem mesmo dei a eles tempo para pensar.

— Vou te dar três segundos. Se vocês não tomarem uma decisão antes disso, consideraremos vocês nossos inimigos.

— Senhor…?

“Leia o ambiente, Erwen. Fique quieta. Você não consegue ver que eles estão todos assustados com a minha atitude imponente?”

— Três. Dois…

— Nós vamos embora.

O homem fez uma escolha antes que eu pudesse contar até um. Sério, se um bárbaro tatuado do meu tamanho começasse a contar os segundos na minha frente, eu teria feito o mesmo. E se a essência realmente fosse deles, seus olhos estariam queimando de raiva agora. Mas eles sabiam muito bem que não era deles. Logo, eles desapareceram de nossa vista.

— Eles se foram?

—Sim. Eu acho que sim.

— Vamos acelerar até chegarmos ao portal. Vá na frente.

Ao ouvir minhas palavras, Erwen abriu caminho a uma velocidade não muito diferente de alguém a cavalo. Ela também sabia. Embora o encontro tenha terminado sem derramamento de sangue, ainda não havia acabado.

— Algum sinal daqueles caras?

— Não sinto nada. Oh, há um grupo de goblins às três horas, o que devo fazer?

— Ignore-os.

— Ok.

Originalmente, eu tinha planejado voltar a caçar goblins tranquilamente a caminho do portal, mas as coisas tinham mudado. Nós íamos sair do segundo andar o mais rápido possível. E se conseguíssemos, nos afastar o máximo possível do portal assim que estivéssemos no primeiro andar.

Ouvindo meu plano, Erwen inclinou a cabeça.

— Eles realmente nos seguiriam até o primeiro andar?

— Eles não estão nos seguindo. É apenas que nosso destino é o mesmo.

— O que isso significa?

Era um palpite simples. Eles eram um grupo de quatro. Isso era mais do que suficiente de pessoas para serem ativas na primeira área do segundo andar. Mas, eles estavam se movendo em direção à entrada em vez da periferia. A intenção deles era clara.

— É muito provável que estejam planejando voltar para o primeiro andar no sétimo dia para então retornar à cidade. Foi por isso que nos encontramos com eles lá atrás.

— Oh…

Para simplificar, como nós, esses caras eram um bando desorganizado que estava no segundo andar apenas para experimentá-lo. É por isso que, mesmo que tivessem dobrado nosso número, ficaram assustados e fugiram. Era possível que nem sequer fossem um grupo adequado, mas apenas um grupo de pessoas que se encontraram por coincidência no primeiro andar.

— Entendi…

Diante das minhas próximas palavras, Erwen assentiu silenciosamente. Embora eu não soubesse se ela realmente entendia.

— Você é realmente incrível!

“…Acho que não.”

— Eu só farei o que você mandar!

Bem, isso provavelmente era o melhor. Deixar alguém girar as engrenagens enferrujadas na cabeça deles certamente levaria a mais problemas.

— Senhor, é um goblin!

— Evite-o.

— Mas parece que eles já nos encontraram. Eles estão correndo na nossa direção agora!

— O quê?

Assim que ouvi isso, senti um sentimento de desespero. Desde o quarto dia até agora, os goblins nunca nos detectaram primeiro. Nesse sentido, a habilidade de percepção de Erwen era excelente. Mesmo que estivéssemos correndo agora, isso não podia ser uma coincidência.

Além disso, ela acabara de absorver uma essência.

— Desvie na direção oposta por enquanto.

— Ok!

Seguindo minha instrução, Erwen virou.

E exatamente naquele momento…

Pum!

Uma flecha voou na direção da qual havíamos nos afastado. Assim que vi isso, agarrei Erwen por trás.

— Aaah!

Erwen gemeu enquanto sua via respiratória era pressionada, mas… Sufocar por um curto período era melhor do que ser perfurada no pescoço.

Bam!

Assim que peguei Erwen e usei o escudo para cobrir meu tronco, a flecha ricocheteou nele. Mas mesmo que tenha ricocheteado em um ângulo, ainda parecia sólida contra o escudo. Será que foi aquele bastardo com a besta mais cedo?

— E-Eu poderia ter… e-evitado por…

Erwen soluçou alguma coisa.

“Sinto muito, mas não tenho tempo para te ouvir.”

— …mim…

— Só corra.

Comecei a correr com Erwen na frente novamente.

— Senhor, se outra flecha voar, você não precisa me…

— Fique quieta. Estou pensando. — disse em voz baixa, e Erwen fechou a boca.

Continuei pensando enquanto corríamos e permaneci atento aos meus arredores. Não sabia como eles haviam feito, mas aqueles caras tinham atraído os goblins até aqui. Então, eles nos emboscaram da direção oposta e tentaram nos encurralar.

“Mesmo que escapemos, seremos capazes de chegar em segurança ao portal? De jeito nenhum.”

Tentei calcular a possibilidade de chegarmos ao portal, mas sabia que era extremamente baixa. Eles tinham uma besta, e os goblins continuariam a nos perseguir também.

Se tivéssemos sorte, talvez conseguíssemos sair disso vivos apesar de tudo… Mas, sabia que não seria o sortudo nessa situação.

— Teremos que lutar.

Tínhamos tempo para respirar um pouco. Nesse tempo, cheguei a uma conclusão.

— Erwen, use seus poderes.

— Poderes?

— Use o poder da essência.

As essências continham as habilidades especiais de cada monstro de onde eram obtidas.

Por exemplo:

No jogo, as informações eram exibidas assim. Aumento de atributos e uma habilidade passiva (P) e uma habilidade ativa (A).

Essas informações também se aplicariam neste mundo. Havia algumas diferenças até agora, como os monstros, pontos de partida, etc., mas essa parte pelo menos sempre tinha sido consistente com o jogo.

— M-Mas eu não sei como usar isso…

Erwen ficou assustada com meu pedido irracional. Eu sorri.

— Ótimo.

— O que você quer dizer?

— Quero dizer que você está em modo furtivo.

Enquanto Erwen corria, seu corpo ficava embaçado. Mesmo assim, era um efeito fraco e poderia ser detectado a certa distância, mas…

— Pare.

Quando a impedi de se mover, o efeito de furtividade se tornou mais forte. Este deve ter sido o motivo pelo qual os personagens se moviam lentamente no jogo.

Conforme o tempo passava com nós parados ali, seu corpo se tornava de translúcido a quase transparente. Embora houvesse uma disparidade clara entre seu contorno e a área ao redor, ela não seria visível exceto a curta distância.

Ou ainda menos, nesta floresta escura.

Erwen olhou para baixo para seu corpo e exclamou: — Uau…

Também era fascinante para mim. Embora eu estivesse fascinado por uma coisa diferente. Sem um comando ou algo do tipo, ela havia ativado a habilidade apenas com a força de vontade. De qualquer forma, poderíamos estudar isso com mais detalhes depois.

— Erwen, pegue isso.

— Hã?

Entreguei a mochila para Erwen e acrescentei rapidamente: — Esconda-se aqui, e quando eu der o sinal, atire primeiro no arqueiro com a besta. Não saia antes disso. Você entendeu?

— O quê? O que você quer dizer?

— Não há tempo. Vou presumir que você entende.

Terminei rapidamente o que tinha a dizer e imediatamente comecei a correr.

— Espere, o sinal?! Qual é o sinal…!

Ouvi um pequeno grito ecoar atrás de mim, mas era muito arriscado voltar.

Depois de me mover cerca de trinta metros da minha posição original, parei. Não tinha intenção de ir longe em primeiro lugar. Se continuasse assim e acabasse pisando em uma armadilha, isso seria um grande problema.

— Grk, grk!

Ao me virar, ouvi goblins correndo na minha frente, à esquerda. E aqueles aventureiros covardes… ainda não haviam sido vistos.

Depois de bloquear aquela primeira flecha, eles não reapareceram. Mas não me preocupei muito com isso. Estava óbvio o que aqueles bastardos estavam pensando.

— Grk, grk!

Se eu começasse a lutar contra esses goblins, eles certamente apareceriam. Tinham atraído os goblins aqui com esse plano em mente desde o início. Retomando o foco no momento presente, observei os goblins rodeando-me.

— Grghghgh!

Dos dez goblins, havia dois espadachins. Felizmente, não havia arqueiros entre…

Clang!

Eu estava errado. Corri em direção aos goblins, desviando das flechas voando em direção ao meu escudo. Claro, não podia correr como costumava fazer. Os arqueiros goblins estavam atrás de mim, mas também estava o besteiro humano.

Clang!

Após um período de cerca de dez segundos, outra flecha voou. Novamente, pertencia ao arqueiro goblin.

Clang!

Após bloquear a flecha com meu escudo, golpeei a cabeça do goblin espadachim com um cimitarra. Em troca, outro goblin me esfaqueou na perna com uma faca de entalhe.

Stab!

Bem, eu tinha que correr riscos aqui. O número de goblins diminuiria, mas os aventureiros também começariam a ficar impacientes e se mostrariam.

Whack! Whack! Whack!

Derrubando os goblins como um bárbaro enfurecido, minhas lesões gradualmente aumentavam… Antebraço, coxa, costelas, etc. Nenhuma delas era uma lesão grave individualmente, mas ao se acumularem, não podia simplesmente ignorá-las.

Whack!

O veneno das armas dos goblins tinha começado a circular, e uma sensação de formigamento se espalhava das áreas feridas. Mas apesar disso, matei todos os sete goblins. Então…

Whizz!

As flechas voaram. Duas ao mesmo tempo.

Whizz!

Suas direções também eram diferentes. Uma era sem dúvida do arqueiro goblin, e a outra seria do besteiro.

Era difícil bloquear ambas com meu escudo. Escolhi bloquear a flecha do besteiro vindo da lateral.

Bam!

O som do impacto era diferente do que eu costumava ouvir ao bloquear flechas disparadas por arqueiros goblins.

“Será que isso é mesmo uma besta?”

Enquanto eu estava pensando nisso…

Stab!

Com o som de algo rasgando minha pele, uma flecha de goblin perfurou meu cotovelo esquerdo.

— Merda.

Aquilo doeu. Chegou ao osso? A dor era uma coisa, mas agora meu braço não conseguia se mexer por causa de uma única flecha. Tentei desviá-la com uma proteção de ombro, mas foi mais difícil do que eu pensava.

Thud.

Joguei o martelo na minha mão direita sem hesitar e segurei o escudo em seu lugar. Meu braço esquerdo, que segurava o escudo, agora estava paralisado. Se tivesse que escolher entre o martelo e o escudo, o escudo sempre seria a melhor opção.

Especialmente nessa situação.

Whack! Whack! Whack!

Segurando o escudo com uma mão, espanquei os três goblins restantes, limpando minha proximidade imediata. O goblin arqueiro deve ter fugido porque as flechas pararam de vir.

Foi uma vitória dolorosa na primeira rodada, mas eu sobrevivi.

— Venham! Seus filhos da puta!” Eu gritei

Não percebi que estaria dizendo isso para um humano, não um goblin. Bem, acho que eles eram basicamente iguais.

Whiiip!

Em vez de sair, uma flecha voou em minha direção de longe. Era de uma besta humana. Como eu esperava, bloqueá-la não foi problema. No entanto…

Bam!

“Puta merda, o que é isso?” Eu pensei.

A flecha havia perfurado diretamente a placa de ferro do escudo, sua ponta apontando para mim através do metal.

“Um movimento errado e isso poderia ferrar minha mão também.”

Enquanto cobria meu tronco com o escudo e olhava sobre os arbustos, ouvi uma voz me chamando logo em seguida.

— Bárbaro.

Três pessoas apareceram. O homem de cabelos vermelhos e líder presumido, um samurai com uma espada de lâmina única semelhante a uma espada japonesa, e um homem muito magro segurando uma espada de uma mão e um escudo.

Enquanto isso, o besteiro ainda não tinha sido encontrado.

— Então, foram vocês.

— Sim, fomos nós.

Como eles tinham atraído os goblins para cá? Não fiz perguntas desse tipo, porque, se fizesse, sabia que eles só me olhariam com desdém.

— Venham para cima de mim.

— Um verdadeiro bárbaro. Você está cheio de espírito de luta mesmo depois de lidar com tantos goblins sozinho. Onde está aquela vadia elfa?

Eu estava me perguntando por que eles estavam falando tanto. Então, esse era o objetivo deles.

— Parece que até entregou sua mochila. Se não quer mais problemas, é melhor abrir o jogo.

Assim que ouvi isso, sorri e soltei um riso de escárnio.

“Se eu contar para vocês, vão me deixar ir? Tá certo. Não sou um idiota sem cérebro.”

— Filho da puta louco.

O líder franziu o cenho quando me viu rindo. A expressão em seu rosto sugeriu que ele já tinha tido o bastante. Aparentemente, eu parecia um bárbaro padrão para ele.

— Nesse caso, vamos te subjugar primeiro e te questionar novamente depois.

O líder trocou olhares com seus camaradas, e eles se aproximaram lentamente juntos.

Capturar o inimigo, huh… Era bom ouvir isso.

Verdade, mesmo se me matassem, o risco e a recompensa não estavam equilibrados. Poderia haver qualquer número de razões pelas quais eles tivessem se incomodado com uma emboscada. As pedras de mana que tínhamos reunido ao longo de sete dias, o equipamento que usávamos, o rosto bonito de Erwen, ou vingança por terem que testemunhar alguém mais ter sorte bem na frente deles.

Estava percebendo mais uma vez…

— Todos, estejam vigilantes. Pensem nisso como caçar um monstro grande.

Sério, havia muitos obcecados pela eficiência nesse mundo. Bem, provavelmente era assim que eu ia me tornar também.

Forcei lentamente minha mão esquerda, agora paralisada pela flecha envenenada presa no meu cotovelo, a se mover acima da minha cabeça. E então…

— O que você está fazendo?

Levantei meu dedo do meio bem alto.

Whiiip!

Qualquer um que tivesse vivido neste mundo saberia que este era um sinal único.

Thunk…!

Logo, um som fraco ecoou pela floresta.