
Capítulo 432
O Ponto de Vista do Vilão
Capítulo 432: O Peso do Conhecimento Cósmico (2)
Não havia títulos nas capas daqueles volumes escuros, e as informações dentro só apareceriam quando ele os abrisse e folheasse as páginas uma a uma.
O que significava que ele não tinha escolha senão passar por todos eles, caso quisesse encontrar o que procurava.
Mas, por mais livros que abrisse, todos falavam do mesmo assunto.
Depois de horas e horas de leitura incessante, Frey finalmente largou um livro com força e gritou, frustrado:
"Que história é essa de teletransporte e manipulação do espaço?!"
Mesmo depois de tanto tempo procurando...
Era sempre o mesmo tema, repetido sem parar.
Frey tentou trocar de andar, esperando escapar disso, mas onde quer que fosse, acabava esbarrando na mesma coisa.
No primeiro andar...
No décimo andar...
No quinquagésimo andar...
O conhecimento sobre teletransporte continuava aparecendo onde quer que fosse, quase como se alguém estivesse brincando com ele de propósito.
Claro, teletransporte era uma habilidade poderosa — mas, para Frey, que buscava uma maneira de salvar seu amigo, não passava de uma perda de tempo precioso.
Forçado a aprender e memorizar todas essas informações...
De repente, Frey se lembrou da visão que uma vez teve de Nameless em Londor.
Naquela ocasião, ele testemunhou claramente como o teletransporte e a manipulação do espaço eram as primeiras coisas que Nameless buscava dominar na vida.
Tudo para escapar do seu planeta durante a invasão demoníaca.
A habilidade de teletransporte pertencia à misteriosa Lei do Espaço, e Nameless conseguiu criar uma técnica poderosa nesse campo complexo, tudo por conta própria.
Agora, usando a máscara daquele homem enigmático, Frey se pegou pensando enquanto folheava mais um livro:
"Será que realmente vou ser forçado a reviver tudo o que aquele homem viveu... só para uma coisa?"
Se fosse verdade, então aquilo seria um pesadelo completo para Frey.
E assim, as horas se passaram, uma após a outra.
Frey não se lembrava da última vez em que absorvera tanta informação de uma só vez. No fim, parecia que sua cabeça quase explodia.
Mesmo que sua mente absorvesse automaticamente cada pedaço de conhecimento que cruzasse seus olhos, ele mal havia arranhado a superfície desse oceano de informações.
A resposta que buscava parecia cada vez mais distante.
E ao perceber a amarga verdade de sua própria ingenuidade...
Frey colidiu de volta com a dura realidade mais uma vez.
Afinal, como poderia replicar tão facilmente o conhecimento daquele homem?
Era simplesmente impossível... mesmo que ele passasse a vida toda folheando aqueles livros.
Esse conhecimento levou anos inimaginavelmente longos para ser reunido por Nameless.
Nameless era imortal, imune ao passar do tempo, o que significava que os anos dedicados ao aprendizado eram ilimitados.
Diferente de Frey, um mero humano, que agora tinha no máximo vinte dias para cumprir o prazo.
Tudo que ele precisava era de uma única peça de informação... uma resposta capaz de salvar seu amigo.
Mas essa resposta se perdeu no mar infinito de livros.
Era como procurar uma agulha no palheiro.
Frey continuou a tropeçar nesse mundo em vão, aprendendo interminavelmente sobre teletransporte... um tema do qual ele não tinha interesse algum.
...
...
...
Quando Frey finalmente se moveu novamente no mundo real, a escuridão do céu já tinha dado lugar à luz do sol ao meio-dia, distante.
Mas já era o terceiro dia.
Ao abrir os olhos, arrancando a máscara do rosto...
Cicatrizes de cansaço estavam sob seus olhos, e seu corpo exausto parecia como se tivesse lutado sem parar por dias.
Aos poucos, seus sentidos se ajustaram à realidade...
A primeira coisa que seus olhos avistaram foram os prédios escuros da seita e as figuras de Angry e do Engenheiro.
O que só aumentou a raiva crescente no seu peito.
"Então, você descobriu a verdade," disse o Engenheiro friamente.
"Então, você sabia de tudo desde o começo."
Frey se esforçou para ficar de pé, lutando contra a exaustão mental ao dar passos em direção ao Engenheiro.
"Como é que eu vou achar a resposta que procuro nessa sujeira toda?!"
A pior parte era que ele era forçado a aprender na ordem que a biblioteca ditava, não na ordem que gostaria.
O Engenheiro apenas balançou a cabeça, revelando a ignorância de Frey com uma luz.
"Eu te avisei... o conhecimento que você busca está lá. Mas encontrá-lo... depende inteiramente de você."
Ao ouvir isso, Frey percebeu que o Engenheiro sabia desde o começo que tudo isso aconteceria.
"Você podia ter me contado isso logo de cara, porra! Como é que eu vou achar o que preciso se tudo que sobra daquele lugar é papo de teletransporte e manipulação espacial?!"
Era totalmente absurdo. Apesar de passar dias dentro da biblioteca...
A única coisa que saiu de lá foi conhecimento sobre teletransporte.
"Você vai ter que aprender a chegar até o que deseja por conta própria. Aquele mundo imaginário que você viu foi só uma criação da sua mente para facilitar a busca. Se você vai conseguir ou não, cabe a você."
Frey já tinha entendido o que o Engenheiro queria dizer.
A biblioteca não era real... era um espaço imaginário dentro da cabeça dele, como um arquivo de armazenamento contendo todo o conhecimento que ainda tinha que absorver.
Mas, mesmo assim, ele não conseguiu encontrar a resposta.
Irritado com toda aquela confusão, Frey se levantou novamente.
"Como aquele bastardão consegue fazer isso sempre?"
Resmungou amargamente, antes que uma luz violeta envolvesse seu corpo, envolvendo-o numa estranha aura estelar.
Então, num piscar de olhos...
Frey desapareceu completamente diante do olhar atônito do Engenheiro, que arregalou os olhos de choque, incapaz de processar o que acabara de presenciar.
A presença de Frey tinha desaparecido por completo.
E, naquele exato momento...
Ambos sentiram seu recomeço atrás deles, fazendo o Engenheiro e Angry se girarem instantaneamente.
Ao mesmo tempo, um estrondo ensurdecedor surgiu atrás deles quando Frey colidiu contra a parede de um dos prédios escuros.
Entre os destroços e a poeira, Frey lentamente se levantou, segurando a cabeça.
"Droga... errei as coordenadas do destino..."
Embora parecesse frustrado com o que tinha acabado de acontecer...
Isso não apagou a expressão de choque no rosto do homem de olhos azuis.
"Não há dúvida disso..."
Ele falou sem pensar.
Mesmo sendo muito mais fraco... tão fraco que nem valia a pena comparar...
Aquilo ainda era manipulação do espaço de Nameless.
'Em poucos dias... ele conseguiu entender uma habilidade dessas?'
Seu progresso era ridiculamente rápido... além de tudo o que o Engenheiro tinha previsto.
Mas Frey não se importava com nada disso.
Depois de vivenciá-lo em primeira mão, ele rapidamente perdeu o interesse e colocou a máscara de volta no rosto.
"Não tenho muito tempo restante..."
Cada segundo que passava era precioso — inestimável para Frey, que tinha uma meta a alcançar, custasse o que custar.
Ignorando o cansaço esmagador, ele mergulhou mais uma vez naquela mundo imaginário.
E lá estava ele novamente, dentro daquela misteriosa biblioteca.
Já havia lido incontáveis livros, e muitos mais ainda aguardavam por ele.
Ciente disso, Frey retomou sua busca infinita, vagando de um lado para o outro, tentando captar o antigo conhecimento há muito tempo perdido pelas eras.
Naquele momento...
Frey não fazia ideia de que cada um de seus movimentos estava sendo observado por olhos invisíveis.
Olhos que o vigiavam de um dos andares superiores daquela biblioteca sem fim...
Cada movimento, cada passo que Frey dava... nada escapava àquele olhar distante.
Por trás das frestas de uma máscara escura, ele simplesmente observava em silêncio, enquanto Frey permanecia completamente alheio à sua presença.
Embora ambos olhassem para o mundo pelas mesmas frestas glaciais daquela máscara...
O que eles viam era totalmente diferente.
Para Frey, o futuro ainda era cheio de incertezas, repleto de inúmeras perguntas sem resposta, enquanto ele continuava a tropeçar na escuridão lá embaixo... correndo às cegas por um túnel iluminado apenas por uma tênue e frágil esperança.
Sempre tentando alcançar o outro lado, como sempre tentou.