
Capítulo 433
O Ponto de Vista do Vilão
Capítulo 433: Perfeita Afetividade (1)
— Ponto de vista de Frey Estrela —
Mais quatro dias passaram num piscar de olhos.
Este marcou o nono dia desde que não dormia, após escapar do Continente Ultra.
As olheiras sob meus olhos ficavam piores a cada hora, aprofundando-se enquanto eu passava todo meu tempo mergulhada nesses livros complicados, folheando suas páginas intermináveis uma após a outra.
Nunca fui muito de ler, mas me encontrava incapaz de parar, desesperada procurando uma maneira de salvar Danzo.
Porém, o tempo era demasiado curto.
Ele não me poupava misericórdia.
E até agora, tudo que tinha conseguido era um fluxo infinito de informações sobre teletransporte e manipulação espacial.
Teletransporte deveria ser uma habilidade comum, regida pelas leis do espaço. Mas, de alguma forma, Nameless tinha transformado isso em um poder capaz de romper limites do mundo.
Ele podia aparecer em qualquer lugar do universo, a qualquer momento, instantaneamente. Essa era apenas uma de suas habilidades incríveis.
"Não é de se admirar que ele conseguisse se teletransportar de planeta em planeta..."
Essa foi uma coisa que aprendi após vasculhar todos esses livros densos, que falavam sobre a história de Nameless.
Quantas habilidades capazes de destruir mundos ele possuía?
Neste mundo, Agaroth tinha a maioria, se considerarmos estritamente os números.
Mas Nameless também possuía várias delas.
Ambos estavam no auge do poder mundial.
Ao fechar mais um livro, olhei para as inúmeras estantes ainda esperando por mim.
"Infinitas..."
Nameless passou milhares de anos acumulando esse conhecimento, aproveitando sua existência imortal e sem idade.
O que eu esperava realizar nos poucos dias que me restavam?
À medida que a desesperança começava a invadir meus pensamentos, eu me via tropeçando em minha própria mente, perdida e sem rumo.
"Eu já te disse. Tudo o que você vê nesse mundo imaginário é apenas uma ilusão criada pela sua mente.
Você só precisa deixar que aquilo que busca venha até você."
Sentada em um dos edifícios com iluminação fraca, a Engenheira encostou-se na parede enquanto falava.
Olhos azuis, como sempre.
Eu automaticamente franzi a testa.
"Fala como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Faço isso há dias, droga."
Reclamei de novo, sem pensar.
Honestamente...
Parecia que tinha voltado à loucura dos meus primeiros dias nesse lugar, há mais de dois anos.
Ficar aqui não fazia bem à minha saúde mental.
"Se continuar do jeito que está, nunca vai encontrar a resposta."
"E por que você se importa se eu consigo ou não? Não seria melhor pra você se Danzo morresse e eu perdesse mais emoções?
Quer dizer... pra eu acabar como seu rei maldito?"
"..."
Tentei provocá-la, mas a Engenheira permaneceu imóvel, com uma expressão sem expressão.
Então, pensei... aqui estamos, sob o mesmo teto, cercados pelas mesmas paredes.
Nunca imaginei que passaria tanto tempo com ela...
Minha raiva por ela costumava me fazer atacá-la na hora. Mas esses sentimentos começaram a diminuir, especialmente agora, que consegui algumas respostas às minhas perguntas... e descobri outras que ainda precisavam de respostas.
Para ser honesta, comecei a sentir uma certa curiosidade por esse homem...
"Vi na memória da máscara... Nameless continuou salvando todos vocês, impedindo suas mortes repetidas vezes. Você é só uma das pessoas que ele salvou, não é?"
A Engenheira assentiu.
"Isso mesmo."
"Então qual é o seu nome? Antes de ele te salvar, o que você era? Tenho curiosidade."
Antes que Nameless colocasse sua alma em seu corpo atual, a Engenheira certamente tinha vivido uma longa vida, atingindo um nível de poder muito elevado.
Não pude deixar de sentir alguma curiosidade sobre seu passado.
Mas ela apenas balançou a cabeça.
"Eu abandonei meu nome e minha identidade há muito tempo. Isso é o que significa fazer parte da Seita Sem Nome."
Fixando sua mão marcada e gasta,
Olhos azuis falou calmamente.
"Agora, sou apenas a Engenheira."
Ao ouvir aquilo, olhei para ela, sem saber o que dizer.
Sério? Ela se orgulhava de um nome assim?
Não fui eu quem chamou ela assim por rasgação de diante?
"Deveria ter te chamado de Filho da Puta ao invés de perder minha voz com essas besteiras."
Disse friamente enquanto navegava pela interface do sistema.
Conquistei uma nova habilidade... teletransporte.
Mas o sistema ainda continha inúmeras incógnitas.
Como aqueles três itens:
Máscara, escudo e espada.
Eles eram conhecidos como Fragmentos do Eu Perdido, e eu só tinha recuperado um até agora.
Lembrando disso tudo, decidi perguntar também sobre eles.
Mas, como esperado, a Engenheira balançou a cabeça.
"Não vou responder."
"Como esperado de você..."
Sorri de leve, ainda ouvindo os sons caóticos das construções ecoando no ar.
"Está tentando iniciar uma guerra com tudo que está construindo aqui?"
A Seita das Sombras tinha crescido de forma assustadora já... grande o suficiente para acomodar todos os residentes da capital de Belgrad, se necessário.
E mesmo assim, ainda não conseguia entender suas verdadeiras intenções.
Como sempre, ela não respondeu.
"Apenas vá embora e retome seu trabalho de construção."
Fiz um gesto para que ela me deixasse em paz, e coloquei a máscara novamente no rosto.
Assim começou mais uma rodada de buscas exaustivas...
Mas, mais uma vez, foi em vão.
Depois de absorver tanta informação, meu corpo se enfraqueceu instinctivamente. Minha mente já não suportava mais a enxurrada de conhecimentos que inundava minha cabeça.
As olheiras sob meus olhos ficaram mais escuras do que nunca, e uma dor de cabeça aguda me tomou, seguida por uma onda esmagadora de fadiga.
Mas, por mais que tentasse dormir, meus olhos se recusavam a fechar.
"Que diabos de insônia é essa?"
Sentada no topo de um dos arranha-céus que a Engenheira tinha construído, olhei para o céu em silêncio, tentando encontrar um momento de descanso.
Mas a dor de cabeça não aliviava.
"Quero sair desse lugar deprê."
Ficar aqui não fazia bem ao meu estado mental em deterioração.
Ao que tudo indicava, a Engenheira ouviu isso, e decidiu intervir.
"Você pode sair a qualquer hora, usando a habilidade de teletransporte que ganhou aqui."
Ele falou sem rodeios, e eu franzi a testa em resposta.
"Do que está falando? Eu mal consigo teletransportar distâncias curtas sem bater em alguma coisa ao redor. Como espera que eu faça isso em uma distância tão grande?"
De fato, meu controle sobre o teletransporte melhorara — mas realizar algo assim em tão pouco tempo ainda era impossível.
Porém, como sempre, a Engenheira tinha uma solução.
"Você pode se teletransportar para lugares onde pessoas que tenham uma alta pontuação de afeto por você estiverem. Se usar a perspectiva em terceira pessoa, verá exatamente onde elas estão."
Ela apontou algo crucial.
Ao ouvir aquilo, percebi o quão óbvio era.
"Você tem razão..."
Mesmo sendo iniciante, combinando isso com minhas outras habilidades, seria possível me teletransportar até lá.
"Mas ainda não posso sair agora. Ainda tenho muitas perguntas para te fazer," eu disse, com dúvida. A Engenheira respondeu na hora.
"Então deixe um marcador aqui e salve suas coordenadas. O marcador não dura para sempre, mas te dará tempo suficiente para voltar mais tarde."
Mais uma vez.
Ela tinha razão.
Ela acabou de me dar a maneira perfeita de sair e retornar depois.
Mas não pude deixar de me perguntar... o que exatamente a Olhos Azuis buscava?
"O que você realmente quer conquistar?"
Perguntei sem pensar, fazendo-o repetir sua resposta habitual como um disco quebrado.
"Não vou responder."
"Então esquece."
fiz um gesto de dispensar e abri minha interface do sistema.
Aquele Engenheiro era sem esperança.
E então, ao verificar o Sistema de Afetividade atualizado, escaneei todos, pensando em quem eu deveria teletransportar agora.
Uriel Platini: 50 pontos.
Danzo Smasher: 50 pontos.
Snow Lionheart: 50 pontos.
Sombra Ônix: 50 pontos.
Ágata Estrela: 99 pontos.
Sansa Valerion: 100 pontos (máximo).