O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 431

O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 431: O Peso do Conhecimento Cósmico (1)

— Ponto de vista de Frey Starlight —

Mal era capaz de descrever aqueles poucos momentos fugazes antes de colocar a máscara novamente.

Foram alguns dos raros instantes em que emoções se sobrepunham e se entrelaçavam dentro de mim.

Medo de uma vontade ancestral adormecida naquela coisa de metal, e uma ansiedade devorando lentamente meu coração...

Depois veio o desejo e a esperança, impulsionando-me a agir rapidamente, sabendo agora que a resposta para salvar Danzo estava dentro dela.

E, naquele momento, sob o olhar atento do Engenheiro... que não conseguiu evitar observar esse passo que finalmente decidi dar...

Coloquei a máscara Sem Nome em meu rosto novamente.

Olhando para o mundo através das fendas frias daquela máscara...

A princípio, nada mudou. Mas, logo depois, toda a minha perspectiva se transformou.

"O que... é isso?!"

As palavras escaparam dos meus lábios de forma instinctiva, e recuei até encostar as costas na parede.

Era uma sensação indescritível, como se toda aquela informação estivesse inundando minha mente uma após a outra...

Como alguém espetando uma agulha gigante nas minhas costas e injetando torrentes de conhecimento direto no meu corpo.

Era exatamente o que aquele maldito Engenheiro tinha dito.

Graças à Adaptação Sombria, minha mente agora conseguia suportar a máscara.

Sempre soube que a Adaptação Sombria me permitia adaptar-me aos inimigos, e ela me ajudou em inúmeras batalhas até aqui, mas tinha realmente acreditado que isso se limitava às artes marciais... nada mais, nada além disso.

Quem diria que o verdadeiro alcance dessa habilidade ia muito além do campo de batalha, adaptando-me a qualquer fenômeno que pudesse enfrentar na vida?

"Que habilidade assustadora..."

Murmurei sem perceber.

O Engenheiro afirmou que a Adaptação Sombria pertencia ao caminho da Lei do Caos, um poder tremendo mesmo pelos padrões daqueles que habitam as alturas.

Isso não significava que era a única maneira de eu me libertar do meu destino predeterminado... quebrando essa roda do destino que me arrastava na sua corrente?

Afinal, o futuro previsto por seres como o Engenheiro e Agaroth só poderia ser quebrado por algo assim... um poder semelhante ao deles.

Compreendendo plenamente essa verdade, o valor da adaptação sombria multiplicou-se dentro do meu coração, e finalmente entendi seu verdadeiro valor.

Eu realmente queria ver o que essa habilidade poderia alcançar ao atingir o sétimo nível.

Não conseguia imaginar... mas sabia que seria algo verdadeiramente colossal.


Talvez naqueles poucos momentos de reflexão, desligado da realidade, senti uma estranha saturação.

Como se a máscara tivesse terminado de transmitir todas as suas informações para minha mente.

E então, como por mágica, minha consciência foi levada embora... completamente separada do mundo real.

Arremessado num mar de trevas...

A cena continuou mudando até que, de repente, me encontrei em um lugar completamente diferente daquele de alguns momentos atrás.

Foi quando a fraqueza tomou conta de mim, e caí de joelhos diante da cena que se desenrolava diante dos meus olhos.

E, após alguns instantes...

O desespero finalmente me consumiu.

...

...

...

...

Quando ele colocou a máscara, Frey ficou congelado no lugar, incapaz de se mover.

Parecia uma estátua sem alma... sua armadura negra, a máscara Sem Nome e aquele cabelo branco.

O Engenheiro se achou encarando-o por um tempo, a tênue luz azul piscando em seus olhos frios.

O Engenheiro sempre ocultou seu rosto, revelando apenas seu olhar gelado.

Raramente esses olhos demonstravam qualquer traço de emoção, independentemente das circunstâncias que suportava ao longo de sua longa vida.

Mas isto... era um daqueles momentos raros que até um homem endurecido pelo passar do tempo sentia-se tocado.

Ao olhar para ele, parecia que testemunhava a culminação de lutas amargas e esforços implacáveis que destroçaram seu corpo, dispersando sua alma por incontáveis lugares, deixando-o com sua parte de sofrimento e desespero — profundezas de dor que Frey jamais poderia sequer imaginar. Quanto valiam os poucos anos de luta de Frey em face dos milênios que o homem de olhos azuis suportou?

Que peso carregava uma luta passageira de um mero humano contra uma batalha que durou milhares de anos?

Não era justo com o homem de olhos azuis. Talvez ninguém mais fosse louco o suficiente para continuar perseguindo um plano tão insano — um que ele mesmo traçou há muito tempo.

Mas, cruelmente…

Só de ver Frey usando aquela máscara, o Engenheiro se sentia satisfeito — como se tudo que tinha feito até então não tivesse sido em vão.

Afinal, Frey não tinha ideia de o quanto ele se parecia agora...

Aquele rei sem nome que viveu nas eras esquecidas, gravando seu nome nos anais da lenda.

E, após observar por mais um tempo, o Engenheiro percebeu que havia deixado suas emoções levarem-no a algum lugar. Ele se recobrou daquela fachada fria e familiar, justo quando outra figura apareceu ao seu lado.

Uma estátua escura e imponente, com um rosto carregado de raiva.

"Vigie. Caso aconteça alguma coisa," disse o homem de olhos azuis de forma seca, enquanto o raivoso simplesmente acenava com a cabeça, segurando sua colossal foice de duas lâminas.

Então, em menos de um segundo, o Engenheiro desapareceu, retornando ao que vinha fazendo desde o começo... continuando a construir a seita, que já crescia de forma assustadora, quase rivalizando com a capital imperial de Belgrad e prestes a superá-la.

Ninguém sabia ao certo o que o Engenheiro estava construindo naquele lugar...

Mas uma coisa era certa — era algo sombrio além da imaginação.

...

...

...

— Retornando a Frey Starlight —

Desta vez, Frey se viu mergulhado em um tipo totalmente novo de desespero.

"Que diabo de coisa é essa?!"

A máscara Sem Nome já tinha terminado de transferir todo seu conhecimento para a mente de Frey.

Mas compreender totalmente aquele conhecimento era simplesmente impossível para ele, então a máscara o visualizou de uma forma que lhe permitia acessá-lo sempre que desejasse.

E isso... levou Frey à situação em que se encontrava agora.

De pé no meio de um vasto mundo ilusório, ele se viu dentro de uma colossal biblioteca... suas estantes erguidas penetrando o céu acima.

Quando Frey olhou para o alto, só viu livros infinitos, bloqueando o céu completamente.

Então, dando alguns passos hesitantes para frente e olhando para baixo...

Ele viu um abismo de livros se estendendo abaixo de si, cujas profundezas eram insondáveis.

Era como estar dentro de um arranha-céu colossal, com andares tanto acima quanto abaixo do solo.

Exceto aqui, os andares eram infinitos em ambas as direções — para cima e para baixo.

Essa era a verdadeira essência de possuir um conhecimento vasto como o universo.

"Ainda tenho que achar a resposta nesse mar infinito de livros?!

Quanto mais olhava para essa biblioteca bizarra...

Mais o desespero se enraizava no seu coração, misturado com a frustração crescente ao que via.

Ele não fazia ideia de onde começar a procurar se quisesse encontrar a solução para salvar Danzo.

Talvez a resposta estivesse escondida dentro de algum desses livros.

Mas qual seria ela?

Estaria perto?

Longe?

No topo?

Na parte de baixo?

Quanto mais olhava, mais claro ficava o quão desesperadora era a tarefa realmente.

"Tudo depende da sorte..."

Entre milhões de livros, ele poderia achar o que buscava na primeira estante. Ou... poderia estar enterrado na última.

De qualquer forma, só tinha cerca de vinte dias.

E isso não era nem de longe suficiente para cobrir nem um décimo dessa biblioteca monstruosa.

Suas chances eram quase nulas, e a cada segundo que passava, o desespero aumentava.

Mas Frey não ficou de braços cruzados. Imediatamente se lançou adiante, pegando um livro após o outro, lendo seu conteúdo o mais rápido que pôde.