O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 355

O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 355: A Reunião

— 10 dias desde que a turma de elite foi dispersada —

Após horas e horas vagando sozinho, seguindo a marca brilhante da bruxa Selina nas mãos — a única pista que tinham deixado...

Os estudantes de elite tropeçaram por obstáculos após obstáculos, procurando desesperadamente uns pelos outros.

Phoenix Sunlight era de longe o mais ativo, correndo feito louco em todas as direções, determinado a encontrar os demais.

Sua luta desesperada o levou a alguns deles — mas não a todos.

Agora, reunidos dentro de uma tenda primitiva de Ultras que haviam invadido mais cedo, Phoenix sentava-se no centro, observando os rostos ao seu redor.

Mais próximos dele, é claro, estavam seus dois primos — Scarite e Ivan Sunlight — os gêmeos que teve a sorte de encontrar primeiro, graças à proximidade após o teletransporte.

Os próximos que encontrou foram outro par: o garoto dourado da Igreja, que parecia sério e silencioso, e a neta do antigo diretor, Lara Croft.

Lara não parava de olhar para Snow desde que ele apareceu. Justo quando ela lutava para sobreviver, ele apareceu — enquanto casualmente destruía um acampamento de Ultras no qual ela se refugiara.

Pelo modo como Snow havia corrido loucamente por aí, era óbvio que ele buscava algo.

Mas a reação fria que deu a ela deixou claro — ele não procura seus amigos. O objetivo dele era algo totalmente diferente... algo que ele se recusava a explicar.

Próximos deles estavam mais três figuras: Daemon, Ghost e Dawn Polaris, que encontraram enquanto exploravam a área ao redor.

O estranho em Dawn não era só que ele tinha sobrevivido sozinho... mas que tinha encontrado comida no meio daquela cadeia de desertos — sem um arranhão ou dificuldades reais.

Quando questionado como conseguiu, sua resposta foi vaga.

“Nasci com um talento inútil... que finalmente surgiu útil.”

Com um sorriso triste, Dawn Polaris mencionou o estranho dom que carregava desde sempre.

Era mais uma força do que um talento — algo que os outros nem sequer acreditavam que pudesse ser real.

*O Último Sobrevivente: Não importa onde vá, não importa quem sejam seus inimigos... o último sobrevivente será aquele que viverá para contar a história dos mortos.*

Além de sua habilidade com armas, Dawn nasceu com essa estranha capacidade... que de alguma forma sempre permitia que ele sobrevivesse, não importava a situação... como uma espécie de armadura contra o destino.

Nem mesmo ele conseguia acreditar nisso.

Mas os eventos recentes... começaram a sugerir o contrário.

E foi isso que fez Dawn se questionar:

“De verdade, acho que devo ficar feliz com um poder desses?”

Sobreviver enquanto todos ao seu redor morrem...

Talvez esse fosse um destino pior do que a morte.

Com pensamentos sombrios assim, Dawn se isolou do restante.

Perto dali, Danzo e Ragna também sobreviveram, tendo conseguido escapar da emboscada em que foram pegos.

Phoenix continuava contando os sobreviventes, até chegar ao último grupo de meninas que encontrou:

Seris Moonlight, Sansa Valerion e Adriana Heigeforn — encontradas juntas, com Seris e Sansa sendo as primeiras a se reunirem, e Adriana se juntando a elas depois.

E, finalmente — Selina, a bruxa — apareceu do nada no momento em que todos estavam reunidos.

Ela tinha sido quem colocou as marcas mágicas neles inicialmente, então tinha se escondido cuidadosamente até que todos estivessem em um só lugar. Assim que sua aura se acumulou em um ponto, ela teleportou-se com facilidade até eles.

Logo após Selina, chegou também o Príncipe Aegon Valerion — sozinho e sem ferimentos — completando a lista.

Phoenix, com a expressão fechada, finalmente falou.

“Só quatorze pessoas...?”

Uma dor aguda pulsou em sua cabeça ao pensar que mais de cinco estudantes provavelmente já haviam morrido.

E então vieram as palavras de Selina... aquelas que destruíram qualquer esperança remanescente.

“Eu marquei cada um de vocês. A marca mágica não desaparece a menos que, em condições muito raras — principalmente, a morte da pessoa a quem ela pertence.”

Após uma pausa, com todos os olhos voltados a ela, Selina declarou:

“Consigo sentir todos aqueles que carregam a marca. Agora... apenas dezesseis permanecem neste continente.”

Quatorze estavam presentes. Phoenix era o décimo quinto.

O que significava...

Todos começaram lentamente a entender.

“Dos que não estão aqui...”

“Apenas um ainda está vivo.”

Com essa última frase, Selina quebrou qualquer esperança que ainda restava de que os outros estudantes tivessem sobrevivido à teleportação.

Em algum lugar do continente dos Ultras...

Todos eles haviam morrido sozinhos.

Todos... exceto um.

Notícias assim só deixaram o clima entre os estudantes de elite ainda mais sombrio. A morte de seus companheiros se tornara um padrão amargo...

E desta vez, eles nem tiveram a chance de enterrá-los adequadamente.

Isso, se é que ainda havia corpos para isso.

“Selina... você consegue teleportar até o último estudante?”

Phoenix perguntou, com o rosto cansado.

Selina balançou a cabeça.

“Receio que não. A condição para meu feitiço de teletransporte é que uma quantidade significativa da minha aura já esteja presente no local para onde quero ir. Essa condição mal foi atendida quando vocês se reuniram aqui...”

“Entendi... mas ao menos consegue identificar onde ele está, certo?”

Dessa vez, Selina hesitou ainda mais antes de responder.

“Não é possível. A marca reage apenas ao local com o maior e mais próximo conjunto de assinaturas, então...”

“Só ele pode nos encontrar... é isso que está dizendo?”

“Sim... Sinto muito.”

“Tudo bem. Você fez sua parte.”

Phoenix colocou a mão na cabeça de Selina, forçando um sorriso fraco.

“A responsabilidade por tudo o que aconteceu é minha.”

Mesmo sem escolha, dada a situação em que foram jogados, isso não mudou o fato de que ele era o mais forte entre eles — e seu professor.

“Vou encontrar o último sobrevivente sozinho. Todo mundo fica aqui.”

“Não adianta, Professor Phoenix. Este é um continente inteiro, lembra? Como você vai encontrá-lo?”

Aegon foi quem falou desta vez — a única pessoa que poderia desafiar Phoenix abertamente.

“O último estudante estará tentando nos alcançar, já que consegue sentir nossa presença. Tudo o que tenho de fazer é varrer a área ao redor até encontrá-lo. Quem sabe — talvez eu chegue lá a tempo de salvá-lo.”

Agora que tantos estudantes já haviam morrido, Phoenix estava desesperado para salvar quem ainda estivesse vivo — a qualquer custo.

“Não precisa, Professor Phoenix. O último sobrevivente já é conhecido.”

Foi Daemon Valerion quem se adiantou.

“É Frey Starlight. Sem sombra de dúvida.”

Phoenix não disse nada.

Porque, lá no fundo... ele também acreditava na mesma coisa.

“O Daemon tem razão,” Snow acrescentou, finalmente quebrando o silêncio.

“Sei do que Frey é capaz. Se ele liberar tudo que tem, poucos Ultras conseguiriam realmente matá-lo.”

A voz de Snow era firme, confiante.

“Ele chegará até aqui mais cedo ou mais tarde. Então, ao invés de gastar energia procurando por ele, sugiro que fiquemos aqui — enquanto os mais fortes da nossa turma vão investigar os portais.”

Naturalmente, Snow se nomeou. Não tinha intenção de ficar parado sem fazer nada.

Phoenix, no entanto, enxergou além dele.

“Desculpe, mas não posso correr o risco de perder outro estudante. Todo mundo fica aqui. Quem sair — sou eu.”

A mão de Snow foi até sua espada. Ele não conseguia mais esconder sua frustração.

Ele pensava seriamente em forçar a passagem.

Fez seu primeiro gesto,

mas Lara Croft — que se agarrara ao seu braço — o impediu.

“Não... Snow.”

Tendo vivido com ele tanto tempo — desde que seu avô o adotara — Lara podia prever facilmente seus passos.

Mas desta vez, Snow não tinha humor para ela.

Com um movimento ágil, lançou-a de lado com facilidade.

“Não tenho tempo a perder aqui.”

Em algum lugar nesta terra amaldiçoada...

havia alguém que ele buscava há tempos, desejava encontrar, e desesperadamente queria matar.

Agora, enfim, tinha uma pista.

Não podia deixar essa oportunidade escapar.

Sabia que era forte o suficiente.

E aqui, bem no território inimigo, Snow não se importava de liberar toda a fúria da Forma Rei da Guerra sem restrições.

Mesmo que isso o consumisse em uma sede insaciável de sangue...

desde que fosse para matar seus inimigos, ele estaria satisfeito.

Com uma determinação desafiadora, Snow deu seu primeiro passo verdadeiro — planejando romper e partir sozinho.