
Capítulo 356
O Ponto de Vista do Vilão
Capítulo 356: O último sobrevivente
"Vazio, espere..."
Antes que pudesse ativar sua habilidade, ele foi imediatamente impedido...
por duas figuras que apareceram exatamente ao mesmo tempo.
"Não adianta o que você está tentando fazer... Leão de Neve."
"Cansei de ficar cuidando de vocês, bastardos suicidas. Ninguém pode ficar parado pelo menos uma vez?!"
Ghost ficou bem na frente dele.
Danzo apareceu atrás, envolvendo-o em um bloqueio físico com sua força esmagadora.
Leão de Neve se viu completamente preso.
"Me solte."
"Nem pensar."
Danzo sorriu de lado, apertando ainda mais sua presa.
"Posso segurar esse corpo magrinho seu o dia todo."
"Eu não quero machucá-los ambos..."
Leão de Neve falou com frio enquanto seu corpo começava a emitir cada vez mais aura.
Ghost e Danzo sabiam exatamente o quão forte podia ser o campeão da Igreja.
Mas nenhum deles recuou.
"Parei por aqui, Leão de Neve."
Uma mão pousou no ombro de Leão de Neve—aparecendo do nada.
Fênix entrou na jogada para acabar com a batalha antes mesmo que começasse.
"Vai. Tente. Mas me diga, Herói da Igreja—você realmente acha que consegue dominar todos aqui sozinho?"
Agora, cara a cara com Fênix...
Leão de Neve ficou parado, congelado, enquanto pensamentos conflitantes se agitavam dentro de sua cabeça.
"Defina suas prioridades, Leão de Neve... não tome uma decisão que vá se arrepender pelo resto da sua vida."
Ele não respondeu nada, mas lentamente tentou diminuir sua aura. Finalmente, cedeu—obrigando Danzo a soltá-lo.
"Uma escolha da qual não vou me arrepender..."
Sentado silenciosamente, imóvel, Leão de Neve não podia deixar de questionar se alguma das opções diante dele era realmente a certa.
No fundo, ele sentia que, não importando o que escolhesse, o arrependimento viria atrás.
Pois, neste mundo, não existia uma resposta "certa" ou "errada"—
não quando estavam perdidos em um continente hostil, sem pistas de como voltar para casa.
Mas isso estava prestes a mudar.
Justo quando a tensão começava a diminuir e o silêncio retornava...
Seris Luz da Lua deu um passo à frente, segurando um objeto estranho em suas mãos.
"Sobre os portais... e um jeito de voltar para casa,"
disse ela,
"acho que encontramos algo útil."
Junto com Sansa e Adriana, Seris apresentou o artefato que haviam descoberto quando foram teleportados aqui pela primeira vez.
Fênix pegou o objeto—que parecia uma esfera metálica—e o examinou curiosamente.
"É isso mesmo que eu estou pensando...?"
"Um mapa mágico!"
Selina falou imediatamente ao ver.
"Esses artefatos costumam conter construções em miniatura—usadas para identificar lugares e marcar posições."
"Você consegue ativá-lo?" perguntou Fênix.
Selina assentiu com entusiasmo.
"Consigo. Precisa de um pouco de magia para funcionar."
Injetando sua aura na esfera, Selina desbloqueou os selos mágicos intricados. A esfera reagiu instantaneamente, brilhando suavemente enquanto uma série de círculos de luz surgia e se estabilizava.
Uma projeção tridimensional gigantesca explodiu no ar acima deles—
um mapa vivo, renderizado com detalhes vibrantes.
Todos os alunos de elite presentes olharam para cima, admirados, enquanto a vasta extensão do Continente Ultras se refletia em seus olhos.
"O continente inteiro... está tudo aqui."
O mapa era incrivelmente detalhado—mostrava até cidades e pontos de referência.
Mas o foco de Selina se concentrou em uma característica específica:
Torres brancas espalhadas pelo mapa em locais estratégicos...
"Portões de teleportação..."
Só agora, o caminho de saída daquele lugar infernal se tornou claro.
Havia muitos portões, mas a maioria deles ficava nas profundidades das maiores cidades—naturalmente, cidades do Sangue Alto.
O que chamou a atenção de Selina, porém, foi um portão próximo à sua localização atual.
Um portal antigo, escondido numa região montanhosa isolada.
"Vamos conseguir escapar..."
Susurrou Selina, sem perceber, enquanto esperança começava a surgir nos rostos cansados dos estudantes de elite.
"Se conseguirmos chegar até aquele portão... eu posso nos trazer de volta pra casa!"
Ela apontou para o portal, que ficava a cerca de cem quilômetros de distância, embutido nas montanhas.
Finalmente, os estudantes tinham uma direção clara, ao invés de ficarem vagando sem rumo.
"Muito bem, Seris Luz da Lua. Mas como exatamente você encontrou esse artefato?"
Phoenix perguntou, ainda um pouco cético, achando que tudo poderia ser uma questão de sorte.
"Crédito para Adriana. Ela descobriu antes mesmo que nós chegássemos."
Seris fez um gesto em direção a Adriana, que encolheu-se no lugar enquanto todos olhavam para ela.
"Foi só sorte..."
Adriana murmurou nervosamente, mas Phoenix balançou a cabeça.
"Tenha orgulho, Adriana. Essa ‘sorte’ pode ter acabado de nos salvar a todos."
Depois, ele voltou sua atenção para Selina, que ainda analisava o mapa.
"Qual a chance de esse mapa ser falso?"
"Impossível," respondeu Selina.
"Tem uma assinatura mágica embutida no artefato—ele foi criado há muito tempo. Não há como ser uma falsificação."
Satisfeito com as palavras dela, um senso de esperança cautelosa voltou ao grupo.
"Então, vamos nos mover! Já perdemos tempo demais!"
exclamou Scarite, animada para sair daquele lugar amaldiçoado.
Mas Sansa rapidamente a interrompeu.
"Mover? Para onde?"
A princesa—que ficou em silêncio na maior parte da conversa—aproveitou este momento para falar.
"Ainda falta uma pessoa que não chegou. Você esqueceu? Não vamos sair sem ele."
Seus braços eram firmes. Scarite franziu a testa.
"Frey Luz Estelar..."
Todos acreditavam que o último sobrevivente só podia ser Frey.
Alguns não estavam muito felizes por ficar para trás só por causa de uma pessoa, mas suas vozes eram fracas demais para desafiar a decisão.
"A princesa tem razão. Não vamos nos mover até ele chegar."
A declaração de Phoenix não deixava espaço para discussão—especialmente quando nem o próprio príncipe Aegon protestou.
E assim, todos decidiram esperar por Frey.
Mas Selina—mais do que qualquer um—não conseguiu dizer uma palavra.
Ela apenas os encarou em silêncio.
Ela era a única que conhecia a verdade.
Mas falar isso em voz alta... não era uma opção.
Frey Luz Estelar poderia já estar morto.
E ele não era o último sobrevivente.
Ela tinha visto com seus próprios olhos—
Frey tinha interrompido à força sua própria teletransporte, ficando para trás sozinho, cercado pelo exército dos Ultras... e pela bruxa que os acompanhava.
Como resultado, ele não carregava a marca dela.
Ele a apagou sozinho.
Frey era poderoso...
mas não suficiente para sobreviver a isso.
Em outras palavras, quem quer que fosse o último sobrevivente marcado...
não era Frey Luz Estelar.
Era isso que Selina queria dizer.
Mas ela guardou isso para si mesma—até o último momento.
...
...
...
O último sobrevivente.
Aquela pessoa que carregava a última marca...
não era um menino.
Mas uma menina.
Uma figura solitária que se viu presa em uma região sob ataque constante.
Clana Luz Estelar.
A pessoa que todos achavam que aguardava por resgate.
Com o corpo dilacerado, cheio de feridas profundas, seu cabelo antes branco agora manchado de vermelho com sangue...
Ela havia consumido todas as suas cinco estrelas, drenado toda a aura, enquanto desdobrava ao máximo seu Estilo Stardust só para sobreviver.
Mas, por mais que cortasse inimigos...
mais adversários surgiam.
Sua espada havia perdido o fio, já não suportava a investida implacável.
Cercada por mais uma onda de Ultras que a perseguiam há dias—
Clana finalmente chegou ao seu limite.
"Então é assim que termina...?"
A perseguição interminável a impediu de alcançar os outros.
Embora a marca tivesse apontado seu local—
eles estavam longe demais.
Agora, enquanto dezenas de Ultras enlouquecidos se aproximavam, ela levantou sua espada até o pescoço.
Ela escolheu se suicidar...
em vez de ser violada por monstros.
Aceitando seu destino.
Preparada para a morte.
Ela estava pronta para morrer...
mas, no final, todos os outros morreram no lugar dela.
Desabando ao chão, incapaz de ficar de pé...
Os olhos de Clana se arregalaram de descrença diante da tempestade de cortes sombrios que surgiram ao seu redor, dilacerando os Ultras em um instante.
Como um fantasma...
ele apareceu...
No centro do campo de batalha manchado de sangue, encarando-a.
"Você está bem?"
Entre todos os alunos de elite...
ele era o único sem marca.
"Frey..."
E, assim como isso...
Os últimos dois sobreviventes da classe de elite se reuniram.