
Volume 10 - Capítulo 2435
Escravo das Sombras
Traduzido usando Inteligência Artificial
###TAG######TAG###VERSÃO PRÉVIA
Lembrar algo que ele já sabia era uma experiência peculiar, mas Sunny estava mais perturbado por descobrir novamente o que Aiko havia feito nos portões de Bastion.
Ele cerrou os dentes.
‘Aiko ensinou um palavrão ao Pequeno Ling?!’
No que ela estava pensando?
É claro, ela também havia descoberto uma verdade terrível sobre o Skinwalker, mergulhado todo o Domínio Humano nas garras da lei marcial por algumas semanas e impedido que várias cidades sofressem perdas terríveis ou até mesmo caíssem por completo. Mas isso não vinha ao caso!
‘Ele só tem seis anos, pelo amor do Feitiço! Com que tipo de gente vulgar e inútil ela anda, para usar linguagem pesada na frente de uma criança?!’
Ele fervilhou de raiva por alguns segundos, então respirou fundo e balançou a cabeça.
‘Não, não importa. Vou lidar com a Aiko depois — há assuntos mais urgentes para resolver agora.’
Fazendo uma careta, Sunny assentiu com determinação e continuou seu caminho.
Mas ele só havia dado alguns passos quando outra memória veio à tona em sua mente.
Sunny congelou.
“Nephis fez o qu— na verdade, esquece. Isso é exatamente o que a Nephis faria. Por que eu ainda me surpreendo?”
Soltando uma risada oca, Sunny olhou para cima e então retomou a caminhada.
“Então, ela foi pescar no lago sem mim, hein? Que insensível.”
Várias semanas antes, Nephis estava sentada na borda da Ilha de Marfim, observando um mar de estrelas cintilando no céu escuro acima de Bastion. Nesta noite, assim como na anterior, partes da cidade estavam iluminadas pelo brilho das luzes elétricas das ruas.
Ela ficou feliz em ver seu povo dando mais um passo em direção à prosperidade aqui no Reino dos Sonhos. Mas, por causa disso, as estrelas pareciam mais fracas do que antes. Isso a enchia de um leve sentimento de pesar.
As estrelas podem ter ficado mais distantes, mas o disco pálido da lua cheia, viajando lentamente pela superfície do lago tranquilo, parecia mais próximo do que nunca.
Esta era a terceira e última noite em que a lua cheia surgiria sobre Bastion neste mês. Nessas três noites, navegar no lago era proibido, e as pessoas eram mantidas longe de suas margens.
Isso porque, quando a lua cheia surgia, o limite entre a realidade e a ilusão ficava tênue aqui em Bastion, e o horror aprisionado nas ruínas do verdadeiro castelo se esforçava para exercer sua influência terrível além dos reflexos. Então, Nephis precisava ficar na cidade durante a lua cheia para protegê-la.
Estranhamente, para ela, essas três noites perigosas costumavam ser um momento de descanso e recuperação. Ela passava a maior parte do tempo no campo de batalha, liderando as forças da humanidade contra a maré de pesadelos que ameaçava engoli-los todos.
Apesar da presença oculta de um Demônio Amaldiçoado, a visão de uma lua cheia prometia paz e serenidade. Claro, ela não estava acostumada a passar essas noites iluminadas pela lua sozinha.
Sunny normalmente estava com ela, seja ao seu lado ou escondido em sua sombra. Nephis havia se acostumado com sua presença sem nem perceber — agora que ele não estava lá, sua ausência parecia estranhamente anormal.
Ela se surpreendeu ao sentir sua falta, mesmo que ele tivesse partido há apenas um dia.
‘Quem diria que um dia eu me pegaria sentindo essas emoções?’
Era peculiar, de fato. Nada parecido com ela.
Mas não era um sentimento desagradável. Na verdade, a dor doce de sentir falta de alguém a fazia se sentir esperançosa. A fazia acreditar que ainda havia vida em seu coração queimado e árido. Então, ela tentou aproveitar a sensação desconhecida de uma melancolia suave.
Sunny havia sido forçado a partir devido a complicações imprevistas — embora não totalmente inesperadas — em Ravenheart. A Encarnação que ele enviou para lá, assim como Kai, agora estava desaparecida. Além disso, um Tirano Amaldiçoado e duas Bestas haviam escapado de uma prisão feita para eles pelo Demônio do Pavor, apenas para acabar em outra segundos depois, graças ao pensamento rápido de Seishan.
Ninguém sabia o que mais escaparia do sinistro tabuleiro de jade, então os Soberanos precisaram partir para o Palácio de Jade. Sunny foi primeiro, levando Cassie com ele. A própria Nephis se juntaria a eles assim que a lua cheia acabasse.
‘Amanhã.’
Amanhã, ela o veria novamente.
Olhando para o reflexo da lua brilhando na superfície do lago, Nephis se perguntou se sentiria algo então.
Ela ficaria feliz? Ou simplesmente satisfeita?
Ela não sentiria nada?
A tristeza peculiar em seu coração iria embora?
Naquele momento, as águas abaixo se agitaram. O disco pálido de repente parecia distorcido e sinistro, encarando-a de baixo como um olho redondo afligido por uma catarata branca.
O lago se mexeu, e uma série de ondas rolou para fora, subindo cada vez mais em direção à margem.
Nephis inclinou a cabeça, observando tudo acontecer com sobriedade.
‘Então, ele escolheu esta noite para agir.’
Que coincidência infeliz. Tão infeliz, de fato, que Nephis estava inclinada a acreditar que não era coincidência nenhuma. O Demônio Amaldiçoado esperou até que apenas um dos Soberanos estivesse na cidade para tentar escapar?
De qualquer forma, o momento não poderia ser pior.
A humanidade estava se afogando em calamidades, cercada por perigos e inimigos por todos os lados.
No mundo desperto, mais e mais Portais estavam se abrindo a cada mês, e os centros populacionais mal estavam resistindo ao fluxo de Criaturas do Pesadelo.
O Quadrante Oriental estava à beira de um desastre total. A guerra contra o Skinwalker não estava indo bem — a infecção estava se espalhando, e os humanos tinham que recuar cada vez mais, abandonando suas terras, assentamentos e cidades inteiras.
No Reino dos Sonhos, a busca por novas Cidadelas estava se mostrando menos frutífera do que ela esperava. Legiões de Despertos estavam limpando o interior dos dois vastos enclaves de abominações enquanto exploravam os confins do leste, os infernos congelados do oeste e as águas terríveis do oceano nebuloso ao sul — enquanto, no norte, uma legião de sombras fazia o mesmo no emaranhado queimado de uma floresta carbonizada.
A localização de Mordret ainda era desconhecida. Asterion ainda permanecia um mistério preocupante.
E agora, isso.
Tudo isso pesava sobre Nephis, pressionando-a contra o chão. O peso de um mundo inteiro — dois mundos, até — repousava sobre seus ombros, fazendo com que ela lutasse para não cair de joelhos.
E então havia os sussurros silenciosos das muitas almas queimando como estrelas na vastidão de seu Domínio. O anseio delas a inundava dia e noite, sua pressão ainda mais avassaladora — insuportável, às vezes.
Nephis apertou os lábios.
Sunny não estava ao seu lado. Nem Cassie. Kai estava desaparecido, e Effie havia ido para o Quadrante Ocidental para lidar com a crise do Portal de Categoria Quatro lá.
Não havia ninguém em quem Nephis pudesse confiar para protegê-la em uma batalha contra um Demônio Amaldiçoado aqui em Bastion — pelo menos não nesta noite.
Então.
Ela teria que enfrentá-lo sozinha. Ela teria que carregar o peso e continuar caminhando para frente, um passo árduo de cada vez.
Soltando um suspiro silencioso, Nephis levantou-se lentamente e olhou para o lago escuro com chamas brancas dançando em seus olhos.
Duas asas brancas deslumbrantes se manifestaram atrás dela, afastando a escuridão da noite.
“É só um Demônio Amaldiçoado.”
O que havia para se preocupar?
Um sorriso distante e indiferente curvou seus lábios.
Convocando a Bênção, ela deu um passo à frente e mergulhou na escuridão.