Escravo das Sombras

Volume 10 - Capítulo 2426

Escravo das Sombras

Traduzido usando Inteligência Artificial



###TAG######TAG###VERSÃO PRÉVIA



Bastion era grande demais para atravessá-la a pé — embora o destino de Aiko não estivesse longe da margem do lago. Ao descer da balsa, ela pensou em chamar uma carruagem, mas então tropeçou em uma vitrine e ficou hipnotizada, encarando os itens expostos com olhos brilhantes.

Aconteceu que Aiko havia cometido um erro terrível ao escolher sua roupa. Viver na escuridão da Cidade Sombria devia ter bagunçado seu senso de moda, afinal. Ela se acostumou tanto a ver o mundo apenas em tons de cinza que se esqueceu de adicionar um toque de cor ao seu visual! 

‘Ah, que descuido!’

Aiko estava completamente envergonhada.

‘Aquele cachecol vermelho… aquelas abotoaduras de rubi… aqueles sapatos com solas escarlates!’

Não, não. Ela não podia. Afinal, seu traje era uma homenagem à criminosamente subestimada ícone da moda, a própria Morgan de Valor — não uma imitação descarada. Morgan tinha aqueles olhos vermelhos deslumbrantes, que sustentavam todo o visual. Era por isso que suas roupas combinavam com detalhes vermelhos e acessórios de rubi!

Aiko, infelizmente, não tinha olhos vermelhos. Seus olhos eram marrons, então…

‘Azul? Verde? Não, isso não combina com prata. Rosa? E que tal roxo?’

Ela encarou a vitrine como se quisesse queimar um buraco nela.

No passado, quando Aiko era pobre e miserável — muito antes de seu Despertar, até –, ela passou muitas horas na frente de vitrines como essa, admirando coisas lindas que sabia que só seriam suas em suas fantasias.

Mas agora, ela não era do tipo que só olhava.

Por que ficar encarando vitrines se ela podia comprar qualquer coisa que quisesse na loja, ou até mesmo comprar a loja inteira?

Entrando na boutique, ela lançou um olhar neutro aos funcionários. Os profissionais avaliaram imediatamente suas roupas, acessórios e aparência geral. Um momento depois, suas expressões mudaram, e sorrisos brilhantes iluminaram seus rostos.

“Minha senhora! Seja bem-vinda!”

Aiko permitiu que um canto de sua boca se curvasse para cima.

‘Ah. Ser rica é realmente a melhor coisa.’

Então, ela ergueu a mão e apontou para uma prateleira.

“Isso. E isso. E aquele também. Aquele ali, e aquele, e aquele lá no fundo.”

Ela perdeu a noção do tempo. Depois de um tempo, uma montanha de caixas coloridas estava diante dela, e os sorrisos dos funcionários se esticaram tanto que seus rostos estavam prestes a rachar.

“Isso daria cem moedas, minha senhora.”

Aiko pegou sua bolsa de moedas, desamarrou-a e a esvaziou sobre o balcão.

Os olhos do atendente brilharam avidamente.

Os dela também. Agora vinha a parte importante: a pechincha!

Claro, como pessoas civilizadas e refinadas, eles não iriam pechinchar pelo preço dos itens comprados.

Em vez disso, eles teriam que pechinchar pelo preço do dinheiro dela.

Aiko apontou para suas moedas.

“Como você pode ver, estas são moedas Ravenheart em estado impecável. Portanto, estou disposta a pagar cinquenta delas.”

O atendente sorriu gentilmente.

“Ah, mas a qualidade das moedas Ravenheart recentemente cunhadas não é tão superior quanto costumava ser. Mesmo que fosse, certamente não seriam duas vezes mais valiosas. No máximo, um décimo a mais. Lamento muito dizer isso, minha senhora, mas não posso entregar essas coisas maravilhosas por menos de noventa dessas moedas.”

As moedas cunhadas em Bastion e Ravenheart deveriam ser idênticas, contendo uma quantidade fixa de essência da alma. Mas a forma como eram cunhadas e infundidas com essência não era completamente precisa. Diferentes casas da moeda, e até mesmo lotes diferentes da mesma casa, produziam resultados ligeiramente diferentes. As moedas Ravenheart geralmente valiam mais, embora isso também dependesse de vários fatores.

Aiko ergueu a mão e balançou um dedo.

“Ah, mas sua visão deve não estar muito afiada. Parece que você não percebeu que essas moedas ali não são apenas moedas Ravenheart. Na verdade, são moedas do Domínio Song em estado impecável. Pensando bem, acho que eu também não percebi. Nossa, que boba eu sou! Então, estou disposta a me desfazer de quarenta dessas moedas maravilhosas.”

O rosto do atendente empalideceu de medo.

Como cinquenta moedas viraram quarenta? Ela não deveria aumentar o preço, em vez disso?

Pior ainda, ele nem podia contestar a lógica dessa garotinha.

Além das moedas cunhadas em Bastion e Ravenheart atualmente, ainda existiam moedas cunhadas pelos extintos Domínio Song e Domínio da Espada. Sua qualidade não era muito superior às moedas modernas — na verdade, era inferior em muitos aspectos. E ainda assim, elas valiam um pouco mais, simplesmente porque eram muito mais raras.

Como os dois Domínios só cunharam moedas por alguns anos antes de desaparecer nos anais da história, nunca haveria um novo lote de moedas Song e Espada produzidas por humanos. Seu número era limitado e caindo rapidamente — afinal, moedas de essência podiam ser consumidas para obter um impulso de essência em situações difíceis. Portanto, sua raridade por si só inflacionava seu valor.

As pessoas eram criaturas peculiares desse jeito, enxergando valor em coisas que não o tinham simplesmente porque outras pessoas não poderiam possuí-las também.

O atendente engoliu em seco.

“Q-quarenta? N-não, eu não poderia. Afinal, somos todos nativos de Bastion aqui. Essas moedas Song chatas não são bem-vindas aqui?”

Sua voz não soava confiante.

Aiko sorriu triunfantemente.

“Dinheiro não fede, sabe. Mas, na verdade… Aposto que carregar todas essas moedas seria incômodo para você. Que tal eu pagar com outra coisa?”

De repente, uma moeda diferente apareceu entre seus dedos. Esta era maior e mais pesada, totalmente preta, e gravada com o símbolo de uma serpente enrolada.

Os olhos do atendente se arregalaram drasticamente.

“Isso é uma moeda das sombras?”

Ele esticou a mão trêmula.

Aiko sorriu, puxando a moeda de volta.

“De fato, é. Então, que tal eu pagar com apenas uma?”

O atendente hesitou por alguns segundos.

Se as moedas dos Domínios antigos eram valiosas, as Moedas das Sombras eram extremamente valiosas. Ninguém sabia de onde vinham ou quem as cunhava, mas todos queriam possuir uma — e isso porque elas não eram moedas de essência.

Em vez disso, eram moedas de fragmentos. Consumi-las não concedia essência a um Desperto, mas sim um fragmento de alma — ou até mesmo alguns, se a moeda fosse de alta denominação.

Claro, havia maneiras mais fáceis de obter fragmentos de alma. Comprar um fragmento de alma, por exemplo, era muito mais acessível do que caçar as esquivas moedas das sombras. Mas era exatamente essa elusividade, esse misticismo e essa grande raridade que as tornavam verdadeiros tesouros.

As Moedas das Sombras, é claro, eram produzidas pelo Castelo Sombrio — o Mímico Maravilhoso — e não custavam nada a Aiko. Tudo o que ela tinha que fazer para obtê-las era manter o Mímico em uma dieta constante de Criaturas do Pesadelo angustiantes, o que era uma ótima maneira de ganhar dinheiro do nada.

O atendente aceitou a moeda com ganância nos olhos e forçou um sorriso educado.

“Maravilhoso, minha senhora. Por favor, visite nosso estabelecimento novamente. Oh, precisa de ajuda para carregar as caixas até sua carruagem?”

Aiko sorriu.

“Não precisa.”

Invocando uma bolsa deslumbrante feita de couro preto, ela a abriu e colocou a primeira caixa dentro. A caixa era maior que a bolsa e, ainda assim, desapareceu sem deixar rastro.

A segunda caixa também. E a terceira. E a quarta.

Em pouco tempo, a montanha de caixas desapareceu completamente.

Amarrando uma gravata vibrante no pescoço, Aiko sorriu satisfeita.

“Bem, então. Adeus!”

Com isso, ela dispensou a bolsa e saiu da loja em completa euforia.

Claro, ela não se esqueceu de recolher suas moedas do balcão primeiro.

‘Agora… Vou ver a Effie!’

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