
Volume 10 - Capítulo 2429
Escravo das Sombras
Traduzido usando Inteligência Artificial
###TAG######TAG###VERSÃO PRÉVIA
A casa da Effie era mais aconchegante do que luxuosa, o que não era o que se esperaria da residência de uma mulher que governava metade de todos os humanos no Reino dos Sonhos. Mas, pensando bem, ela havia sido construída antes do Túmulo de Deus, e seu marido havia feito a maior parte da construção com as próprias mãos — então seria estranho esperar opulência palaciana de sua moradia.
Na verdade, a casa era bem parecida com a fazenda de madeira escondida dentro do Medalhão da Besta Negra — Aiko já havia visitado a Fazenda das Bestas inúmeras vezes, então podia atestar isso.
Claro, a madeira usada na construção e nos móveis não era de nenhum tipo mundano.
Era, na verdade, muito mais resistente do que qualquer material já produzido na Terra, coletada por Effie e seu marido nas florestas assombradas ao redor da região do Bastion. Tudo ali havia sido construído para durar.
E precisava durar, considerando que havia uma criança Transcendente correndo pela casa. Pais normalmente deixam suas casas seguras para as crianças, mas Effie tinha que fazer o oposto — ela precisava garantir que sua casa não fosse totalmente demolida pelo filho. Com sucesso parcial.
Aiko sempre foi uma pessoa transitória, indo e vindo com facilidade, então a ideia de se estabelecer em um único lugar parecia um pouco estranha para ela. Ainda assim, toda vez que visitava Effie, sentia que quase conseguia entender o fascínio.
Effie havia construído uma família e, depois, construído uma casa. Então, colocou a primeira dentro da segunda e transformou tudo em um lar. Talvez fosse por isso que ela lutava tão arduamente.
De qualquer forma, hoje, Aiko e Pequeno Ling estavam sozinhos na casa grande. Ela o guiou até a sala de jantar e fez o garoto sentar à mesa, depois foi até a cozinha adjacente. Olhando ao redor, chamou:
“Então, como você tem estado, lobinho? Tem sido um bom menino?”
Ele balançava as pernas, esperando impaciente.
“Eu fui bom, tia! Ah, mas fiquei um pouco triste. A mamãe ficou fora por muito tempo dessa vez, porque outras crianças precisavam da ajuda dela. Mas ela voltou antes da minha festa de aniversário! E me trouxe um presente do Kadrante Ocidental. É a África! Eu li em um livro.”
Aiko finalmente encontrou o que procurava. Seria uma verdadeira tragédia manchar suas roupas luxuosas, então vestiu um avental branco e exalou satisfação.
“Leu em um livro? Desde quando você sabe ler, pestinha?”
Quando ela saiu da cozinha, Pequeno Ling deu a ela um olhar de pena.
“Tia Aiko, eu tenho seis anos. Claro que sei ler. Consigo ler livros com figuras e até livros sem figuras.”
Ele ergueu o queixo com orgulho, depois desanimou um pouco.
“Ah, mas só na língua humana. A língua rúnica é muito difícil. Então, ainda preciso de figuras quando leio runas.”
Aiko piscou algumas vezes.
‘Seis anos é um pouco cedo para saber ler, não? Acho? Quando as crianças normalmente começam a ler?’
Ela não fazia ideia. Mais importante.
“Hã? Quem está te ensinando a ler em língua rúnica? E por quê?”
Pensando bem, talvez Pequeno Ling realmente precisasse saber runas. Ele era um portador do Feitiço, afinal.
Aiko de repente ficou intrigada com a questão de como o garotinho interagia com o Feitiço, para começo de conversa. Ele via as runas? Como o Feitiço traduzia as runas para quem não sabia ler? Mostrava uma série de imagens ou simplesmente narrava cada palavra? As pessoas simplesmente entendiam o significado das runas sem saber decifrar as letras? Havia alguma forma de ganhar dinheiro com isso?
Pequeno Ling deu uma risadinha.
“Vovô Julius!”
Aiko saiu de seu devaneio, sentindo um leve pesar enquanto o som hipnotizante de moedas ilusórias que imaginava desaparecia.
“Oh? Quem é esse?”
O garoto sorriu, ainda balançando as pernas.
“Meu tutor. A mamãe diz que o vovô Julius é o melhor!”
‘Julius, Julius…’
Ele era o acadêmico idoso responsável por toda a Iniciativa de Educação do Reino dos Sonhos?
Droga. Effie não economizava quando se tratava do desenvolvimento de Pequeno Ling, aparentemente.
Balançando a cabeça, Aiko sorriu e invocou sua luxuosa bolsa de couro.
“Bem, de qualquer forma. A tia ficou muito triste por perder seu aniversário, lobinho. O tio Sunny também ficou muito triste. Então, ele preparou um presentinho para você.”
Dito isso, ela abriu a bolsa e começou a tirar um item após o outro. Eles flutuaram no ar como por mágica, pousando suavemente sobre a mesa. Primeiro veio o sorvete, depois os waffles fofos, morangos frescos, bolo de creme com seis velas coloridas, pudim de chocolate, garrafas de suco natural, mais sorvete. Logo, a mesa inteira estava repleta de guloseimas deliciosas. Colocando o último item, Aiko endireitou o avental e sorriu.
“Na verdade, eu decidi fazer uma segunda festa de aniversário secreta — só você e eu. Apenas os melhores meninos ganham uma, então aqui está. Feliz aniversário, lobinho!”
Os olhos de Pequeno Ling ficaram arregalados como pires. Ele encarou o banquete delicioso, como se estivesse hipnotizado, e então esticou a mão trêmula em direção ao sorvete.
No entanto, ele parou e hesitou por um momento. Vendo que o garoto estava incomodado com algo, Aiko levantou uma sobrancelha.
“O que foi?”
Pequeno Ling ficou em silêncio por alguns segundos, então perguntou em um tom hesitante:
“Tia Aiko, eu sei que é uma festa secreta, mas podemos deixar um pedaço de bolo para a mamãe? A mamãe come muito.”
Os lábios de Aiko tremeram. Lutando para manter uma expressão calma, ela fingiu pensar por um tempo e então acenou com a cabeça.
“Tá bom. Sua mamãe realmente come muito. Então, vamos separar um pedacinho disso e um pouco daquilo para ela. Aí, ela pode dividir com seu papai também. O que acha?”
Pequeno Ling não a ouviu, porém. Ele já estava ocupado enfiando guloseimas nas bochechas.
“Obrigado, Tia Aiko!”
Ela observou o garotinho por alguns segundos, depois suspirou e sentou-se também. Apoiando o queixo em uma das mãos, Aiko olhou para Pequeno Ling com preguiça e ficou em silêncio. O menino estava tão absorto no sorvete que nada mais parecia existir para ele.
Pensamentos aleatórios saltavam em sua mente, até que um em particular chamou sua atenção.
‘É mesmo para ficarmos aqui o dia todo? Quando a Effie disse que voltaria?’
Na verdade, Effie não havia mencionado por quanto tempo Aiko deveria cuidar de Ling Ling. E o que o garoto deveria fazer o dia todo? Considerando que ele já tinha um tutor, era improvável que Effie e o pai dele permitissem que ele ficasse ocioso o tempo todo. Ela sabia que eles o haviam treinado gentilmente, desde antes de ele andar, para controlar sua força Transcendente. Ele já estava quase na idade em que crianças mundanas iam para a escola. Claro, não existia escola no mundo que pudesse lidar com um pequeno Santo.
Por fim, os olhos de Aiko brilharam.
“Ei, lobinho.”
Ela hesitou por um momento, então sorriu.
“Que tal a gente ir em uma aventura? Bem, vamos chamar de passeio educativo.”
Pequeno Ling ergueu a cabeça, o rosto manchado de sorvete e chocolate em partes iguais. Seus olhos se arregalaram.
“Um passeio educativo?”
O sorriso de Aiko se alargou.
“Claro, vamos chamar assim. Deixa a tia Aiko te ensinar uma coisa ou duas.”