Reformation of the Deadbeat Noble

Capítulo 408

Reformation of the Deadbeat Noble

História Paralela – 5 Pós-escrito

Clifford, Preston, Page, Ray e Lindsay, essas eram as linhagens abençoadas conhecidas como as Cinco Grandes Famílias da Espada, as mais renomadas do continente ocidental, uma terra famosa por sua tradição em esgrima. Essas linhagens distintas possuíam histórias que variavam de 300 a mais de 600 anos. Cada uma detinha técnicas secretas de esgrima desenvolvidas e refinadas ao longo de gerações.

Entre as técnicas de esgrima dessas cinco famílias… qual delas realmente reinava suprema no continente ocidental? Até cinquenta anos atrás, a resposta para essa pergunta variava muito.

Alguns consideravam a poderosa espada da Casa Clifford, que parecia capaz de despedaçar até montanhas, a melhor. Outros insistiam que a espada da Casa Preston, que perseguia a velocidade absoluta, era incomparável.

A espada da Casa Page, que mesclava todo tipo de teoria continental em sequências sempre mutáveis, também tinha seus defensores. Assim como a espada da Casa Ray, que se mantinha fiel aos fundamentos e ainda assim era incrivelmente sólida.

As técnicas dessas quatro famílias eram tão poderosas e refinadas que era impossível apontar apenas uma. Eram candidatas ao título de melhores espadachins, não apenas no Ocidente, mas em todo o continente.

“Mas essas avaliações… foram mudando gradualmente desde o surgimento de Sir Joshua Lindsay.”

Ignet Crecensia assentiu, lembrando-se do antigo chefe da família Lindsay, que ainda exibia vigor apesar da idade avançada. O surgimento daquele talento de uma geração derrubou completamente a avaliação da família Lindsay, antes considerada relativamente mais fraca.

Tornando-se o espadachim mais poderoso dos cinco reinos do Oeste antes dos cinquenta anos, Joshua demonstrou com perfeição o poder livre e avassalador da Espada do Céu. Seu percurso foi tão impressionante que muitos o consideravam o mais forte espadachim da geração seguinte a Ian, Khun e Julius Hule.

“Embora, no fim das contas, isso não tenha se concretizado…” Ignet soltou um riso seco.

Infelizmente, Joshua não se tornou o mais forte. Em vez disso, cedeu o topo para seus sucessores, um golpe considerável ao orgulho de um espadachim de tão alto nível. No entanto, antes de ser espadachim, ele era pai. Um pai que amava, valorizava e se orgulhava de sua filha mais do que de qualquer outra coisa no mundo.

Para ele, ver sua filha não apenas superar as conquistas do pai, mas também eclipsar o legado do fundador e consolidar a Espada do Céu como a técnica suprema do Ocidente… devia ser uma alegria indescritível. Até mesmo Ignet, que não tinha relação com a família, se pegava admirando sinceramente a esgrima de Illia Lindsay.

A Espada do Céu começava como uma brisa suave, aparentemente fraca no início. Mas, imbuída de vontade, logo dominava o espaço vasto, coroando sua dona como soberana dos céus.

Illia ergueu levemente a mão. Então, dez espadas conectadas à sua vontade flutuaram para o céu. Quatro pares se abriram como asas de cada lado. Com uma espada em cada mão, ela parecia um anjo, transcendendo o senso comum e a razão do mundo.

— Vai demorar um bom tempo para alcançar isso — observou Ignet, assistindo à esgrima de Illia com um sentimento levemente amargo.

Ignet estava no ápice da esgrima. Seu talento fazia até mesmo os gênios parecerem comuns. Normalmente, seu dom lhe dava a percepção necessária para entender e contra-atacar qualquer técnica com apenas um olhar, mas agora isso não acontecia.

“No máximo, eu conseguiria resistir”, pensou. Talvez o chefe da família Lindsay soubesse disso, por isso realizou um treinamento público. Era uma demonstração notável de confiança.

Claro, Ignet não desistiu. Em vez disso, ardia com ainda mais intensidade, decidida a transformar até mesmo as terríveis memórias do espaço na fenda em combustível para suas conquistas. O céu era grandioso, mas o que mais brilhava no céu sempre era o sol.

Silenciosamente fortalecendo sua vontade, Ignet sorriu, como se achasse a situação divertida.

Então, os quatro pares de asas que varriam o céu se recolheram. As espadas gêmeas que adornavam o céu também desapareceram. As nove espadas se posicionaram ordenadamente em um suporte de armas em um canto do campo de treino, deixando Illia apenas com uma espada. E então, surgiu uma técnica completamente diferente.

Enquanto Ignet observava atentamente, Illia lhe falou:

— Ao ver meu marido e o caminho que ele trilha, sempre pensei que também queria ajudar muitas pessoas. Não queria ferir ninguém com a espada, mas sim garantir que muitos pudessem usá-la para proteger os outros. Queria espalhar uma influência positiva.

Uma espada reta e honesta emanava de sua postura perfeita. Era sólida e estável, mas sem brilho. Em vez disso, era tão fiel aos fundamentos que parecia até monótona. Era uma técnica que até mesmo os sem talento conseguiriam seguir e aprender com facilidade.

Mas Ignet não se decepcionou. Pelo contrário, observava a técnica profundamente.

Illia continuou a falar:

— A Espada da Terra é uma técnica criada com essa intenção. É fácil o bastante para qualquer um aprender e clara o suficiente para qualquer um entender. Para que aqueles que criem raízes aqui possam crescer em qualquer direção, sem limitar as infinitas possibilidades de um espadachim…

— Você pretende espalhar essa técnica pelo mundo sem pedir nada em troca? — perguntou Ignet.

— Foi para isso que eu a criei.

Ignet refletiu por um momento antes de apontar o ponto mais crucial.

— Se ela pode alcançar qualquer direção, não poderia, eventualmente, alcançar o céu?

Ela tinha razão. A Espada da Terra podia parecer simples à primeira vista, como uma técnica que apenas permanecia fiel ao básico. No entanto, como Illia havia dito, ela possuía possibilidades infinitas. Sendo assim, havia a chance de que, eventualmente, levasse à técnica secreta da família Lindsay, a Espada do Céu.

Era algo impensável. Não apenas estavam divulgando publicamente a técnica secreta da família, que deveria ser mantida sob o mais absoluto sigilo, como também estavam fornecendo uma escada para que até mesmo aqueles sem talento pudessem alcançar seu potencial. Se os que matariam para proteger esses segredos ouvissem isso, ficariam sem palavras diante de tamanha insensatez.

Mas Illia não pensava assim.

Dando continuidade à sua técnica, Illia disse:

— Claro que é possível, mas está tudo bem. Para que uma espada que nasce da terra alcance o céu, é preciso compreender uma outra vontade que as conecta: a humanidade. Uma pessoa má, que negligencia isso, jamais conseguirá alcançar o céu.

Ignet a observou, mas não disse nada.

— Por outro lado, se alguém mantiver seus princípios humanos enquanto busca o céu e, no fim, conseguir unir as três forças em uma só…

Illia não continuou. Ignet também não perguntou mais. Não era necessário.

O céu, a terra e a humanidade, a espada que integrava essas três vontades emanava de uma forma que não podia ser descrita apenas como aura. Florescia com brilho intenso, como se fosse exterminar todo o mal.

A Capitã dos Cavaleiros Negros do Reino Sagrado fechou os olhos. Saboreando a técnica de Illia, mais sagrada até mesmo que a aura de um paladino de Arvilius, ela permaneceu em silêncio por um bom tempo antes de falar.

— Então está dizendo que até mesmo a técnica secreta da sua família não é desperdiçada com aqueles que compreendem os verdadeiros princípios humanos… Que esplêndido. Qual é o nome da técnica? — perguntou Ignet.

— Força Trindade.

— Kron teve uma sorte enorme.

— Vai depender do que ele fizer com ela.

— É verdade.

Ignet assentiu. Só porque era uma técnica com possibilidades infinitas, não significava que qualquer um poderia dominá-la. Para alcançar a posição infinitamente elevada do céu, era preciso ter a paciência de suportar uma solidão absoluta e a vontade de não ceder a nenhuma das tentações do mal.

Até onde o garoto do Orfanato do Amor poderia chegar dependeria, como Illia dissera, de seus próprios esforços.

— Foi um verdadeiro espetáculo — disse Ignet, com sinceridade.

Na verdade, era intimidador. A Espada do Céu, por si só, já era uma técnica impressionante que exigia esforço incansável para ser dominada. Criar uma técnica além disso… Não era à toa que Illia era considerada, ao lado de Airen Farreira, uma das quatro grandes espadachins. Com certeza, Judith e Brett Lloyd também não haviam alcançado menos.

Pensar neles fez seu corpo esquentar. Ela não conseguiu conter a vontade de empunhar a espada.

“Preciso ir treinar agora.”

Com a decisão tomada, Ignet se despediu da chefe da família Lindsay, mas Illia não tinha intenção de deixá-la partir.

— Vai embora assim mesmo?

— Há algum problema?

— Você levou minha filha como bem entendeu, e agora vai sair como se nada tivesse acontecido?

— Não foi resolvido de um jeito que beneficiou todo mundo?

— Aprendi que o processo importa mais do que o resultado. Então não posso deixar passar assim, posso?

Uma aura esmagadora irrompeu do corpo de Illia. Enfrentando-a de frente, Ignet deu meio passo para trás. Uma gota de suor surgiu em sua testa. Sentia uma pressão que nunca havia sentido antes, nem mesmo durante os vinte anos que passou no espaço da fenda, algo que pressionava todo o seu corpo.

— Espera, espera…!

— Não há necessidade de conversa. Além do mais, entre espadachins, as conversas devem ser feitas com espadas.

Com um salto tão poderoso que abriu uma enorme cratera no campo de treino, Illia tomou o ar para si. Ignet a olhou do chão com uma expressão frustrada. Para um espadachim comum, aquela situação seria limitante, mas isso não se aplicava a uma oponente que podia manipular livremente o poder do vento.

“Ela é tão superprotetora quanto o pai!” Ignet xingou por dentro e sacou sua espada.

No fundo, aquilo era injusto. Criança teimosa precisava levar lição para criar juízo. Sua técnica tinha funcionado, Elena estava bem mais dócil do que antes. E, no meio disso tudo, seu desejo de melhorar cresceu ainda mais. Illia devia era agradecê-la.

Mas ela não podia dizer isso em voz alta. A esgrima de Illia era afiada e feroz demais para isso. Pela primeira vez em muito tempo, Ignet foi a parte mais fraca em uma luta e foi implacavelmente empurrada para trás. No meio de tudo, usou os conhecimentos que adquiriu no espaço da fenda, então seu tempo lá não foi em vão…

— Isso é… incrivelmente humilhante…

— Bem feito. Quem mandou sequestrar a filha dos outros? — disse Illia com uma expressão bem mais leve depois de espancar Ignet como queria.

De fato, a melhor forma de aliviar o estresse era empunhar a espada. Era um fato comprovado na luta de Illia contra Airen.

“Dar uma surra no Airen não foi suficiente, mas agora que também esmaguei a Ignet, estou começando a me sentir melhor!”

Mas ainda não havia acabado. Illia já tinha se divertido, mas ainda havia mais uma pessoa com o sangue fervendo. Ela chamou alguém por quem estava secretamente esperando.

Então, como se estivesse esperando exatamente por aquele momento, um velho ranzinza desceu do céu.

Os olhos de Ignet se arregalaram.

— Você é…!

— Sim, o avô da Elena. Quanto tempo, não?

Era Joshua Lindsay, pai de Illia, avô de Elena, e o homem conhecido como o mais devotado da história da família Lindsay. Ele sacou sua espada e disse:

— Muito bem. Vamos começar a segunda rodada?

Sem forças depois de ser exaurida por Illia, Ignet não teve escolha senão encarar em silêncio a fúria do avô superprotetor.