Minha irmãzinha vampira

Capítulo 129

Minha irmãzinha vampira

Cinco minutos antes da ascensão de Jin ao posto de Progenitor…

A Floresta dos Elfos estava em chamas. O grande plano da Casa Sangrenta, o projeto de ressuscitar o Primeiro Vampiro, entrou na sua fase final. Nesse momento, os operativos aliados à Casa Sangrenta não tinham um motivo particular. Seu único objetivo era desviar a atenção dos Elfos do Árvore-Mundo e ganhar tempo para que o Alto Ancião concluísse seu ritual.

O ataque da Casa Sangrenta tinha desacelerado consideravelmente, e suas posições estavam mais defensivas. Após causar estragos no Santuário dos Elfos, os elites da Casa Sangrenta mantinham um perímetro ao redor da Árvore-Mundo, impedindo que qualquer Elfo ou Vampiro interrompesse o Alto Ancião.

Era a oportunidade perfeita para os Elfos se reorganizarem e conterem o sangue que estavam perdendo. Contudo, isso não significava que iriam adiar sua contraofensiva. Muito pelo contrário.

Impulsionados pela raiva e pelo desejo de vingança, todos os Elfos voltaram sua atenção para os desgraçados que tiveram a audácia de invadir sua terra sagrada e até ameaçar a Árvore-Mundo. E havia uma Elfa que estava muito mais irritada do que qualquer outra…

"Miriel… Você tem certeza de que não quer descansar?"

A Eminência Veralyn, da Casa Shadowgarden, olhou para a Elfa cansada ao seu lado. As roupas estavam rasgadas, e seu cabelo dourado, impecável, estava completamente despenteado. A aparência deslumbrante da Alta Sacerdotisa tinha se transformado, pois seus olhos estavam completamente vermelhos e seu corpo parecia ter passado por um vendaval intenso.

Normalmente, a Eminência Veralyn riria da aparência da amiga de longas datas, brincando até para vencê-la. No entanto, a Matriarca Shadowgarden não tinha humor para isso, dada a tempera volátil da Alta Sacerdotisa dos Elfos.

"Descansar? Esses idiotas acabaram de profanar minha Floresta dos Elfos e você me pede para descansar? Eles bloquearam até o caminho para a Árvore-Mundo, a coisa que jurei proteger!!! Não posso relaxar agora!"

"Ainda assim... Você não está em condições de lutar agora. Nossa Casa Shadowgarden pode suportar parte do peso por enquanto."

"Peso? Se vocês tivessem nos contado sobre os planos da Casa Sangrenta antes, não estaríamos nessa situação!" A Alta Sacerdotisa não conseguiu evitar uma estocada. Porém, quase imediatamente, a mulher de outro mundo recuperou a compostura e continuou: "Não, culpar vocês é inútil. É nossa inaptidão que causou essa confusão.

Mil anos de paz e os Elfos esqueceram como se defender; que risível."

A Alta Sacerdotisa suspirou, balançando a cabeça silenciosamente. Pegando seu cajado, invocou uma torrente de Magia da Natureza que curou suas feridas e restaurou sua aparência. Para acalmar a mente, a gentil Elfa rapidamente mudou de assunto.

"Veralyn, cadê a Rosalyn?"

"Ela está com as amigas," respondeu a líder da Casa Shadowgarden. "Parece que elas estão iradas com ela por colocá-las em coma. Então, atualmente, estão em conflito."

"Lutando entre si? Agora?" Ao ouvir algo inacreditável, a Alta Sacerdotisa levantou a sobrancelha, chocada.

"Bem, é melhor do que enfrentarem o inimigo, não acha? Rosalyn é nossa carta na manga. A única capaz de se comunicar com a Árvore-Mundo. Melhor mantê-la longe dos olhos do inimigo."

"Acho difícil que elas possam fazer algo com ela, no entanto…"

A Alta Sacerdotisa conhecia bem as capacidades de Rosalyn. Se estivessem dentro da Floresta dos Elfos, Rosalyn era praticamente invencível. Cada planta dessa densa floresta tropical estava sob seu controle, das árvores gigantes a cada lâmina de grama. Na verdade, a própria Alta Sacerdotisa se perguntava por que Rosalyn não protegia a Árvore-Mundo como deveria.

Porém, nem mesmo a Alta Sacerdotisa Elfa tinha coragem suficiente para repreender a única ligação que tinham com a Árvore-Mundo. Por isso, só podia murmurar em segredo para sua amiga próxima.

"Falando em inimigos, parece que temos companhia."

Por mais que a Eminência Veralyn desejasse que a amiga descansasse e se recuperasse, o inimigo não tinha a mesma intenção. Enquanto conversavam, três figuras distintas correram do cerco da Casa Sangrenta e pararam bem diante deles, bem no alto.

Três mulheres lindas, cada uma mais impressionante que a outra, flutuavam com facilidade no céu, olhando para o Elfo e o Vampiro abaixo.

A primeira a avançar foi uma mulher de cabelos vermelhos e aparência rebelde. Vestindo um top justo e jeans rasgados ainda mais colados, ela parecia estar no auge de sua saúde física. Sua barriga era marcada por abs de aço, e toda a sua linha do maxilar quase não tinha gordura.

Não, apenas de olhar para ela e para a lança enorme pendurada nas costas já dava para perceber que aquela mulher logo atingiria o nível de uma guerreira amazônica.

A segunda mulher vestia-se de forma bem mais conservadora. Ou melhor, parecia estar toda produzida, como se estivesse se preparando para um encontro chique em um bar na cobertura. Puxando o cabelo azul para o lado, ela parecia desinteressada na batalha, com os olhos constantemente voltados para a Árvore-Mundo, como se fosse uma cadela fiel esperando pelo retorno do dono.

E, por fim…

"Consortes de Drácula… Não esperava que ainda estivessem vivas." A Alta Sacerdotisa cuspiu. "Principalmente você… Segunda Consorte. Jamais imaginei que veria seus passos na Floresta dos Elfos novamente."

"Oh, Miriel, você está sendo fria com sua tia…" A mulher de cabelos amarelos sorriu maternalmente enquanto tocava o lado do rosto com a mão. "Esqueceu todas as boas memórias que compartilhamos quando você era criança? Lembro-me dos velhos tempos quando chorava nos meus braços quando minha irmã não estava por perto. Tenho certeza de que poderia ser mais acolhedora com a mulher que te acalentou para dormir."

"Segunda Consorte, tome cuidado…" A Alta Sacerdotisa esbugalhou os olhos, enviando um olhar de ódio para a mulher de cabelos amarelos.

"No momento em que abandonou sua herança élfica, perdeu todos os direitos de laços familiares. Você não passa de uma intrusa e uma ameaça para a raça dos Elfos."

"Que pena," a Segunda Consorte balançou a cabeça. "A Casa Sangrenta nunca tratou mal os Elfos. Não entendo de onde vem essa hostilidade?"

"... Você não entende?"

A história entre Elfos e Vampiros remonta a milhares de anos. Quando Drácula Sangrento, o Primeiro Vampiro, decidiu negar seus costumes élficos e criar sua própria raça, trouxe apenas problemas para a paz dos Elfos.

Não apenas as guerras intermináveis que Drácula trouxe às suas terras, mas o fato de ele tentar dominar toda a raça Elfa sob seu controle foi suficiente para que os Altos Elfos da Floresta odiassem sua linhagem para sempre.

Sem falar que seus descendentes invadiram a Floresta dos Elfos e bloquearam os caminhos em direção à Árvore-Mundo. Nem mesmo os laços familiares mais estreitos podiam aplacar a raiva da Alta Sacerdotisa.

"Haha, não buscamos derramamento de sangue, pequena Miriel." A Segunda Consorte conhecia bem esses fatos, mas decidiu ignorá-los. Como uma mãe tentando persuadir uma criança, a mulher de cabelo amarelo sugeriu:

"Por que não se concentra em tratar seus ferimentos e arrumar os estragos? Quando terminarmos com o que temos que fazer na Floresta dos Elfos, prometo que vamos embora em paz. Você tem minha palavra como segunda ao comando da Casa Sangrenta."

Vendo que sua condição de tia da Alta Sacerdotisa não funcionava, a Segunda Consorte tentou uma abordagem diferente. Embora os Elfos ainda fossem muito mais numerosos que a Casa Sangrenta, suas baixas eram altas. Além disso, muitos edifícios haviam sido destruídos, e outros ainda estavam em chamas.

Se os Elfos não quisessem correr o risco de destruir completamente o Santuário dos Elfos, um cessar-fogo era o movimento mais sensato.

Porém…

"Você acha que pode me enganar? Seu desejo de ressuscitar o Progenitor usando a Árvore-Mundo é claro como dia! Você acha que nós, Elfos, ficaremos de braços cruzados enquanto você profana a Árvore-Mundo?!"

"Profanar? Quão grosseiro; estamos apenas emprestando o poder dela."

"Para criar a maior aberração que o mundo já viu!!!"

Em uma explosão de raiva, a Alta Sacerdotisa disse a coisa que nenhuma Sangrenta jamais quis ouvir. Os rostos de todas as consortes mudaram instantaneamente, com a cor sendo drenada de seus semblantes. Mesmo a Segunda Consorte, que até então parecia desinteressada na batalha, lançou um olhar agudo na direção da Alta Sacerdotisa.

"Irmã, você está perdendo o tempo." A impulsiva, guerreira, Quinta Consorte balançou sua lança e apontou diretamente para a elfa. "A insolência deles não tem limites. Devíamos matá-los agora."

"Concordo…" A Eight Consort abriu a palma da mão, invocando uma bolha translúcida. "O marido deve estar com fome quando despertar. Vamos preparar alguns sacrifícios, que acha?"

A Segunda Consorte olhou para suas irmãs sedentas por sangue com olhos desesperados. Uma vez nesse estado, não havia como recuar.

"Por que vocês não conseguem entender que eu queria minimizar o derramamento de sangue dos Elfos?"

"Mostrar misericórdia agora? Sendo que você quase deixou os Elfos aleijados e matou minha própria mãe, sua irmã, durante a guerra que seu marido liderou? Não tente me enganar com sua hipocrisia, Segunda Consorte."

A Segunda Consorte olhou para a sacerdotisa élfica madura, uma imagem familiar surgindo na sua mente. A imagem de sua irmã sorrindo de forma tão pura e bela, uma lembrança que assombrava seus pesadelos há milênios.

'É exatamente por causa disso…'

Sabendo que, mesmo tentando explicar, nenhuma das partes desistiria. Assim, como Segunda Consorte e segunda ao comando da Casa Sangrenta, ela só podia escolher uma opção.

"Então é triste… Eu gostava de você, pequena Miriel…"

Apontando o dedo para baixo na Alta Sacerdotisa, a Segunda Consorte se preparou para uma batalha até a morte. Mas, antes que qualquer magia pudesse ser disparada…

BOOOMMMM!!!

Uma coluna de sangue vermelha ergueu-se rumo aos céus, rasgando as nuvens e chamando a atenção de todos. As três consortes, os Elfos, os Shadowgardens… Todos eles olharam fixamente para a coluna de sangue, cada um com suas próprias razões.

Quanto aos Sangrentos…

"MARIDO!!!!"

A oito consorte perdeu toda a compostura e correu diretamente em direção à Árvore-Mundo.

"Finalmente acabou!!!"

A Quinta Consorte sorriu radiantemente enquanto a seguia rapidamente. Por mais que fosse viciada em batalhas, ela não queria perder tempo agora que seu marido tinha voltado dos mortos.

"… Eu pensei que a Casa Shadowgarden tinha sabotado o ritual. Por que conseguiu, Veralyn?"

"…"

A Alta Sacerdotisa e a Matriarca Shadowgarden ficaram em silêncio, com os olhos refletindo a inquietação que percorria seus corações. Elas não sabiam se o ritual havia dado certo, mas, se o Progenitor realmente tivesse retornado…

A raça Vampira enfrentaria dias sombrios.

Felizmente, antes que a escuridão tomasse toda a Floresta dos Elfos, um raio de Luz Esmeralda venceu a coluna de sangue. Sinais de Vida e Magia da Natureza podiam ser vistos, enquanto a névoa de medo e trevas que pairava sobre eles evaporava rapidamente.

Neste momento, até a otimista Segunda Consorte sentiu um calafrio na espinha.

"Não é Drácula… É…"

A nova potência que surgiu… Não tinha a assinatura do sangue que Drácula era conhecido por, e mesmo assim… Possuía a mesma opressão. Era a mesma sensação que ela teve quando Drácula, o Elfo, mudou sua raça para algo mais. Algo muito mais poderoso do que qualquer forma de vida no planeta.

Parecia que…

Um novo Progenitor tinha nascido.

A Segunda Consorte voou em direção à Árvore-Mundo, ignorando os olhares horrorizados dos Elfos ao redor. Se um novo Progenitor havia surgido, isso significava que seu único elo com Drácula estava em perigo. A única pessoa mais importante para ela do que Drácula em si.

"Julien!!!"