(Hum, desculpe) Eu Reencarnei!

Capítulo 155

(Hum, desculpe) Eu Reencarnei!

143 – O que Aconteceria com Hattuo? (Parte 2)

Postado em 10 de dezembro de 2017 por crazypumkin

*Sem edição

E o ex-Imperador de Hattuo continuou a rir loucamente por um tempo. Realmente me perguntei o que havia de tão engraçado para ele. Ou ele teria ficado chocado a ponto de enlouquecer?

De qualquer forma, ouvi dizer que as pessoas podem enlouquecer de forma tão exagerada se forem expostas a algo extremamente chocante, que ultrapassa seus limites de aceitação.

Já eu, simplesmente esperei em silêncio até que o ex-Imperador parasse de rir daquela loucura toda. Por mais que eu olhasse, ele não parecia estar mentalmente bem neste momento. Era melhor deixá-lo quieto, ao invés de piorar as coisas ao intervir.

Não, não que eu estivesse fugindo ou algo assim!

E finalmente seu riso cessou. Eu me recompus e abri a boca. Já tinha a permissão do Rei para fazer o que quisesse, então não iria me impedir. Tinha muitas coisas que queria dizer a ele, além de várias perguntas. Embora estivesse um pouco preocupado se sua mente ainda funcionava normalmente ou não.

"Er, erm."

Por favor, mantenha em sigilo o fato de eu ter tropeçado na minha fala, ok? Apesar de ter acabado de rir loucamente alguns momentos atrás, nenhuma dessas expressões anteriores era visível enquanto ele me encarava sem expressão.

De alguma forma, isso era realmente irritante. Eu não queria dizer, mas aquela mudança na expressão dele era assustadora. Pensar que tinha medo de alguém que foi capturado e preso nesta sala. Embora tenha sido capturado, como era de se esperar de um Imperador.

"Por que você ergueu as mãos contra a floresta?"

Mas eu não era alguém que se deixaria intimidar. Como adulto, nobre, minha determinação era forte. Na verdade, fiquei bastante zangado com ele por ter feito aquilo, mas para não perder o controle das emoções, mantive a postura de quem está com uma cara de poker. Usando a vantagem de uma criança, mantive uma expressão sorridente inocente. E essa expressão era minha padrão (cara de poker).

Meu objetivo era parecer uma criança normal, sempre sorridente, que na verdade era incrível e astuta.

Ei, eu tinha um rosto comum, então tinha que usá-lo ao máximo, certo? Ta-dá, apresento a vocês o novo eu. Tão novo que queria colocar uma estrelinha ao lado do meu nome. Heh-heh.

Ao fazer uma pergunta direta, o ex-Imperador sorriu, exatamente como aqueles vilões que sorririam ao ver cofres de ouro roubados ou propinas que receberam.

"Para expandir minha nação, assim como fortalecê-la. Acredito que todo governante que lidera uma nação deseja isso, não acha?"

Ele falou confiante enquanto eu continuava a encará-lo. Não podia ser só isso. Eu tinha certeza de que havia um motivo mais profundo por trás disso.

"Você deve estar ciente de que sofrerá castigo divino se erguer a mão contra a floresta, não é?"

Com essa face sorridente, lancei a pergunta de volta ao ex-Imperador, que hesitou por um momento.

"...Sim, eu já sabia que, ao tocar nas árvores, surgiriam bestas demoníacas. Mas também sei que quem teria problemas seria Elzmu."

Se fosse assim, achei que não havia motivo para hesitar."

"Só isso? Então por que você não executou esse plano desde o começo?"

"Porque precisei de tempo para reunir informações sobre a força de Elzmu."

"Então, você sabia de toda a nossa força de guerra?"

"Sim, por isso começamos a avançar."

Minha expressão sorridente e a feição sem expressão do ex-Imperador. Não conseguia captar nada dela. As respostas dele eram plausíveis e não havia nada realmente errado. Mas percebi aquele pequeno momento de silêncio antes dele começar a responder.

Se realmente essa fosse a razão dele ter invadido, não teria motivo para vacilar. Meu pai me disse que a ira dele contra esse ex-Imperador era tão grande que poderia facilmente estender a mão e assassiná-lo, então a possibilidade de sobreviver era muito baixa. Como nobre de Elzmu, e com toda a história política que aprendi, sabia que não tínhamos esse tipo de leniência nem poderíamos permitir isso.

Por outro lado, parecia haver uma agenda oculta, e eu fui designado como uma exceção especial para lidar com isso. Sobre qual era essa agenda oculta, eu tinha uma ideia. Além do mais, fui eu quem destruiu as [Sombras] lançadas por Hattuo contra mim.

Sabia que eles estavam me investigando como uma ameaça, mas acima de tudo, ao destruir as [Sombras], Hattuo não conseguiu obter tanta informação quanto desejava. E agora, eles avançaram, mesmo com informações aquém do ideal. Isso significava que havia uma forte razão que os impulsionou a agir assim, tão rápido.

Enquanto eu continuava sorrindo em silêncio, o sorriso destemido do ex-Imperador gradualmente desaparecia. Então, uma voz carregada de arrependimento foi ouvida.

"É a reserva de alimentos. Até este inverno, todo o meu tesouro nacional foi utilizado e não tenho mais recursos para alimentar meus cidadãos. E como Hattuo congela no inverno, eles sequer teriam condições de se sustentarem."

Por fim, ele começou a falar sobre a situação de Hattuo.

Devido ao rigoroso inverno em Hattuo, eles vinham importando comida de Dyuvu, a [Nação dos Bestas], que desprezavam, e até do Hadazerl, uma federação política, há bastante tempo, até mesmo antes da fundação de Elzmu.

Mas, como essa linha de vida (fraqueza) era mantida por outros países, eles não conseguiam montar um exército forte e imbatível como gostariam. Contudo, por possuírem uma indústria de criação de ferramentas mágicas e pedras-mana, suas finanças estavam tranquilas.

No entanto, neste século recente, as vendas de suas ferramentas mágicas e pedras-mana vinham diminuindo.

A razão era clara. Porque Elzmu também começou a expandir-se nessa área. Em outras palavras, pode-se dizer que o esforço do Primeiro Fundador na educação obrigatória deu frutos.

Embora Elzmu tenha começado pequeno, as ferramentas mágicas produzidas tinham resultado melhor, com preços mais acessíveis. Além disso, graças ao fato de todos saberem usar magia, a tecnologia das ferramentas mágicas só melhorava. Completamente oposto a Hattuo, onde a magia era monopolizada pela nobreza.

Por causa disso, Hattuo começou a enfrentar problemas de vendas.

Além disso, os cidadãos de Elzmu, todos com algum grau de conhecimento, aprenderam a não confiar cegamente nas ferramentas mágicas. Essas ferramentas eram feitas para camponeses que não sabiam usar magia, para melhorar suas vidas diárias. Mas, para os cidadãos de Elzmu, eles aprenderam a aprimorar as ferramentas com seu conhecimento e até inventaram novas. Isso causou um enorme retrocesso em Hattuo.

À medida que o comércio de Elzmu aumentava, Hattuo enfrentava um déficit. E essa situação persistiu por cerca de 100 anos.

Para piorar, os nobres gastavam demais. Tendo vivido assim por muito tempo, era difícil mudar suas maneiras, e quando Guta herdou o trono, já não havia mais recursos na tesouraria.

Sem falar que o anterior Imperador era um idiota extravagante. E, nessa situação desastrosa, eles só podiam pegar empréstimos de outros. Mas ainda assim enfrentavam um grande problema na importação de alimentos. Quando o inverno chegava, tudo congelava e ficava impossível avançar.

Ouvindo tudo isso, suspirei.

"Sei que estamos pagando o preço por nossas ações passadas, mas não havia outra maneira de salvar meu povo."

Deve ter sido uma escolha difícil, o que explicava aquela expressão que ele tinha antes. Finalmente descobri o motivo do estranho sentimento que tive ao ver a expressão do ex-Imperador quando entrei na sala pela primeira vez. Fui enganado por sua reputação terrível e sua aparência, mas ele era, na verdade, um bom Imperador.

Pensei: que desperdício. Não havia outra solução?

Ah, esse era o ponto. Aquela coisa que os professores sempre diziam: "Eu tinha expectativas em você, por isso a bronca. Se não esperasse nada de você, ficaria quieto e faria tudo sozinho. Mas isso é o mesmo que desistir de você." Sim, finalmente entendi isso agora.

"Acho admirável seu interesse em ajudar os cidadãos. Como era mesmo? Nobreza obriga?"

Continuei.

"Mas os próprios cidadãos têm a sua vontade, seu jeito de pensar. Tratar eles como crianças, sabendo que é preciso dar comida de colher, é uma postura condescendente, e o pior exemplo de comportamento que um adulto pode ter."

"Sem criar expectativas, fazendo tudo do seu jeito, claro que acabaria no vermelho. Se realmente quisesse proteger seus cidadãos, deveria usar a força que eles têm."

"A força dos cidadãos?"

"As medidas que Hattuo tem atualmente são apenas distribuir pás e enxadas. Você já pensou nisso? Do outro lado da ponte do Flowason, na fronteira de Elzmu, há muita agricultura. Você realmente acha que cruzar uma ponte mudaria o clima?"

"Isso... isso é... porque é uma terra que Deus abençoou..."

"Isso é o que ensinam em Hattuo? Se você investigasse a terra enquanto pesquisa sobre mim, perceberia. Tudo o que Deus fez foi permitir que humanos vivessem numa terra que costumava ser ocupada por monstros. É só isso."

"Então... por quê?"

"Porque é a força dos cidadãos. Em Elzmu, além de passar ferramentas como pás e enxadas, também ensinamos magia, criamos ferramentas mágicas e até fornecemos conhecimento."

"Magia?!"

"Não só magia. Você mesmo disse, que a tecnologia de Elzmu avançou..."

"O que quero dizer é a habilidade dos artesãos de ferramentas mágicas."

"Você está enganado. Isso é a educação nacional. Todos têm acesso à formação, há um sistema onde qualquer um pode aprender se desejar. Hoje, nas fronteiras e aldeias, os campos estão congelados. É por isso que os agricultores usam magia de fogo para aquecer, e até colocaram ferramentas anti-geada para lidar com o problema."

"E quanto às ferramentas, qualquer pessoa com qualificação pode construí-las, tornando mais barato. E, se for para agricultura, o país subsidia parte dos custos. Por isso, nenhuma fazenda aqui está congelada."

"Então tudo que fizeram foi educação e subsídios... Mas, nesse caso, vocês não têm controle? Pode ser fácil para eles se revoltarem! Ninguém respeitaria os nobres sem magia!"

"De certo modo, isso é verdade, mas não exatamente. Tudo o que posso dizer é que, quando os cidadãos adquirem conhecimento, seu patriotismo aumenta e eles passam a respeitar mais os nobres."

"Por quê? Impossível..."

O ex-Imperador parecia estar em descrença. Será que ele realmente investigou sobre nós? Com certeza, ele deve ter focado na força militar e nas finanças, mas se esqueceu dos cidadãos.

Senti vontade de suspirar, mas consegui segurar. Afinal, fui eu quem o ordenou pessoalmente a administrar Hattuo, que virou nossa vassala. Estaria em contato com esse ex-Imperador por bastante tempo, já que isso não se resolve de uma hora para a outra. E, por isso, é fundamental que tenhamos compreensão e ideais iguais. Ainda é cedo para ficar frustrado.

"Se você aprender, entenderá. O governo fez muito pelo bem dos cidadãos. Desde os Cavaleiros que os protegem das bestas demoníacas, até as ferramentas mágicas que cozinham, e a patrulha nas ruas. Eles sentem gratidão, admiração, e alguns até têm como objetivo se tornar Cavaleiro ou artesão de ferramentas mágicas. Outros fornecem comida como forma de agradecimento."

"Você aprende, e entenderá como sua ideia de 'prover para todos' está errada... E isso também se deve ao excelente governo aqui."

"Os nobres no meu país são corruptos."

"Ah, bem, por isso mesmo digo que seu entendimento é parcialmente correto e parcialmente errado."

"Isso pode ser feito?"

Ao ouvir minhas palavras, o ex-Imperador me olhou preocupado.

"Não é 'poder fazer', mas 'deveria ser feito'."

Senti uma pontada de tristeza ao pensar nos problemas que ainda virão, mas, sem demonstrar, declarei com um sorriso.