
Capítulo 106
(Hum, desculpe) Eu Reencarnei!
094 – A Loja de Ferramentas Mágicas e Dylan
Postado em 8 de abril de 2017 por crazypumkin
*Sem edição
TN: Estou atrasado um dia! Desculpe, a internet não funcionou ontem e desisti de mexer nela. Aproveite!
Ferramentas mágicas.
Ao longo da história, elas foram conhecidas como milagres que conseguiam transformar o impossível em possível. Depois de gravar cuidadosamente o círculo mágico detalhado nela e inserir uma pedra de mana, era possível dar vida a ela. Era uma existência quase de sonho — enquanto a pedra de mana continuasse fornecendo energia, era até possível superar a barreira de estar limitado pelo seu atributo.
Bem, então vamos ignorar aquele último parágrafo, que exaltava a qualidade das ferramentas mágicas, e focar na palavra "mágicas" à frente. Claro, isso significava que existiam ferramentas comuns além das "ferramentas mágicas".
Se só existissem ferramentas mágicas neste mundo, então elas seriam simplesmente chamadas de "ferramentas".
Ora, vou usar como exemplo as ferramentas que tínhamos na Terra. Aqueles que obedecem às leis da física. Carros a gasolina eram chamados normalmente de carros, mas quando surgiu a nova geração que usa eletricidade, eles passaram a ser chamados de "Carros Elétricos". Se os carros fossem chamados de "carros que seguem as leis da física", você poderia pensar se existem outros tipos. Como quais? Carros com telecinésia?
…Por isso, esse tipo de nomenclatura poderia gerar confusão.
Antes de mais nada, há cerca de 200 anos, a magia era considerada algo que só nobres podiam fazer. Para os comuns, dificilmente eles viveriam sem algum tipo de ferramenta. Claro, aquelas que podem ser usadas sem magia.
Hoje em dia, a maioria dos plebeus em Hattuo passa grande parte da vida sem sequer encontrar magia. Para eles, as únicas ferramentas que conhecem são as não mágicas.
Loja de Ferramentas Mágicas Dylan
Era um prédio de pedra, com uma porta de madeira grossa. Se não fosse pela placa indicando seu nome, nem pareceria uma loja. Parecia mais uma casa comum.
Para começar, ela não ficava em uma área comercial. Ou seja, era uma zona residencial. Se realmente quisessem fazer negócios, nunca escolheriam um lugar assim.
Pela maneira desorganizada com que os objetos estavam dispostos, dava a impressão de que eles não estavam realmente interessados em fazer negócios. Enfim, a única pessoa trabalhando era o proprietário, que estava lá dentro, concentrado em seu trabalho artesanal. Talvez por isso ele não estivesse interessado em atender clientes.
E essa Loja de Ferramentas Mágicas Dylan ficava a oeste de Elzmu, bem ao lado do Rio Iiza, numa rua administrada pela família Sociunnov. Era como se o destino estivesse pregando uma peça, já que o próximo chefe seria a Mi, mas…
O proprietário, que trabalhava em silêncio, ergueu a cabeça.
" …..O que será que está acontecendo com o Zen… "
Sim, essa loja de ferramentas mágicas era a casa do Zen.
◆
" ……não, senhor… Bruno, senhor! "
Ao ouvir uma voz, o proprietário olhou repentinamente para cima. Já era final de tarde.
Ele se levantou de forma um pouco desnecessária, pois era uma voz que lhe era familiar. Espantando os pedaços de metal acumulados ao redor, finalmente se dirigiu ao balcão.
" Ah, é a Ruby."
" O que, hein! Quantas vezes vou te chamar?! Pelo menos um pouco de vergonha na cara! "
Ela lançou um olhar de canto para ele, com a pele escura, orelhas felinas brancas e fofas. Uma garota na flor da juventude, por volta dos 20 anos.
" Ah, peço desculpas."
" Por que falou assim, como se estivesse lendo de um roteiro?! E ainda por cima mal feito… "
Ela disse isso com a cauda e as orelhas eriçadas, tremendo todo o corpo enquanto retrucava, antes de morder a própria língua. Ficou ali quieta, envergonhada, com o rosto todo corado. E, sem se importar com a Rudy, Bruno abriu a boca.
" E aí, o que foi?"
A Ruby olhou para ele, surpreendida.
" Você realmente esqueceu…?! Desisto! Apesar de ter muita coisa pra te falar, se eu for falar tudo, o dia vai acabar… "
Ela disse isso, mas na verdade era só uma desculpa para não morder a língua ou gaguejar de novo.
" Hoje é o dia de coleta dos produtos, por isso estou aqui! Sério mesmo! Não importa quantas vezes eu chame, você não aparece! "
" …Ha ha ha, sério? Ah, desculpe, desculpe, esqueci."
A Ruby fechou a mão, tentando aguentar a irritação com a Bruno dizendo aquilo sem remorso algum.
" É você que devia se sentir envergonhado, nyan!!!"
E, como esperado, ela ainda tropeçou nesse detalhe.
◆
Quando voltei ao meu quarto, o Zen ainda estava sentado na mesa com uma expressão sombria. Estava bem ruim — nem um livro aberto tinha na mesa.
Parece que ele não percebeu minha entrada silenciosa na sala.
" O que eu faço… será que o pai vai ficar bem… "
Ele olhava para o teto com uma expressão indecifrável.
Seu pai, hein? Hm. Segundo o Calius-senpai, o Zen parecia estar preocupado por não conseguir acompanhar os estudos… Será que há algum problema na família dele que faz ele querer pular de série para voltar para casa logo?
…Não parece ser do jeito que ele costuma parecer, mas ele estava carregando um peso bastante pesado, não é?
Quanto a essa situação, eu não sabia bem o que fazer. Pode estar se perguntando o que estou falando, já que tenho 25 anos, mas, na verdade, nunca enfrentei algo assim antes. E isso me deixou um pouco deprimido.
Haha, é porque sempre estive sozinho… O Zen foi meu primeiro amigo desde que cheguei neste mundo também. O que é isso? Por que minha tristeza está aumentando?
Eu tinha alguém que poderia chamar de amigo na época do Ensino Médio, mas essa pessoa era alguém que não se preocupava com nada. Ah, talvez seja só uma desculpa.
De qualquer forma, até agora o Zen não me contou nada. Não quero pensar que não posso confiar nele… mas essa é a verdade. Ele confia e depende de mim até certo ponto, mas neste caso, mesmo que ele me dissesse, duvido que pudesse fazer alguma coisa, e talvez seja algo que nem deve ser contado a outros.
Então, o que devo fazer?
Perdido em meus pensamentos, fiquei ali, parado na frente da porta, num estado de total desorientação, um comportamento bem pouco compatível com minha idade.
E foi justamente quando eu estava preocupado sobre como abordar o assunto com o Zen.
Guuuuuuuuuuuuuu!!
" Ah. Bem-vindo em casa, Will."
" …..! "
Assumindo discretamente o papel de dono da casa, seu estômago roncou alto.
Claro, fiquei vermelho.
Reprimindo ao máximo meu constrangimento, levantei a cabeça e olhei para o Zen. Meu estômago roncando tinha me dado uma excelente oportunidade. Não podia deixar passar. Nunca vou deixar meu constrangimento me vencer!
Furando os olhos e fazendo força, abri a boca.
" Er, Zen? Você está bem?"
" Quê…?"
" Você falou alguma coisa sobre seu pai agora há pouco… Desculpe, eu escutei de fininho."
Expliquei para o Zen confuso. Como parecia que eu estava bisbilhotando, pedi desculpas só para garantir.
Ao ouvir minha resposta, Zen deu uma risadinha constrangedora.
" Ah, mas não é nada importante, não?"
E assim, Zen começou a falar.