
Capítulo 75
Poder das Runas
BOOOOOMMMMMMMMM!!!!
A Esfera de Raios Multi-Core explodiu com um rugido aterrorizante.
Poeira e estilhaços voaram em todas as direções, formando uma onda de choque que balançou todo o salão de banquetes.
A energia instável ao redor do portal reagiu violentamente, amplificando a explosão muito além das expectativas de Ash. Até mesmo a barreira negra—erigida pelos demônios para isolar o espaço—tremeu como vidro sob pressão.
Droga...
Pensou Ash, atônito, observando o que se seguia. O impacto foi enorme. Ele nunca tinha testado a magia antes—cada tentativa durante os treinos tinha colapsado ou sido absorvida de volta ao seu corpo antes que pudesse ativar corretamente.
O retrocesso dessas falhas nunca veio por causa do seu Talento, então continuou experimentando—não importando quantas vezes fracassasse.
Aff... o poder era realmente demais para uma magia do primeiro círculo.
A ideia por trás da magia era simples em teoria—ele criou dezenas de pequenos círculos mágicos de raio do primeiro círculo e os interligou como uma teia, forçando-os a sincronizarem-se.
Cada um tinha uma frequência diferente, e ele passou dias tentando calcular o padrão e a saída corretos, para que não detonassem prematuramente.
Combinar magias de círculos baixos era mais fácil do que construir uma de círculo alto, mas a dificuldade pulava exponencialmente ao tentar estabilizá-las em tempo real. Se sequer um núcleo se desregulasse, toda a estrutura desmoronaria—ou explodiria antes do tempo.
A carga mental de tecer tantos circuitos de magia ao mesmo tempo era enorme. Sem o Pensamento Omni, seria morte certa. Só sob sua influência—onde o tempo desacelerava, os pensamentos ficavam nítidos e a clareza reinava—ele conseguia fazer isso.
A magia levou poucos segundos para se formar e ser conjurada.
Mas esses poucos segundos o exauriram como uma hora inteira de combate.
Agora que o Pensamento Omni estava desativado, uma dor latejante pulsava atrás das têmporas.
Mas agora que seu status de inteligência estava em torno de 150, ele ainda conseguia manter a consciência ativa após alguns segundos de ativação da habilidade.
Outro motivo para o impacto ter sido tão forte… deve ser o Núcleo Primordial. A mana que ele contém é coisa de outro mundo.
A poeira ainda pairava no ar como fumaça, mas lentamente começava a se assentar. Estilhaços de pedra e móveis quebrados estavam espalhados por todo lado, e trechos do teto haviam desabado para dentro.
A explosão tinha rasgado a estrutura do salão, e fragmentos atravessaram o corpo de Ash durante a రాజ
Seu vestido estava rasgado. Sangue escorria de ferimentos abertos no peito e nos braços. Seus dedos estavam torcidos em ângulos anormais, com osso exposto. Seu ombro direito pendia sem força. A dor latejava intensamente a cada respiração.
Então—
Como se o tempo tivesse retrocedido—
As feridas cicatrizaram.
O sangue parou de escorrer.
Uma luz esverdeada dourada floresceu sob sua pele. As veias pulsaram com energia antinatural enquanto tendões se realinhavam, músculos se reconstituíam e ossos se encaixavam de novo.
Mesmo assim... não posso me dar ao luxo de me machucar assim de novo. Não quero que ninguém descubra minha regeneração...
Rachaduras se espalharam pelo chão, levando a uma vasta cratera onde o portal tinha estado. Ash apertou os olhos através da fumaça, atento a qualquer sinal de movimento. Ele tinha como objetivo destruir a fenda—se ela ainda persistisse, todos estariam mortos.
Quando a névoa finalmente se dissipou, ele viu o resultado.
O portal tinha desaparecido. Os runas de ancoragem tinham sido apagadas. Nenhum sinal de mana girando ou instabilidade espacial permanecia. Apenas azulejos quebrados e um enorme buraco escavado no salão de banquetes.
Está destruído... graças aos céus.
Um suspiro de alívio saiu de seus pulmões. Ele relaxou um pouco sua postura, os ombros caíram enquanto a tensão aliviava por um momento.
Mas então—
Seus olhos se arregalaram ao ver uma silhueta parada perto do centro da cratera.
Miraak…?
O demônio permanecia imóvel.
Quase.
Sua figura antes imponente estava curvada para frente, os braços pendendo como se pesassem uma tonelada cada.
Sangue jorrava de ferimentos pelo corpo dele. Seus mantos pretos estavam rasgados, músculos expostos e carbonizados. Suas mãos tremiam. Sua pele tinha queimaduras em alguns lugares, rachaduras em outros.
Seu chifre—os símbolos negros distorcidos do seu status demoníaco—estava esmagado. Completamente partido na base. Sangue demoníaco escorria da ferida, descendo pelo rosto.
A explosão quase o despedaçou.
A pele dele estava queimada, escaldada, corrompida por mana estrangeira. A própria essência do Núcleo Primordial tinha golpeado contra ele como ácido.
Ele tremia freneticamente.
Droga…
O visual era ao mesmo tempo aterrorizante e empolgante.
Nunca pensei que ele ficaria tão ferido, vamos aproveitar essa oportunidade...
[Amelia Veynar]
Depois que a luta começou, as mãos de Amelia tremeram. Ela não estava acostumada com isso. Seu coração batia mais forte que qualquer grito de guerra. Combate real não era uma brincadeira com o vovô no quintal.
Ela estava assustadas.
A sombra de medo se entranhava na barriga como uma cobra enroscada, pronta para atacar. Mas mesmo no meio do caos, ela se moveu.
Lançando sua lança, firme e rápida, ela dançava com graça—não por experiência em batalha, mas por cada lição que seu avô tinha gravado na alma dela. A memória muscular virou sua salvadora.
Porém, quando o demônio lançou a Maldição do Sono, seus instintos congelaram.
Sua mente ficou em branco.
Ela não sabia o que fazer.
O pânico aumentou—até que o pingente no seu pescoço pulsou com luz.
Um brilho suave dourado se espalhou por seu corpo como uma canção de ninar protetora. A maldição desapareceu como fumaça ao vento.
O vovô ainda está me protegendo…
O pensamento encheu seu peito de um calor tão intenso que afastou o medo. E, a partir dali, ela lutou sem hesitar, sua lança cortando o ar com propósito.
Fiel à sua crença, o colar bloqueava toda maldição lançada contra ela. Uma vez, ele até absorveu um ataque para dividi-la ao meio.
Ela sorriu no meio da batalha, sangue espirrado na face, peito subindo e descendo em respirações irregulares.
Obrigado, vovô… Você ainda está cuidando de mim.
Mas a esperança é uma coisa frágil.
Ela se quebrou no instante em que o demônio abriu o portal.
O espaço atrás dele rachou como vidro quebrado, a escuridão se torcia e se expandia, formando um vazio de pura maldade.
Antes que ela pudesse processar, a Senior Aurora liberou seu feitiço—um feixe radiante forte o suficiente para obliterar um quarteirão.
Uma magia poderosa o bastante para matar todos aqui… se usada de forma errada.
Mas o demônio não recuou. Descartou o ataque com facilidade, como se fosse só uma brincadeira de criança. A maneira como bloqueou a magia, quase com preguiça, fazia seu sangue gelar. Era como se ele estivesse brincando com eles, aproveitando o caos.
A emoção que rodeava o demônio a aterrorizava,
Divertimento.
Alegria.
Felicidade.
Cobiça.
Ele estava curtindo tudo isso, brincando com eles.
É como o sonho.
Os portais vão se abrir… Os monstros irão chegar… Todos morrerão.
O medo apertou seu coração enquanto sua mente gritava em pânico, e ela instintivamente deu um passo para trás.
Seu olhar virou-se para Aurora, com o rosto antes destemido agora cheio de desespero.
Até ela tinha perdido a esperança.
Até a Senior Aurora… está com medo.
Então, vou morrer…? O pensamento ecoou como um sino tocando forte no peito de Amelia.
Os lábios tremiam.
Lágrimas começaram a teimar nos cantos dos olhos, mas ela cerrava a mandíbula e engolia os soluços.
Não vou aceitar a morte tão facilmente. Vou lutar até o último suspiro. Igual às histórias do vovô… O herói sempre luta até o fim amargo… E, no final, quando tudo parecer perdido—uma nova esperança sempre surge…
Antes que pudesse terminar seus pensamentos, uma faísca de relâmpago passou por ela, mais rápido do que podia acompanhar.
O que foi isso…?
Então, o mundo ao redor dela explodiu em uma rajada de som ensurdecedor.
BOOOOOOMMMMMMM!!!
A explosão sacudiu a terra como um trovão vindo do céu. Amelia cambaleou, cobrindo o rosto. Poeira e destroços choviam como julgamentos divine.Seus olhos se abriram em admiração e medo.
Ela estava segura.
Um escudo, convocado pelo colar, a envolveu. A onda de choque passou por ele como uma maré gigantesca.
Aquilo era uma pessoa…?
Uma esperança realmente chegou…?
Sua mão apertou ainda mais a lança, instintivamente, enquanto uma pequena centelha de esperança brilhava no peito dela. Era tão pequena, quase imperceptível, mas existia, crescendo também no coração daqueles ao redor.
A poeira cobria tudo, borrando sua visão, engolindo o mundo inteiro. Mas então, conforme a neblina começava a se dispersar, a primeira figura a emergir do nevoeiro chamou a atenção de todos—olhos fixos nele, até mesmo de Zerak.
Era Miraak.
Seu corpo era um caos— machucado, ensanguentado, roupas rasgadas e queimadas. Estava tão perto da explosão que sofreu toda a força dela. Tremores sacudiam seu corpo, embora fosse difícil dizer se eram de raiva ou cansaço.
O rosto dele se contorcia de dor, mas havia uma chama nos olhos que se recusava a se apagar.
A visão dele, quebrado mas resistente, fez cada coração pulcar forte.
"C-quem pode fazer isso..." murmurou um estudante do segundo ano, a voz fina de descrença.
"A-Acho que os instrutores chegaram..." outro gaguejou, lutando para entender.
"Sim, sim, confirme," sussurrou um terceiro, esperança vazando na voz.
Mas Amelia sabia que não era isso.
Ela lembrava do sonho. A barreira era quase irrompível. Nenhum instrutor poderia ter entrado facilmente. Então—
Não eram eles…
Ela olhou na direção da explosão. A poeira ainda se dissipava—mas algo profundo na alma dela sabia que alguém vinha.
Não sei por quê… mas, pela primeira vez—sinto que posso sobreviver a isso…
Os pensamentos de Aurora ecoaram no meio do caos. Eu sinto… uma chance de sobreviver… Sua conexão com as estrelas permitiu que ela percebesse a ameaça iminente de morte, mas agora havia uma faísca frágil e estranha de esperança.
Se não fosse a pessoa que interveio, Aurora sabia que estaria morta.
Uma mistura de gratidão e medo tomou conta dela. Não tinha certeza de quem tinha vindo ajudar, mas tinham salvado ela—pelo menos por enquanto.
O olhar de Elysia endureceu enquanto observava a forma destruída de Miraak.
"Aquele filho da puta…" Elysia rangeu os dentes enquanto atravessava a poeira. "Ele foi tão forte… e nem mesmo estava lutando? Vou puxá-lo pela gola quando terminar."
Ela olhou rapidamente para onde Ash tinha desaparecido. O desaparecimento repentino, a explosão que se seguiu—foi tudo rápido demais para processar. A única coisa que conseguiu distinguir no lugar dele foram pequenos arcos de relâmpagos, dançando e estalando no ar.
Um mago consegue se mover tão rápido assim…?
Ela sorriu de lado.
Tanto faz. Primeiro, preciso fazer uma entrada épica também. Não vou deixar ele levar todo o destaque.
Usando a nuvem de poeira, Elysia se aproximou de Zerak.
Você cuida daquele ali, Ash. Eu fico com o outro.
A poeira começava a se acalmar, mas Amelia podia sentir—a mudança nas emoções dos demônios.
O que antes era alegria, agora se foi.
O que sobrava era Fúria. Ódio e….Medo.
Os olhos dele se estreitaram—olhando numa direção.
Algo se aproximava.
As sombras se moveram à frente, ficando mais escuras, a figura dentro delas vindo ao foco. Conforme a poeira clareava, ela viu um garoto correndo em direção ao demônio com uma calma mortal.
Relâmpagos estalavam ao redor dele em arcos, duas esferas de orbes de relâmpago se formando em cada mão—cada esfera cheia de dezenas de pequenos orbes caóticos.
A expressão dele era fria, quase indiferente, os olhos encarando o mundo com uma indiferença assustadora.
Ele se movia com uma graça que fazia o coração acelerar, tinha um carisma incomum que atraía as pessoas.
Ash…?
Sabe quem era no momento em que colocou os olhos nele. Desde a primeira vez que se encontraram, ela percebeu que havia algo diferente nele. Ele era singular. Não tinha emoções, apenas um espaço vazio e oco em sua aura que ela não conseguia identificar completamente.
Mas não era ele o último da hierarquia…?
Pensamento que permanecia na cabeça dela, seu coração pulsando forte enquanto tentava fazer sentido da imagem de Ash que sempre conheceu com a pessoa que agora corria na direção do demônio—forte, calmo, e completamente irreconhecível do garoto que ela tinha conhecido primeiro.
Sua mente acelerou, e pela primeira vez, Amelia sentiu a atração da dúvida e do respeito reverente.
***
Obs: Sim, eu sei… as coisas ficaram um pouco mais longas do que o planejado 😅 Mas chega de enrolar—os próximos capítulos serão de batalhas de tirar o fôlego. Prepare-se. É hora de agir. ⚔️