Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar

Capítulo 94

Fui parar dentro de uma história de fantasma... e ainda tenho que trabalhar

Enquanto eu permanecia em silêncio—

"……!"

As máquinas recepcionistas desapareceram, deixando o salão principal da exposição no primeiro andar vazio.

De vários cantos sombreados, pessoas escondidas sob as mesas rapidamente surgiram, sussurraram entre si e se dispersaram em diferentes direções.

Todos usavam máscaras.

'Funcionários…!'

As máscaras e os ternos confirmavam.

Eram do nosso Time de Exploração de Campo da empresa, desviando cautelosamente das máquinas e permanecendo nas áreas fora do percurso delas.

"Ei."

O que agora.

"Se vir algum novato entre eles, vamos levar junto. Melhor termos uma ou duas pessoas a mais com a gente."

"Por quê?"

Baek Saheon me olhou como se eu estivesse perguntando algo óbvio.

"Precisamos de isca para quando encontrarmos um monstro."

Ah, esse cara doido, sério.

Inclinei a cabeça fingindo confusão.

"Já temos isca."

"O quê?"

"Você."

O rosto de Baek Saheon congelou por um instante antes de relaxar novamente.

"Tanto faz. Vou levar outra pessoa junto para usar como isca também."

"Ótimo. Só não esqueça de avisar que vai usá-la como isca."

"……"

"Eu já disse, né? Sou pelo menos educado pra isso."

Baek Saheon ficou em silêncio de novo, com uma expressão de impaciência.

Eu estava igualmente irritado. Esse pirralho cansativo…

'Estou com saudades do Chefe Lagarto.'

Sentia falta da franqueza de um colega taciturno.

Mas então, ao avistar uma figura familiar que saiu correndo de trás de um sofá na borda do salão, congelei de surpresa.

"……!"

Era alguém que eu reconhecia.

"……"

"……! O que você está…"

Depois de um momento de hesitação, saí pelo ventilação.

Quando acenei, a pessoa também congelou chocada antes de abaixar a voz rapidamente.

"……! Sol— Quero dizer, Sr. Roe Deer? Posso te chamar assim?"

"Sim, Sra. Goral."

Era Go Yeongeun.

A nova contratada que havia apoiado minhas palavras no incidente do metrô estava ali. Ela tinha dito que havia desistido da faculdade de medicina?

"Você também foi mandado aqui, Sr. Roe Deer? De qualquer forma, que bom ver que você está seguro."

"…Obrigado."

De qualquer forma, Go Yeongeun, que agora usava a máscara que lhe foi destinada, parecia muito mais calma do que quando a vi pela última vez.

Embora seus olhos estivessem um pouco vermelhos.

'Será que ela já se acostumou com isso…?'

O fato de conseguirmos conversar de forma racional nessa situação insana era quase emocionante.

Go Yeongeun olhou ao redor desconfiada e falou em sussurros, abaixando a voz ao máximo.

"Hum, tem uma janela bloqueada aqui perto, e eu estava pensando em tentar abri-la. Você viu alguma coisa que pudesse servir de alavanca no caminho? Acho que não devemos usar os objetos da exposição…"

"Não pode."

"Desculpa? Como assim?"

"Você está pensando em fugir pela janela, não é?"

"…Isso seria um problema?"

Sim, seria.

Os registros de exploração desse conto de terror mencionam janelas apenas uma vez.

Sabe o que dizem?

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O registro 19 é o testemunho de um visitante que tentou sair pela janela. Porém, devido a dúvidas quanto à credibilidade, foi omitido.

Esta exposição não tem janelas.

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É uma armadilha.

Rápido, inventei uma razão plausível.

"Se você sair pela janela, tenho a sensação de que vai deixar a mansão fisicamente. Mas… não vai voltar para o mundo real."

"…Ah."

O rosto de Go Yeongeun ficou pálido.

"Você está certa. Isso não é a realidade… então faz sentido achar uma porta que realmente conte como saída."

"Também acho."

"Mas nem sabemos em que andar estamos…"

"Eu conferi. Estamos no primeiro andar."

"……! Como você… Espera. Primeiro andar?"

Um lampejo de esperança brilhou nos olhos de Go Yeongeun.

"Então há uma boa chance de ter uma porta por perto! As entradas das exposições geralmente ficam no primeiro andar, então se procurarmos direito…"

Forcei minha boca relutante a falar.

"…O motivo de as portas geralmente ficarem no primeiro andar é porque é onde vivemos, no nível do chão."

"Isso é—"

"Você acha que os visitantes originais desse conto de terror fizeram o mesmo?"

"……"

Go Yeongeun calou a boca. Entendeu imediatamente.

'Como ter certeza de que um monstro colocaria uma porta no primeiro andar?'

Logo, o mesmo desespero que encobria meu rosto mais cedo se espalhou pelo dela.

"Então… O-O que fazemos? Perguntar para a máquina monstro antes foi a resposta certa? Mas… não posso enfrentar outra máquina. Não me sobrou chance alguma…"

"Você não tem mais chances…?"

"……"

Go Yeongeun hesitou antes de afastar levemente o cabelo para trás.

Debaixo dele, onde devia estar uma orelha…

Havia apenas uma cicatriz costurada.

"Eles… arrancaram minha orelha."

"……"

"Ficavam dizendo 'Orelha ao invés de olho, orelha ao invés de olho!' enquanto gesticulavam… acho que aceitaram isso? Nem doeu. Foi tão estranho…"

Go Yeongeun estremeceu um pouco.

"E parece que colocaram algo estranho no lugar… mas eu consigo ouvir. Não sei como funciona, talvez alguma espécie de cóclea ou tímpano artificial?"

Ah, droga.

"Vai ficar tudo bem, certo? Quer dizer, a loja dos funcionários vende aquelas poções de regeneração de órgãos e tal…"

"Vai ficar tudo bem."

Falei firmemente.

"Vai ficar tudo bem. Vamos focar em sair daqui."

"…Okay."

A respiração de Go Yeongeun se acalmou de novo. Para alguém que acabara de perder uma orelha, sua força mental era sobre-humana.

Não pude deixar de admirá-la.

Mas aparentemente, alguém não compartilhava o mesmo sentimento.

"Vamos logo? Não vamos perder muito tempo."

"……! Baek Saheon-ssi."

No momento em que Baek Saheon, usando sua máscara de bode, saiu pela ventilação, os olhos de Go Yeongeun brilharam alarmados.

"Espere. Você está viajando com ele?"

"De algum jeito, sim."

"…Entendi."

Go Yeongeun olhou desconfiada para Baek Saheon, mas não recusou continuar viajando comigo.

'Obrigada…'

Fazia tanto tempo que eu não tinha um companheiro normal.

Depois de lidar com psicopatas e pessoas possuídas por fantasmas, senti as lágrimas quererem cair de alívio.

Mesmo assim, Go Yeongeun murmurou baixinho.

"Aquele cara… até conseguiu escolher uma máscara que combina com ele. Você sabe que bodes são símbolo do diabo na cultura ocidental, né?"

"Nossa. Você sabia que cordeiros são símbolo de sacrifício?"

"Mas os cordeiros são mais ligados a ajudar a humanidade do que a diabos."

Baek Saheon sorriu de lado, desdenhando Go Yeongeun, que o ignorou em troca.

– Será que isso é um intervalo cômico? Eles parecem uma dupla de stand-up.

É.

Mas não é um esquete — eles estão mesmo se zoando, e esse é o problema…

'Essa formação de grupo está com o destino selado.'

Mas nosso destino estava se aproximando firmemente.

"……!"

Eu encontrei.

No final do corredor, uma escada que levava ao porão apareceu.