No Game No Life

Volume 4 - Capítulo 6

No Game No Life

A troca de palavras audível da praia alcançava suas costas no crepúsculo, enquanto ela caminhava, olhando para a lua… A Donzela do Santuário murmurou.

“...Será que ele sabia que eu o estava testando…?”

Não… A Donzela do Santuário balançou a cabeça com desprezo diante de seu próprio sussurro. Quer ele soubesse ou não, suas ações teriam sido as mesmas. Sora, desde o início, não tinha a menor intenção de abandonar Ino. Seu coração, do começo ao fim, pulsava de maneira agradável, sem uma única nota de discórdia.

— Sim, a Donzela do Santuário estava testando Sora e Shiro. O que ela teria feito em seu lugar, diante da mesma decisão? Provavelmente—não, certamente—ela teria escolhido abandonar Ino. Porque seria um risco desnecessário. Porque, ao sacrificar um, ela obteria muito mais. Porque pedir mais do que isso seria idealismo. E porque abandonar tal idealismo—

—havia sido seu limite.

“...Talvez eu possa depositar minhas esperanças neles?”

Aqueles dois zombaram de seu limite e o superaram. Ao buscar confirmação disso—ao testar se eles salvariam ou abandonariam Ino—, a Donzela do Santuário fechou os olhos. Porque, se Sora e Shiro o tivessem abandonado como ela teria feito, por buscar mais do que seus próprios limites em Sora e Shiro e por submetê-los a um teste tão imprudente—

—ela se condenaria até o fim de seus dias. Foi por isso que ela escolheu Ino, mas—

“...De fato, talvez eu possa depositar minhas esperanças neles.”

Agora que tinha chegado tão longe, a Donzela do Santuário finalmente entendeu. O barulho às suas costas—Imanity, Warbeast, Flügel e Dhampir.

—Aqueles dois não tinham nenhum conceito de barreira entre raças.

“...Com aqueles dois—talvez eu possa deixar isso em suas mãos.”

Assim, pressionando a mão contra o peito, a Donzela do Santuário sentiu as batidas de seu coração—uma emoção há muito esquecida. Ela olhou para a lua vermelho-sangue e sussurrou.

******

“Jibril.”

“Estou aqui.”

Ao ser chamada, Jibril deslocou-se instantaneamente para trás de Sora.

“Você… sabia a história de por que a rainha está dormindo e também a condição para despertá-la, certo?”

Foi Jibril quem lhe contou isso, quando haviam conhecido Plum.

“Sabia—exceto que eu estava enganada…”

Interpretando a pergunta como uma repreensão, Jibril humilhou-se diante dele. Contudo…

“Não é isso que quero saber. Onde você conseguiu essa informação?”

“Foi na minha terra natal—Avant Heim.”

Então, meio esperançoso, meio desgostoso, Sora prosseguiu.

“...Estamos falando dos Flügel aqui. Vocês devem ter todo tipo de livro roubado de todas as partes do mundo, certo?”

“Mas é claro que sim!”

Jibril assentiu com um orgulho incontido. Sora, ao ver a expressão dela, deu um leve sorriso desgostoso, pensou, Ah, tanto faz, e continuou.

—Para vencer o jogo da rainha. Não havia muitas maneiras de desvendar uma condição de vitória desconhecida e ausente. Mas—tinha que haver um jeito. O que eles precisavam—por ora—era de informações. E—

“Steph. Você vai trabalhar com a Izuna e vasculhar a biblioteca do antigo rei.”

“—Hã?”

“O antigo território continental de Elkia fazia fronteira com as águas das Sereias,” explicou Sora. “Considerando que o antigo rei desvendou o jogo da União Oriental, não consigo imaginar que ele não tenha investigado seus vizinhos.”

O homem que se fez de tolo e orgulhoso rei—era difícil supor que ele tivesse uma resposta definitiva. Se tivesse descoberto, ele mesmo teria despertado a rainha—mas—

“...Mesmo que ele não tenha a resposta, há uma grande probabilidade de que tenha deixado alguma ideia sobre isso.”

Os olhos de Sora transmitiam confiança no rei, avô de Steph.

“Estou contando com você, Steph.”

“—Sim, senhor. Pode deixar comigo.”

“...Entendido, por favor.”

Juntas, Steph e Izuna assentiram vigorosamente.

“...E-er... e-então, o que nós deveríamos fazer...?”

“Boa pergunta. Jibril. Leve Shiro e eu—e, Plum, você vai com a gente também.”

“Ah, t-tudo beeem... Hã, para onde estamos indooo...?”

“Não te disse? —Estamos trazendo não duas, mas três raças.”

E Sora continuou, com um sorriso radiante.

“Agora, aqui vai a questão. Para desvendar este jogo com condições de vitória desconhecidas, a abordagem mais eficiente é reunir todos os registros possíveis sobre os jogos da rainha jogados no passado e compará-los para deduzir os princípios—então, qual o lugar que provavelmente teria mais registros?”

...

—Uma pausa momentânea. E então, *kshhrrrk*, duas vontades—completamente opostas—ressoaram.

“Finalmente—finalmente! O novo senhor para reinar sobre os Flügel finalmente se assentará em seu trono acima de nós—ah, que este dia abençoado tenha chegado tão cedo!”

“NÃÃÃÃÃO, por favooor! Qualquer lugar menos aquele covil de monstros!”

Os sons de Jibril, ajoelhando-se em oração tão rapidamente que levantou areia, e Plum, primeiro gritando e tentando fugir, mas sendo agarrada por Jibril enquanto se debatia. Ambos foram ignorados por Sora, que segurou a mão de Shiro. Assentindo sutilmente, ele falou:

“Vamos, sigamos—para Avant Heim.”

CONTINUA

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