Sobrevivendo no Jogo como um Bárbaro

Capítulo 827

Sobrevivendo no Jogo como um Bárbaro

Mesmo depois de ‘coletar’ o mago especial###TAG###1###TAG### Elbein Cutter, a situação em si não mudou muito.

— Behel–LAAAH!

Avanço rasgando as hordas de monstros, saltando de mapa em mapa dentro do labirinto. A única diferença real é que, com mais de um passageiro, o processo ficou um pouco mais fluido. Especialmente porque agora temos novos encantamentos ativos.

【Elbein Cutter conjurou a magia espacial de quarto nível Bênção da Distorção.】

【O personagem recebe um bônus de Evasão (médio).】

Os ataques e habilidades dos monstros começaram a errar com frequência considerável.

【Elbein Cutter conjurou a magia espacial de terceiro nível Rota de Fuga.】

Quando a quantidade de monstros era absurda e o caminho ficava bloqueado, ele abria um portal mágico para atravessarmos como se estivéssemos usando teleporte.

“O desempenho dele é mesmo bom.”

Afinal, personalidade e habilidade não costumam andar juntas. Na verdade, quanto pior o caráter, mais habilidoso costuma ser um aventureiro. Esse mundo funciona assim: uma palavra errada e você é engolido pelo labirinto. Se alguém tão metido sobreviveu até aqui, é porque tem capacidade.

Mas enfim, isso nem é o mais importante agora.

KUUNG…!!

Como um gigante, continuei correndo pelo labirinto em colapso. E segui repetindo o processo. Assim como fiz com Reiner e o mago especial…

— O que você sabe fazer?

— Furtividade, assassinato, venenos… arma principal é adaga. Sou aventureiro de terceiro nível…!

Tsk, um ladrão…

Em uma situação dessas, não parece ser de muita ajuda. Quase um carona. Mas o rank dele é alto, então talvez tenha alguma utilidade no futuro.

— Sobe!

— S-Sim, senhor…!

Típico ladrão, ágil no raciocínio. Se apresentou rapidinho e, ao ouvir a ordem, saltou sem hesitar para o ombro, como os outros passageiros.

E quanto tempo passou depois disso?

— U-Uma pessoa, ali!

Depois do terceiro passageiro, encontrei uma possível quarta. Dessa vez, uma mulher. Sua aparência era bem única: envolta num manto branco meio encardido e carregando um instrumento de cordas que lembrava uma harpa.

— A arma é o instrumento? E você é…?

— Ah, eu sirvo Lorde Heindel…

— O quê, é uma sacerdotisa?

“Puta merda!”

Se está com um instrumento desses, é da Tríade Sagrada Musical, certo?! Uma das melhores entre os melhores. A nata da elite sacerdotal, só um décimo por cento chega nesse nível.

— Sobe logo!

— Hã? Kyaaah!

Antes que alguém a tomasse, puxei ela pro ombro sem pestanejar.

Com uma sacerdotisa da Tríade Sagrada a bordo, o modo tanque bárbaro ficou mais robusto do que nunca.

【Maria Shure Elloid conjurou Melodia da Lua.】

【Enquanto a música continua, o consumo de recursos de todos os personagens na área é reduzido pela metade.】

Uma das cinco magias sagradas mais absurdas do Dungeon & Stone.

E não parou aí…

【Maria Shure Elloid conjurou Lobo da Lua Cheia.】

【Enquanto a canção continua, todos os personagens na área recebem um grande aumento na Resistência Mental e redução significativa na duração de todos os efeitos negativos.】

A sinergia com o suporte Maze Reiner foi perfeita. Graças a isso, nossa travessia ficou ainda mais rápida e estável.

Infelizmente, a sorte parece ter acabado por aqui. Depois da quarta passageira, não encontramos mais nenhum sobrevivente, até que a segunda onda do colapso chegasse ao fim.

Zzzzt…

Sim. A segunda onda… finalmente terminou.


Toc…! Flopt, flopt.

Uma pedrinha jogada sem pensar rolou pelo chão. Isso significava que a segunda onda turbulenta havia finalmente chegado ao fim, dando lugar a um momento de estabilidade. Claro, não era uma zona de não-combate onde não havia monstros, mas… pelo menos, pelas próximas 8 horas, não estaríamos no meio de um colapso dimensional. Talvez por isso, meus músculos finalmente começaram a relaxar.

— Haaah…

— E-Estamos vivos.

— Sou sinceramente grato, Visconde Yandel. Jamais esquecerei essa dívida.

Os passageiros, agora um pouco mais vivos, começaram a falar, ou simplesmente se jogaram no chão. Mas, é claro, esse momento de trégua não durou muito.

— Hm… mas e agora? O que devemos fazer?

A sacerdotisa foi quem quebrou o silêncio.

— Perdão, seu nome é…?

— Sou uma serva humilde de Lorde Heindel, Maria Shure Elloid.

Elloid, hein… Fazia sentido eu não saber. Ela esteve o tempo todo cantando, sem tempo pra se apresentar. Já o ladrão caroneiro soube ficar quieto e não se manifestou.

— Ah.

Me dei conta de um erro enorme e fui confirmar o que faltava.

— E você, qual é seu nome?

— Creed Allen!

Pff… ufa.

Não era o Hans. Ao me ver tão aliviado, o ladrão fez uma cara de quem não entendeu nada. Mas não era algo com que eu me importasse.

— Sou Elbein Cutter. Meu tio é o Barão Cutter. Uma honra conhecê-la, senhorita Elloid. Ou posso chamá-la só de ‘Elloid’?

— A-Ah, claro… como preferir…

Hoho, e pode me chamar apenas de Elbein, se quiser.

Mas olha só. Diferente de Reiner, ele parecia todo solícito com a sacerdotisa. Será que é porque ela é também da alta classe? Hmm… ou será que é só porque é bonita? Não sei. Mas, sem dar atenção às gentilezas de Elbein, Elloid foi direto ao ponto:

— …Mais importante que isso, acho que devemos discutir o que fazer a partir de agora.

— Discutir? Mas por quê? Já fomos salvos, não?

— ‘Salvos’, senhor?

— Exato. Conhecer o Visconde Yandel foi como garantir um ingresso para a sobrevivência.

— De fato, é como se o próprio Lorde Heindel tivesse nos abençoado com isso… mas mesmo assim, precisamos de um plano, não acha?

— Ora, minha cara, é exatamente esse o ponto. Não precisamos de nenhum plano. Veja só o que vivemos até agora. Foi só correr e pronto.

Bom… o Elbein até que tinha um argumento válido. Nossa estratégia de corrida tinha dado certo até agora. Combinando os membros certos, especialmente excluindo o ladrão, a estabilidade do nosso ‘ônibus’ era praticamente inabalável.

No entanto…

— Não temos mais espaço para levar gente nova. No máximo, mais uma ou duas pessoas.

Elloid, como boa religiosa, parecia mais preocupada com resgatar outros. Já o elitista do mago espacial… claramente não entendeu nada.

— E por que levaríamos?

— …?

— É só não levar. Pronto, problema resolvido!

Uma lógica inquebrável: se não houver carona, não há problema de espaço.

— …

Foi aí que o olhar de Elloid para o mago ficou claramente gelado. A desconfiança que já estava ali desde que ele tentou forçar intimidade agora se solidificava. E, como se fosse consciente ou não disso, ele ainda soltou:

— Claro, se for alguém nobre e digno como a senhorita Elloid, aí sim devemos fazer o possível para acomodar! Nem que alguém precise ceder seu lugar!

Ele então lançou um olhar insinuante… para o ladrão.

— …Posso saber por que está me olhando?

— Ahem-hem… Nada, nada.

Era óbvio o que estava pensando. O ladrão, incrédulo, só lançou um olhar de ‘você só pode estar brincando’. Mas, consciente de que sua utilidade no grupo era quase nula, preferiu não abrir a boca.

E então…

— …

— …

Como todos pareciam concluir que conversar com o mago era inútil, a conversa naturalmente veio para mim.

— O que ele acha ou não, pouco importa. No fim, a decisão é do Visconde Yandel.

— Visconde, o que pretende fazer a partir de agora?

— Seria uma honra conhecer sua opinião.

Depois de pensar um pouco, fui direto ao ponto, revelando meu plano:

— Quando reunirmos um número razoável de pessoas, pretendo parar com essa correria insana.

— Ahh… que a luz da lua os abençoe…

Elloid aparentemente interpretou isso como uma intenção de salvar mais pessoas, e até recitou uma oração em voz baixa. O mago espacial, por outro lado, não entendeu nada.

— Se vai arriscar a vida por gente de quem nem sabe o nome ou o rosto… não seria mais lógico…?

Parece que já esqueceu que ele próprio foi salvo, e agora vinha com esse papo absurdo. Mas, por alguma razão, mesmo com esse jeitão insuportável, ele não me causava uma raiva real. Talvez fosse a impressão de que ele era só… meio tapado mesmo. Então respondi pacientemente:

— Foi pensando com lógica que tomei essa decisão.

A Elloid podia me ver como um herói salvador, mas minha prioridade continuava sendo sobreviver. E a verdade é que manter o método de hoje seria perigosíssimo.

— Hã? Mas como assim? Eu não entendi nad…

— Sabe quantas camadas atravessamos hoje?

— Haha… eu estava no meio do grupo, então…

— Nem eu sei ao certo.

— …?

— Mas foram mais de mil, com certeza.

Do 1º ao 10º andar. Sem contar os inúmeros campos ocultos e fendas. Passamos por praticamente todo o labirinto em um único dia. E isso… é suicídio.

— Não são muitas, mas há áreas no labirinto onde entrar significa morte instantânea.

Uma fenda no oitavo andar. No nono, há o Lago de Lava, o Fim do Mundo, e a Origem do Sonho. No décimo, são cinco campos assim.

Mesmo que nem todos esses campos sejam morte garantida, cair neles despreparado é basicamente game over. E ainda existe um campo especial: o ‘Inferno’.

“E no décimo andar… tem aquele lugar.”

O último portão antes de chegar à Porta do Abismo. Lá existe uma armadilha de morte instantânea. Não importa o preparo, se pisar nela, morre.

Eu sei bem. Já passei por isso.

Na última vez que um colapso dimensional aconteceu, tentei salvar pelo menos meu personagem principal e abandonei os companheiros, usando exatamente esse mesmo método. E então…

“Na terceira onda, pisei numa armadilha de morte no 10º andar e morri sem nem saber o que me atingiu.”

Por isso, a partir de agora, temos uma única meta.

— Hoje não tivemos escolha e assumimos o risco, mas o mais seguro é reunir o máximo de pessoas possível e enfrentar o colapso do jeito certo.

O melhor cenário seria encontrar meus companheiros espalhados nesse processo.

— Hm. Com essa explicação, faz todo o sentido. Concordo plenamente!

— Também pode servir como esperança para os aventureires desesperados.

— Não importa o caminho que escolher, eu o seguirei!

Felizmente, todos os passageiros concordaram com meu plano. Bom, exceto o ladrão, que ficou calado… Mas caroneiro não tem direito à opinião, então não importava.

Com isso, nossa conversa sobre o futuro estava resolvida. Restava agora… o próximo problema.

Fuuuuuuush…

Estávamos em uma clareira tão escura que nem mesmo a esfera de luz do mago conseguia iluminar mais de 5 metros ao redor. O solo era simples: terra e pedregulhos.

“Sem nada de especial.”

Mesmo enquanto conversava, eu avaliava o ambiente ao redor, sem sucesso. Então, resolvi perguntar diretamente:

— Alguém aqui faz ideia de onde estamos?

Onde foi que a gente veio parar?

  1. MrRody: Detalhe aqui na tradução, apesar de parecer que é para chamar o Elbein de mago Espacial, o texto realmente usa Especial.[###TAG###]###TAG###