
Capítulo 29
Sobrevivendo no Jogo como um Bárbaro
『 Tradutor: MrRody 』
Quando se joga Dungeon and Stone, brigas internas eram inevitáveis. E a causa dessas brigas era sempre dinheiro. Pesquisa poderia ser a prioridade máxima de um mago economicamente seguro, mas o motivo pelo qual a maioria dos aventureiros entrava no labirinto era para ganhar dinheiro…
Então, essa vadia de maga acabara de tocar em um assunto muito sensível.
— Você vai pegar todo o saque do guardião?
O anão já não estava mais sorrindo gentilmente. Sua voz estava baixa e seus olhos brilhavam por entre seus cabelos espessos.
— Você acha que sou um maldito idiota?
O clima se tornou glacial em um instante.
E percebendo isso…
Clique.
O humano colocou a mão no cabo da sua espada. Claro que ele não era apenas um simples portador. Quebrando o silêncio pesado, Raven abriu a boca.
— …Em troca, eu darei a todos as pedras de mana que saírem da Fenda.
— Então você quer que a gente aceite migalhas suas.
— …Acho que é uma troca razoável. O saque nem sempre cai toda vez, de qualquer maneira.
Embora ela tentasse não demonstrar, havia um óbvio alarme no rosto de Raven. Provavelmente, ela não esperava uma reação tão hostil.
“Mulher ingênua. Você deveria saber que isso aconteceria.”
O saque do guardião era praticamente a joia da coroa do Rift. E, do saque que podia cair, o Item Numerados eram um tesouro inestimável para um anão.
— Eu não vou ceder o Item Numerado. — disse o anão.
— …Tudo bem. Eu pegarei a essência do guardião em vez disso. E por favor reconheça minha propriedade sobre quaisquer itens que descobrirmos usando meu conhecimento.
— Tudo bem. Então nós dois podemos jogar cara ou coroa para decidir quem ficará com a Pedra da Fenda de forma justa.
Haha. Justa, meu rabo.
Os dois nem se deram ao trabalho de olhar para mim e Ainar enquanto começaram a lutar por seus próprios interesses. Assistir a isso me deu dor de cabeça. Estava até me fazendo pensar que teria sido melhor limpar a Fenda com sangue, suor e lágrimas com outros iniciantes do primeiro andar.
Se as coisas continuassem assim, eu realmente teria que pegar as migalhas deles. Ser impotente era um estado de ser tão triste.
— Bjorn.
— Eu sei o que você está pensando, mas por enquanto, fique quieta.
— Ok.
Meu trabalho ficou mais claro. Eu tinha que ficar mais forte. Quer esses idiotas quisessem fazer gatekeeping ou não, eu precisava encontrar meu próprio caminho até o topo. Só então eu seria capaz de proteger meus interesses como eles podiam.
Claro, isso não era uma desculpa para ceder hoje.
— Pera ai!
Quando abri a boca, os dois, que começaram a conversar de forma mais civilizada, voltaram seus olhares para mim.
— Pegue a essência e o Item Numerado. Mas nós vamos ficar com a Pedra da Fenda.
— Que ganancioso.
— Você acha que teríamos problema em limpar esse mapa sem dois bárbaros?
Seus olhos estavam bem afiados quando pousaram em mim.
Merda, para onde foram aqueles sorrisos amigáveis do início do nosso encontro?
Sim, bem, eu estava apenas testando as águas.
— Ok, eu desisto da Pedra da Fenda. Em troca, nos dê preferência em duas essências além do guardião.
— Tudo bem. Isso é aceitável.
— Está tudo bem para mim também.
Como esperado, Raven e o anão aceitaram prontamente meu pedido. Isso deve ter sido o teto deles. Em seu nível, uma essência de um monstro que não o guardião não seria tão atraente de qualquer maneira.
— Vamos lá agora, então?
— Sim, ficar parado está fazendo meu corpo coçar de vontade de se mexer! Hahaha!
Uma vez que as negociações terminaram, a vadia da maga e o anão voltaram às suas personalidades anteriores e riram.
Bastardos aventureiros bizarros.
Quanto tempo havia passado desde que começamos a subir a estrada da montanha ao lado da fortaleza?
Quando chegamos à entrada da fortaleza, encontramos duas esculturas de demônios alados.
— É uma estátua de gárgula.
【Monstro de Nível Oito: Estátua de Gárgula】
Era um monstro astuto que geralmente não se movia, mas quando um inimigo estava à vista, usava a Petrificação e começava a atacar. A estratégia comum para lidar com esses monstros era sacrificar uma pessoa para a Petrificação, enquanto o resto derrotava a estátua de gárgula para libertar a maldição, mas…
Ao contrário da maioria dos grupos, agora tínhamos uma maga.
— Kyaaah!
À medida que o anão e eu nos aproximávamos da estátua, a gárgula abriu os olhos e estendeu as asas. Ao mesmo tempo, minha parte inferior do corpo se transformou em pedra, mas não durou muito.
— Artena Viar.
Raven recitou o feitiço 【Remoção de Maldição】, e a batalha oficialmente começou. Ainar e eu enfrentamos uma gárgula, e o anão enfrentou a outra.
Bang!
O anão curto balançou seu martelo como um louco e quebrou as duas pernas da gárgula. Então, quando a gárgula caiu ao chão, ele esmagou sua cabeça com o martelo como se estivesse esperando por aquela abertura exata.
Seria esse o estilo de luta de um anão?
Derrubar o inimigo de baixo para cima era uma técnica bastante masculina. Bem, era a mesma coisa do nosso lado também.
— Vocês também são bem habilidosos! — gritou o anão.
Não havia muita diferença no tempo que levamos para destruir as estátuas de gárgula. Nós também éramos confiantes no combate corpo a corpo.
【Você matou uma Gárgula. EXP +2】
As duas gárgulas se transformaram em luz e desapareceram, deixando cair suas pedras de mana, mas não havia necessidade de pegá-las. Elas flutuavam por conta própria e eram propelidas para dentro de um grande saco de estopa.
— Vou guardar as pedras de mana e distribuí-las à medida que avançamos. Disse Raven.
— Isso funciona para mim! Hahaha! — respondeu o anão.
O anão não parecia preocupado com a maga roubando as pedras. Para ser justo, não havia como uma maga se importar com uma quantia tão pequena de dinheiro.
— Então, vamos lá!
O anão abriu caminho através da porta de madeira velha com um martelo e limpou o caminho.
“Seria esse o início do verdadeiro do calabouço?”
Um sentimento estranho me invadiu e o segui para dentro.
— Vamos precisar de um pouco de luz.
— Leait.
Uma esfera de luz flutuava sobre a mão de Raven, iluminando o quarto escuro. O espaço em que estávamos entrando era o posto de controle externo do castelo. Era um lugar que teria sido usado para realizar várias tarefas administrativas, como verificar a carga das carroças e a identidade dos visitantes antes de entrarem nos portões.
— Guhhh…
Atraídos pela luz e pelo som, cadáveres podres emergiram de dentro do armário na parede e debaixo da mesa e começaram a se aproximar de nós.
— São um bando de mortos-vivos.
Morto-vivo: um monstro sem classificação que nem mesmo cuspia pedras de mana, quanto mais pontos de experiência. Seus corpos nem sequer desapareciam quando eram derrotados, exceto quando largavam uma essência.
— Como esses monstros só mordem e arranham, vou economizar minha mana aqui. — Disse Raven.
Mesmo sem a ajuda da magia, não demorou muito para limpar toda a sala.
— Senhor Murad e senhor Yandel, podem ir verificar o andar de cima enquanto eu abro a porta?
— Voltaremos em breve! Hahaha!
Ao seguir o anão até o segundo andar, um espaço que parecia uma área de repouso comum apareceu diante de nós. Havia também cerca de dez mortos-vivos, mas, como o quarto era maior do que o do primeiro andar, eram ainda mais fáceis de cuidar.
Smack! Smack!
Limpamos o segundo andar num instante e subimos a escada até o telhado sem muita conversa. No terceiro andar, havia uma dúzia de soldados mortos-vivos vestindo armaduras enferrujadas e um comandante morto-vivo que era ligeiramente maior. Não podia ser exatamente chamado de nosso primeiro monstro chefe, mas era um que tínhamos que eliminar para avançar pelo mapa.
— É grande, mas não parece tão diferente dos outros, então vamos acabar com ele! Hahaha!
Mais uma vez, limpamos rapidamente a área e vasculhamos as roupas do comandante morto-vivo, pegando um chifre. Quando voltamos para o primeiro andar, a porta de ferro do outro lado já estava aberta.
— É muito reconfortante ter uma maga conosco.
Enquanto a luz inundava a sala sem janelas de ambas as direções, ela se tornava bastante brilhante, mas não importava. Todo o trabalho que precisava ser feito no posto de controle externo estava terminado. Agora, era hora de atravessar a ponte de cinquenta metros de comprimento.
— Por favor, olhe por onde pisa, Lady Raven.
— Ah, obrigada.
A ponte parou no meio a cerca de vinte metros do portão. Mas isso não significa que estava quebrada… era assim que tinha sido projetada.
Boooooo!
Quando o chifre que obtivemos anteriormente foi soprado, a ponte levadiça começou a descer com um som de chocalho. E não apenas isso…
【Um círculo mágico baseado em água, há muito adormecido, foi ativado】
— Bjorn! Água está subindo de baixo!
O fosso. Líquido começou a encher a trincheira que havia sido cavada ao redor das muralhas da fortaleza para evitar invasores estrangeiros… sangue escuro e carmesim.
Por isso este lugar era chamado de ‘Cidadela Sangrenta.’ O céu era vermelho e o chão também. Mas havia algo mais que amplificava essa vibe macabra.
— Bjorn! Mão! Há uma mão acenando sobre a água lá na frente!
— Não fique nervosa, são apenas mortos-vivos.
— Hmph, quem disse que eu estava nervosa?
Assim que o sangue alcançou o fundo da ponte, os mortos-vivos que estavam se debatendo na superfície do rio conseguiram subir até ela. A ponte levadiça ainda não tinha descido um quinto do caminho. O conceito por trás desta parte do mapa era simples.
【Permaneça vivo até que a ponte levadiça desça.】
Se estivéssemos no jogo, essa seria a mensagem que apareceria.
— Guhhh…
No entanto, embora não houvesse instruções específicas dadas aqui, todos instintivamente sabiam o que fazer e começaram a empurrar os mortos-vivos para fora ou a golpeá-los com suas armas.
Smack! Smack! Crunch!
Embora nossos oponentes fossem mortos-vivos, que eram monstros sem classificação, eram um inimigo bastante difícil na ponte. Isso porque se você caísse, era fim de jogo.
— Tudo pronto.
Depois de cerca de um minuto, Raven completou sua magia.
— Uterna Dertu!
Se eu traduzisse o nome do feitiço diretamente, seria 【Tempestade de Lâminas】. Uma rajada forte e densa de vento nos cercou e triturou os mortos-vivos instantaneamente, quase como um liquidificador.
Tututututu.
Quase imediatamente, a ponte estava coberta de cadáveres de mortos-vivos.
— …Incrível. — exclamou o anão.
— São apenas mortos-vivos, afinal.
Apesar de suas palavras humildes, os olhos de Raven estavam cheios de orgulho. Mas isso não me pareceu arrogância de forma alguma. Esta não era uma parte do mapa que poderia ser atravessada facilmente sem uma maga com algum tipo de magia de área ampla. Enquanto continuávamos a transformar os mortos-vivos que haviam subido até a ponte em polpa, a ponte levadiça que descia lentamente finalmente entrou em contato com a ponte.
Boooom!
A primeira fase da Cidadela Sangrenta havia terminado… ridiculamente facil.
Depois de cruzar a ponte levadiça, tínhamos três estágios restantes pela frente: uma batalha no muro externo da cidade, o calabouço no muro interno e, em seguida, a sala de adoração ao demônio dentro do lorde do castelo.
— Isto é interessante.
Os olhos de Raven se iluminaram assim que entrou no castelo e deu uma olhada nas ruínas. Era como se um tesouro tivesse acabado de cair bem na frente dela.
— Armeiros, tavernas, estalagens, igrejas, estábulos usados por mercadores… A maior parte deste destroço parece ser de instalações públicas.
— Isso é tão surpreendente assim, Senhorita Raven?
— Claro. Nem a estrada de montanha que escalamos nem o castelo tinham campos ou moradias. Significa que não havia fazendeiros nesta cidade. Não é curioso? O que todo mundo nesta cidade fortificada, construída em uma área de montanha tão remota, comia para sobreviver?
— Bem, não existiam alquimistas nesta dimensão também? Eles devem ter simplesmente transformado as pedras de mana em pão como fizemos. Hahaha.
— …Na verdade, a maioria dos estudiosos concorda que essa é a explicação mais provável.
— Haha! É mesmo? Até pessoas inteligentes concordam comigo!
— Mas, Sr. Murad, isso não é a única coisa interessante. Com aquela ponte levadiça longa e aquelas muralhas altas, esta cidadela foi claramente construída para ser funcional. Mas contra quem eles estavam se defendendo?
Conforme a conversa se arrastava, o anão ficava entediado e começava a se afastar da maga.
— Não entendo por que está fazendo todas essas perguntas. Afinal, toda essa dimensão não foi feita por magos?
— Um espaço construído… Pessoas que não estudaram dimensionalismo podem pensar assim, mas…
— Pare, Senhorita Raven, os monstros estão vindo.
Monstros apareceram não muito tempo depois de começarmos nossa jornada pela parte interna da cidade, desde mortos-vivos até esqueletos arqueiros, magos, ghouls e até mesmo um monstro de nível oito, um demônio da morte. O nível das criaturas que surgiam não era muito diferente daqueles que poderiam ser encontrados na Terra dos Mortos, mas havia uma grande diferença na escala. Cada grupo tinha pelo menos várias dezenas de monstros.
— Todos, se aproximem de mim.
Além disso, enquanto lidávamos com um grupo, outros nos ouviam e se reuniam. Dentro de um minuto após o encontro com o primeiro grupo, centenas de monstros cercaram a área. Mas naquele momento, a Tempestade de Lâminas que tínhamos visto anteriormente varreu a área ao redor mais uma vez.
Shhh…!
Como qualquer magia feita para matança em massa, ele não conseguiu despedaçar todos eles. Alguns dos ghouls sobreviveram com apenas um membro decepado, e isso nem mesmo levava em conta a alta defesa e a capacidade regenerativa do demônio da morte. Mas…
— Por favor, cuidem dos monstros restantes.
Não havia dúvida de que, ao matar os mortos-vivos e esqueletos, que representavam mais de noventa por cento dos monstros, Raven tinha feito o trabalho de várias pessoas.
— Ainar! — eu gritei, e Ainar correu. Nosso alvo era o demônio da morte, e nosso método de caçá-lo era… Bem, não exigia nenhuma explicação verbal. Um olhar para o outro foi suficiente.
— Behelahhh!
Tínhamos lutado contra centenas de monstros juntos e agora havíamos chegado a um ponto em que quase não cometíamos erros. Era hora da verdadeira Derrubada Dupla Bárbara.
Boom!
O anão observou boquiaberto enquanto erguíamos as duas pernas do demônio da morte no ar, o jogávamos no chão e depois abríamos sua cabeça.
— …Vocês normalmente caçam assim?
Seus olhos pareciam dizer, ‘Quem são esses bárbaros?’
— Há algum problema?
— Não. Bem… bem emocionante, assim como um bárbaro típico! Hahaha!
Não havia motivo para se envergonhar, mas achei isso um pouco irônico. Quero dizer, o método de luta que os anões usavam não era particularmente elegante ou sofisticado, certo?
— Raviod Eheltun.
Havia sete demônios da morte restantes, mas quando Raven lançou uma Maldição de Exacerbação de Feridas sobre eles, foram fáceis de derrubar. Os demônios da morte, que tinham uma habilidade passiva de Preservação do Corpo inata, não eram um monstro tão difícil de lidar.
— Acho que consigo entender por que todos acham os magos incríveis… — Ainar murmurou perplexa.
Será que ela tinha entendido o quão úteis eram os magos em apenas duas batalhas?
Raven não respondeu, mas quando olhei, pude ver seus lábios se contorcendo. Ela parecia satisfeita com a admiração que estava recebendo.
O anão também deu sua opinião.
— Haha! Sem dúvida, ter um mago muda completamente o que você é capaz de fazer.
Eu concordei também. Se tivéssemos tentado a Cidadela Sangrenta com um grupo de cinco iniciantes, uma batalha de frente como essa não teria sido possível. Teríamos ficado tentando derrubar seus números nas periferias, e teria levado dez vezes mais tempo.
— Hmm, bem… É para isso que estudei tanto. Você também precisa ter talento para isso, é claro.
Raven ficou inquieta com os sucessivos elogios. Aos poucos, eu estava começando a entender seu caráter — uma jovem maga talentosa que fingia ser humilde, mas adorava se exibir e era extremamente apaixonada por magia e pesquisa. E eu estava começando a entender como lidar com ela também.
— Então, vou dar uma volta e coletar alguns dados de pesquisa por um tempo. Se estiver tudo bem com vocês, podem me ajudar?
— Estamos adiantados graças a você, então é claro que podemos ajudar. Hahaha!
— Obrigada.
Então, depois da batalha, vasculhamos os escombros da cidade, coletando antiguidades, livros, solo, metal e a carne e ossos dos mortos-vivos.
— Obrigada a todos, terminei mais cedo. Então, vamos continuar!
Fiquei atordoado por um momento.
“Hã? Espera aí, vocês terminaram? Derrotaram todos os monstros e vasculharam toda a área, então por que não estão pegando aquilo?”
— O que você está fazendo aí? Estamos avançando.
Será que… eles realmente não sabiam? E quanto ao item que poderiam facilmente encontrar se quebrassem a estátua na fonte?