Capítulo 45
A Empregada Secreta do Conde
Perdidos na dança, girando alegremente até que, inesperadamente, se encontraram caindo na fonte. Eram adultos, sim, um homem e uma mulher capturados em um momento de abandono despreocupado.
Quando lembraram da situação, foi hilário. Estavam tão envolvidos na empolgação de girar que nem perceberam que estavam indo em direção à fonte. Se alguém os tivesse visto, talvez pensasse: “O que esses tolos estão fazendo?”
Com a cabeça ainda molhada, Paula riu. Apesar de encharcada e toda suada, sua mente se sentia surpreendentemente revigorada. Talvez fosse por terem caído na fonte. Pensar nisso a fez rir novamente. Não sabia se era a aparência deles ou a situação em si que era engraçada, só sabia que aquele momento era incrivelmente divertido e prazeroso.
Nem Paula, nem Vincent conseguiram parar de rir por um bom tempo.
A risada deles parou abruptamente quando foram puxados de volta à realidade pelo frio da batida dos dentes. A água continuava a cair atrás deles. Se ficassem nesse estado, provavelmente pegariam um resfriado até o amanhecer.
Paula foi a primeira a ajudar Vincent, que ainda estava sentado, a se levantar. Seu corpo inteiro estava encharcado, igual ao dela. Enquanto ela torcia a barra da camisa, a água gotejava constantemente. Quando reuniu seu cabelo e apertou, parecia que estava espremendo um balde de água.
Depois de espremer um pouco da água, ela empurrou a franja que teimava em grudar no seu rosto. Nesse momento, Vincent a olhou. Ao encontrarem os olhares, ele colocou uma mão no peito e outra nas costas, e, com um pé atrás, fez uma ligeira reverência.
Embora surpresa com sua ação repentina, Paula logo entendeu o que ele estava fazendo. Com uma risada, ela levantou a barra de sua camisa com ambas as mãos e se curvou.
E assim, despediram-se do seu parceiro de dança improvisado.
“E então, como foi? Foi difícil?”
Vincent levantou ligeiramente o rosto.
“Um pouco.”
Ele também levantou o rosto.
Uma risada explodiu novamente.
Ambos saíram da fonte, encharcados da cabeça aos pés. Seus corpos tremiam com a brisa fria, sinalizando que não poderiam ficar mais tempo lá fora. Curvados, correram de volta para a mansão.
Ao entrar no quarto dele, Paula rapidamente pegou uma toalha para secá-lo e lhe entregou um pijama seco. Enquanto ele trocava de roupa, ela usava a toalha para secar a água que escorria de seu corpo.
Depois de se trocar, ele deitou na cama. Seu rosto estava muito mais relaxado.
“Você gostaria que eu ficasse com você até você pegar no sono?”
“Não preciso de você, então saia.”
“Não desperdice suas lágrimas. Essa oportunidade não vai se repetir.”
“Devo te acompanhar até a porta?”
Ele tem um temperamento bem forte.
“Tenha um bom sonho dessa vez.”
“Você também.”
Ele fechou os olhos. Ela o cobriu até o pescoço com o lençol e saiu do quarto. Então, entrou silenciosamente no seu quarto para não acordar Violet.
No entanto, ao entrar, ela encontrou alguém sentado no espaço iluminado pela lâmpada. Paula se assustou tanto que quase gritou. Paralisada, piscou rapidamente, recuperando os sentidos à medida que a figura ficava mais nítida à luz da lâmpada.
“Senhoria Violet?”
“Onde você estava?”
A escuridão, não tocada pela luz da lâmpada, obscurecia seu rosto. Paula fechou a porta e se aproximou, colocando a lâmpada na mesa de cabeceira. No entanto, talvez devido ao brilho suave da lâmpada, a expressão dela parecia sombria.
“Fui dar uma volta.”
“E depois?”
Violet olhou de cima a baixo para ela. Seguindo seu olhar, Paula verificou suas roupas novamente. Ela riu de nervoso e enxugou o rosto com a toalha. Depois de explicar que havia caído na água e teve que trocar de roupas, Violet perguntou:
“Paula.”
“Sim?”
“Você foi sozinha?”
Ela hesitou por um momento. Estava prestes a responder que não, mas…
“Ou foram vocês dois?”
“…”
“Você foi com o Vincent?”
Não parecia que ela estava perguntando por curiosidade; sua voz estava suave. Quando se virou, Paula viu o rosto calmo de Violet iluminado pela lâmpada. Não era a expressão alegre que ela mostrava antes; estava fria. Ela nunca a tinha visto com tal expressão.
Por que ela está perguntando isso?
Paula se perguntou, mas não conseguia chegar a uma resposta. O humor de Violet estava diferente do habitual; ela se sentia tensa por algum motivo. Então, sem conseguir responder de imediato, Paula hesitou, e Violet sorriu suavemente. Mesmo aquele sorriso parecia diferente do normal.
“Entendi.”
“…”
“Paula, eu…”
Ela fez uma pausa, olhando para Paula em silêncio. Nos olhos calmos dela, Paula viu várias emoções piscando. O ar parecia de repente mais tenso, como se uma tensão tivesse se instalado.
Ela parecia quase irritada.
Era um mal-entendido?
“Senhoria Violet?”
“… não, é nada. Se apresse, troque de roupa e vá dormir.”
Violet se deitou na cama, encerrando abruptamente a conversa. Um sentimento de inquietação se instalou enquanto Paula se virava para trocar de roupa. Depois de organizar as roupas molhadas, ela apagou a lâmpada e se deitou ao lado de Violet.
Com Violet deitada imóvel, virada para o lado, Paula se viu olhando para o teto escuro. O quarto mergulhou no silêncio, como se a agitação anterior fosse nada mais que um sonho passageiro.
O silêncio desconfortável persistiu.
“Paula.”
“Sim.”
“Sabe…”
“Sim?”
“Eu sinto que sou… muito inadequada.”
Surpresa, Paula se virou para olhá-la. Violet ainda estava com as costas voltadas, parecendo uma parede sólida.
“Eu sou realmente inadequada.”
“Por que você acha isso?”
“Não sei, só sinto que sou.”
“Não, você não é. Você é uma pessoa linda.”
Paula falou com firmeza, com cada palavra cheia de significado. Ela nunca tinha visto ninguém tão bonita quanto Violet, por dentro e por fora.
Ao ouvir essas palavras, Violet soltou um sorriso suave, embora sem força.
“Paula, você é uma pessoa tão boa.”
“É graças a você, senhoria Violet.”
“Eu?”
“Sim. Você tem sido gentil comigo. Me tratou como igual, não apenas como uma simples empregada, e me mostrou bondade. Graças a você, eu vesti vestidos bonitos, fui a festas e até dancei. Fiquei verdadeiramente feliz e grata. E… sou muito grata por você gostar dos meus pequenos gestos. De verdade. Na verdade, nunca ouvi palavras como essas antes. Então, para mim, a senhoria Violet é uma pessoa realmente linda e bondosa.”
“…”
“Ah, não estou falando só do seu rosto. Claro, seu rosto também é lindo.”
Paula enfatizou que não estava falando apenas do rosto de Violet, para evitar qualquer mal-entendido. No entanto, não houve resposta dela.
Será que ela está realmente brava? À medida que o silêncio se estendia, Paula foi ficando cada vez mais convencida disso. Não conseguia entender por que Violet estaria chateada. Perplexa, ela se aproximou mais dela.
“Senhoria Violet?”
“… sim.”
“Você não está realmente brava?”
“Não.”
“Tem certeza?”
“Sim. Não estou brava.”
Finalmente, Violet se virou. Seus olhares se encontraram, cheios de confusão e tristeza.
Tristeza? Por que ela olhava para ela com aqueles olhos tão tristes?
Violet piscou levemente, mas a tristeza ainda permanecia em seus olhos.
“Eu estava errada.”
“Ah, não. Eu realmente não estava brava.”
“Então?”
“Acho que acordei me sentindo um pouco para baixo.”
Violet levantou os cantos da boca, mas ainda não havia força no sorriso em seu rosto.
“Paula. Posso te pedir um favor?”
“Sim. Qualquer coisa.”
“Não se apaixone por Vincent.”
Com suas palavras inesperadas, os olhos de Paula se arregalaram.
O quê… o que ela está…
Apesar de Paula achar aquilo absurdo, ela se viu prendendo a respiração. Seu coração confuso transbordou para ela.
Com uma expressão solene, Violet falou novamente.
“Não o ame. Se achar que não consegue, então… é melhor fugir. Fuja bem longe e viva sua vida. Eu realmente espero que Paula seja feliz. Quero desejar sua felicidade.”
“…”
“Mas não o Vincent.”
Sua voz calma fez um pedido. Seu rosto sério parecia dar a Paula um aviso, uma espécie de ultimato, para não interferir entre ela e Vincent.
“Ele não pode.”
Paula queria dizer algo.
Ela tinha que dizer algo… precisava esclarecer o mal-entendido… mas não conseguia encontrar palavras com facilidade. Era como se sua garganta estivesse bloqueada, sua voz se recusando a sair.
A Violet que ela viu naquele dia sorriu tristemente. Então, ela fechou os olhos. Até então, Paula permaneceu em silêncio. Em sua mente, sabia que não deveria, mas não conseguia pronunciar uma palavra sobre nada.
Após um momento, um suspiro suave foi ouvido, e então Paula finalmente conseguiu falar.
“Certo.”
O silêncio seguiu suas palavras, sem movimento perceptível.
Paula observou Violet, que parecia estar dormindo, por um tempo antes de fechar os olhos. A memória da dança alegre deles sob o lustre brilhante desapareceu na escuridão. O cabelo dourado que balançava entre estrelas cadentes e o rosto carinhoso que a olhava agora estavam envolvidos em sombras. A risada que antes trazia alegria não ecoava mais em seus ouvidos.
Paula tentou afastar as emoções que surgiam em seu peito. Ela se encolheu, sentindo o frio da noite, apesar de estar na companhia de outra pessoa.
“Você só precisa ficar assim.”
Alicia empurrou o cabelo ondulado para trás e falou. Com a cabeça ligeiramente inclinada, como se estivesse desprezando um oponente lamentável, olhou para mim.
“Não faça nada.”
Sua zombaria descarada só tornava a situação ainda mais insuportável.
“É o que você deveria fazer, irmã.”
Nem me dei ao trabalho de responder às palavras dela, porque eu sabia disso melhor do que ninguém. Eu não tinha nada — nenhum poder, nenhuma habilidade, nada.
Até as coisas que eu consegui segurar perto de mim escorriam como areia, deixando-me vazia.
Eu não tinha nada.
Ainda assim, nunca desejei possuir nada. Sobreviver era mais importante do que qualquer coisa. Eu só queria viver mais um dia, o máximo possível.
Isso era tudo o que eu queria…
Portanto, não foi difícil seguir as palavras de Violet. Na verdade, não havia nem espaço para considerar se eu deveria ouvir ou não.
“Senhorita”
Enquanto Paula olhava em branco para o céu, Ethan chamou por ela. Aproximando-se, ele perguntou sobre o paradeiro de Vincent.
“Onde o Vincent foi? Ele não está no quarto dele.”
“A senhora Violet foi dar uma volta no bosque com Vincent.”
Violet havia ido ao quarto de Vincent bem cedo pela manhã para caminhar. Vincent sugeriu que Paula os acompanhasse, mas ela recusou. Não queria interferir entre eles e não tinha vontade de dar uma volta.
“Quando eles voltam?”
“Não sei.”
“Bem, seria bom se demorassem um pouco para voltar.”
“Por que isso?”
“É só uma expressão.”
Nesse momento, uma agitação barulhenta pôde ser ouvida do lado de fora. Ethan e Paula olharam pela janela e viram cinco pessoas se aproximando.
Entre eles estavam quatro homens e uma mulher, acompanhados por um empregado. Enquanto o empregado caminhava com uma postura educada, havia uma urgência em sua maneira de andar, como se estivesse tentando transmitir algo com pressa. Apesar disso, os outros não pareciam hesitar ao caminhar na direção deles. Na verdade, seus passos estavam bastante rápidos.
“Oh, céus.”
Ethan estalou a língua.
Paula os observou. O ambiente parecia peculiar por algum motivo.