
Capítulo 394
O Ponto de Vista do Vilão
Capítulo 394: O Último Sobrevivente
Muitas forças decidem o destino da humanidade neste mundo.
Entre elas, o poder é o mais evidente...
Pois os fortes sempre têm mais chances de sobreviver, onde quer que estejam.
Em um mundo implacável, regido pela lei da selva, somente a força frequentemente separa a vida da morte.
Mas às vezes...
Outras forças intervêm do nada.
Uma dessas forças—reconhecida por alguns, negada por outros—
É a sorte.
Repetidamente, os fracos sobrevivem não pela força, mas por puro acaso...
Sortudos o suficiente para escapar do pior por uma margem de centímetros.
Mas a sorte sozinha raramente é suficiente.
A vida sempre encontra jeitos de encurralar suas presas com as adversidades mais inesperadas.
E essa teoria estava prestes a ser testada—
Quando o portal vermelho engoliu o homem mais sortudo vivo...
Dawn Polaris foi arremessado para um campo de batalha preparado especialmente para ele.
Enquanto o portador da habilidade [Último Sobrevivente] se levantava novamente e escaneava seus arredores...
Percebeu que tinha aterrissado em um lugar completamente diferente do anterior.
Com olhos vermelhos como sangue, ele varreu o terreno...
E avistou o oponente que lhe foi designado.
Eles trocaram olhares por um momento antes que Dawn perguntasse:
"Quem é você?"
Ela era uma mulher.
Uma garota de sua idade, vestindo uma armadura negra leve e um traje de couro elegante—
Luvas pretas nos braços e uma pequena toca sobre sua cabeça pálida.
Seus cabelos eram brancos.
Seus olhos, um vermelho mais profundo e mais carmesim que o de Dawn.
Seu rosto tão pálido, que parecia prestes a desfalecer a qualquer instante.
Com uma lâmina fina na mão, ela colocou a mão direita suavemente sobre o peito e fez uma reverência graciosa.
"Meu nome é Maria. Empírea de um ex-Lorde. Conhecida como Madam A."
Desembainhando sua espada, ela deu um passo tranquilo para frente.
"Desculpe, mas tenho que matar você."
Sem aviso, ela desapareceu...
Aparecendo bem na frente dele.
Dawn, instintivamente, desembainhou a espada e acendeu sua lâmina com fogo.
E, sem hesitar...
Começaram a duelar.
Seu combate com espadas era magistral.
"Empírea... isso deve ser uma classificação bastante elevada entre os Ultras, se não estiver enganado."
Dawn falou enquanto atacava com uma aura ardente, pressionando Maria com golpes habilidosos e agressivos—que ela desviava com facilidade, sem usar aura alguma.
"Empírea são candidatas a se tornarem Lords um dia.
Então sim, você poderia dizer que é uma posição respeitável."
Existiam apenas quatro detentores conhecidos do título "empírea":
V, sob o comando do Lorde Gavid Lindman.
Gvardiole, sob Lorde Godfrey.
Lawrence, sob Lorde Myrgo.
E, por fim... Maria, sob o comando do falecido Lorde morto por Maekar—Madam A.
Percebendo que sua oponente era uma figura importante para o inimigo,
Dawn desferiu uma série de ataques implacáveis, visando cortar sua garganta.
Seus espadas colidiram com força violenta...
Dawn pressionava cada vez mais.
Dezenas de trocas ocorreram...
Mas, apesar de toda a pressão que exercia...
Dawn de repente percebeu que seu corpo estava repleto de ferimentos.
"Que diabos...? "
Ele só entendeu o que estava acontecendo quando suas espadas se cruzaram novamente.
Maria ainda estava ilesa—sem um arranhão sequer em seu corpo.
Sua espada parecia delicada, mas sentia-se pesada como pedra contra ele.
E, ao olhar mais de perto...
Seu rosto congelou.
"Você não está usando aura?!"
"Ah, você percebeu..."
Com um movimento rápido do pulso,
Maria lançou Dawn para trás usando apenas força física.
Ele bateu contra uma parede com força suficiente para sentir seus ossos se moverem.
Maria se aproximou lentamente, com expressão fria e sem emoção.
A lâmina fina em sua mão agora parecia uma foice de ceifador aos olhos de Dawn.
O que mais o irritava...
Era o fato de que sua oponente era simplesmente melhor do que ele.
Hábil além da medida.
Fisicamente mais forte do que ele.
Ela o havia derrotado... sem sequer usar aura.
Enquanto ela se colocava diante dele, Dawn tentou pular novamente...
Mas parou no ato, congelado no lugar, quando Maria moveu sua mão livre em um movimento estranho e fluido.
No instante em que ela fez isso...
Uma força misteriosa o prendeu no ar.
Ele não podia se mover nem um centímetro.
Levando lentamente seus braços, Dawn foi levantado junto com eles...
Como se cordas invisíveis o puxassem de dentro para fora.
"Você não é páreo pra mim."
Maria pronunciou essas palavras com um tom que poderia parecer condescendente...
Porém, em uma situação como essa, sua calmaria não era estranho.
Não havia desprezo ou arrogância na sua voz.
Ela simplesmente falava a verdade.
Empírea Maria...
Uma combatente terrível, frequentemente considerada ao lado do Máscara V, o chamado "Herói" dos Ultras.
Na verdade, V sempre foi mais fraco que ela...
Até recentemente, quando firmou contrato com um dos demônios mais poderosos.
Com uma habilidade com a espada muito além das de Dawn,
Com uma força física que contradizia sua aparência frágil, e habilidades estranhas que ele não conseguia entender...
Maria era, sem dúvida, um dos talentos mais perigosos que o lado inimigo possuía.
Percebendo isso, Dawn soltou uma risada amarga.
" Monstro maldito..."
Esse insulto finalmente quebrou a expressão imperturbável dela.
Maria estreitou seus olhos carmesim—
A primeira mudança em seu olhar desde o início da batalha.
"Monstro, hein? É assim que você me enxerga?"
Se formos falar de aparência,
Esse rótulo não poderia estar mais distante da verdade.
Com sua armadura elegante e postura nobre, Maria parecia mais uma refinada dama de época—
Uma imagem de delicada beleza.
Porém, suas habilidades...
Eram tudo menos belas.
Eram selvagens—monstruosas até.
"Vocês são apenas bestas de pele humana," Dawn cuspiu de raiva,
Ainda que não pudesse se mover, seu corpo ainda congelado pelo poder dela.
"Vocês, criaturas imundas, são uma vergonha para a humanidade!"
Ele se lembrou do Blood Inferior... bestas selvagens na forma humana.
E do Blood Superior...
Que não cessava de caçá-las como animais.
A rejeição de Dawn por Maria era sem filtro.
Sua antipatia, evidente em seu rosto.
"Entendi..."
Maria assentiu, com a expressão tão impassível quanto sempre.
Porém, de alguma forma, seu olhar vazio parecia quase... melancólico.
Esse olhar acendeu ainda mais a fúria no coração de Dawn.
"Só me mata logo,"ele rosnou,
"não quero perder mais um segundo olhando para algo tão vil."
Ele sabia que tinha perdido.
Estava impotente.
E, por isso, não se importava mais.
Maria lentamente o abaixou até o chão, levando-o de volta à sua frente.
Ficando ali, ela tornou a aproximar sua lâmina do pescoço dele.
"Conforme desejar."
"Eu vou te conceder a morte que pediu."
Ela estava prestes a balançar.
Uma decapitação rápida e limpa.
Sem dor.
Sem crueldade.
Mas, naquele exato momento...
O próprio tempo congelou.
Um impacto violento quebrou o silêncio...
Quando um relâmpago negro uivante atingiu o solo exatamente acima dela.
Maria recuou instinctivamente...
Bloqueando o ataque no último instante.
Dawn caiu no chão—liberto mais uma vez.
"O que diabos você está fazendo, Dawn Polaris?!"
A voz retumbou furiosa.
Daemon Valerion entrou na batalha... envolto em raios escuros e usando a Armadura do Dragão Dourado.
"Você nem consegue lidar com uma vadia dessas, seu inútil?!"
Avançando com um rugido de trovão,
Ele lançou-se direto contra Maria—
Seu punho negro, alimentado por raios, atingindo em direção ao rosto dela.
Mas ela desviou.
Sem esforço.
Seus ataques colidiram... Nenhum cedeu terreno.
Seus poderes estavam perfeitamente pareados.
Uma garota delicada... Resistindo a um titã vestido com armadura divina.
Percebendo isso, a expressão de Daemon Valerion ficou mortalmente séria.
Este não era um oponente comum.
Era—
Empírea Maria.