O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 381

O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 381: Homúnculo da Bruxa

A cada segundo que passava na região oeste do Continente dos Ultras, uma grande responsabilidade pairava sobre eles...

As forças dos Ultras haviam sido estrategicamente posicionadas por toda a zona oeste—escolhidas para sediar a fase final do Jogo da Bruxa.

Os jogadores tinham assumido suas posições, aguardando o sinal.

Do leste, o exército de Godfrey avançava lentamente em direção ao seu objetivo.

Mas, estranhamente, nem Godfrey nem seu Emperador, Gvardiol, eram vistos entre as tropas.

Vindo do sul, marchava um exército diferente.

Uma força terrível de mil guerreiros de elite do Sangue Alto—muitos deles Rank S, armados até os dentes com equipamentos mortais.

Eles eram o martelo do Sul dos Ultras, comandados por ninguém menos que o mais próximo seguidor de Mergo...

Lawrence.

Uma fera selvagem no corpo de uma criança — praticamente inadequado para comandar.

Ninguém no exército dos Ultras sabia como lidar com ele. Por isso, decidiram acompanhá-lo de longe, com cuidado para não provocá-lo. Afinal, quem realmente conseguiu domar aquele monstro... foi Mergo.

Lawrence não entendia as estratégias complexas que seu mestre usava para discutir.

Ele só sabia de uma coisa:

Marchar até o destino marcado.

Os Ultras haviam reunido força suficiente para desencadear uma guerra em grande escala contra o próprio Império.

No entanto, seu alvo não era um exército inimigo...

Era algo completamente diferente.

A direção para onde marchavam...

Era o próprio local do grupo de Phoenix Sunlight.

E essa evidência era mais do que clara para Ghost Umbra, que vinha se esgueirando pelas sombras há dias... procurando por Frey.

Mas, em vez de encontrar seu amigo...

O assassino silencioso se deparou com algo totalmente inesperado.

Exércitos letais. Guerreiros assustadores reunidos com um único propósito...

Aniquilação.

E os que eles pretendiam destruir... eram nada menos que a Classe Elite.

Se Phoenix e seu grupo enfrentassem um exército daquele porte de frente, nem mesmo sua força seria suficiente para sobreviver.

Entre encontrar seu amigo desaparecido—cujo destino permanecia incerto, vivo ou morto—e voltar para alertar os demais...

Ghost Umbra estava diante de uma encruzilhada.

Ele tinha visto com seus próprios olhos o que o inimigo tinha preparado para eles.

"Ainda tenho a marca de Selina... posso alcançá-los se correr ao máximo."

Contanto que carregasse essa marca, ele poderia sempre rastrear os outros... diferentemente de Frey, que não tinha meios de localizar sua equipe.

E assim, Ghost tomou sua decisão.

Recuar. Avisar-os.

Entre as sombras novamente, o assassino silencioso saiu em disparada, revendo seu caminho em direção ao grupo que deixara para trás.

Ele precisava alcançá-los rapidamente—somente assim poderia retomar a busca por Frey.

Por um breve momento, pensamentos sombrios turvaram sua mente. Por que os Ultras estacionariam um exército tão poderoso apenas para eliminar uma turma de estudantes?

Mas ele não tinha muito tempo para refletir.

Seus instintos se acenderam... perigo estava chegando.

Ele imediatamente pulou para o lado, quase evitando uma espada gigante que atravessou sua sombra sem resistência.

Ghost recuou, colidindo contra uma rocha gigante. Enquanto examinava seu redor em busca do atacante...

Ele o encontrou.

Ou melhor, o homem não fez esforço algum para se esconder desde o começo.

Estava em cima do cabo de sua espada—encravada profundamente na terra—um homem que Ghost nunca havia visto antes.

Cabelos laranja. Dentes dourados. Uma aura carregada de relâmpagos ao seu redor.

Draxler.

Ele sorriu para Ghost enquanto segurava a espada e a puxava da terra, faíscas crepitando a cada movimento.

"Aí está, seu ratinho fugitivo."

Envotherido por sua aura mortal, Draxler caminhou na direção de Ghost, que agora tinha suas adagas — prontos para o combate.

"Você realmente devia ter ficado parado e jogado seu papel no Jogo da Bruxa."

"Jogo da Bruxa?"

Ghost perguntou, sem entender bem do que ele falava.

Draxler riu zombando.

"Seu pequeno desvio quase atrapalhou todo o jogo. Então tivemos que... improvisar. Parece que sua luta começa antes que as outras."

Ele falou de modo casual, como se estivesse conversando com um amigo—não com um inimigo.

Essa falta de cuidado deu a Ghost a oportunidade que precisava.

Num piscar de olhos, ele avançou—suas adagas a poucos centímetros do pescoço de Draxler.

Mas...

Draxler pegou ambas as lâminas com as mãos nuas e exibiu seu sorriso dourado mais uma vez.

"Com tanta pressa para morrer, assassino?"

E em menos de um segundo, Ghost sentiu seu peito se colapsar sob o peso de uma rasteira devastadora.

Ele foi lançado para trás—mais uma vez colidindo contra uma rocha e cuspindo sangue.

Ele tentou se levantar... mas seu corpo mal respondia.

Com uma mão no peito, Ghost rapidamente avaliou os danos—pelo menos três ou quatro costelas quebradas. A diferença de poder era esmagadora.

"Haha... Beatrice é a pior, cara. Sempre fazendo eu limpar a bagunça que o joguinho dela deixa."

Com um movimento casual, Draxler liberou uma onda massiva de relâmpagos.

Ela devastou o solo onde Ghost tinha ficado poucos momentos antes—deixando para trás um caldeirão de destruição total, fumegando.

Ghost desviou por pouco... mas sabia que...

Draxler nem estava tentando ainda.

"Você vive reclamando desse joguinho idiota... do que diabos você está falando?"

Ghost perguntou, puxando duas adagas com iluminação violeta de sua sombra—armas de nível SS que ele havia recuperado de Londor.

Sabia que não poderia vencer a menos que entregasse tudo de si.

Porém, Draxler parecia não se preocupar. Era como se já tivesse aceitado o desfecho.

"Quer saber o que é o Jogo da Bruxa?"

Whoosh!

Draxler desapareceu... reaparecendo na lateral direita de Ghost durante o movimento de ataque, relâmpagos prontos ao longo de sua lâmina. Mas Ghost desviou por pouco e recuou.

"É o jogo que decidirá o destino dos seus amigos, assassino."

"E já começou."

Explosões estouraram ao redor, o chão foi consumido por uma tempestade de eletricidade enquanto Draxler desenhava serpentes de relâmpago, que assobiavam e se chocavam em direção a Ghost—que desviava de cada golpe com maestria.

"É melhor esperar por isso, garoto."

Draxler riu enquanto sua aura letal se intensificava.

"Vai ser um puta de um jogo."

Correndo risco de vida, Ghost não conseguiu mais alertar os outros.

Agora, eles caminhavam às cegas rumo ao desconhecido...

...

...

...

Longe de onde Ghost e Frey lutavam sozinhos nos confins ocidentais do Continente dos Ultras...

Phoenix e sua equipe finalmente alcançaram o portão marcado no mapa.

Após percorrer mais de cem quilômetros, esquivando-se de patrulhas inimigas, chegaram lá.

Finalmente, chegaram.

Aquele portão colossal... única passagem de volta para casa, estava diante deles.

"Finalmente..."

Scarite Sunlight caiu no chão, sobrecarregado ao perceber que estavam prestes a deixar para trás essa terra amaldiçoada.

"Não abaixe a guarda. Ainda não estamos seguros."

A voz de Phoenix permaneceu firme enquanto assinalava Selina para inspeccionar o portão.

O mapa tinha sido preciso—duficiente para não ser uma armadilha—mas o risco de serem atacados antes de ativar a transferência ainda era alto.

Selina, sem delay, começou a lançar um feitiço para modificar o portão e acelerar o processo de transferência, visando levá-los ao Império o quanto antes.

A operação duraria apenas alguns minutos, dando um alívio temporário a todos.

"Quando o portão for ativado, todos vocês sairão como combinado... enquanto eu volto para buscar Ghost Umbra. Entendido?"

Suas palavras eram direcionadas a Snow e aos outros, que inicialmente insistiram em ficar esperando.

Mas Phoenix os convenceu a mudar de ideia. Prometeu trazer Ghost de volta pessoalmente.

Assim que eles partissem, poderia usar a Marca da Bruxa que possuía para localizar Ghost instantaneamente.

Com apenas uma pessoa para se preocupar, Phoenix acreditava poder resgatá-lo rápido... levá-lo para casa, se necessário.

No fim, o jovem senhor da Casa Sunlight conseguiu convencer todos—Danzo, Sansa, e até Snow.

Nenhum deles estava completamente convencido.

Mas não podiam fazer nada além de seguir o plano que todos concordaram.

Agora, estavam diante do portão—seu único caminho de volta.

"Não gosto disso..."

Danzo comentou com uma carranca, cruzando os braços enquanto observava o portão, que agora brilhava com a magia de Selina.

"Voltarmos enquanto os outros ficam para trás... passando por esse portão e saindo tão facilmente... tudo isso é muito simples. Muito conveniente para uma terra tão brutal quanto esta."

Parecia errado. Muito fácil.

Será que poderiam escapar desse continente tão facilmente?

Danzo sentia-se inquieto. Muito inquieto.

Snow Lionheart, segurando firme sua espada, não discordou.

"Não temos escolha. Este é o único caminho à nossa frente."

Além do mapa que haviam encontrado anteriormente, não havia nenhuma outra pista de onde poderiam ir. Segui-lo era sua única opção.

Snow não queria sair dali inicialmente, mas reprimiu suas emoções em prol do grupo, não querendo causar problemas desnecessários.

E assim, um por um...

Se viram diante do portão, que brilhava com uma luz branca girando no ar.

"Funcionou, pessoal!"

Selina gritou com alegria ao completar a ativação.

"Quando esse portão conectar-se ao seu semelhante no Império, os magos imperiais reconhecerão minha magia e abrirão o caminho. Finalmente, podemos voltar pra casa!"

A esperança tomou conta do grupo, que tinha passado o que pareceu uma eternidade no inferno do Continente dos Ultras.

"Finalmente podemos voltar..."

De pé diante do portão, Sansa Valerion parou—perdida em pensamentos.

"O que há de errado, Sansa?"

Adriana se aproximou ao lado dela, com um sorriso acolhedor no rosto.

"Estamos finalmente indo pra casa. Por que essa cara de quem foi derrotada?"

"Adriana..."

Sansa suspirou, tentando convencer a si mesma de que tudo estava bem.

"Essa é a segunda vez que fujo deste lugar desde que fui sequestrada. Não consigo tirar essa sensação estranha que cresce no meu peito."

"Como se todos os caminhos de alguma forma me levassem de volta aqui... de volta ao Continente dos Ultras."

Enquanto Sansa dizia seus pensamentos em voz alta, Phoenix começou a ordenar que o grupo passasse pelo portão. Um por um, começaram a avançar.

Apenas Adriana e Sansa ficaram para trás.

Adriana sorriu.

"Você está certa... Sansa."

Sansa se virou para ela, confusa, enquanto o olhar de Adriana permanecia fixo no portão brilhante.

"Todos os caminhos realmente levam a esse lugar. Para o Continente dos Ultras... até este aqui."

"Do que você está falando?"

"É uma armadilha."

"O quê?"

"Você não ouviu? É uma armadilha. Uma que nos levará toda ao estágio final do jogo."

O sorriso caloroso de Adriana se torceu em algo diferente... algo sinistro.

No mesmo momento...

O brilho branco do portão de repente se tornou sangue-escarlate e puxou todos para dentro sem aviso.

"Afinal, esse é o Jogo da Bruxa!"

À medida que a luz vermelha os engolia como um buraco negro, o corpo de Adriana também brilhou—revelando um vestido violeta e um chapéu refinado no alto de sua cabeça.

Seu sorriso antes gentil se transformou em algo muito mais aterrorizante.

Apenas ela e Sansa ficaram do lado de fora, enquanto o portão engolia todos os demais—acionando a armadilha mágica que Beatrice preparara desde o início.

"O que há de errado, Sansa? Kihihihi~"

Adriana riu maliciosamente enquanto Sansa ficava paralisa de choque.

De pé diante do vórtice rubro...

"Você parece que viu um fantasma."

E com essas palavras...

Todos foram teleportados.

Cada um, sozinho.

Para lugares diferentes.

Cada um enfrentando um oponente designado, esperando só por eles.

Phoenix Sunlight ficou diante de Godfrey.

Seris Moonlight encarou um homem que não via há muito tempo... Baylor Moonlight.

Snow Lionheart enfrentou a figura mascarada V, seu antigo inimigo.

Ragna Claude ficou de frente com Lorance, o homem que matou seu pai.

Dawn Polaris encarou uma mulher estranha que nunca tinha visto antes.

Daemon Valerion enfrentou dois guerreiros de classe S do Sangue Alto.

Cada um encontrou seu inimigo predestinado...

E assim, com isso...

Começou oficialmente a rodada final.

A última luta da Classe Elite... havia começado.