
Capítulo 388
O Ponto de Vista do Vilão
Capítulo 388: 1 contra 1000 (1)
— POV de Frey Starlight —
1 contra 1000.
A cada passo que eu dava em direção a eles, o mesmo pensamento ecoava na minha cabeça, incessantemente...
1 contra 1000!!!
Meu coração parecia ser dividido entre o medo e a preocupação — medo pelos meus amigos que estavam morrendo em algum lugar distante, e preocupação se eu chegaria a tempo de salvá-los. Ao mesmo tempo, a dúvida se infiltrava.
Eu sabia que precisava parar esses inimigos a qualquer custo. Se não o fizesse, eles acabariam com todos os meus companheiros.
Mesmo que meus amigos, de alguma forma, conseguissem vencer suas batalhas, estariam demasiado exaustos para sobreviver a uma força como essa.
1 contra 1000...
Eu me aproximei deles por trás, silenciosamente.
Sem que percebessem minha presença, marchavam à frente em formação, arrastando enormes canhões mágicos — armas de destruição em massa, preparadas exclusivamente para nossa aniquilação.
O único som que ecoava pela planície desolada era o ritmo sincronizado de seus passos contra o solo.
Mas isso não era verdade.
O som mais alto... era meu próprio coração, pulsando como trovão no meu peito.
Segurando Balerion, o Terror Preto, e Dark Sister, a Matadora de Demônios, respirei fundo e exalei uma corrente de ar quente de meus pulmões.
Eu me acalmei ao máximo que pude.
1 contra 1000...
‘Será que realmente posso fazer isso?’
Perguntei a mim mesma, enquanto olhava para Dark Sister.
‘Tenho certeza de que meu pai poderia...’
Quando a ideia dele passou pela minha cabeça, vi sua figura fantasmagórica.
Abraão Starlight.
Meu pai, que voava em um reino de poder além da compreensão.
O modo como ele olhava para mim, com aqueles olhos etéreos, fez com que eu entendesse o que ele queria dizer.
"Você ainda tem um longo caminho a percorrer."
Com um sorriso torto, dei uma risada vazia, percebendo que ainda estava no começo.
Mas eu tinha que fazer isso.
Se não fosse por mim... então quem seria?
Com determinação inabalável, invoquei toda a aura sombria que girava dentro de mim.
Meu corpo ficou tenso, completamente preparado para a batalha.
Então, marchei para frente.
"Isso não é 1 contra 1000... é 1 contra 1, mil vezes repetido!"
Hoje, o mundo conheceria o nome Frey Starlight.
...
...
...
A batalha estava prestes a começar — uma missão suicida absoluta.
Em outro lugar, dentro do Império...
Millicent sentada de pernas cruzadas sobre o campo de neve, com os olhos fechados. Alguns instantes depois, uma expressão de profunda carranca apareceu em seu rosto.
"Que diabos está passando pela cabeça dele?!"
Os outros ao redor dela notaram imediatamente sua reação. Afinal, ela era a única capaz de observar o que acontecia naquela terra distante.
"O que foi?"
Sir Alon, sentado à sua frente e reunindo sua aura em preparação, perguntou calmamente.
Millicent hesitou por um segundo antes de responder.
Ela vinha monitorando os movimentos de Frey Starlight pelo mapa durante toda essa hora — e agora percebeu algo preocupante.
"Frey Starlight está prestes a colidir com o inimigo..."
Sua voz ficou séria ao acrescentar a parte que mais a incomodava.
"Mas... há muito mais deles. Tão muitos que nem dá pra contar — ao menos, centenas..."
A atmosfera mudou de imediato. Nenhum deles conseguia imaginar o que aquele jovem rapaz pensava.
...
...
...
O exército dos Ultras, composto por guerreiros de elite, marchava com disciplina perfeita — vestidos com armaduras pretas gravadas com marcas vermelhas e carregando armas mortais, que demonstravam estarem prontos para a guerra.
Eles pertenciam ao exército do Lorde Mirgo, estacionado na região sul de Nokron.
Passo a passo, avançavam, mirando a vida da Classe Elite.
No final da formação, um soldado se movia firmemente — sem sinais de cansaço ou fadiga.
Ele estava perdido em pensamentos.
Como essa missão acabaria?
Quando poderia voltar para casa?
O que os superiores realmente estavam planejando com essa guerra que agora estava completamente deflagrada?
Sendo um dos elites, ele estava envolvido nos eventos mais importantes de todos.
Soldados como ele, muitas vezes, morriam cedo em guerras brutais.
Mas ele não se preocupava — ou pelo menos, não realmente.
Estava na retaguarda, longe do perigo real.
Se o inimigo quisesse alcançá-lo, teria que matar primeiro todos os 1000 soldados à sua frente.
Por isso... sentia-se completamente seguro.
"Quando tudo isso vai acabar, hein..."
Ele olhava para o céu sob seu capacete escuro, com uma expressão vazia.
E, ao finalmente olhar para baixo —
Foi surpreendido ao ver alguém parado atrás dele.
Mas ele era o último homem da formação. Aquilo não deveria ser possível...
Ao focar, viu um jovem — quase de dezoito anos, com cabelo branco e olhos escuros e sombreados.
Segurando duas espadas negras, o soldado percebeu instantaneamente que o rapaz à sua frente não era aliado.
Sua mão se dirigiu rapidamente à sua arma, tentando sacá-la —
Mas ele mal tocou na empunhadura antes de desabar.
"Huh...? Já perdi?"
O pensamento mal se formou quando ele percebeu... que seu corpo ainda estava de pé... mas sem cabeça.
Foi somente então que ele entendera.
Ele já estava morto.
...
"Um."
Com um golpe único, Frey Starlight conseguiu sua primeira morte.
Seu ataque surpresa causou uma onda de impacto entre as tropas próximas e, em segundos, dezenas de espadas foram desembainhadas enquanto corriam em sua direção de todos os lados.
Com velocidade avassaladora, as mãos de Frey se moviam como as pinceladas de um pintor insano.
E o campo de batalha — território dos Ultras — virou sua tela.
Mas esse artista tinha apenas uma cor para usar: vermelho.
Com um único corte, decapitou mais dois soldados, avançando para o ataque.
"Três."
A pressão opressora de sua aura começou a alertar o restante do exército.
Agora, eles sabiam.
Frey desviava as lâminas inimigas com precisão cirúrgica... cada golpe de suas espadas derrubava outro homem.
"Quatro. Cinco."
E justo quando a percepção se consolidava...
Um clarim de guerra rasgou o ar do campo de batalha, como um grito demoníaco, congelando toda a tropa em seu lugar.
Mas Frey não o ouviu.
Sua concentração era absoluta. Seus sentidos haviam abafado tudo que fosse irrelevante.
Em seu mundo, não havia trombeta. Não havia céu. Não havia terra.
Apenas o inimigo.
Cercado de todos os lados, uma enxurrada de soldados avançava, conjurando ataques elementais e atacando com coordenação mortal.
Frey os atravessava como uma tempestade.
Seus golpes eram selvagens — decapitando alguns, cortando outros ao meio, rasgando torsos sem pausa alguma.
A calorosa essência do sangue deles encharcava suas mãos.
O cheiro de ferro enchia seus pulmões.
Não havia mais volta agora.
"Inimigo! Tem um intruso na retaguarda!"
"Reformem as formações! É apenas um homem — acabem com ele!"
O pânico se espalhou pela formação. Enquanto isso, na linha de frente, os guerreiros de elite dos Ultras rosnaram de irritação.
"Que barulho é esse? Eles estão se virando com um pirralho?"
A voz vinha de um dos elites de classificação SS dos Ultras. Ele franziu a testa, preocupado que Lawrence — marchando à frente, despreocupado — pudesse se irritar.
Ninguém percebeu que...
Já tinha começado uma catástrofe.
...