O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 369

O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 369: Inversão de papéis (2)

Val tinha ficado completamente destruído—

Agora era pouco mais que um zumbi mecânico em fúria, lutando com uma fúria insana.

E mesmo assim—

Ele ainda desferia força mortal, suficiente para chocar até Frey.

"Mesmo depois de estar completamente destruído... ele ainda consegue lutar assim?"

Enquanto lutava freneticamente com Val no estado berserk—

Frey não percebeu as mãos se aproximando por baixo dele.

Quando finalmente olhou para baixo...

Viu marionetes queimadas, meio derretidas, rastejando em direção a ele, agarrando suas pernas.

Aquele momento de hesitação—

Foi suficiente.

A lâmina de Val perfurou o estômago de Frey, a ponta saindo por suas costas.

Ao ver o sangue jorrando, a dor ardente o dilacerando—

Frey praguejou baixinho, cortando o braço de Val com Balerion, e então liberou uma onda escura de aura que eliminou os restos de marionetes que tentavam se agarrar nele.

Com aquela janela de oportunidade, Frey puxou a lâmina de seu corpo e imediatamente concentrou-se em curar sua ferida.

Mas as marionetes não lhe deram um momento de descanso.

Elas o cercaram novamente, subindo umas sobre as outras em desespero.

Frey liberou ainda mais de sua aura sombria…

Depois avançou mais uma vez, esmagando tudo que estivesse em seu caminho.

Com velocidade assustadora, rasgou através das marionetes restantes, deixando trilhas de aura negra queimando os destroços das ruínas.

Ele conseguiu erradicar cada uma delas…

E mesmo com seu corpo gritando em protesto, forçou-se a seguir em frente, justo a tempo de enfrentar a última investida de Val—

A marionete envolta em fogo brilhante.

No momento em que suas lâminas colidiram novamente—

Uma última explosão de auras percorreu o campo de batalha.

Frey investiu toda a sua aura de Rank SSS no combate.

E após uma batalha exaustiva…

A escuridão venceu o fogo.

Com ambas as espadas, Frey perfurou o peito de Val…

E o destruiu por completo.

Os olhos do antigo Senhor dos Ultras lentamente se apagaram enquanto se fixavam em Frey—

Um garoto que tinha um rosto marcadamente semelhante ao daquele que, num passado distante, o havia assassinado.

Ele havia morrido uma vez como humano…

E agora, morria de novo— desta vez, como uma marionete.

Mas desta vez, era diferente.

Porque no instante em que Frey o destruíra—

Val explodiu.

Seu corpo se desfez completamente, e algo escondido nele finalmente foi liberado.

Dez dezenas de lâminas cortantes e afiadas saíram para fora…

Perfurando o corpo de Frey a queima-roupa, sem dar tempo de escapar.

O ataque final de Val transformou Frey em alvo fácil—

Seu corpo dividido, sangue jorrando em fluxos horríveis.

Três lâminas no estômago, duas no peito, quatro pelas pernas, duas nos braços—

E uma cortando completamente uma parte de seu pescoço.

Frey caiu do céu, cuspindo sangue…

Vítima do último golpe suicida de Val.

Mal conseguindo mover o corpo, Frey praguejou pelos dentes cerrados—

Só para ver aquela figura de palha mergulhar para fora dos escombros, rindo maniacamente enquanto o esperava.

Sua barriga aberta, transformando-se em uma boca gigante.

A figura de palha se preparava para engoli-lo inteiro—

E Frey, ainda preso pelas lâminas de Val, só conseguiu lutar em vão para se libertar.

Mas já era tarde.

O ataque final de Val cumprira seu objetivo—

Frey ficou imóvel, presa fácil para a boca monstruosa que se aproximava.

Quando as mandíbulas do inferno se abriram diante dele, Frey olhou para aquela boca monstruosa e se perguntou—

"Esse é o fim?"

Era para ser…

Mas então…

Um clarão de luz o cegou.

Seus olhos injetados de sangue se abriram de choque…

Quando Frey viu Clana surgir do nada, empurrando-o para longe, seu corpo envolto em uma aura branca radiante.

"Clana..."

Tudo aconteceu em câmera lenta…

Através da lente dos Olhos de Falcão aprimorados de Frey.

A mão de Clana brilhou com a Marca da Feiticeira, estendendo-se em sua direção como se fosse passar uma última esperança…

A mão que o salvou.

Seu sorriso. Seus olhos negros tranquilos.

As últimas coisas que viu—

Antes que a boca do palhaço se fechasse, engolindo-a inteira.

Sua mão…

A que empurrou Frey para a segurança—foi cortada no meio do movimento.

E sangue espatifou-se na face de Frey.

A figura de palha soltou uma risada enlouquecida enquanto devorava ela…

Depois olhou para Frey com olhos vermelhos aterrorizantes, antes de fugir completamente do campo de batalha.

Observando a mão fina e cortada repousando à sua frente—

Frey congelou, incapaz de processar o que acabara de acontecer.

Então…

Sua visão se tingiu de vermelho sangue.

Ele se levantou mais uma vez, liberando um rugido monstruoso bem lá no fundo—

Sangue ainda jorrando de sua boca.

Em um estado de pura fúria…

Frey arrancou as lâminas de seu corpo uma a uma, sem se importar com a quantidade de sangue que jorrava a cada puxada.

Com órgãos destruídos, ligamentos rasgados e um corpo à beira do colapso—

Frey correu.

Ele perseguia o palhaço com desespero enlouquecido.

"Recuperar... recuperar... recuperar... recuperar—Droga!!!"

Ofegando por fôlego, com o coração pulsando violentamente…

Tentou acompanhar a perda de sangue, forçando seu corpo a se regenerar, pouco a pouco, pela pura vontade e aura.

"Estou bem... Estou bem..."

Suas feridas começaram a se fechar lentamente…

E ele saltou com velocidade cegante, os olhos fixos no palhaço que corria à sua frente.

"Nem pense, Clana..."

Apertando suas espadas com força—

A única vontade de Frey era destruir aquele palhaço o mais rápido possível.

"Não morra por mim!!!"

O desespero alimentava cada passo seu.

"Não jogue sua vida por minha causa!!!"

Seu rosto escureceu…

À medida que mais marionetes surgiam pelo mesmo caminho que o palhaço havia tomado.

"Simon Manus!!!"

Sua visão encharcada de fúria carmesim…

Frey soltou um grito que sacudiu o ar.

Ele cortou marionete após marionete—

Rasgando-os, sem se importar com suas próprias feridas ou o estado de seu corpo destruído.

Frey avançou, lutando para alcançar Clana, que se distanciava a cada segundo.

‘Não me importo se morro aqui... nesse campo de batalha. Se eu morrer—não perco nada.’

Cercado por inimigos inumeráveis—

continuou lutando, sua alma gritando a cada golpe.

Os olhos de Frey nunca se desviaram do palhaço, mesmo quando ele começou a desaparecer da vista.

‘Não me importa morrer... Porque se eu morrer, a única coisa que perco sou eu mesmo...’

Sempre viu a si mesmo como uma alma que não pertencia a este mundo.

E estava tranquilo em partir um dia.

Mas desde que seu pai deu sua vida para que ele pudesse viver…

Essa vida deixou de ser dele.

"Você também, Clana..."

Ele deveria ser aquele que a protegia.

Por que aguentou tudo isso, lutou como louco—

Quando poderia facilmente fugir?

Por que motivo lutava…

Se não fosse por ela?

"Por que voltou!!?"

Por que ela não fugiu—

Como ele lhe pediu?

Como é que os papéis se inverteram assim,

E ela virou quem o salvou?

Por que agora tinha que carregar o peso de outra vida—

Um peso que amarrava seu corpo como correntes?

Frey sentiu sua cabeça ferver ao continuar destruindo as marionetes ao seu redor,

Expulsando-as com força bruta.

Sem hesitar, drenou sua Aura de Rank SSS,

Ignorando os gritos do corpo que alertavam que ele havia atingido seu limite máximo.

Liberou ondas de destruição devastadora—

Cada uma mais violenta que a anterior.

E com olhos injetados de sangue—

Frey avançava continuamente.

"Eu não vou deixar você morrer."

Em um estado de fúria implacável—

Frey fez um juramento a toda Terra das Marionetes:

"Ou ela vive… ou todos eles morrem."