
Capítulo 350
O Ponto de Vista do Vilão
Capítulo 350: Sir Alon
Sir Alon Valerion.
O homem que outrora foi conhecido como o Imperador de Ferro, que abdicou do trono em favor de seu filho mais velho, Maekar, tinha reaparecido após anos de reclusão do mundo.
Com uma voz profunda, Sir Alon finalmente falou, embora tivesse permanecido silencioso e solitário por incontáveis anos.
"Meu filho... Maekar... está morto?"
Embora suas palavras fossem frias e sem emoção, a pressão esmagadora de sua aura congelou tanto Oliver quanto o servo Gas no lugar.
Sir Alon Valerion, o terceiro imperador, já havia esquecido há muito tempo como se conter. Após passar décadas isolado do mundo, sua reintrodução à interação humana foi tudo menos suave.
Foi Gas quem respondeu à pergunta do imperador.
"Não podemos garantir, meu senhor. Mas é bem provável que ele ainda esteja vivo."
Fazia pouco sentido que um grupo tão vasto, incluindo nomes tão poderosos, fosse completamente dizimado. A suposição mais lógica era que algo tinha acontecido com eles, mas ainda estavam vivos.
Alon estreitou seus olhos dourados ao ouvir aquilo.
"Então você está dizendo que meu tolo filho não só perdeu... como ainda ousou sobreviver?!
Nem Gas nem Oliver conseguiram responder. A pressão continuava a se intensificar a cada palavra.
Alon desceu em direção a eles, apoiando-se em uma bengala de madeira, vestindo apenas calças pretas e uma camisa branca aberta. Seus longos cabelos brancos caíam sobre os ombros largos e as costas.
Seus olhos dourados brilhavam como lanternas, e sua expressão era severa—nenhuma barba ou rugas envelhecidas podiam suavizá-la.
"Cento e oitenta e sete anos..."
Sua voz vibrava de raiva enquanto avançava, sua aura expandindo-se a cada passo.
"Cento e oitenta e sete anos condenados estive no topo deste império."
"Escorri sangue e colhi almas até que crânios formaram montanhas e rios corriam vermelhos. Matei inimigos. Aconteci innocentes. Matei meu próprio pai. Matei meus irmãos!"
"Criei leis, transformei este caos em uma civilização que durou mais de um século!"
Com um rugido, as janelas da biblioteca se despedaçaram. Livros despencaram das estantes enquanto o prédio gemia sob sua fúria.
"Dei tudo de mim a este império—até minhas lágrimas secarem e minha espada quebrou. E no final, depositei tudo, deixando para outros. E agora... você vem diante de mim de novo? Por quê?!"
Sob a pressão dilacerante do homem que um dia foi conhecido como o Imperador de Ferro, o chão rachou e Oliver e Gas caíram ao chão.
Oliver, em particular, ficou atordoado com a força destrutiva que o esmagava.
Ele já ouvira histórias do Imperador de Ferro—mas agora compreendia a verdade na pele.
'Esse velho... sua aura supera até a do Maekar...!’
Enquanto Oliver se recuperava da revelação, Gas abaixou a cabeça, incapaz de encarar o olhar ardente de Alon.
"Desculpe... de verdade, meu senhor. Peço perdão pelo meu fracasso... por ousar trazê-lo de volta a esse inferno!"
O velho servo falou com sinceridade. Tinha servido durante o reinado do Imperador de Ferro, testemunhando tudo.
Sir Alon Valerion viveu uma era sangrenta, na qual irmãos se mataram por poder após a morte do Imperador Kazis Valerion.
Kazis deixou muitos filhos, esperando construir uma linhagem real duradoura que liderasse a humanidade. Mas, ao invés disso, seu legado virou uma dinastia ensanguentada, onde irmãos traíam irmãos e filhos assassinavam pais pelo trono.
Alon aprendeu tudo isso ainda muito jovem—seus próprios irmãos tentaram matá-lo.
Mas o Imperador de Ferro pôs fim a essa loucura.
Ele tinha a determinação de acabar com a vida do pai tirano e dos irmãos ambiciosos.
Ele reformou a linhagem Valerion e estabeleceu o Sistema Dourado—unificando o império sob um único poder governante.
Subjugou as Três Grandes Casas, fez com que fossem fiéis a ele, e controlou a Igreja, deixando-a impotente em suas mãos.
Construiu muralhas e cidades. Criou uma civilização forte o suficiente para ser o último bastião da humanidade, quando estavam à beira da extinção.
Com uma determinação de ferro, governou sem misericórdia. Criou leis e julgou com sangue e aço.
Durante o reinado do Imperador de Ferro, os Ultras nunca ousaram invadir o império—nem sequer sonharam com isso.
E por quase dois séculos, graças à vitalidade do rank SS+, que mantinha seu corpo jovem, ele garantiu a sobrevivência do império.
Ele criou seus filhos com sabedoria. Não houve disputas entre eles; eles eram unidos como um só.
E quando chegou a hora, quando o Sistema Dourado começou a enferrujar, a mudança era inevitável.
Sir Alon passou a tocha ao seu filho mais velho, deixando sua espada de lado.
Após um reinado magnífico, ele se recolheu à sua biblioteca particular, longe do mundo, folheando seus livros queridos, esperando a morte. Mas ela nunca veio.
Agora, a porta que ele havia fechado há tanto tempo foi aberta novamente.
A porta do inferno—aquela pela qual ele andou por décadas—estava chamando-o de volta.
"Entreguei tudo a este império. Dei minha vida inteira."
Sir Alon segurou o rosto com a mão, rindo com amargura—lamentando um destino que exauriu sua alma cansada, e um filho que não conseguiu seguir o caminho que lhe foi traçado.
"Achava que tinha entregado tudo... mas estava enganado."
Passo a passo, Sir Alon seguiu adiante, passando por Oliver Khan e Gas.
Oliver, em particular, lutava contra a pressão colossal que caía sobre ele, dificultando até mesmo a respiração.
"Ei, garoto!"
Depois de passar por ele, o Imperador de Ferro virou-se para Oliver com um olhar de desprezo.
"Não tenho tempo de te ensinar a respirar na minha presença. Então, pare de perder meu tempo e desapareça da minha vista!"
Machucado pelo tom severo de Sir Alon, Oliver Khan respondeu liberando sua aura celestial, resistindo à pressão de Alon enquanto permanecia firme—cara a cara com o Imperador de Ferro.
"Não sei do que você está falando, senhor."
"Muito bem."
Com um baque de sua bengala no chão, Sir Alon saiu finalmente de sua biblioteca—pelo menos, após décadas—seguido de perto por Oliver Khan e Gas.
"Ainda tenho algo a deixar para este império."
A única coisa que surge uma vez só...
A última dádiva que ofereceria a esta terra que o prendeu e se recusou a soltá-lo...
"A morte."
Seria a sua morte, no campo de batalha que há muito abandonou, que encerraria sua amarga luta.
"Meu filho trouxe uma era de fraqueza e ruína... destruindo tudo o que construí."
Sir Alon continuou a lamentar enquanto Gas, o leal servo, resumiu cuidadosamente o estado atual do império.
"Mas agora eu voltei... e a Ordem Dourada voltará a surgir!"
Assumindo novamente o trono...
Um novo período da Ordem Dourada começara dentro do império.