O Genro de uma Família Prestigiosa quer o Divórcio

Capítulo 72

O Genro de uma Família Prestigiosa quer o Divórcio

"Ufa!"

Isaac soltou um longo suspiro.

No meio daquela luta intensa, ele sentiu como se algum tipo de energia peculiar estivesse circulando por seu corpo — talvez fosse só imaginação dele.

As duas espadas agarradas em ambas as mãos pareciam coladas em suas palmas, e a sensação que envolvia todo o seu corpo parecia especial, mas nada desagradável.

Ele queria saborear aquele sentimento persistente só mais um pouco.

"Ughhhhh!"

Uma aura escura começou a surgir mais violentamente do Demônio da Espada.

Ele se debateu e se contorceu como uma besta enfurecida e, com sua força diminuindo, ele quase desmaiou—

"Huh."

Mas a Grã-Mestra rapidamente correu e o amparou.

Mesmo assim, o olhar da Grã-Mestra permaneceu fixo no Demônio da Espada, que agora estava de joelhos, se contorcendo em agonia. Por um momento, pareceu que ela estava considerando uma decapitação rápida.

No final, porém, ela mudou de ideia.

"Parece que vai explodir a qualquer segundo. Se eu cortar agora, esse poder comprimido vai explodir de uma vez."

"Então—"

"Temos que correr. Não há chance dessa coisa sobreviver de qualquer maneira."

Ela estava certa.

Até o próprio Demônio da Espada parecia ciente de que não podia escapar da morte.

Embora em angústia, ele ainda tentou apertar seu aperto, determinado a balançar sua espada uma última vez.

"Ódio… e arrependimento… pelos meus… parentes—!"

Mas tudo o que ele podia fazer era tremer violentamente. Ele nem conseguia levantar sua lâmina maciça com uma mão e só conseguiu tossir sangue em frustração.

"Vamos."

Ele esperava pelo menos algum tipo de apoio, mas a Grã-Mestra simplesmente pegou Isaac em seus braços.

"T-temos mesmo que ir assim?!"

Raramente Isaac soava tão perturbado. Divertida com sua reação, a Grã-Mestra soltou uma pequena risada e correu pelo Demônio da Espada.

"Apenas grite para os outros correrem."

"…Entendido."

Seguindo o grito de Isaac, os cavaleiros rapidamente recuaram, carregando os corpos de seus camaradas caídos ou ajudando os feridos para fora da mansão.

No meio de tudo isso—

"Meus irmãos—!"

Um vômito como um grito soou por trás deles.

A aura escura enrolada ao redor do Demônio da Espada explodiu para fora, espalhando-se em todas as direções.

Um vento feroz rugiu.

Não era apenas vento comum — estava carregado de ressentimento e tristeza acumulados.

Queimava quente e, onde quer que roçasse sua pele, parecia repulsivo, como se sua carne estivesse apodrecendo.

"Uwaah!?"

Silverna, correndo ao lado dele, foi tirada de seus pés. Até a Grã-Mestra, que estava carregando Isaac, se viu no ar.

"Segure-se firme!"

"…!"

Isaac envolveu seus braços ao redor do pescoço da Grã-Mestra.

Praticamente agarrados a ela, eles giraram no ar várias vezes.

Ele não conseguia dizer onde estavam ou qual era o caminho para cima, mas a Grã-Mestra ainda conseguiu um pouso impecável.

Em meio às massas espalhadas, a Grã-Mestra sozinha estava de pé, sua presença imponente ainda mais pronunciada.

Infelizmente, ela estava muito preocupada em segurar Isaac para notar que seu capuz havia escorregado.

"I-isso é—!"

Alguém gritou. Provavelmente um dos soldados estacionados do lado de fora.

"Essa é uma Transcendental!"

"Ela é quem lutou contra Arandel!"

"P-preparem-se para a batalha!"

Mesmo enquanto a aura escura e a poeira giravam ao redor dela, mesmo enquanto os dedos eram apontados acusadoramente em sua direção, a Grã-Mestra silenciosamente olhou para trás em direção à mansão.

A mansão Blackthorn, que já havia sido meio destruída, agora foi reduzida a escombros. O Demônio da Espada havia literalmente explodido sob o peso de sua própria malícia; seus restos estavam espalhados por toda parte.

"Tsk, que destino miserável para uma das espadas do Primitivo."

Apenas a lâmina maciça permaneceu, presa em pé no chão — um ponto final de orgulho.

No final, era como uma espada amaldiçoada que havia devorado seu próprio mestre.

"Arrestem-nos!"

"Cerquem-nos! Formem um perímetro, agora!"

Após um momento de tributo silencioso para a espada Primitiva, a Grã-Mestra voltou à realidade.

Soldados já a haviam cercado.

Isaac, maltratado pela força furiosa, agora parecia ter desmaiado.

"Heh, ele ainda tem muito a aprender."

Olhando para Isaac, a Grã-Mestra soltou uma risada irônica, então lentamente o colocou de pé.

"Não se alarmem."

Ela levantou ambas as mãos, dando um encolher de ombros despreocupado.

"Eu me rendo."


"Princesa!"

No momento em que Isaac acordou, ele se livrou das tentativas de Silverna de impedi-lo e correu para a tenda de Clarice.

Lá dentro, a Princesa Clarice estava falando com seu cavaleiro guarda, Heyrad. Ao entrar, em vez de repreendê-lo por invadir, Clarice o recebeu.

"Isaac! Você está acordado!"

Ela correu para verificar sua condição. Embora soubesse que ele não havia se ferido gravemente, ela ainda queria confirmar com seus próprios olhos — por precaução.

Mas Isaac tinha algo mais urgente para resolver.

"Ouvi dizer que vocês prenderam a Vovó— quero dizer, aquela pessoa."

"…Sim, isso é verdade."

A expressão de Clarice instantaneamente ficou sombria.

"Tenho certeza de que você ouviu os relatórios: ela foi crucial para esta missão. Ela desempenhou um papel enorme na subjugação dos Transcendentais. Sem ela, talvez nunca tivéssemos esmagado Blackthorn."

No final, eles quase sofreram uma reversão catastrófica.

Aquele pavor persistente ainda enviava arrepios pela espinha de Clarice.

"Mas Isaac, você entende que da minha posição, esta é a única escolha que tenho."

"…"

"Ela é quem forçou Arandel — nosso maior trunfo — para fora das linhas de frente."

Isaac sabia muito bem.

Como princesa de um reino, ela tinha que permanecer racional em vez de se deixar levar pela emoção.

O fato de a Grã-Mestra ter a aparência de uma Transcendental só tornava as coisas mais complicadas.

Era compreensível que Isaac se agitasse por qualquer coisa envolvendo a Grã-Mestra.

No entanto, para Isaac, ela valia a pena ficar tão agitado, e então sua empolgação não mostrava sinais de diminuição.

"Por favor, acalme-se. Eu falei com ela também. Ela irá para Evergarde comigo. Para o julgamento."

"Julgamento…!"

Cada palavra fazia o coração de Isaac tremer, enquanto Clarice, em contraste, permanecia notavelmente composta.

"Eu ouvi o lado dela em relação a este incidente, e eu entendo agora que ela não tinha intenção de prejudicar Arandel de propósito. Parece que ela tem algo que quer te perguntar."

"……."

"Eu a vejo como uma testemunha crucial nesta guerra em curso contra os Transcendentais."

"Uma… testemunha."

"Sim, uma maneira de aprendermos mais sobre os Transcendentais."

Os olhos de Clarice brilharam claramente.

Longe estava seu orgulho brincalhão habitual; em seu lugar havia uma séria preocupação com a existência conhecida como a Grã-Mestra.

"Isaac, ainda há muito que não sabemos sobre eles. De onde eles vieram? Como eles apareceram tão de repente? Há quanto tempo eles existem? E o poder deles… é praticamente ultrajante."

Ela sempre foi curiosa por natureza, o que explicava por que, apesar de ser uma princesa, ela pessoalmente se aventurou no campo para obter informações em primeira mão.

Para Clarice, os Transcendentais eram estranhos e envoltos em mistério.

"Eles têm seu próprio estilo de esgrima. Em vez de magia, eles usam algo chamado rituais. Há até uma força organizada por trás deles. Isso por si só é prova de que eles têm uma história."

Então, então—

"De onde eles vieram?"

Naturalmente, Isaac não podia responder à pergunta dela.

Era um reino que nem mesmo sua vida passada havia descoberto.

Em sua vida anterior, o reino rapidamente caiu no caos depois que ataques aéreos repentinos vieram de todas as direções pelos Transcendentais.

Eles nem sequer tiveram tempo de questionar quem ou o que eles eram.

Graças a Caldias resistindo na Barreira Malidan por cerca de um mês, o reino teve uma breve chance de se reagrupar e pelo menos chegar aos arredores da guerra.

Se aquela parede tivesse caído, eles teriam sido destruídos há muito tempo, sem saber a primeira coisa sobre os Transcendentais.

Mas as coisas estavam diferentes desta vez.

A curiosidade de Clarice era profunda; ela via a Grã-Mestra como a chave para sua compreensão.

Mesmo antes de a luta real começar, ela estava se preparando para aprender sobre eles.

"Eu já disse a ela: se ela fornecer informações sobre a invasão dos Transcendentais, não só suas acusações serão reduzidas, mas ela também receberá compensação."

Só dessa declaração, Isaac podia dizer que o 'julgamento' era praticamente para mostrar.

Ele relaxou um pouco, recuando. Percebendo isso, Clarice sorriu suavemente e perguntou:

"Dizem que espadachins se tornam amigos depois de cruzar espadas. Parece que é verdade, hein?"

"Bem… eu acho que você poderia dizer isso."

Sua resposta estranha fez Clarice mudar a conversa novamente.

"Toda essa subjugação de Blackthorn… Isaac, você realmente alcançou o objetivo brilhantemente."

"Eu só intervi no final."

"Não foi assim que aconteceu para todos, exceto Arandel?"

Com um pequeno sorriso, Clarice se aproximou lentamente de Isaac.

"Silverna me disse que a razão pela qual você sabe tanto sobre os Transcendentais é porque você foi criado por alguém de sangue misto quando era jovem."

"……."

Era a mentira que ele havia contado no Norte durante seu interrogatório.

"E pelo que eu ouço, seu mestre e essa pessoa parecem ser amigos. Eu prometi ajudar a rastrear esses amigos."

"Ah."

"De certa forma, eu estou ajudando você a encontrar sua família!"

Ela colocou as mãos nos quadris e sorriu, como se estivesse esperando por elogios. Isaac meramente assentiu com um sorriso irônico.

Tantos mal-entendidos se acumularam um após o outro.

Saindo da tenda, Isaac foi direto ver a Grã-Mestra. Clarice havia dito a ele que ele poderia ir se quisesse.

A Grã-Mestra já estava sentada em uma carruagem, cortinas fechadas para que ninguém pudesse ver dentro.

Entrando, Isaac a encontrou distraidamente lambendo seus lábios.

"Você está bem?"

"Minha nossa, não é essa uma pergunta que eu deveria estar fazendo a você?"

A Grã-Mestra sorriu amplamente.

"Estou bem."

"Entendo. Que bom ouvir isso."

Um breve silêncio se seguiu. Isaac foi o primeiro a quebrá-lo.

"Eu ouvi que você está indo para Evergarde."

"Que coincidência, não é? Parece que compartilhamos o mesmo destino."

Isaac planejava ir para Evergarde com Silverna para treinamento e para verificar Alois.

Naturalmente, isso significava viajar com a Grã-Mestra também.

"Cuide das minhas coisas. Eu odiaria vê-las arranhadas,"

a Grã-Mestra disse, referindo-se à sua espada maciça. Isaac assentiu em concordância.

Havia algo que ele queria dizer — ele simplesmente não sabia como ou quando.

Mas assim que ele respirou fundo para falar—

"Não é afortunado?"

A Grã-Mestra o antecipou, usando um sorriso fraco.

"A princesa de um reino inteiro se ofereceu para ajudar a encontrar meus companheiros discípulos. Pense nisso."

"……."

"Eu ouvi que você realmente não sabe onde seu mestre está, também."

"……."

"Haha, esta é uma ótima notícia, não é? Você pode esperar para ver seu mestre novamente."

A boca de Isaac se fechou por conta própria.

Não, tinha que fechar — porque cada palavra da Grã-Mestra soava como um apelo para deixá-la manter a esperança.

No final, Isaac saiu da carruagem sem muita conversa.

Aquele desejo de não esquecer seus companheiros discípulos e amigos…

"……."

Apenas um momento atrás, Isaac havia pedido à princesa para mover Milli — enterrado em uma sepultura não identificada perto de Helmut — para um cemitério comunitário administrado pela igreja da capital.

'Eu sou realmente… tão diferente assim…?'

Diante da tenaz apego da Grã-Mestra aos laços passados, ele se viu sem palavras.