A Rainha da Máfia Quer Me Reivindicar Para Si (Em um Mundo Reverso)

Capítulo 2

A Rainha da Máfia Quer Me Reivindicar Para Si (Em um Mundo Reverso)

Já se passou um dia desde que acordei e já estou ficando louco neste quarto de hospital. As paredes estão se fechando sobre mim, juro.

Dra. Ramirez, uma mulher de aparência severa, com cabelos grisalhos presos em um coque apertado, está examinando meus exames cerebrais com as sobrancelhas franzidas. Ela está em silêncio há o que parecem horas, embora provavelmente tenham passado apenas alguns minutos.

Finalmente, ela suspira e se vira para Claire, que está pairando ansiosamente por perto. "É, eu não sei. Ele parece bem, mas há uma sombra estranha nos exames."

"Doutora, seja direta comigo", eu digo, tentando manter minha voz firme. "Vou ficar mais burro do que era antes?"

Os lábios da Dra. Ramirez se contraem, claramente não achando graça da minha tentativa de humor.

Claire me lança um olhar de desaprovação. "Adam!", ela sibila.

"O quê?" Eu dou de ombros na defensiva. "É uma pergunta séria."

Os olhos de Claire se estreitam, uma mistura de preocupação e frustração rodopiando em suas profundezas. Dra. Ramirez pigarreia, chamando nossa atenção de volta para ela.

"Sr. Anderson, suas funções cognitivas parecem estar intactas", diz ela, seu tom cortante e profissional. "No entanto, a sombra que estamos vendo é... incomum. Gostaríamos de mantê-lo internado por mais uma semana."

Eu olho para Claire, mexendo no cobertor áspero do hospital. "Estou tão entediado. Eu tenho um telefone?"

Claire faz uma careta, seus olhos se movendo nervosamente pela sala. "Ah, uh... não. Acho que as mulheres que te atacaram roubaram."

As sobrancelhas da Dra. Ramirez disparam e ela lança um olhar longo e duro para Claire. Após um silêncio desconfortável, ela suspira pesadamente. "Eu vou checar ele de novo em alguns dias, mas se ele continuar tão... alegre", diz ela, enfatizando a palavra com uma pitada de ceticismo, "ele estará liberado em uma semana."

Claire acena vigorosamente, o alívio inundando seu rosto. "Obrigada, Doutora."

Quando a Dra. Ramirez se vira para sair, ela para na porta. Sem olhar para trás, ela diz em voz baixa: "Não me agradeça. Agradeça ao nosso chefe."

As palavras pairam no ar, carregadas de implicações tácitas. O rosto de Claire empalidece e ela torce as mãos ansiosamente. Eu olho entre elas, sentindo como se estivesse perdendo alguma informação crucial.

"Chefe?" Eu pergunto, quebrando o silêncio tenso. "Vocês duas têm o mesmo chefe?"

Claire se senta na cama comigo, seu peso fazendo o colchão ceder levemente. Ela sorri nervosamente, seus olhos se movendo pela sala como se estivesse procurando por espiões. "Shhh, não pense muito agora", ela sussurra, inclinando-se para perto. "E se você se tornar um idiota clínico?"

Eu rio, o som ecoando nas paredes estéreis. "Ah, minha esposa é engraçada?"

"Sim." Os olhos dela se suavizam com minhas palavras, uma pitada de esperança tremeluzindo em suas profundezas. Ela estende a mão, seus dedos roçando meu braço. "Então, como você está lidando com a notícia? Acordar com uma esposa que você não se lembra?"

Eu dou de ombros, sentindo o áspero camisolão do hospital se mover contra minha pele. "Surpreendentemente mais fácil do que não ter um telefone."

Ela bate no meu ombro de brincadeira e diz: "Uau. Desde que você acordou, você está muito mais atrevido do que costumava ser."

Sinto uma pontada repentina de nervosismo, meu estômago se apertando em nós. "E se... e se eu não for o marido que você se lembra?", eu pergunto hesitante. "E se eu for diferente?"

Os olhos de Claire se arregalam, cheios de uma dor tão crua e visceral que tira meu fôlego. É como assistir a um belo vitral se estilhaçar em câmera lenta, cada fragmento refletindo uma faceta diferente de sua angústia. Seu lábio inferior treme e, por um momento, acho que ela pode cair no choro.

Ela segura meu rosto em suas mãos, seu toque gentil, mas firme. Suas palmas são macias contra minhas bochechas por fazer e posso sentir o leve tremor em seus dedos.

"Adam", ela diz, sua voz baixa e intensa, "você passou por tanta coisa. Tudo bem estar quebrado."

Há um peso em suas palavras, uma profundidade de significado que não consigo entender completamente. É como se ela estivesse falando sobre mais do que apenas minha perda de memória, mais do que apenas o ataque que me colocou aqui. Seus olhos procuram os meus, procurando por algo, reconhecimento, talvez, ou compreensão.

Eu me inclino para trás, minha mente girando. "É só... estranho, sabe? Ter uma esposa de repente. Um dia, estou solteiro, no dia seguinte, acordo casado. É como se eu estivesse vivendo em alguma comédia romântica bizarra."

A risada de Claire é tingida de tristeza, seus olhos brilhando. "Aposto que é", ela diz suavemente. Ela faz uma pausa, mordendo o lábio nervosamente antes de continuar: "Talvez... talvez se nos beijarmos, você se lembre de mim?"

'Sinto muito, outro Adam. Eu sei que ela não é minha esposa, mas se trocássemos de lugar, você já teria ido embora há muito tempo. O melhor que posso fazer por você é cuidar de sua esposa.'

Sinto o calor subir às minhas bochechas. "Suponho que isso é algo que um marido e uma esposa fariam", eu murmuro, meu coração acelerado.

Eu me inclino, fechando os olhos quando nossos lábios se encontram. A princípio é um pouco estranho, quase casto. Mas então a mão de Claire desliza para a nuca, me puxando para mais perto. O beijo se aprofunda, seus lábios se abrindo ligeiramente. Eu sigo sua liderança, minha língua hesitante encontrando a dela.

Um suspiro suave escapa de mim quando nossas línguas se entrelaçam. Claire se aproxima, seus dedos se emaranhando em meu cabelo. Nossas línguas dançam juntas, explorando e saboreando.

Solto um gemido baixo, me perdendo nas sensações. Parece ilícito de alguma forma, me agarrando em uma cama de hospital com uma mulher que mal conheço.

Depois do que parece uma eternidade, Claire se afasta lentamente. Suas bochechas estão coradas, os olhos brilhantes. "Uau", ela respira. "Isso foi... muito mais ansioso do que eu me lembro."

Ainda estou cambaleando com o beijo quando um "Ahem" agudo corta o ar como uma faca. Claire salta para trás como se tivesse sido queimada, seus olhos arregalados de pânico.

De pé na porta está a loira escultural de ontem, seus olhos carmesins brilhando com fúria mal contida. Ela é ainda mais impressionante de perto. Seu terno sob medida abraça cada curva, o tecido esticando-se tentadoramente sobre seu amplo peito.

Ela me lança um sorriso deslumbrante. "Oh, meu", ela ronrona, sua voz rica e suave como mel. "Seu marido já recuperou as memórias, Claire?"

Claire encolhe-se visivelmente, sua confiança anterior evaporando como névoa ao sol. 'N-não, Caterina,' ela gagueja, torcendo as mãos. "Nós estávamos apenas... esperando que um beijo pudesse refrescar sua memória."

Eu pigarreio, sentindo que deveria contribuir com algo para esta conversa cada vez mais estranha. "Sem memórias, receio", digo com um encolher de ombros apologético. "Mas foi um beijo agradável."

A mulher loira, aparentemente Caterina, range os dentes, o músculo de sua mandíbula se contraindo. Seus olhos se estreitam perigosamente. "Oh, foi?", ela rosna, sua voz baixa e ameaçadora.

Alheio à tensão crepitante no ar, aponto para Caterina. "Ei, você é a mulher alta de ontem!", exclamo, orgulhoso de mim mesmo por lembrar.

Caterina encara Claire, seus olhos rubis brilhando perigosamente. "Oh uau, ele também não se lembra de mim", diz ela, sua voz gotejando de aborrecimento.

Claire encolhe-se ainda mais, parecendo que quer desaparecer na cama do hospital. "Bem, vocês só se encontraram algumas vezes", ela murmura, sem encontrar o olhar de Caterina.

Eu decido quebrar a tensão estranha. "Eu sou Adam Evans", digo com um sorriso amigável, estendendo minha mão em direção à loira escultural.

"Adam Anderson." Claire me lembra. Ela me disse antes, mas ainda não grudou.

"Adam Anderson", eu repito com a mão ainda estendida.

A atitude de Caterina muda instantaneamente, seu sorriso predatório se transformando em algo mais suave, quase caloroso. Ela pega minha mão na dela, seu aperto firme e dominante. "Sim, eu sou Caterina", ela ronrona, seu polegar roçando meus nós dos dedos. "Uma investidora aqui neste hospital e também chefe da sua adorável esposa no cassino."

Minhas sobrancelhas disparam em surpresa. "Oh, você trabalha em um cassino?" Eu me viro para Claire, que parece preferir estar em qualquer outro lugar. "Eu não sabia disso."

Claire acena desanimada, seus ombros caindo. "Sim", ela diz.

"O que você faz lá?", eu pergunto.

Os olhos de Caterina se iluminam. "Oh, ela é uma das minhas muitas contadoras", ela ronrona. "Claire ajuda a administrar as operações do dia a dia junto com alguns outros ambiciosos."

Eu sorrio, genuinamente impressionado. "Isso é ótimo!", exclamo, virando-me para Claire. Mas ela está evitando contato visual, seu olhar fixo firmemente no chão de linóleo. Acho estranho, mas talvez ela esteja apenas envergonhada com o elogio.

"Sim", Claire murmura, sua voz mal audível. Ela está mexendo na bainha de sua blusa, seus nós dos dedos brancos de tanto apertar o tecido.

'Oh, talvez Claire odeie sua chefe. Eu entendo isso.' Com esse novo entendimento em mente, decido um plano fácil para fazer Caterina ir embora.

"Bem, foi bom conhecer você, Caterina, mas estou me sentindo um pouco cansado."

A expressão de Caterina muda instantaneamente de satisfação presunçosa para profunda preocupação. Sua testa se franze e ela dá um passo mais perto da cama. "Oh, sua pobre", ela murmura, sua voz gotejando de preocupação. "Você está bem? Devo chamar o médico?"

Sua súbita mudança de atitude me pega de surpresa. A intensidade de sua preocupação parece um pouco... demais para alguém que acabei de conhecer. Eu olho para Claire, esperando alguma pista sobre o que está acontecendo, mas ela ainda está olhando para o chão, seu rosto uma máscara de resignação.

"Não, não", eu garanto a Caterina, forçando um sorriso. "Apenas cansaço normal. Você sabe, ainda me recuperando e tudo mais."

Caterina acena com a cabeça, mas seus olhos ainda estão me examinando intensamente, como se procurassem qualquer sinal de desconforto. "Claro, claro", ela murmura. "Você precisa descansar."

“Bem, então, estarei te vendo", diz Caterina. Seus olhos rubis fixos nos meus. "Espero que você se recupere logo, Adam."

"Obrigado", digo enquanto ela se afasta em direção à porta. Seus quadris balançam hipnoticamente a cada passo. Pouco antes de sair, ela se vira e me lança uma piscadela que me confunde.

'Cara, essa mulher é meu tipo do T ao A. Mas a vida me deu uma esposa. E eu apenas atrapalharia uma vadia má como essa de qualquer maneira.' Eu penso comigo mesmo com uma risada.

Assim que a porta se fecha atrás dela, Claire solta um profundo suspiro de alívio. Seu corpo inteiro parece desinflar, a tensão drenando dela como ar de um balão. Ela se joga de volta em sua cadeira, passando uma mão trêmula por seu cabelo desgrenhado.

"Não é uma grande fã da sua chefe, hein?", eu brinco, tentando aliviar o clima.

Os olhos de Claire se fixam nos meus, arregalados e cheios de uma mistura de emoções que não consigo decifrar muito bem. Há medo ali, certamente, mas também pena por alguma razão.

"É que é muito complicado."

Eu aceno com a cabeça em simpatia. "Eu entendo. Eu também não era um grande fã do meu chefe no meu trabalho. Sempre respirando no meu pescoço, microgerenciando-me. Pode ser difícil."

A expressão de Claire muda, a tristeza em seus olhos se aprofundando. Ela olha para mim como se eu fosse um cachorrinho que acabou de ser chutado. "Oh, Adam", ela diz suavemente, sua voz embargada de emoção. "Você nunca teve um emprego."

"Ah, sim. Eu esqueci", eu digo sem muita convicção.

'Eu mal estou aqui há um dia. É difícil simplesmente abandonar minha vida antiga, embora eu provavelmente devesse me esforçar mais.'

Claire se inclina para frente, seus olhos brilhando com curiosidade repentina. "Onde você trabalhava no mundo dos seus sonhos em coma?"

"Chamava-se Larry's Fund", digo, escondendo um sorriso.

Claire cai na gargalhada, o som leve e musical. "Que nome estúpido!"

Eu aceno com a cabeça, sorrindo. "Larry era um cara estranho."

"Oh, você conseguiu conhecer Larry? Você deve ter sido importante?", Claire pergunta, ainda rindo.

Eu rio e balanço a cabeça. "Não, não, Connor e eu entramos logo depois da faculdade. Era um fundo pequeno. Larry conseguiu um bom espaço para escritório em um daqueles prédios chiques bem ao lado da State Street. Estávamos no 22º andar, mas apenas Larry tinha um escritório de verdade. O resto de nós estava amontoado em cubículos como sardinhas."

Claire está rindo agora, seus olhos se enrugando nos cantos. Ela parece estar genuinamente gostando da minha história, mas é tudo real. Tudo isso aconteceu comigo. O que o torna um pouco mais engraçado para mim.

Claire se concentra em uma parte da história. "E quem é esse Connor que você continua mencionando?"

"Connor? Oh, ele é meu melhor amigo", eu digo, sorrindo para as memórias. "Nós passávamos metade do nosso dia apenas tagarelando um com o outro. Foi muito divertido."

O sorriso de Claire desaparece, substituído por uma expressão de preocupação. Ela se inclina para frente, pegando minha mão na dela. "Adam", ela diz gentilmente, "não existe Larry's Fund. E sinto muito, mas você não conhece ninguém chamado Connor."

"Você está certa", eu digo, apenas seguindo o fluxo.

Os olhos de Claire se enchem de lágrimas. Ela se levanta e envolve seus braços em volta de mim, me puxando para um abraço apertado. "Sinto muito", ela sussurra, sua voz embargada de emoção. "Você pode passar o tempo que quiser tagarelando comigo, no entanto."

Eu a abraço de volta. Eu sei que foi real, mas não há razão para ela acreditar em mim.

'Eu provavelmente também não acreditaria.'

À sua maneira, ela parece estar lidando com isso melhor do que eu acho que lidaria em seu lugar.

"Isso soa bem", eu digo, apreciando sua tentativa de validação. "Obrigado por ser tão compreensiva."

Claire se afasta do abraço, enxugando os olhos. Enquanto ela faz isso, noto um brilho dourado em sua mão esquerda. Meus olhos são atraídos pela delicada aliança que adorna seu dedo anelar, sua superfície polida capturando a luz fluorescente forte.

De repente, um pensamento me atinge. Eu olho para minha própria mão, notando pela primeira vez a ausência conspícua no meu dedo anelar.

"Ei, onde está minha aliança?", eu pergunto, franzindo a testa enquanto inspeciono minha mão nua mais de perto. "Eles a tiraram para os procedimentos médicos ou algo assim?"

O rosto de Claire perde a cor tão rapidamente que estou preocupado que ela possa desmaiar. Seus olhos se arregalam, se movendo pela sala como um animal encurralado procurando por uma fuga.

"Oh, uh...", ela finalmente consegue dizer, sua voz tremendo. "Eu acredito que as mulheres que te atacaram também roubaram isso."

Há algo estranho em seu tom, um leve tremor que dispara alarmes na minha cabeça. Parece que ela está mentindo, mas não consigo entender por que ela faria isso. Que razão possível ela poderia ter para mentir sobre uma aliança?

"Bem", eu digo, tentando aliviar a atmosfera repentinamente tensa, "vamos esperar que eu não encontre essas mulheres, para que eu não tenha que me vingar!" Eu abro um sorriso, esperando que Claire ria.

Em vez disso, seu rosto se contorce de horror. "Nem brinque, Adam!", ela grita, agarrando meu braço com uma força surpreendente. "Eu não quero que você se coloque em perigo!"

"Ahh, desculpe. Claro, eu não vou."


Estou estirado na cama do hospital, os lençóis ásperos amontoados em volta das minhas pernas. O quarto está escuro, iluminado apenas pelo brilho bruxuleante da TV montada na parede. Claire foi embora há um tempo, já que o horário de visitas é limitado.

Estou passando pelos canais, tentando encontrar algo para entorpecer meu cérebro. Eu paro em um programa chamado "Gossip Boy". Nunca ouvi falar, mas tudo bem. Os créditos de abertura rolam, tudo brilho e glamour.

Enquanto assisto, não posso deixar de levantar uma sobrancelha. Esses caras são... diferentes. Eles estão todos vestidos com roupas de grife, bebendo coquetéis de frutas e fofocando sobre quem está namorando quem. Um cara está literalmente em lágrimas porque sua paixão não respondeu à mensagem. Outro está tendo um colapso por causa de um dia de cabelo ruim.

"Caramba, esses caras são tão dramáticos?", eu murmuro para mim mesmo. É bizarro.

Assim que estou prestes a mudar de canal, a porta se abre. Uma enfermeira entra, seus sapatos rangendo suavemente no chão de linóleo. Ela está carregando uma bolsa de soro contendo algum líquido transparente.

"Olá", ela diz com um sorriso animado. "Eu só estou aqui para te dar algo para te ajudar a se recuperar mais rápido e ter um bom sono."

Eu pisoco para ela, confuso. "Oh, uh, não obrigado. Eu dormi bem noite passada."

O sorriso da enfermeira não vacila, mas há um leve aperto em volta de seus olhos. "São ordens médicas, receio."

Eu dou de ombros, sem realmente me importar o suficiente para discutir. "Ah, ok então."

"Só uma coisa. Algumas pessoas dizem que têm sonhos estranhos quando usamos isso", a enfermeira fala com uma leve preocupação.

"Tipo pesadelos?", eu respondo, curioso.

"Não, geralmente são sonhos sexuais", ela diz sem jeito, evitando contato visual.

"Tudo bem", eu rio.

Enquanto ela se agita, conectando o soro, eu volto minha atenção para a TV. Uma das garotas do programa, Charlotte Bass, está se gabando de quão rica ela é.

"Você está bem aí?", a enfermeira pergunta, parando em seu trabalho.

"Sim, apenas... este programa. É uma merda."

Ela olha para a tela, então volta para mim com uma expressão perplexa. "É um dos programas mais populares agora. Todos os caras adoram."

Eu abro a boca para responder, mas de repente a sala começa a girar. A TV fica borrada, as vozes chorosas se fundindo em um zumbido discordante. Minhas pálpebras parecem pesadas como se fossem feitas de chumbo. A sala começa a inclinar e balançar como se eu estivesse em um navio em mares agitados.

Eu pisoco rapidamente, tentando clarear minha visão, mas só piora. As paredes parecem respirar, expandindo e contraindo a cada segundo que passa. Eu me sinto como se estivesse flutuando em uma nuvem.

"Uau", eu digo arrastado, minha língua parecendo grossa e desajeitada na minha boca. "O que está acontecendo? Essa merda é do caralho."

A voz da enfermeira vem de longe, ecoando como se estivesse em um longo túnel. "Shhh, está tudo bem. Essa merda bate como um caminhão às vezes."

"Não fale sobre caminhões", eu digo tentando me concentrar nela, mas seu contorno continua borrando e mudando. "Enfermeiras não podem xingar", eu murmuro, as palavras saindo confusas e lentas.

Ela ri, o som distorcido e deformado. "Oh, foda-se", ela diz, sua voz desaparecendo na distância.

Tudo fica preto.


Depois do que parece uma eternidade, ouço a porta se fechar suavemente. Sinto mãos puxando suavemente meu camisolão, ar frio atingindo minha pele.

De repente, sinto um calor úmido e quente envolver meu pau. Eu gemo, meu corpo respondendo instantaneamente apesar da minha mente nebulosa. Tudo parece intensificado, elétrico. O prazer me atravessa como um raio.

Eu tento olhar para baixo, mas minha visão está turva. Tudo o que consigo ver é um mar de cabelos loiros dourados se espalhando pelo meu colo. "O que...", eu digo arrastado, minha língua parecendo grossa e desajeitada.

O calor me deixa por um momento. "Shhh, é apenas um sonho, querido", ronrona uma voz sensual. Eu pisoco rapidamente, tentando me concentrar. Um par de olhos carmesins brilhantes encontram os meus, famintos e predatórios.

Eu digo arrastado, minhas palavras se juntando. "Caterina... Estou sonhando com você?"

Ela solta uma risada baixa e sensual. "Com certeza está", ela ronrona, sua voz como veludo.

Eu deixo minha cabeça cair para trás contra o travesseiro, um sorriso idiota se espalhando pelo meu rosto. "Não estou surpreso", eu murmuro.

"Oh?", Caterina diz, seu tom brincalhão enquanto ela me acaricia lentamente. "E por que isso?"

Eu gemo suavemente com seu toque, meus quadris arqueando instintivamente. "Tão gostosa...", eu consigo dizer, meus pensamentos dispersos. "Tão alta... Tão peituda..."

Ela ri de novo, o som enviando arrepios pela minha espinha. "Oh, eu sou seu tipo?", ela pergunta timidamente.

Antes que eu possa responder, ela abaixa a cabeça novamente. Eu ofego quando sinto sua língua se enrolar em volta do meu pau. Meus dedos se emaranham em seu cabelo sedoso enquanto ondas de prazer me invadem. Eu gemo alto, perdido nas sensações.

Caterina começa a balançar violentamente para cima e para baixo. Sorvetes obscenos enchem o ar enquanto eu choro impotente. Ela levanta os olhos para mim, orbes carmesins brilhando com travessura. De alguma forma, ela vai ainda mais baixo, rente à base da minha pélvis. Ela começa a engasgar levemente, as vibrações enviando ondas de choque de prazer através de mim.

Ver isso me leva ao limite. "Oh, foda-se", eu gemo, minha voz grossa e arrastada. Já que é apenas um sonho, eu penso por que não me soltar. Eu coloco ambas as minhas mãos na parte de trás de sua cabeça e a empurro para baixo enquanto eu gozo fundo em sua garganta.

Onda após onda de êxtase cai sobre mim enquanto Caterina engole avidamente, sua garganta trabalhando em volta de mim.

"Puta merda", eu arfo.

Caterina lambe qualquer porra restante do meu pau enquanto ela escorrega para fora dele. Ela dá um pequeno beijo na minha ponta.

"Como foi isso, Adam?", ela ronrona, sua voz soando distante e ecoante. "Foi um sonho bom?"

Eu tento responder, mas minha língua parece pesada e não cooperativa. A sala está girando preguiçosamente ao meu redor.

Eu me sinto escorregando ainda mais para o sono, muito cansado para falar. Com grande esforço, eu consigo levantar minha mão e dar a ela um joinha trêmulo. Meu braço parece estar se movendo através de melaço, o gesto parecendo levar uma eternidade.

A risada de Caterina ecoa estranhamente, como se viesse do fundo de um poço. "Na próxima vez que você me vir, apenas me chame de Cat, tudo bem?"

Minhas pálpebras estão impossivelmente pesadas agora, tremendo fechadas apesar dos meus melhores esforços para mantê-las abertas. "Sim", eu murmuro, a palavra arrastada e mal reconhecível.

Enquanto eu deito com os olhos fechados, indo embora, eu ouço a voz de Caterina uma última vez. Está mais suave agora, quase terna. "Você está destinado a ser meu, Adam. Não se esqueça disso."

As palavras não se registram muito bem no meu cérebro confuso. Eu tento perguntar o que ela quer dizer, mas a escuridão já está se fechando. A última coisa que estou ciente é o clique suave da porta se fechando, e então tudo desaparece na escuridão.