A Rainha da Máfia Quer Me Reivindicar Para Si (Em um Mundo Reverso)

Capítulo 3

A Rainha da Máfia Quer Me Reivindicar Para Si (Em um Mundo Reverso)

Alguns dias se passaram e eu estou começando a me sentir como um animal enjaulado neste quarto de hospital. As paredes estão se fechando, o bipe das máquinas me deixando lentamente insano. Estou deitado na cama, entediado pra caralho.

Jessica está aqui, relaxando na cadeira de visitante com as pernas cruzadas. Ela tem sido uma presença constante nestes últimos dias, uma âncora familiar no mar de incertezas em que estou à deriva.

“Estou ficando animado para sair logo”, digo. "Mal posso esperar para ver algo além dessas quatro paredes."

Jessica sorri, um toque de alívio em seus olhos. “Sim, imagino que sim”, ela diz, com a voz calorosa.

Eu concordo com a cabeça, mas então um pensamento me atinge e sinto meu estômago se contorcer de ansiedade. “Estou um pouco ansioso com a dinâmica com Claire, no entanto”, admito, com a voz baixa. “Tipo, eu simplesmente durmo na mesma cama com ela? Parece... estranho.”

Ao mencionar Claire, o sorriso de Jessica desaparece, substituído por uma carranca profunda. Sua testa se franze e ela se mexe na cadeira, de repente tensa. Há uma longa pausa, carregada de pensamentos não ditos.

Finalmente, Jessica quebra o silêncio. “Que tal você vir ficar comigo por um tempo, Adam?”, ela sugere, com um tom cuidadoso e ponderado.

Eu passo a mão pelo cabelo, em conflito. “Eu odiaria machucar Claire, sabe? Se ela é minha esposa, é minha responsabilidade ser o marido dela, sabe?”

Jessica suspira pesadamente, seus ombros caindo. Ela se inclina para frente, seus olhos verdes intensos enquanto se fixam nos meus. “Adam”, ela diz suavemente, sua voz mal acima de um sussurro, “Claire não é uma pessoa tão boa quanto você pensa que ela é.”

As palavras pairam no ar entre nós, pesadas e sinistras. Sinto um arrepio percorrer minha espinha, com arrepios surgindo ao longo de meus braços. “O que você quer dizer?”, pergunto, minha voz rachando um pouco.

Jessica olha nervosamente ao redor da sala, como se estivesse procurando por espiões. Ela se inclina ainda mais, sua respiração quente contra minha orelha enquanto ela fala. “Não tenho certeza da história completa, já que você nunca gostou muito de falar sobre seu casamento, mas na noite em que você foi atacado, você me ligou. Vocês dois tiveram uma grande briga.”

Minha respiração fica presa na garganta. Eu examino o rosto de Jessica, procurando por qualquer sinal de que ela possa estar brincando ou exagerando. Mas sua expressão é mortalmente séria, seus olhos cheios de preocupação e um toque de medo.

“Uma briga?”, repito, minha mente girando. “Sobre o quê?”

Os olhos de Jessica escurecem, sua testa se franzindo enquanto ela luta para se lembrar dos detalhes. “Eu não sei exatamente”, ela diz, sua voz mal acima de um sussurro. “Quando você estava no telefone comigo, eu mal conseguia te entender. Você estava tão chateado, suas palavras todas embaralhadas.”

“Você desligou sem me dizer para onde estava indo”, diz ela, um toque de frustração em seu tom. “Eu estava tão preocupada, Adam. Eu saí dirigindo, procurando por você em todos os lugares.”

Ela faz uma pausa, respirando trêmula. Posso ver que a memória ainda está viva para ela, o medo e a incerteza daquela noite gravados nas linhas de seu rosto.

“Então, algumas horas depois, recebi uma ligação de Claire”, Jessica continua, sua voz caindo ainda mais. “Ela me disse que você estava no hospital. Meu Deus, Adam, eu nunca estive tão assustada na minha vida.”

A ideia de que o outro Adam estava tão chateado, tão fora de si que preocupou tanto sua própria irmã... é perturbador.

“Você não acha que Claire teve algo a ver com o ataque, acha?”, pergunto em voz alta.

Os olhos de Jessica se arregalam em choque. “Deus, não!”, ela exclama, um pouco alto demais. Ela olha nervosamente para a porta antes de continuar em um tom abafado. “Quer dizer, não me entenda mal. Eu não gosto dela e acho que ela é totalmente errada para você. Mas ela nunca levantaria um dedo para você.”

“Então, o que aconteceu então?”, pergunto, desesperado por algum tipo de explicação. “Se Claire não me machucou, como exatamente eles me atacaram?”

Jessica suspira pesadamente, seus ombros caindo. Ela passa a mão pelo cabelo, claramente lutando com o que dizer a seguir. “Claire me implorou para não te contar a verdade”, ela diz suavemente. “Ela estava com medo de que isso perturbasse mais sua psique. Mas eu acho que você precisa saber.”

Ela respira fundo, se preparando. “Adam, você foi estuprado em grupo.”

As palavras me atingem como um golpe físico. Eu pisquei rapidamente, tentando processar esta informação. Estranhamente, eu não me sinto tão chateado quanto provavelmente deveria. É como ouvir sobre algo que aconteceu com outra pessoa. O que, de certa forma, aconteceu com o outro Adam.

‘Cara, você passou por poucas e boas, irmão, sendo atropelado por um caminhão, um estranho rouba sua esposa. Estupro coletivo. Sinto muito mesmo.’

“Eu... eu pensei que tinha sido atacado por mulheres?”, digo, minha testa se franzindo em confusão. “O que elas fizeram, enfiaram coisas no meu cu?”

Os olhos de Jessica se arregalam em choque. “Que porra?”, ela exclama, recuando ligeiramente. “Não! Jesus, Adam, isso não é... Meu Deus, por que você diria isso?”

Eu dou de ombros, me sentindo um pouco envergonhado. “Eu não sei. Estou honestamente apenas tentando entender.”

Jessica se inclina, seus olhos cheios de uma mistura de tristeza e descrença. Ela respira fundo como se estivesse se preparando para o que está prestes a dizer.

“Não, Adam”, ela diz suavemente, sua voz mal acima de um sussurro. “Eles... eles tiraram sua genitália e te deram uma pílula para, você sabe... deixá-la ereta.”

“Eles me estupraram com suas vaginas?”, pergunto, minha voz soando distante e oca para meus próprios ouvidos.

‘Quer dizer, eu não sou o tipo de pessoa que diz que uma mulher não pode estuprar um homem, mas isso é inesperado. Ser estuprado em grupo por mulheres? Isso parece um pouco estranho.’

Jessica concorda lentamente, seus olhos nunca deixando os meus. O peso de seu olhar é quase físico, pressionando-me como um cobertor de chumbo.

Eu me inclino para trás contra os travesseiros, me sentindo completamente perdido. O teto branco e austero acima de mim fica borrado enquanto tento processar esta informação.

“Mas como eu acabei em coma?”, pergunto, minha voz soando distante e oca até para meus próprios ouvidos.

Jessica se mexe desconfortavelmente em sua cadeira, seus olhos vagueando pela sala como se procurassem uma fuga. Finalmente, ela respira fundo e encontra meu olhar.

“Os policiais acham que você lutou violentamente. Eles provavelmente te espancaram enquanto eles... enquanto eles se revezavam em você.”

Eu pisquei, tentando entender este cenário bizarro. Parece surreal, como algo saído de um drama policial distorcido em vez da vida real.

“Eles não podiam simplesmente encontrar um homem disposto a transar na cidade? Tenho certeza de que muitos caras estariam dispostos a mostrar um bom momento para um punhado de mulheres. Alguns homens até sonham com essas coisas.”

O rosto de Jessica se contorce em horror, seus olhos se arregalando em descrença. Ela recua como se eu a tivesse atingido fisicamente.

“Nenhum homem iria querer isso!”, ela exclama, sua voz uma mistura de choque e repulsa. “Como você pode dizer uma coisa dessas? Adam, você foi violentamente agredido. Por favor, não minimize isso.”

‘Ahh, entendi. Do ponto de vista dela, parece que eu mal me importo.’

Sinto uma pontada de culpa com a reação de Jessica. Seu rosto é uma máscara de horror e descrença, seus olhos arregalados e brilhando com lágrimas não derramadas.

“Sinto muito, estou apenas... lutando para processar tudo isso. Parece que aconteceu com outra pessoa, sabe?”

A expressão de Jessica suaviza, a tensão em seus ombros diminuindo ligeiramente. Ela estende a mão, sua mão quente e reconfortante enquanto repousa sobre meu braço. “Oh, Adam”, ela suspira. “Eu nem consigo imaginar o que você está passando agora.”

A sala cai em um silêncio desconfortável, interrompido apenas pelos sons abafados do hospital além de nossa porta.

De repente, algo que Jessica disse antes se encaixa em minha mente. “Espere”, digo, minha testa se franzindo. “Você disse que não gosta da minha esposa?”

Jessica se enrijece novamente, sua mão se retirando do meu braço.

“Há coisas que ela nunca te contou”, diz Jessica hesitantemente, cada palavra parecendo doê-la. “Ela estava em dívida. Ela teve que pegar muito dinheiro emprestado comigo e não acho que ela vai me pagar de volta.”

Eu pisquei, tentando processar esta nova informação. “Que loucura.”

Jessica suspira pesadamente, passando a mão pelo cabelo. “Eu prometi a ela naquela época que também não te contaria”, ela admite. “Mas acho que foi uma má ideia agora.”

“Ela ainda está em dívida?”, pergunto, minha mente cambaleando com todas essas novas informações.

Jessica encolhe os ombros, seus olhos distantes. “Que se dane se eu sei”, ela diz com uma risada amarga. “Claire é tão reservada sobre tudo. Tentar obter uma resposta direta dela é como tentar pregar gelatina na parede.”

Eu me inclino para trás contra os travesseiros, olhando para o teto branco e austero.

“Eu estava apaixonado por ela?”, pergunto, querendo aprender mais sobre o outro Adam.

Jessica revira os olhos tão forte que estou preocupado que eles possam ficar presos. “Oh, Deus, você era loucamente apaixonado por ela no ensino médio”, ela geme. “Sempre bajulando ela, escrevendo esses poemas de amor melosos. Era honestamente meio nauseante.”

Ela faz uma pausa, um olhar nostálgico cruzando seu rosto. “E então, na faculdade, vocês dois moraram juntos. Você estava tão feliz quando se casou. Lembro-me de ter pensado no seu casamento que nunca tinha visto você sorrir tanto.”

“Mas eu não sei”, ela diz lentamente, cada palavra parecendo doê-la. “Vocês dois pareciam bem distantes depois que se casaram. Era como se a faísca tivesse se apagado, sabe? Você parou de falar sobre ela o tempo todo, parou de se derreter sobre o quão incrível ela era.”

Eu concordo lentamente, tentando reconciliar esta informação com a Claire que conheci nos últimos dias.

“Bem”, digo hesitantemente, “eu não posso simplesmente me divorciar de alguém porque não me lembro deles. Se eu me apaixonei uma vez, tenho certeza de que poderia de novo. Esta é uma situação muito estranha, afinal.”

Jessica se inclina para frente, seus olhos verdes intensos. “Você pode recuperar suas memórias também”, ela diz, uma nota de esperança em sua voz.

“Isso é verdade”, respondo, sabendo muito bem que isso não vai acontecer.

Nesse momento, ouvimos a porta se abrir. Eu me viro, esperando ver o rosto familiar de Claire. Em vez disso, vemos Caterina entrar.

Seu longo cabelo loiro cai em ondas perfeitas em suas costas, e aqueles olhos vermelhos penetrantes parecem brilhar na luz fluorescente forte. Meu coração dispara quando me lembro do sonho vívido de algumas noites atrás, o calor subindo às minhas bochechas.

Jessica se enrijece ao meu lado, seus olhos se arregalando em surpresa e confusão.

Os lábios de Caterina se curvam em um sorriso predatório enquanto ela se aproxima da minha cama. “Olá, Adam. Espero não estar interrompendo nada importante.”

Eu engulo em seco, de repente muito consciente de quão fino é o camisolão do hospital. “N-não, de forma alguma”, gaguejo, amaldiçoando internamente o quão perturbado eu soo. “Cat, esta é minha irmã Jessica. Jess, esta é Cat, a chefe de Claire.”

A testa de Jessica se franze em confusão. “Cat?”, ela repete, seu tom questionador.

Caterina lambe os lábios, seus olhos brilhando com diversão. “Oh, esse não é um apelido legal?”, ela ronrona. “Eu gosto bastante dele.”

Sinto mais calor subindo às minhas bochechas enquanto as memórias do sonho vívido de algumas noites atrás voltam à tona. No meu olho da mente, vejo aqueles olhos carmesins olhando para mim famintos, sinto a sensação fantasma de seus lábios enrolados no meu pau. Meu coração dispara e eu gaguejo, “Ah, eu queria dizer Caterina. Desculpe por isso.”

Caterina acena com uma mão perfeitamente manicurada de forma displicente. “Não, não, eu adoro”, diz ela, sua voz caindo para um sussurro sensual. “É o que eu preferiria que você me chamasse de qualquer maneira, Adam.”

A maneira como ela diz meu nome me dá um arrepio na espinha. Eu me movo desconfortavelmente na cama, esperando que nenhuma das mulheres perceba minha crescente ereção.

Os olhos de Jessica se arregalam em reconhecimento. “Não acredito que estou conhecendo Caterina De Luca”, ela respira, admiração evidente em sua voz. “Você é uma grande coisa.”

Caterina sorri. “Oh, eu não sou uma grande coisa”, diz Caterina, acenando com a mão de forma displicente. “Eu prefiro ficar nas sombras hoje em dia, especialmente desde que abrimos o cassino.”

Jessica concorda, seus olhos arregalados com uma mistura de admiração e cautela. “Claire mencionou que você era chefe dela, mas eu meio que pensei que ela estava exagerando”, ela admite, sua voz tingida de descrença.

Caterina ri. Quando ela fala, sua voz goteja com doçura falsa. “Claire pode ser um pouco... não confiável às vezes.”

Os olhos de Caterina se voltam para mim e sua expressão suaviza ligeiramente. “Estou brincando, é claro”, ela murmura, mas o sorriso não atinge seus olhos.

Eu rio sem jeito, o som oco e forçado. A tensão na sala é palpável, espessa o suficiente para cortar com uma faca. “Uh, então o que te traz aqui?”, pergunto, desesperado para mudar de assunto.

Os lábios de Caterina se curvam em um sorriso. “Oh, eu estava no prédio e imaginei que passaria para ver o marido da minha funcionária estrela.”

Enquanto ela fala, seus olhos carmesins me examinam, seu olhar quase maníaco em sua intensidade. Seu olhar se demora no meu peito, então viaja lentamente mais para baixo, acendendo um rastro de calor em seu rastro.

“Oh, bem, obrigado”, digo.

Caterina dá um passo mais perto. “Existe alguma coisa que eu possa fazer para tornar sua estadia mais confortável?”, ela pergunta, seu tom gotejando com o que parece ser uma preocupação genuína.

Eu rio nervosamente, tentando dissipar a tensão crepitando no ar. “Bem, se você pudesse encontrar meu telefone porque estou entediado até a morte”, eu brinco fracamente.

Assim que as palavras saem da minha boca, vejo um brilho de triunfo nos olhos de Caterina, como se eu tivesse acabado de lhe dar uma missão na vida. Mas sumiu tão rápido que não tenho certeza se imaginei.

Eu rapidamente volto atrás. “Não, mas obrigado”, digo com uma risada forçada. “Eu aprecio a oferta.”

Os olhos de Caterina se iluminam, um brilho travesso brilhando em suas profundezas carmesins. “Oh, tenho certeza de que tenho um telefone em algum lugar por aí”, ela diz, sua voz cheia de entusiasmo. “Eu poderia mandar trazer um em pouco tempo.”

“Não, isso foi só uma piada”, digo rapidamente. “Não tenho certeza se minha esposa gostaria que eu pegasse um telefone da chefe dela.”

Caterina concorda. “Certo, certo”, ela diz, mas seu tom sugere que ela não registrou minhas palavras.


De repente, como se saísse de um transe, Caterina se vira para Jessica. Seu movimento é anormalmente fluido, quase serpentino. “Bem, foi bom te conhecer, provavelmente devo ir embora.”

Jessica se levanta, alisando a saia. “Foi bom te conhecer também, Sra. De Luca.”

Caterina acena graciosamente, seu cabelo dourado capturando a luz fluorescente forte e parecendo brilhar. Enquanto ela se vira para sair, seus olhos carmesins se fixam nos meus uma última vez.

Eu levanto minha mão em um aceno fraco. “Tchau, Cat”, digo, imediatamente me arrependendo da familiaridade.

“Adeus, Adam.”

Assim que a porta se fecha, Jessica desaba de volta em sua cadeira, soltando uma respiração longa e trêmula. “Não acredito que Claire realmente a conhece”, diz ela, seus olhos arregalados em descrença.

Eu concordo, ainda me sentindo um pouco atordoado com a presença de Caterina. “Ela é importante?”

Jessica se inclina para frente, sua voz saltando para um tom animado. “Ela liderou a instalação de um cassino em Boston”, diz ela, suas palavras saindo em uma enxurrada. “Ela conseguiu colocar, apesar de toda a burocracia. As pessoas ficaram realmente surpresas.”

Eu solto um assobio baixo. “Ela certamente parece algo a mais.”