A Rainha da Máfia Quer Me Reivindicar Para Si (Em um Mundo Reverso)

Capítulo 6

A Rainha da Máfia Quer Me Reivindicar Para Si (Em um Mundo Reverso)

Estou deitada de bruços na cama, com as pernas para cima, comendo Goldfish direto da tigela. Os pequenos biscoitos laranja fazem um barulho crocante satisfatório entre meus dentes enquanto mastigo alto, com os olhos fixos na tela do meu novo iPhone. Horas escaparam como água entre os dedos enquanto eu caía no buraco do coelho dos vídeos de chefes de Elden Ring versus chefes.

“Cara, os chefes da DLC são fortes demais”, eu gemo, enfiando mais um punhado de Goldfish na boca. “Isso é tão chato. Malenia deveria ser pelo menos a número 2, depois de Consort Radahn.”

O luar entra pelas persianas, lembrando-me de que devo fechá-las em breve.

Eu suspiro, clicando em ‘Bayle, o Temido, vs. Radagon da Ordem Áurea. Picante?’

“Radagon vai ter a bunda chutada”, eu murmuro com a boca cheia de Goldfish.

Eu suspiro, me espreguiçando um pouco. “Espera... ‘picante’? Que porra é essa?”

Eu aperto os olhos para o título, intrigada pela isca de cliques. Antes que eu possa investigar mais, ouço a porta da frente se abrindo, o rangido das dobradiças seguido pelo baque suave enquanto ela se fecha.

“Que bom, Claire chegou”, digo, um alívio me invadindo ao pensar em ter companhia depois de um dia de solidão.

Estou prestes a chamá-la quando ouço um barulho estranho vindo da sala de estar, um baque abafado seguido pelo que parece ser uma luta. Preocupada, rolo para fora da cama, com a tigela de Goldfish protegida em uma das mãos.

“Claire?” Eu chamo, caminhando pelo corredor. “Está tudo bem?”

Quando viro a esquina para a sala de estar, a cena diante de mim me paralisa. Claire está de joelhos, com a cabeça baixa. Ela está em lágrimas. Caterina se eleva sobre ela, um sapato firmemente plantado nas costas de Claire, pressionando-a em direção ao chão. Ao lado, está Maddy, com o rosto impassível, braços cruzados sobre o peito.

Eu fico ali, paralisada em choque, meu cérebro lutando para processar a cena bizarra diante de mim.

“Woah, woah, woah, que merda está acontecendo?” Eu exclamo com a boca ainda cheia de Goldfish.

A cabeça de Caterina se levanta ao som da minha voz, aqueles olhos carmesins se fixando nos meus com uma precisão de laser. Ela não remove o pé das costas de Claire. Pelo contrário, parece que ela pressiona com mais força, fazendo Claire gemer.

“Engula e coloque a tigela no chão, está bem, querida?” Caterina diz, convencida, sua voz pingando mel, mesmo quando suas ações falam de violência.

“Ok”, eu murmuro, engolindo apressadamente a boca cheia de Goldfish e colocando a tigela na mesa de centro próxima com as mãos trêmulas. Os biscoitos parecem serragem na minha garganta enquanto eu os forço a descer.

“Olha, não queremos problemas”, digo, levantando as mãos em um gesto conciliador. Meu coração está batendo tão forte contra minhas costelas que estou surpresa que as mulheres não consigam ouvi-lo.

O sorriso de Caterina se alarga, revelando dentes brancos perfeitos que de repente parecem mais predatórios do que bonitos. “Bem, você arrumou um”, ela ronrona, empurrando o sapato com mais força nas costas de Claire. A pressão força o rosto de Claire para mais perto do chão enquanto ela solta um soluço estrangulado.

“Claire!” Eu grito, dando um passo instintivo para frente.

Maddy se move levemente com meu movimento, sua mão se movendo em direção ao casaco de uma forma que faz meu sangue gelar. Ela está carregando uma arma? O pensamento me congela no lugar, meus músculos travando de medo.

O rosto de Claire está torcido em angústia, lágrimas escorrendo por suas bochechas e se acumulando no piso de madeira embaixo dela. Entre soluços, ela consegue dizer: “Me desculpe, me desculpe muito.”

As palavras parecem dirigidas a mim, em vez de à mulher que está moendo um salto em sua espinha. Os olhos de Claire, vermelhos e desesperados, se fixam nos meus com uma intensidade que faz meu estômago revirar.

“Me desculpe muito, Adam”, ela continua, sua voz rachando de emoção. “Por favor, não me odeie. Por favor.”

Sinto como se tivesse entrado em um pesadelo bizarro. Minha nova esposa está sendo fisicamente contida no chão da nossa sala de estar, implorando por meu perdão enquanto eu fico parado, impotente.

“O que aconteceu?” Eu pergunto, dirigindo a pergunta a Caterina, minha voz surpreendentemente firme, apesar do medo correndo pelas minhas veias.

Os olhos carmesins de Caterina brilham com aborrecimento, sua sobrancelha perfeita franzindo levemente. Ela estala a língua contra os dentes, o som agudo e desaprovador no silêncio tenso da sala.

“Eu te disse para me chamar de Cat antes, lembra?” ela diz, seu tom pingando condescendência como se eu fosse uma criança que não conseguiu entender uma instrução simples.

Eu engulo em seco, forçando-me a desacelerar e pensar. Seja qual for o jogo que está sendo jogado aqui, está claro que Caterina tem todas as cartas. Se concordar com suas exigências bizarras ajudar a amenizar a situação, então é isso que eu farei.

“Ok”, eu digo, diminuindo deliberadamente minhas palavras. “Cat, o que está acontecendo?”

A mudança em seu comportamento é imediata e perturbadora. Seu aborrecimento desaparece como neve ao sol, substituído por um sorriso radiante que transforma seu rosto. Ela parece genuinamente satisfeita com minha obediência, como uma professora cujo aluno problemático finalmente entendeu um conceito difícil.

“Isso”, ela ronrona, sua voz quente com aprovação. “Não foi tão difícil, foi?”

Claire solta outro soluço de sua posição no chão, chamando minha atenção de volta para seu estado lamentável. “Me desculpe muito, Adam”, ela geme, sua voz quase inaudível. “Por favor, não me odeie.”

Eu me ajoelho no nível de Claire, meus joelhos atingindo o piso de madeira com um baque surdo. Desse ângulo, posso ver toda a extensão de sua miséria. Seu cabelo castanho curto despenteado. Seus olhos estão arregalados de terror e vergonha, como um animal ferido preso em uma armadilha.

“Está tudo bem”, eu digo suavemente, estendendo a mão para tocar seu ombro. Meus dedos pairam incertos por um momento antes de fazer contato com sua forma trêmula. “Seja o que for, vamos resolver isso.”

A gentileza na minha voz parece fazer Claire chorar ainda mais, seus ombros tremendo violentamente a cada soluço.

Caterina solta uma risada. Ela remove o pé das costas de Claire, permitindo que minha esposa se sente um pouco.

“Pergunte à sua esposa o que ela fez, Adam”, Caterina sugere. Ela cruza os braços sobre seu peito farto, seus olhos carmesins brilhando com antecipação como se estivesse assistindo a um show particularmente divertido se desenrolar diante dela.

Eu me volto para Claire, tentando manter minha expressão solidária, apesar do medo e da confusão girando em meu estômago. “Está tudo bem”, eu repito, minha voz firme e tranquilizadora. “Me diga o que aconteceu.”

O rosto de Claire se desfaz novamente, novas lágrimas brotando e transbordando. Suas mãos alcançam as minhas, segurando-as com força desesperada. Suas palmas estão úmidas de suor, seus dedos tremendo contra os meus.

“Eu tenho um problema com jogos de azar”, ela finalmente diz, as palavras parecendo machucá-la fisicamente ao deixarem seus lábios.

Eu me sinto surpreso, mas nem tanto. Quero dizer, eu mal a conheço, e já sei que ela pegou dinheiro emprestado da minha irmã.

“Ok”, eu digo simplesmente, apertando suavemente suas mãos.

Claire olha para mim, seus olhos arregalados de descrença com minha reação calma.

“Oh, é só isso que você vai contar para ele, Claire?” ela pergunta, sua voz afiada com falsa decepção. “Você não acha que seu marido merece toda a verdade?”

Claire olha para mim, seus olhos nadando em vergonha e arrependimento. “Eu devo a Caterina quatrocentos mil dólares”, ela confessa, cada palavra aparentemente arrancada de sua garganta.

O número me atinge como um golpe físico. Quatrocentos mil. A quantia é tão absurda, tão astronômica que leva um momento para meu cérebro processá-la totalmente.

“Quatro... centos... mil?” Eu repito lentamente, as palavras soando estranhas e desajeitadas na minha língua.

Claire acena miseravelmente, seu queixo tremendo. “Eu continuava perdendo”, ela sussurra, “e continuava pensando que poderia recuperar. Mas continuei me afogando cada vez mais.”

Eu passo uma mão pelo meu cabelo, tentando processar essa informação.

‘Isso é muita grana.’ Eu suspiro em minha mente.

E, no entanto, por mais chocante que seja a revelação, me sinto estranhamente calmo. Crescendo com um pai alcoólatra, vi em primeira mão como o vício pode distorcer o julgamento de uma pessoa, como pode fazer o irracional parecer perfeitamente lógico. O padrão é familiar, o sigilo, a vergonha, as consequências crescentes.

‘O vício é uma doença. Sem tratá-la, ela é impotente.’

“Tudo bem”, eu digo suavemente, estendendo a mão para esfregar as costas de Claire em pequenos círculos reconfortantes. “Nós vamos resolver isso.”

Claire olha para mim, sua expressão uma mistura de descrença e esperança desesperada. “Você não está... você não está bravo?” ela pergunta, sua voz rachando.

“Estou surpreso”, admito, continuando o movimento suave da minha mão em suas costas. “Mas a raiva não vai nos ajudar agora.”

O rosto de Claire se desfaz completamente com minhas palavras, e ela começa a soluçar de novo, com força. Seu corpo inteiro treme com a força de sua angústia, fazendo-a parecer menor, mais frágil do que nunca.

“Tem mais”, ela diz entre engasgos, seus olhos se fechando como se não suportasse me olhar. “Tem mais, e é muito pior.”

“Está tudo bem”, eu digo, minha voz firme, apesar do nó crescente de pavor no meu estômago. “Eu prometo que não vou ficar bravo. Apenas me diga.”

Do canto do meu olho, posso ver a expressão de Caterina escurecendo. Minha gentileza parece irritá-la como se ela estivesse esperando, talvez até esperando, uma explosão dramática de raiva. Seus olhos carmesins se estreitam ligeiramente, seus lábios se pressionando em uma fina linha de desaprovação.

Claire olha para Caterina, seus olhos arregalados de desespero. “É demais”, ela sussurra, sua voz falhando. “Eu não posso contar para ele. Eu simplesmente não posso.”

Algo muda na expressão de Caterina, um lampejo de triunfo rapidamente mascarado por uma camada de simpatia que não chega aos seus olhos carmesins. “Tudo bem”, ela ronrona, sua voz suave como seda. “Eu posso fazer o resto.”

Antes que eu possa reagir, Caterina desliza até mim. Ela se agacha ao meu lado. Com a velocidade da luz, sua mão dispara, os dedos agarrando meu queixo com uma força surpreendente. Ela força meu rosto para cima, fazendo-me olhar diretamente para aqueles olhos vermelhos hipnóticos.

Há algo desequilibrado em sua expressão, uma qualidade maníaca que envia gelo pelas minhas veias.

“Sua esposa”, ela diz lentamente, saboreando cada palavra como um bom vinho, “vendeu você para mim para pagar suas dívidas.”

O mundo parece inclinar-se para o lado. Meu estômago cai como se eu tivesse acabado de despencar na primeira colina de uma montanha-russa. Eu pispo rapidamente, certo de que devo ter ouvido errado.

“O quê?” Eu consigo dizer, minha voz quase inaudível.

Claire se inclina para a frente, suas mãos estendendo-se como para me puxar de volta da beira de um penhasco. “Apenas por quatro meses!” ela grita, as palavras caindo de seus lábios em uma correria desesperada. “Apenas quatro meses, e então tudo ficará bem de novo!”

Eu giro minha cabeça em direção a ela, me libertando do aperto de Caterina. “O quê?” Eu repito, mais alto desta vez, confusão e descrença lutando em minha mente. A palavra paira no ar entre nós, uma pergunta simples que parece conter multidões.

Meus olhos percorrem a sala, procurando algum sinal de que tudo isso é uma brincadeira elaborada. Maddy fica parada sem emoção perto da porta, seu rosto uma máscara de desapego profissional. Ela poderia muito bem estar esperando um ônibus, não testemunhando a venda de um ser humano.

Eu me volto para Caterina, que está me observando com alegria indisfarçável, como um gato que finalmente encurralou um rato particularmente esquivo.

“Você é todo meu”, ela sussurra, sua voz carregada de fome possessiva. Ela estende a mão novamente, suas pontas dos dedos roçando minha bochecha em um gesto que parece surpreendentemente terno.

Eu cambaleio para meus pés, sentindo como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Minhas pernas estão instáveis sob mim, mas consigo ficar de pé, me afastando de ambas as mulheres.

“Quatro meses?” Eu repito, minha voz oca de exaustão.

Claire permanece de joelhos, seu rosto uma máscara de miséria e vergonha. Lágrimas continuam a escorrer por suas bochechas, pingando no piso de madeira.

Eu me volto para ela, minha expressão endurecendo em uma carranca. “É realmente isso que você quer?” Eu pergunto, minha voz baixa e controlada, apesar da tempestade furiosa dentro de mim.

Claire não responde imediatamente. Em vez disso, ela coloca as mãos planas no chão, curvando a cabeça tão baixo que sua testa quase toca o chão. A posição é de completa submissão, de súplica total.

“Por favor, Adam”, ela implora, sua voz rachando de desespero. “Por favor, faça isso por mim. Eu não tenho outra saída.”

Enquanto a observo se rastejar, algo muda dentro de mim. A simpatia que senti momentos atrás começa a azedar, transformando-se em algo mais frio, mais distante. Há algo patético nela agora, algo que me faz recuar internamente.

‘Ela está literalmente me vendendo como se eu fosse propriedade’, eu penso, a percepção enviando um arrepio pela minha espinha.

Eu solto um suspiro, olhando para Caterina com uma mistura de resignação e desafio. “Você vai fazer coisas estranhas comigo, como me colocar em uma cadeira de tortura, cortar meus tendões de Aquiles e, em seguida, me dar uma chance de escapar, apenas para rir de mim e fechar a porta assim que eu a alcançar antes de me punir por tentar fugir?”

As sobrancelhas perfeitamente esculpidas de Caterina disparam em choque, seus olhos carmesins se arregalando em proporções quase cômicas. Ela olha para mim por um longo e silencioso momento antes de soltar uma risada aguda.

“Que porra é essa? Não!” ela exclama, diversão genuína dançando naqueles olhos vermelhos hipnóticos. “Meu Deus, Adam, que tipo de pessoa você acha que eu sou?” Ela balança a cabeça.

Ela dá um passo mais perto de mim, sua expressão suavizando-se em algo quase desprotegido. “Você será tratado como meu amante por quatro meses”, ela diz, sua voz caindo para um ronronar sedoso. “E você me tratará com o amor e a bondade que mostrou à sua esposa agora.”

Suas palavras pairam no ar entre nós, carregadas de implicações. Eu olho para Claire, ainda de joelhos, lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela parece completamente destruída, uma sombra da mulher que me seduziu com confiança no chuveiro ontem.

“O que exatamente significa ‘tratado como seu amante’?” Eu pergunto, voltando-me para Caterina.

“Significa”, diz Caterina, seus olhos carmesins brilhando de antecipação, “que você viverá comigo. Você jantará comigo. Você dormirá na minha cama.” Ela dá outro passo mais perto, seu cheiro, algo caro e intoxicante, me envolvendo. “E sim, você fará amor comigo.”

Claire solta um soluço sufocado com essas palavras, mas não faz nenhum movimento para objetar. Sua aceitação desses termos parece uma traição ainda maior, cortando mais fundo do que eu esperaria, dado o quão pouco eu realmente a conheço.

“E se eu me recusar?” Eu pergunto, minha voz mais firme do que me sinto.

O sorriso de Caterina não vacila, mas algo muda em seus olhos, um lampejo de aço sob o veludo. “Então a dívida da sua esposa permanece”, ela diz simplesmente. “E serei forçada a cobrá-la por... outros meios.”

O silêncio cai pesado sobre a sala enquanto processo essa informação. O peso da situação se instala sobre meus ombros como um fardo físico, me pressionando para baixo, dificultando a respiração.

Caterina me observa com aqueles olhos carmesins perturbadores, paciente como uma aranha esperando que sua presa se esgote em sua teia. Há uma presunção em sua postura, uma certeza de que ela já venceu. Maddy permanece perto da porta, sua presença um lembrete silencioso de que, mesmo que eu quisesse correr, haveria consequências.

“Ela pegou dinheiro emprestado da minha irmã também”, eu finalmente digo, minha voz plana e sem emoção.

A cabeça de Claire se levanta, seus olhos arregalados de choque e culpa. “Ela te contou sobre isso?”

“Sim”, eu confirmo com um aceno de cabeça. “No hospital.”

O rosto de Claire se desfaz em vergonha, e ela abaixa o olhar novamente, incapaz de encontrar meus olhos. Seus ombros caem ainda mais, fazendo-a parecer ainda menor e mais patética do que antes. A visão dela, tão quebrada e derrotada, agita uma mistura complexa de emoções dentro de mim, pena, decepção e uma estranha curiosidade distante sobre a mulher com quem supostamente me casei.

“Quanto?” Eu pergunto, meu tom clínico, como se estivéssemos discutindo nada mais significativo do que uma conta de supermercado.

Claire não olha para cima. Ela mantém a cabeça baixa, sua testa quase tocando o chão, em uma postura de completa submissão. “Trinta mil”, ela admite.

Caterina solta um assobio baixo, suas sobrancelhas perfeitamente desenhadas se erguendo em genuína surpresa. “Uau”, ela diz, uma nota de admiração em sua voz como se a capacidade de autodestruição financeira de Claire fosse de alguma forma impressionante.

Eu endireito meus ombros. Se vou ser negociado como propriedade, posso muito bem negociar os termos.

“Adicione isso aos quatro meses”, eu digo firmemente, minha voz firme, apesar da turbulência dentro de mim. “Pague os trinta mil de Jessica, e eu serei tão obediente quanto você quiser.”

Os olhos de Caterina se arregalam ligeiramente, um lampejo de surpresa rapidamente substituído por uma alegria deliciosa. Seus lábios rubis se curvam em um sorriso que é ao mesmo tempo sedutor e vitorioso. Ela estende a mão, suas pontas dos dedos roçando minha bochecha em um gesto que parece possessivo.

“Feito”, ela ronrona, a palavra pingando de satisfação.

Eu me volto para Claire, que permanece encolhida no chão, seu corpo tremendo com soluços silenciosos.

“E não a machuque”, eu acrescento, minha voz endurecendo enquanto olho para Caterina.

Caterina inclina a cabeça, estudando-me com aqueles olhos carmesins perturbadores. “Eu não tenho intenção de machucá-la”, ela diz suavemente. “Ela não me interessa mais. Eu tenho o que quero.” A maneira como ela olha para mim enquanto diz isso meio que me excita. Mas parece um momento ruim.

Enquanto olho para Claire, não posso deixar de notar que ela parece tão pequena, tão frágil, encolhida no chão em suas roupas de trabalho amassadas.

“E você”, eu digo, minha voz mais suave, mas não menos firme. “Você precisa procurar ajuda. Isso é nojento. Eu acabei de ser estuprado e agora você está me vendendo. Por favor, vá para os Jogadores Anônimos ou qualquer merda que se chame.”

“Sim, claro”, ela engasga entre lágrimas, acenando freneticamente. “Eu vou procurar ajuda. Eu prometo. Eu vou às reuniões. Eu farei terapia. O que for preciso.” Suas palavras caem em uma correria desesperada, cada uma pontuada por um pequeno soluço. “Me desculpe muito, Adam. Me desculpe muito, muito.”

Ela parece completamente destruída, ajoelhada ali no chão da nossa sala de estar, tremendo como uma folha na tempestade.

Caterina observa essa exibição com diversão mal disfarçada, seus olhos carmesins brilhando de satisfação. Ela parece saborear o colapso de Claire, bebendo sua miséria como uma súcubo de tristeza.

“Venha, querido”, ela ronrona, voltando-se para mim com um sorriso predatório. “Uma nova vida espera.”

Ela estende a mão, sua mão encontrando meu quadril com precisão infalível. Seu toque é quente através do tecido fino da minha camiseta, seus dedos se enrolando possessivamente ao redor da curva do meu osso do quadril. Com uma pressão suave, mas insistente, ela me puxa para perto até que estejamos em contato um com o outro.

De perto, a altura de Caterina é ainda mais impressionante. Ela se eleva sobre mim, seus olhos carmesins olhando para baixo com fome triunfante. O topo da minha cabeça mal chega ao queixo dela, forçando-me a inclinar meu rosto para cima para encontrar seu olhar.

Contra a minha vontade, sinto um calor se espalhando por mim com sua proximidade. Há algo em estar tão perto dela que parece estranhamente certo como encontrar uma peça de quebra-cabeça que você não sabia que estava faltando. Eu me sinto meio aconchegado em seu abraço parcial, meu corpo respondendo a ela apesar do caos em minha mente.

‘Vamos lá, Adam, que porra é essa, cara?’

“Vejo você no trabalho, Claire”, diz Caterina zombeteiramente enquanto saímos.