
Capítulo 3
Como o vilão jovem mestre pode ser uma santa?
— Então, quais são os deveres da família Aeciphysis? Praticar uma boa ação todos os dias?
Winnie, com as mãos nos bolsos, chegou às favelas da capital. Olhando ao redor, notou as pessoas maltrapilhas encarando-o.
Isso era de se esperar. Mesmo que a família Aeciphysis tivesse caído na pobreza, algumas vestimentas nobres ainda podiam ser reunidas, e seu traje impecável o fazia se destacar nas favelas.
Afinal, isso era raro. As favelas eram consideradas um esgoto imundo aos olhos da nobreza, e eles nunca as visitavam pessoalmente.
Vendo os diversos olhares em suas roupas finas, misturados com emoções como inveja e desejo, Winnie balançou a cabeça.
Esses pobres coitados talvez não soubessem, mas se esse nobre falido não encontrasse uma solução em breve, ele logo estaria morando ali com eles.
— Ei, você. — Winnie não perdeu tempo. Aproximou-se de um velho curvado e casualmente jogou uma moeda de prata de sua bolsa para o homem.
— Isso? — O velho não estendeu a mão, mas olhou para o jovem nobre à sua frente com confusão e medo.
As favelas não eram um lugar seguro, e ninguém era tolo o suficiente para provocar um nobre.
— O que está encarando? Pegue, isso é uma caridade deste jovem mestre — disse Winnie com os braços cruzados, adotando uma pose distante e altiva, embora por dentro, estivesse sentindo uma pontada de dor.
Uma moeda de prata! Aquilo era uma moeda de prata! Para ele agora, cada moeda contava!
— P-para mim? — O rosto do velho estava cheio de descrença. Seus olhos turvos brilharam por um momento, mas então ele hesitou, sem saber se deveria aceitar.
Winnie imediatamente percebeu a hesitação do velho, e seu olhar se voltou para os jovens fortes ao redor. Em seus rostos, ele viu ganância.
Eles realmente tinham medo de provocar um nobre, mas isso não significava que não roubariam a moeda assim que Winnie partisse.
Mas o que isso tinha a ver com ele? Ele não estava ali para fazer caridade. Estava dando dinheiro apenas porque precisava de Virtude. Se o velho seria roubado depois que ele partisse, não importava.
Tudo o que ele precisava fazer era testemunhar o velho aceitando a moeda, não dizer nada e ir embora.
— O que vocês estão olhando? — O olhar de Winnie varreu os marginais fortes. — Qual é o problema? Vocês têm braços e pernas, são todos mais fortes do que eu, devem comer bem, então por que estão encarando um idoso que nem consegue cuidar de si mesmo?
— Seus pequenos bandidos, vocês sabem quem eu sou? Sou o infame nobre vilão e cão raivoso da capital, Winnie Aeciphysis — disse Winnie, com os braços ainda cruzados, pronunciando cada palavra lentamente e com orgulho.
Não vou mentir, sua presença imponente não assustou os outros, mas foi o suficiente para fazer esses marginais ingênuos congelarem, especialmente quando combinado com seu rosto feroz e as sardas nele — nota máxima pelo efeito.
Assim que Winnie falou, todos esses marginais se calaram, com medo demais para dizer uma palavra.
— Eu não me importo com quem você é, não me importo com o quão mal você tem sido, eu só quero te dizer que quando se trata de ser mau ou louco, você não é páreo para mim.
— O que vocês brincam, eu já brinquei e deixei para trás. — Winnie sorriu, mostrando um sorriso que combinava com sua persona vilã, enquanto continuava a apontar para os marginais enquanto falava.
— O que vocês costumam fazer, não é da minha conta, mas vou deixar claro. Este dinheiro é meu. Se algum de vocês tentar roubá-lo, estará desafiando minha autoridade. Vocês estarão se opondo ao nobre mau da capital, e verão se eu não enviar cavaleiros para quebrar suas pernas!
— S-senhor, você... você está dizendo que... — O líder dos marginais gaguejou, com o rosto pálido.
Ficou claro que, mesmo que estivessem de olho na moeda, agora tinham que reconsiderar.
Claro, toda aquela conversa sobre desafiar o nobre mau da capital, enviar cavaleiros para quebrar suas pernas — era tudo apenas bravata de Winnie. Ele nem sequer tinha um único guarda doméstico. Cavaleiros? Ridículo.
Vendo o velho pegar a moeda, Winnie imediatamente se concentrou no painel de Virtude.
Um segundo se passou, depois dez segundos.
Ele ouviu o velho agradecer por sua generosidade, mas não viu o aviso de entrada de Virtude.
— O que é isso?! — Winnie pulou em pânico. — Eu dei a moeda, onde está minha Virtude?!
Se ele não conseguisse, essa moeda de prata seria simplesmente desperdiçada? Eles pensavam que ele era algum jovem mestre rico? Ele estava praticamente falido!
Isso assustou tanto o velho quanto os marginais, que rapidamente recuaram.
Depois de esperar mais alguns minutos.
Sob o olhar de todos, a expressão de Winnie escureceu, tornando-se tão sombria quanto a água.
No momento seguinte, o velho viu Winnie olhando para ele ferozmente. O velho, sentindo-se completamente inocente, não tinha ideia do que havia feito de errado.
Neste momento, Winnie estava pensando — este maldito sistema de Virtude deve estar com defeito. Não lhe havia dado nenhuma Virtude. Deveria simplesmente pegar o dinheiro de volta?
Ele olhou para o rosto assustado e pálido do velho, depois para a bengala no canto e a perna da calça vazia. Winnie estalou a língua em sua mente.
Esqueça, um nobre como ele não voltaria atrás em sua palavra. Pegar o dinheiro de volta na frente de tantas pessoas seria muito embaraçoso.
'Se você está lendo esta tradução em qualquer lugar que não seja Novelight.net ou SilkRoadTL, ela foi roubada.'
Mas...
Droga, ainda doía tanto!
Por quê?! Por que não adicionou nenhuma Virtude?! Aquilo era uma moeda de prata, droga!!
Mesmo uma moeda de cobre poderia adicionar alguma Virtude, então quanta Virtude uma moeda de prata poderia adicionar?
Aquele era o plano que Winnie, a mente brilhante de Camélia, havia criado.
Mas parecia que o sistema de Virtude não funcionava da maneira que ele havia imaginado.
Droga, onde deu errado?!
Winnie saiu das favelas, mordendo com força o pão em sua boca, arrancando um pedaço e mastigando vigorosamente.
Que droga?! Dar uma moeda de cobre dá Virtude, mas dar uma moeda de prata não dá nada? Este maldito sistema de Virtude é realmente algo... provavelmente um jantar que nem sabe contar!
Enquanto amaldiçoava o maldito sistema em sua cabeça, Winnie descontou sua frustração no pão em sua mão e caminhou em direção a casa.
Tudo parece estar dando errado.
Enquanto caminhava, Winnie sentiu algo puxando levemente o saco de pão em sua mão.
Ele olhou para baixo e encontrou um par de olhos escuros e brilhantes.
— Irmão mais velho, posso... posso ter um pedaço de pão? ...Não, só metade, metade está bom! — Um menininho com cabelo desgrenhado, seus olhos cheios de súplica, como um cachorrinho, agarrou levemente o saco de pão na mão de Winnie e engoliu em seco nervosamente.
Ficou claro que a criança magricela estava faminta, ou então não teria arriscado ser espancada para vir implorar por pão.
— Tch, droga! — Winnie olhou para o menininho com desdém, então imediatamente enfiou o saco de pão nos braços do menino.
— Meu saco de pão ficou sujo por causa de suas mãos imundas. Aqui, pegue, tudo é seu!
— O-obrigado, irmão mais velho! — O menino pegou o saco de pão, agradecendo repetidamente em descrença.
— Agradeça a minha bunda. Eu só tenho uma obsessão por limpeza e não queria tocar em algo que você sujou. Agora, vaza! — Winnie acenou com a mão de forma dismissiva, como se estivesse espantando uma mosca.
O menino agradeceu novamente e saiu correndo.
Uma vez que o menino se foi, Winnie ficou atordoado.
Ele descobriu que, depois de dar o pão para o menino, sua Virtude havia aumentado em +1.
O que isso significa? O maldito sistema se consertou?
Ou poderia ser...?
Winnie acariciou o queixo, sentindo como se tivesse descoberto algum tipo de padrão.
Antes, ele havia dado dinheiro — tanto moedas de cobre quanto de prata, e desta vez, foi comida. Esta foi a primeira vez que ele deu comida a alguém.
Poderia ser que...?