O Amante Proibido do Assassino

Volume 1 - Capítulo 7

O Amante Proibido do Assassino

Como se imagina um traficante? Na cabeça de Yi Feng, provavelmente vestido de preto, desgrenhado, rondando becos escuros. Mas essa seria a aparência de um traficante incompetente.

Um traficante esperto deveria se vestir normalmente, nada chamativo, mas capaz de se misturar à multidão se a situação ficar feia. Ao ouvir a pergunta, Zi Han não se conteve: “Como diabos eu ia saber? Tô aqui só pra fazer a droga da entrega.” Aquele cara achava que estava num jogo de perguntas e respostas com os clientes do Dage?

Enquanto dizia isso, suas mãos não paravam. Ele tirou uma maleta preta com os frascos. Se não fosse pela mãe, nem de longe se envolveria nisso. Yi Feng percebeu o clima e parou de encarar o rosto escondido sob o capuz, digitando seu código de confirmação no cérebro-luz.

Logo, um “bip… bip” ecoou no cérebro-luz de Zi Han, confirmando a identidade do destinatário.

Irritado, Zi Han enfiou a maleta na mão do cliente e saiu andando. Yi Feng, que não se conformava com a situação, disse: “Ei, não quer ir comigo? Essas coisas são melhores em dupla. Pode considerar um serviço de atendimento ao cliente.”

Em vez de resposta, Yi Feng levou o dedo do meio de Zi Han, que se afastava. Yi Feng arqueou a sobrancelha, rindo baixinho. O cara era interessante. Infelizmente, não conseguiu convencer o fornecedor a ir com ele.

Assim que abaixou a cabeça e virou para ir embora, ouviu o som de um corpo caindo no chão, seguido de impropérios. Parou, enrijecendo as costas. Já sabia quem era, mas era uma pena ter envolvido um inocente.


“Seu primo é craque em manipular as pessoas! Então foi por isso que você implorou pra vir? Esse era o ar fresco que você tanto queria? Hein?” Uma voz calma, porém gélida, que fez um arrepio percorrer a espinha de Yi Feng.

Com um sorriso forçado, ele se virou lentamente, dizendo: “Primo…”, mas antes que pudesse inventar alguma desculpa, a maleta preta foi arrancada de sua mão, caindo no chão com um estrondo abafado – algo lá dentro havia se quebrado.

Líquido começou a vazar pela maleta. Yi Feng assistiu, impotente, sua mercadoria se espalhando pelo chão.

Zi Han, que acabara de ser jogado no chão, levantou-se, amaldiçoando toda a ancestralidade do culpado. Sem papas na língua: “Que porra… seu filho da puta.” Ele não estava sendo pago para ser escudo humano de cliente, nem para fazer terapia de casal e resolver problemas familiares.

Estava ali para entregar e, agora que tinha feito isso, não tinha mais nada a ver com nenhum dos dois. Yi Chen, que estava prestes a empurrar o primo para irem embora, parou e se virou lentamente para encarar o garoto que acabara de ofender sua mãe. Quem era aquele moleque chamando a mãe dele de "cadela"?

Nesse momento, Zi Han também se levantou e conseguiu ver quem o havia empurrado. Ao ver o rosto, ficou atônito por um instante. O rapaz era esculpido pelas melhores mãos, mas tinha uma personalidade péssima. Como ele gostaria de esfregar aquela arrogância no chão.

Eram pessoas como essa que Zi Han adorava provocar. Então, arregaçou as mangas e respondeu: “Eu te chamei de… Filho. Da. Puta”, com um sorriso provocador, claramente desafiando Yi Chen.

Claro, Yi Chen não era nenhum pacifista. Não ia adotar a filosofia de resolução pacífica da federação quando seus ancestrais resolviam as coisas derramando sangue.

Ele deu um passo à frente, com uma postura intimidante que até assustou Yi Feng, apesar de Yi Chen ser mais novo. Agarrou o braço do primo e disse: “Ah-Chen, você não pode…”, com a voz descendo no final da frase.

Naquele momento, Yi Chen recuperou um pouco da sanidade, parando os passos, com o peito subindo e descendo profundamente, tentando controlar as emoções. Eram pessoas assim que custaram a vida a muitos oficiais militares. A razão pela qual o estado limitava o fornecimento dessas drogas era porque elas eram viciante e o uso excessivo causava danos mentais extensos ao soldado, podendo levá-lo à loucura ou até à morte.

Somado ao temperamento explosivo de Yi Chen, uma briga era inevitável. Se fosse qualquer outra pessoa, talvez tivessem pedido desculpas ou saído correndo para salvar a vida.

Mas, infelizmente, o rabo que ele pisou foi o de Zi Han. Zi Han era como um fósforo aceso em um quarto cheio de fumaça densa. Era conhecido na vizinhança como aquele cara que não deixava barato se fosse provocado, como uma víbora.

Mesmo contra todas as probabilidades, Zi Han não recuaria. Ele era do tipo que perderia oitocentos para matar mil.

Com um sorriso irônico, Zi Han continuou: “Sim, Ah-Chen, você não pode. Só vá pra casa”, repetindo a frase do cliente em um tom zombeteiro que irritaria qualquer um.

Yi Feng, que acabara de tentar salvar a vida daquele traficante bonitinho, ficou ali parado, boquiaberto. Quem na federação não conhecia o rosto do primo dele?

Muitos o admiravam na Onyx Starnet e nunca o provocariam ativamente, mesmo se fossem injustiçados por ele, mas aquele garoto cutucou a onça com vara curta. Era como se ele quisesse morrer. Esquece, era melhor deixar o moleque aprender da pior maneira.

Como esperado, a raiva de Yi Chen explodiu, principalmente quando o garoto o chamou de Ah-Chen. Sentiu arrepios por todo o corpo, enquanto uma inexplicável onda de fúria o consumia. Num instante, ele estava diante de Zi Han e desferiu um chute certeiro no estômago.

Zi Han, que não esperava um ataque tão implacável, recebeu o golpe em cheio no abdômen, sentindo toda a força de um combatente de classe SS. Foi como se seus intestinos tivessem sido rearrumados com aquele único golpe.

A dor era insuportável, mas ele aguentava. Cambaleando, com a mão no abdômen e as veias das têmporas e pescoço pulsando, parecia estar em tanta agonia que desistiria. Isso fez Yi Chen não esperar que sua perna fosse varrida.

Embora não esperasse, ele desviou com facilidade, mas subestimou a resistência do garoto. Isso significou que ele não viu o chute no peito vindo. Yi Chen cambaleou alguns passos para trás e encarou a marca de sapato em sua camisa com olhos escuros.

Vendo isso, Zi Han não pôde deixar de sorrir. Parecia que aquele cara era um maniaco por limpeza. Essa descoberta era uma vantagem. Ele queria ensinar uma lição a aquele babaca que ele nunca esqueceria.

Pegando os sacos de lixo do hotel, ele os jogou em Yi Chen e, quando os sacos explodiram em seu rosto, um tênis emergiu do lixo, mirando seu rosto bonito. Yi Chen sentiu nojo e vontade de vomitar, mas tinha grande autocontrole.

Quando o tênis se aproximou do rosto, ele agarrou o tornozelo de Zi Han e girou a perna. Antes que Zi Han pudesse reagir, um soco atingiu seu rosto, o lançando para longe, antes de cair no chão.