Volume 1 - Capítulo 64

As lágrimas dela jorraram de repente como rio rompendo a barragem, escorrendo uma após a outra.

– Por que você está chorando? Meu pai te bateu? – Disse ele, franzindo as sobrancelhas.

Ela balançou a cabeça, mas as lágrimas continuavam caindo.

Ele a olhou de cima a baixo com o cigarro na boca, depois relaxou ao se certificar de que ela não tinha levado surra, dizendo: – Não chore.

Ela chorava por ele, mas ele parecia bem relaxado, como se não tivesse acabado de levar uma surra do pai, então ela se sentiu ainda mais angustiada e chorou cada vez mais forte.

– Querida, você queria chamar minha atenção só chorando assim?

Ele fez uma piada para fazê-la rir. No entanto, quanto mais ele fingia não se importar, mais angustiada ela ficava, e mais forte ela chorava.

– Querida, eu te digo que não sei como aliviar suas emoções, mas sei como te levar para a cama.

Por que ele sempre faz isso? Toda vez que ele fala comigo, ele nunca se esquece de flertar comigo… Qin Zhi’ai corou, e suas lágrimas diminuíram gradualmente.

– Querida, você ainda está chorando? Se você continuar chorando, eu definitivamente vou te levar para a cama, agora mesmo! – Enquanto dizia isso, ele cuspiu o cigarro, virou-se e fingiu que ia se jogar sobre ela.

Ela se assustou e imediatamente se levantou, dando alguns passos para trás instintivamente enquanto seus soluços diminuíam.

Ele abaixou a cabeça e sorriu, depois se deitou na grama, tirou um cigarro, acendeu-o, olhou para o céu noturno e fumou.

Recuperada do rubor e das batidas aceleradas do coração causadas pela cantada dele, Qin Zhi’ai olhou para ele e mordeu os lábios, sem saber se devia ir embora ou não. Depois de um tempo, ela finalmente perguntou: – Devo… te levar para o hospital?

– Não, estou acostumado. – Ele soltou um belo anel de fumaça calmamente e respondeu.

Acostumado…? Isso significa que seu pai costuma bater nele? Qin Zhi’ai não conseguiu evitar olhar para sua pele exposta, e seus olhos ficaram úmidos novamente quando ela viu as cicatrizes e feridas.

Gu Yusheng não olhou para ela, mas deu um tapinha na grama, como se já tivesse adivinhado que ela estava chorando de novo, dizendo: – Senta aqui comigo um pouco, e eu te levo para casa depois.

Porque ela gostava muito dele, toda vez que o via, ficava nervosa, seu coração acelerava, e havia mil palavras que ela queria dizer, mas não sabia por onde começar.

Ele sempre falava pouco, então apenas fumava em silêncio.

Eles ficaram em silêncio por muito tempo, e quando ela achou que já estava tarde o suficiente para ir para casa, ele de repente perguntou: – Querida, você tem um sonho?

Um sonho? Como aluna do primeiro ano do ensino médio, ela achava seus sonhos um pouco distantes demais no futuro, então ficou de repente sem palavras, sem saber como responder.

Parecia que Gu Yusheng não queria sua resposta, pois acendeu outro cigarro depois de um tempo e disse: – Querida, você conhece meu sonho?

Qin Zhi’ai nunca esqueceria o que Gu Yusheng dissera a ela naquela noite.

Seu olhar indiferente ficou extremamente suave naquele exato momento.

O sonho que ele contou a ela era algo em que ela não havia pensado, algo que só existia em romances e séries de televisão.

Seu sonho foi a razão pela qual ela o amou por oito anos, desde aquele dia.

Por causa daquele sonho, ela não tinha mais interesse em outros homens.

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